Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

ROBERTA GAMBARINI - EASY TO LOVE

31 dezembro 2006

Ouvi pela primeira vez o nome da cantora Roberta Gambarini durante o Encontro de final de ano do CJUB no restaurante Lamas, e as referência foram muito boas...

Depois li um breve registro no blog do jornalista Antonio Carlos Miguel do Globo, e ontem a tarde comentários do Mestre Coutinho, com quem tive prazer de conversar no Clube Paissandu.

Decidi pesquisar e estou ouvindo 04 faixas do album no site da cantora http://www.robertagambarini.com/audio.php, e confesso que estou gostando muito.

Não tenho a menor idéia se ela ficou em quarto ou sétimo na pesquisa da Down Beat...Isto para mim é irrelevante...

O que importa é saber quando teremos Roberta Gambarini cantando no Rio de Janeiro.

Que voz agradável de se ouvir, que suingue, que classe !!!

Postem suas opiniões....

Beto Kessel

MUSEU DE CERA # 11 – SIDNEY BECHET

30 dezembro 2006


Sidney Joseph Bechet, um creole com origem em New Orleans nascido em 14/maio/1897 no seio de uma família musical possuindo 4 irmãos todos instrumentistas. Pode-se dizer que foi um menino prodígio, certa vez pegou o clarinete de seu tio e começou a tocar para espanto da família que ao escutar aquele som surpreenderam Bechet sentado no chão do quarto dedilhando corretamente o instrumento. Alguns mestres como Lorenzo Tio, George Baquet e Big Eye Nelson, informalmente foram aperfeiçoando o rapaz que já atuava em pequenas bandas locais.
Em 1917 foi para Chicago e em 1919 estava com a Will Marion Cook's Syncopated Orchestra indo para a Europa onde adquiriu o saxofone soprano instrumento pelo qual se encantou tornando-o seu principal. Ao voltar à América em 1923 gravou com Clarence Williams Blue Five integrado por Louis Armstrong. Em 1925 retorna à Europa permanecendo na França até 1929 quando após uma disputa com o guitarrista Mike McKendrick chegando a dar tiros foi preso por 11 meses sendo depois deportado indo para Berlim, juntando-se à Noble Sissle Orchestra que lá atuava e retorna à América.
Bechet nos anos 30 formou com o trompetista Tommy Ladnier um grupo sob o nome New Orleans Feetwarmers produzindo registros memoráveis e em 1938 uma obra prima Summertime transformando-a em um enorme sucesso. Nos anos 40 trabalha em New York com Eddie Condon e Bunk Johnson. Bechet tornou-se uma figura primordial no "revival" um movimento de recriação e resgate do Jazz tradicional e de seus músicos veteranos ocorrido a partir de 1937 estendendo-se até o final dos anos 40. Bechet retorna à França em 1952 sendo recebido com enorme carinho e por lá atuou e gravou até sua morte no dia de seu 62° aniversário em 1959.
Bechet era um expert na improvisação coletiva a 3 vozes, a base do Jazz de New Orleans, com trompete e trombone, além de sua "clarineta de lata" como os músicos apelidaram o sax-soprano em tom de gozação com Bechet. Seus solos são sempre possantes, cheios de vibrato mantendo a tradição neo-orleanesa e o extraordinário colorido creole. Bechet foi um ícone junto com Armstrong dos primeiros solistas do Jazz.
Selecionamos Achin' Hearted Blues um de seus primeiros registros onde atua somente ao clarinete (fica o sax soprano para outra seção do Museu) apresentando toda sua genialidade de solista, bem como uma excelente participação do trompetista Thomas Morris pouco valorizado na mídia jazzística.
ACHIN' HEARTED BLUES (Clarence Williams/ Clarence Johnson / Spencer Williams) - Clarence Williams' Blue Five - Sidney Bechet, clarinete; Clarence Williams (piano e líder), Thomas Morris (cornetim), Charlie Irvis (tb), Buddy Christian (banjo) - Gravação original: 27/ago//1923 - New York, Okeh 4966-B (mx. S71797)
Fonte: CD – Sidney Bechet - Volume 1: 1923 - Masters Of Jazz - MJCD-5 - 1991 - França

"UMA FLAUTA PARA LESTER YOUNG"

Comentando o erro do baterista Dannie Richmond, me lembrei de alguns outros encontrados em livros especializados , principalmente no "Das Jazzbuch- Von New Orleans bis Free Jazz", título que um idiota transformou na edição brasileira para "O Jazz do rag ao rock". Seu autor, o ilustre Joachim E. Berendt nos informa na
página 205 o seguinte :
"Através de sua contribuição a flauta foi praticamente aceita no Jazz, o que preparou o terreno para a atuação de Ted Nash e Lester Young nos anos 50. Esse último chegou a criar uma verdadeira escola para esse instrumento no Jazz."
Alguém sabe alguma coisa sobre isso ?
llulla

COLUNA DO MESTRE LOC

29 dezembro 2006


E falando no Village Vanguard ...
(Clique na imagem para ampliar)

MENSAGEM GRÁFICA


Cliquem na imagem para saber o que lhes desejamos neste final de ano.
Cheers!

NOVO "TEAM MEMBER": BRAGIL

28 dezembro 2006

Boas novas antes do fim de 2006. O CJUB Dream Team não pára de crescer! Talvez seja este o verdadeiro espetáculo do crescimento, que em outra frente foi prometido mas que no máximo permitiu ao Brasil - deles - superar o sensacional e poderoso Haiti.

Enquanto que, pelas bandas da nação cjubiana, as coisas vão em ritmo acelerado, com mais e melhores adesões a cada dia. Agora, convite feito e aceito, temos aqui um Brasil que promete inúmeras alegrias e que não vai deixar o povo (do jazz) na mão.

Trata-se do aficionadérrimo entusiasta Gilberto Brasil, que já teve um post sobre a Maria Schneider, "com quem é assim, ó!", psicografado por nosso guerrilheiro plantonista.

Em breve, tão logo tenha dominado as lides blogueiras, poderão nossos amigos contar com os escritos do mais novo membro da armada "cejube", que aqui ostentará o handle BRAGIL.

Bem vindo, Gilberto, e pau na máquina!

UM GRANDE "MICO"

27 dezembro 2006

Amigos,

Lendo o excelente livro "Ao vivo no Village Vanguard" de autoria de seu legendário proprietário Max Gordon, fui encontrar na página 169 uma batatada incrível, principalmente se considearmos o seu autor, o baterista Dannie Richmond. Respondendo a Max Gordon sobre a origem do tema de Charles Mingus "All the things you could be now if Sigmund Freud's wife was you mother ?"
Diz ele: Ela foi inspirada pela música "All the things you are" de Duke Ellington.
Charlie adorava Duke. . .

Como diriam os antigos, "PAPAGAIO!"

llulla

JAZZ ICONS - CONCERTOS EM DVD

Aos amigos que gostam das imagens do jazz, mais uma caixa com registros interessantes de concertos de alguns nomes importantes e em épocas efervescentes.
The Complete Jazz Icons Box Set é composto por 9 concertos ao vivo, agora em DVD.

E o time é de primeira, inclusive com algumas raridades no formato :
- Louis Armstrong - Live in '59
- Count Basie - Live in '62
- Chet Baker - Live in '64 & '79
- Art Blakey & The Jazz Messengers - Live in '58
- Ella Fitzgerald - Live in '57 & '63
- Dizzy Gillespie - Live in '58 & '70
- Quincy Jones - Live in '60
- Thelonious Monk - Live in '66
- Buddy Rich - Live in '78

Não saiu no mercado nacional, lógico, e os DVD também podem ser comprados separadamente.
Para mais detalhes e com alguns clipes dos concertos visite www.jazzicons.com

Dada a dica !

BOSSA NOVA

26 dezembro 2006

O espaço do CJUB também é dedicado a Bossa Nova e outro dia ouvi a explicação de como surgiu a palavra JAZZ, acho que todos sabem, veio de JASS, os "inferninhos" da época.

Mais recentemente fiquei curioso para saber como surgiu a palavra "Bossa Nova". Discutimos isso com a turma da Modern Sound, que é frequentada por músicos que tocaram no Beco das Garrafas, como o Milito, Osvaldinho, Meirelles. Mas ninguém sabia exatamente como havia surgido essa expressão.

Eu estava no almoço de Natal com meu amigo, o jornalista Moyses Fuks, quando comecamos a falar sobre o assunto. Sua resposta foi, para mim, coincidentemente atordoante: Quem inventou essa expressão fui eu!

Moyses contou a história, disse que estava apresentando um grupo de músicos na Hebraica, entre eles Nara, Carlinhos Lyra, Menescal, Sylvia Telles, Baden, quando faltou o nome para o espetáculo. A palavra Bossa era comumente usada naquela época - esse arquiteto tem bossa...

Foi o que escreveram no quadro de avisos da Hebraica: Sylvinha Telles e um grupo Bossa Nova!

Anos mais tarde Bôscoli se apossou da expressão e a registrou em seu nome.

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 1



Gravura de Aline de Leandro

O objetivo desta seção é apresentar alguns aspectos estreitamente ligados de alguma forma à música de Jazz, mas que normalmente estão em "off" ou seja, escondidos nos bastidores ou mesmo providos de caráter subjetivo, então, digamos que fazem parte do outro lado do Jazz.
De tal modo, o assunto Jazz, a par de sua musicalidade, vem incorporando inúmeras estórias ligadas aos músicos, produtores, aficionados, pesquisadores, enfim de todos que vêm criando e divulgando a arte maior do Jazz por todo esse tempo e aos fatos que os envolvem.


SÉCULO XX
O Jazz tem sua trajetória histórica desde o início do século XX e ao atravessá-lo compartilhou com a humanidade de suas conquistas sociais e tecnológicas, bem como de suas glórias e infortúnios.
Neste processo sofreu dos efeitos das drogas alucinógenas, do racismo aos seus fiéis criadores, da grande Depressão Econômica de 1929, dos gangsters de Chicago, da grande greve dos anos 1942/44, não nos esquecendo do primeiro golpe que foi o fechamento do distrito de Storyville em New Orleans no ano de 1917.
Tendo em vista o desenvolvimento da tecnologia esteve presente o Jazz nos inventos como o da pianola, do gramofone, dos processos de gravação de áudio, do cinema sonoro, do início das transmissões comerciais do rádio e da gravação de imagens.
O Jazz, dispensado que foi do serviço militar na 1a. Guerra Mundial, alistou-se para a 2a. Grande Guerra tendo uma atuação soberba, mas acabando por sofrer perda irreparável como a do major Glenn Miller. Ao fim da guerra, desfrutou de momentos de euforia através das big bands, dos ballrooms e night clubs e crescendo como arte chegou ao meio século de existência.
Dos anos 60 em diante passou por momentos difíceis vivendo novas concepções estruturais como atonalidade, escalas modais até mesmo as exóticas como as indianas e orientais, enfrentou desavenças rítmicas onde melodia e acompanhamento seguem métricas diferentes e até, por vezes, conflitantes. As sonoridades foram eletrificadas e adicionados efeitos eletrônicos e com estes ingredientes ocorreu o advento, do free, do fusion, vindo a ser atacado pelo ácido – Acid Jazz.
O século termina sob o nu-jazz expressão cunhada ao final dos anos de 1990 (NU corruptela de "new" que se pronuncia também como niu) relacionada à combinação de texturas e instrumentação jazzísticas com a música eletrônica, aventurando-se em território do groove jazz este mais próximo do funk, soul e rhythm & blues.
Achamos que tais mudanças não acrescentaram mais emoção que o cornetim de Armstrong, o clarinete de Goodman, o piano de Peterson ou que o sax de Charlie Parker e para não sermos tão tradicionalistas e conservadores, ainda dentro do horizonte daquilo que se possa chamar de um Jazz livre, entendemos que o limite tenha se situado em torno de Cecil Taylor, Ornette Coleman e John Coltrane, dentre outros....

PS. texto sendo adaptado da palestra de mesmo título proferida no Clube de Jazz de Niterói a 9 de maio de 2001.

CRUZEIRO DE JAZZ 2007

CJUB Insider

Tem gente que acha o carnaval da Bahia uma boa opção, a garotada adora. Perto da terceira idade a coisa fica mais difícil, usar aquele Abadá, ficar horas em pé, pulando atrás do Trio Elétrico, não ter banheiro para fazer xixi, apesar da juventude toda à volta.

Nesse caso, quando a saúde deixa a desejar horas de saltos e piruetas no carnaval da Bahia, uma boa opção, bem mais tranquila e confortável, é embarcar no MS Holland, o 2006 Ship of The Year, no dia 5 de julho e passar 12 dias excepcionais com jazz todas as manhãs, tardes e noites (a pauleira rola apenas nos dias 13, 14 e 15).

O MC será Marcus Miller e os músicos: Dee Dee Bridgewater e seu trio, James Carter, Roy Hargrove e seu quinteto, o quarteto de Roberta Gambarini, Lionel Loueke, o McCoy Tyner Trio, Medeski, Scofield, Martin & Wood e Kirk Whalum. Dá para todos os gostos!

Nas paradas voce poderá conhecer Warnemunde/Berlin, na Alemanha; Gotenburg, na Suécia; Oslo, na Noruega; Hamburg/Rio Elba, na Alemanha e Rotterdam na Holanda. O MS Holand ficará nos portos servindo como hotel. A viagem será finalizada no dia 17 de julho.

Nada mal participar do North Sea Jazz Cruise, que é uma extensão do North Sea Jazz Festival!

Será que eles vão sortear uma garrafa de uísque?

PARA TODOS,

24 dezembro 2006

MUSEU DE CERA EM DESTAQUE

23 dezembro 2006

Prezados amigos e visitantes, o Museu de Cera, série editada brilhantemente pelo nosso confrade Mario Jorge - Mestre Major, agora tem uma página própria com todas as edições.

É só clicar na imagem aí ao lado

Agora fica mais fácil a consulta ao histórico de todas as edições, concentradas em uma única página, com navegação fácil e ainda com os áudios de todos as séries.
Uma verdeira fonte de pesquisa e um resgate das raízes do jazz.

Fica o agradecimento ao Mestre Major pelo grande trabalho !

DIZZY GILLESPIE BIG BAND



MUSEU DE CERA # 10 – ALBERTA HUNTER

20 dezembro 2006

Nascida em 1 de abril de 1895 no Tennessee, aos 12 anos Alberta Hunter deixou Memphis sua cidade natal para ir para Chicago tornar-se uma blues singer. Tempos difíceis neste início e seu debute profissional se deu em 1911 no bairro negro Southside no clube Dago Frank's, um misto de cabaré e bordel freqüentado por proxenetas e criminosos. Alberta aturou aquilo até 1913 mesmo assim porque a casa foi fechada devido a um assassinato.


Foi então para um pequeno night club onde começou realmente a ganhar dinheiro podendo trazer sua mãe para morar com ela até o fim da vida. Alberta foi atuar no Elite Cafe #1 onde encontrou o pianista de New Orleans Tony Jackson e o ajudou a popularizar algumas de suas composições como Pretty Baby. Depois foi para o famoso Panama Cafe, local sofisticado para um público só de brancos. Nesta época Alberta tornou-se uma estrela brilhando em Chicago, porém mais uma vez se repetiu o ocorrido de um assassinato e a casa fechou.


O próximo trabalho foi no De Luxe Cafe, onde do outro lado da rua no Dreamland Cafe a King Oliver's Creole Jazz Band tocava. Em 1921 Alberta moveu-se para New York iniciando suas gravações no selo Black Swan com a Fletcher Henderson's Novelty Orchestra, depois na Paramount em 1922 onde Fletcher continuava sendo seu pianista. Alberta também compunha e a canção Down Hearted Blues deu a Bessie Smith seu primeiro disco em 1923.
Ainda em 1923 grava na Paramount com o grupo Original Memphis Five, tornando-se a primeira cantora negra a integrar uma banda branca e em 1924 uma sessão na Gennett com os Onion Jazz Babies contando com Louis Armstrong e Sidney Bechet, onde produziram Cake Walking Babies From Home e a versão vocal de Texas Moaner Blues.


Alberta Hunter usou vários pseudônimos como Josephine Beatty nome de sua irmã na gravadora Gennett e Alberta Prime na Biltmore. Em 1927 foi para Europa atuando na Inglaterra, depois muito bem recebida em Paris, em outros países, inclusive na Rússia. Durante a 2a. Guerra Mundial fez parte da United Service Organizations (U.S.O) cantando para as tropas norte-americanas na Ásia, Ilhas do Pacífico Sul e Europa, retornando à América do Norte para cuidar de sua mãe muito doente afastando-se inteiramente da música, quando fez curso de enfermagem indo trabalhar no New York City Hospital, porém em 1977 surpreendentemente voltou aos palcos já com 82 anos no clube The Cookery no Greenwich Village de New York e permanecendo atuando até sua morte em 1984.


Alberta Hunter não deve ser designada apenas como uma cantora de blues apesar de inúmeros deles em seu repertório, mas uma artista completa cantando todo tipo de canção, com voz clara, locução perfeita e estilo muito natural evitando os ornamentos supérfluos. Ouçamos um de seus primeiros trabalhos Chirping The Blues com acompanhamento do piano de Fletcher Henderson.


Gravação original: Chirping The Blues (Alberta Hunter) – Alberta Hunter vocal e Fletcher Henderson - dez/1922 – Paramount 12017-A – New York.
Fonte: CD - Complete Recorded Works, Vol. 1 (1921-1923) Alberta Hunter - Document DOCD 5422 - 1996 – USA.


Clique para ouvir Alberta Hunter

HISTÓRIAS DO JAZZ – 16

19 dezembro 2006

Herb Geller em Nictheroy

Tudo começou quando Sylvio Tullio Cardoso informou pela sua coluna :“Benny Goodman passa pelo Rio”. Depois, detalhando a notícia , dizia que Goodman ia para a Argentina liderando uma orquestra de vinte músicos para se apresentar na TV e em seguida voltaria ao Brasil para exibições em São Paulo. Entre os músicos integrantes da banda estavam Nick Travis, Buck Clayton (tps), Sonny Russo (tb), Herb Geller(sa),Mouse Alexander(dm) e a vocalista Maria Marshall. Ano de 1961 e a frustração de não ver Goodman no Rio de janeiro, o que aliás já acontecera com Lionel Hampton em dezembro de 1960 fazendo a linha Argentina/São Paulo.
Dias depois quando ia pegar a lancha para cumprir mais um dia de trabalho, passa pela minha frente um táxi e Sérgio Mendes bota a cabeça para fora da janela e grita : “Lula, vai la´ para casa, Herb Geller está aqui.” Não hesitei. Voltei para casa,mudei de roupa, peguei a “The Jazz Encyclopedia” de Leonard Feather e fui para o Edifício Nilo Peçanha, perto de minha casa, onde morava Sérgio.
Lá chegando, fui logo apresentado ao simpático saxofonista ao mesmo tempo que via Arino Matos montando um gravador. Pensei que faria entrevista com Geller mas logo depois descobri que o objetivo era mostrar ao saxofonista músicas cantadas por indios do Brasil, xavantes, gorotires etc. Arino era uma espécie de gurú de Sérgio. Tudo que dizia o Mendes cumpria, inclusive atirar com uma espingarda 22 no sino da Igreja do Ingá,só para infernizar o Padre Amaral .
A fita não rodou cinco minutos pois Herb Geller disse alto e bom som :” I don’t like indian music ! “. Aproveitando o “breque”, solicitei o seu autógrafo na enciclopédia e em seguida tentei iniciar uma conversa sobre Jazz. Falei em Thelonius Monk e foi como se tivesse tocado o saxofonista com uma varinha de condão. Sorriu, sentou-se ao piano e desfilou uma série de temas de Thelonius, tocando inclusive,a meu pedido, “Ruby my dear”. Sabia tudo de Monk a quem não cansou de elogiar. Novidade para mim, imaginando que Geller, naquela época, estivesse moldado no estilo “West Coast” . Sérgio conversava com Arino e deu pouca importância ao nosso diálogo. Até que veio a grande surpresa. Geller me pediu que cantarolasse ou assoviasse “Manhã de Carnaval”. Pegou uma caneta, uma folha e a cada frase que ouvia ,escolhia o acorde e anotava na pauta. Na última frase agradeceu, sorriu e preparou-se para ir embora.
Pensei que Sérgio fosse levá-lo, pelo menos até a parada do trolley (nesse tempo Niterói tinha ” trolley bus” ). Limitou-se a uma despedida formal. Aproveitei a oportunidade e desci com Geller. Levei-o até a parada, embarquei com ele até o centro e lá indiquei-lhe como pegar a lancha.
Dia seguinte fui para o “Bottle’s” pois Geller daria canja com o Mendes. Se não me engano, a seção rítmica era integrada por Manuel Gusmão e Edson Machado. Não me lembro qual foi o tema mas não me sai da memória a cena em que Herb Geller, em pleno solo,irritado chegou ao piano e tocou dois ou três acordes mostrando a harmonia para o Mendes. Isso deu o que falar.
Por enquanto é só, depois tem mais.

TRÊS DIAS DE JAZZ POR SEMANA

Não existe um carioca que goste da boa música que não conheça a Modern Sound, a mais tradicional loja de discos do Brasil.

Hoje em dia um gigante na área, comemorou 40 anos de existência. São mais de 40 mil títulos nas prateleiras.

Situada no coração do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, a Modern Sound é um sucesso que chegou às páginas dos meios de comunicação internacionais. A revista americana Newsweek cita a Modern Sound como um dos pontos turísticos obrigatórios do Rio e o jornal inglês The Observer a classificou como um dos cinco melhores espaços de música do mundo.

Dentro da Modern Sound encontram-se áreas distintas onde existe um brechó de vinis, venda de equipamentos e acessórios de som sofisticados, um auditório, um bistrô com capacidade para 180 lugares e um estacionamento próprio.

No Allegro Bistrô são realizados shows de segunda a sábado com novos lançamentos de discos nas segundas e terças, na quarta chorinho e nos outros dias um sofisticado jazz com alguns dos melhores e conhecidos músicos nacionais que tocam semanalmente. Só para citar alguns jazzmen: Idriss Boudrioua, Sergio Barrozo, Paulo Russo, Dario Galante, Mauro Senise, Alberto Chimelli, José Boto, dentre outros.

A loja e o bistrô são muito frequentados pelos jazzistas e artistas internacionais que, quando pelo Rio, dão sempre uma canja e aproveitam para comprar CDs de música brasileira.

Certamente a Modern Sound é o point para quem gosta de jazz de boa qualidade. Nada como estar com os amigos bebendo uma geladíssima cerveja, num ótimo ar-condicionado e ouvindo, ao vivo, uma excelente música.

CONVOCAÇÃO CJUB - COMEMORAÇÃO DE FIM DE ANO

Cjubianos, músicos, colaboradores e agregados de nossa confraria estarão reunidos no Restaurante Lamas (Rua Marquês de Abrantes, 18 - Flamengo, Tel. 2556 0799), na próxima 5ª-feira, 21/12, a partir de 17 h., para nossa tradicional confraternização de fim de ano. Esperamos vocês !

Até lá !

RADIOLA ATUALIZADA

18 dezembro 2006

É semana de Natal e a radiola também comemora !

Vince Guaraldi Trio e o tema Christmas is Coming, acompanhado por Monty Budwig contrabaixo e Colin Bailey bateria;
Diana Krall de mamãe Noel em Jingle Bells com a Clayton-Hamilton Jazz Orchestra;
e o verdadeiro presente chega com Roy Hargrove na Suiça em 27 de abril de 2006 interpretando Never Let Me Go, acompanhado por Justin Robinson no alto, Orrin Evans piano, Danton Boller contrabaixo e Greg Hutchinson bateria;
Dexter Gordon A La Modal, com Barry Harris piano, Sam Jones contrabaixo e Al Foster bateria;
tão comentado por aqui, Pat Metheny e Brad Mehldau com o tema Make Peace;
um instrumental brasileiro, Jean-Pierre Zanella em um trabalho de 2002 com um
belíssimo tema chamado Carminha, acompanhado por Beto Paciello teclados, Maguinho Alcântara bateria e Pedro Ivo Lunardi contrabaixo;
Woody Herman e sua orquestra fazendo a festa com o tema Battle Royal;
e Stan Getz em um tema de Bud Powell - Tempus Fugit - acompanhado por James McNeely piano, Marc Johnson contrabaixo e Victor Lewis bateria.

Bom som e Feliz Natal !

BEBOP UNITED @@@@1/2

17 dezembro 2006


A simpatia por um jazzista não deve ser afetada por algumas aventuras mais populares – e por isso comerciais -, abrangendo outros gêneros ou fusões. Se assim fosse, o universo do jazz ficaria perigosamente restrito aos “puristas”. Onde há um solo, um improviso, mantém-se a essência básica do jazz. Tom Scott (L.A., 1948), exemplo, é jazzista por vocação, músico na acepção mais rígida do termo. “Bebop United”, seu novo CD, traz de volta um comprometimento com o jazz e, mais do que isso, com a música honesta.
A carreira do saxofonista (tenor), compositor e arranjador começou com a banda de Don Ellis e com o quarteto do formidável pianista Roger Kellaway. Juntou-se à big band de Oliver Nelson, quando foi descoberto pela Impulse (Bob Thiele). Na década de 70 formou o L.A. Express, focado principalmente no chamado funk-jazz. A partir daí passou a ser requisitado para gravações, tornando-se um dos mais conceituados músicos de estúdio. Contratado pela GRP, manteve o mesmo ritmo, sendo visto em inúmeros álbuns do selo.
Em seu CD de estréia na MCG, Scott presta uma bonita homenagem às suas raízes bebopianas. Gravado ao vivo em 2002 (Pittsburgh), o álbum traz músicos de primeiro time: Randy Brecker, Phil Woods, Gil Goldstein, Willie Jones III (drums), Jay Asby (trombone), Ronnie Cuber (barítono sax) e Duabe Burno (bass). São três temas do próprio Scott. Na abertura, um clássico de Wayne Shorter: “Children Of The Night”. Há espaço para dois standards: “His Eyes, Her Eyes” (Legrand) - Goldstein sensacional - e “The Song Is You” (Kern). “Sack O’ Woe” (Adderley) e “Tones For Jones Bones” (Corea) completam o set. Os arranjos são admiráveis. A única frustação ao final é a impressão de que os solos poderiam ser mais longos - Scott não foi o único a se apresentar naquele dia. Mas isso é sintoma claro de qualidade.

“I totally disagree with anyone saying that Tom Scott cannot do both Jazz & Funk. He is so at home with both. This album is not just about him as everyone gets a fair shout with the solos. My only minor negative is that the solos aren't long enough. Otherwise, a great album." Adam Talbot - London

"Tom Scott first appeared on the radar in the 1970s as musical director for Joni Mitchell, and with his own band of jazz-rock fusioneers, the L. A. Express. His was the sax on Carole King's "Jazzman," and he was the first-call saxophonist for literally everyone. After the smooth jazz format came along in the late `80s, he became a mainstay star of that subgenre. So it's a surprise to hear him fronting a straightahead little big band with "bebop" in the album title. But this is a wonderful outing, a four-horn front line groovin' over a piano-bass-drums rhythm section. The arrangements are sweet indeed; the choice of material - from the pens of Wayne Shorter, Chick Corea, Cannonball Adderley and the Tom Cat himself - is impeccable. Bebop vet Phil Woods guests on several tunes, but it's the ensemble work that captivates and entrances with its blend of sax and brass, smooth in the best sense of the word." - Jim Newsom

"Guest altoist Phil Woods offers his stellar and ageless bebop on three tracks. Brecker shines consistently in his solos, and pianist Gil Goldstein demonstrates an impressive ability to create fascinatingly long melodic lines." - JazzTimes

QUEM ME DEU ALEGRIA EM 2006

Essa coisa de eleger os melhores de uma cesta tão ampla e diversificada acaba caindo numa sessão de vaidades capitaneada pelos que se acham os donos da verdade. Eleger os melhores a cada ano implica uma cobrança de coerência impossível de ser mantida simplesmente porque a vida muda, o mundo muda, os artistas também mudam.

Assim é que só consigo lhes oferecer uma lista com as minhas ponderações sobre ‘quem me deu alegria em 2006’. Isto, de forma alguma, é excludente dos fabulosos artistas que encantam nossas vidas e que hoje já não moram mais aqui. Volta-e-meia, as gravadoras desencavam discos há muito fora de catálogo de modo que eles ficam sempre a nossa volta.

Vencido este blá-blá-blá inicial, vamos a minha lista Alegria em 2006:

Orchestra: Maria Schneider – mesmo sem lançar disco novo este ano, ela foi incluída porque a minha alegria em vê-la ‘segurando’ a sua orquestra superou todas as expectativas. Leveza, autoridade, conhecimento e beleza. Com licença do nosso Gilberto Brasil, Schneider é para mim a artista do ano em alegria.

Big Band: Kenny Clarke & Francy Boland Orchestra – mesmo desfeita há anos, esta jazz band extraordinária passou por um surto de lançamentos em cedê durante os últimos anos que me chamou a atenção. Garra é a palavra-chave desta orquestra, aliada à deliciosa complexidade de composições de Boland e do baixista Jimmy Woode mais a releitura enlouquecedora de alguns standards.

Arranjador (instrumental): Michel Legrand – por seu disco ‘Big Band’ de 1983 que eu descobri somente agora nas prateleiras de ouro do Sazinho e que eu não paro de ouvir, de cabo a rabo, no meu iPod. Obrigado, Sazinho. Também por seu vídeo gravado em Bruxelas, muito bonito pelo menos na parte em que ele rege a orquestra local.

Arranjador (para vocal): John Clayton – por seu arranjo incomum de ‘A Insensatez’ (How Insensitive) no disco de 2006 da insossa Diana Krall.

Combo: Passo a bola sem comentários.

Piano: Ahmad Jamal – impressionante com seus mais 70 anos de idade. Uma escola. Obrigado pela emoção do show ao vivo no Rio de Janeiro.

Baixo: Passo a bola sem comentários.

Bateria: Chico Hamilton. Não vejo nenhum grande na ativa. O reissue em cedê do álbum mais conhecido de Hamilton valeu. Com Charles Lloyd no sax e Larry Corryell na guitarra.

Guitar: Quase passei a bola, mas, afinal, achei que devia dar uma chance ao reissue de uma compilação de gravações do Sacha Distel, ainda na sua fase de bom guitarrista. Edição em cedê duplo, editado na França.

Vibes: Passo a bola sem comentários.

Trumpet: Roy Hargrove – há muitos anos, este crazy boy ocupa espaço importante na minha mente, notadamente quando se detém no jazz, na tradição dos combos do pianista Horace Silver, modelo que, aliás, o lançou para o sucesso e que ele retomou neste ano com seu último cedê, cujo repertório dominou a sua apresentação no Rio de Janeiro.

Sax: Lennie Niehaus – mesmo aposentado de tantas trilhas sonoras para os filmes de Clint Eastwood e esquecido de voltar a atacar em combos com o seu sax, este homem teve lançadas em cedê as suas gravações completas da década de 50. Um luxo West Coast bastante refinado. São 5 discos ao todo, vendidos separadamente.

Trombone: Slide Hampton. Quase passei a bola também neste departamento, mas, afinal, achei que devia dar uma chance ao disco de Hampton com a SWR Big Band, disco editado na Alemanha ao vivo. Muito estimulante. Deu para compensar pelo disco meia tampa de Hampton com a obra do Tom Jobim.

Cantor: Mark Murphy – não tem para ninguém atualmente. O grande Jon Hendricks está fora de forma. O Kurt Elling veio para mostrar o que eu já sentia: muito trejeito, muito maneirismo, muita artificialidade, falta de anos de ralação. O Giacomo Gates continua produzindo muito pouco para o que merecia. O Kevin Mahogany ainda não acertou a mão. Murphy não lançou disco este ano, mas eu continuo ouvindo o estarrecedor disco de baladas com o qual ele estreou na Verve em 2005.

Cantora: Passo a bola – pois é. Elas são divinas. Belas e maravilhosas. Têm um enorme marketing budget, do tamanho de suas bundas. Elas casam, têm gêmeos, tudo sai no jornal. Quando vêm ao Rio, sentam no colo de alguém na platéia, deixam os caras babando numa discreta ambivalência entre gosto musical e gosto sexual. Para mim, elas não valem muito. O que vale são aquelas que, em sua maioria, estão mortas. Não tenho culpa, pelo menos não fui quem as matou. Será que estou me especializando em ‘defuntologia musicológica’ ou quiçá ‘museologia defunctória’?

Vídeo: a série Jazz Icons lançada este ano recuperou shows em preto-e-branco inimagináveis. São 9 discos dentro os quais destaco o do Quincy Jones (onde aparece Phil Woods), o do Count Basie e o da Ella Fitzgerald.

Show ao vivo em 2006: Maria Schneider no Rio de Janeiro - sou muito seletivo. Se não tenho uma boa expectativa, não saio de casa. Não costumo freqüentar shows meramente para mostrar pros outros que eu estive lá (sacou?). Em certos casos, até vou para comprovar a expectativa ruim como foi o exemplo do Kurt Elling, cujo show fui ver mais por um dever do ofício de cantar e que confirmou as minhas expectativas negativas. Assim, não posso de deixar de lembrar o show pelo qual eu tinha muitas expectativas e que correspondeu com sobras em emoção, em ‘artistry’, em técnica, em prazer.

Minha Grande Perda em 2006: É duro ver os anos passarem e nos assarem o viço. É duro ver amigos, artistas, gente tão querida nas mesmas condições. A morte dá o tom definitivo deste sentimento, um gosto de que tudo está perdido, ainda mais no Jazz, onde a renovação é pífia. A passagem de Anita O’Day é uma dessas perdas de uma irmã querida que sempre vinha nos visitar com um presentinho carinhoso (um disco novo) que já esperávamos com ansiedade, por sua vivacidade, bom humor e beleza.

A passagem de Betty Comdem, a grande letrista de belos standards da música americana também não passou batida por mim. Eu, que ainda ontem cantei seu grande sucesso na voz de Tony Bennett ‘Just in Time’ estarei sempre lembrando dos versos bem construídos juntamente com Adolph Green.

Bola de Ouro 2006: Enrico Rava em vídeo que me chegou este ano pelas mãos generosas do amigo Luiz Fernando Senna. Este Rava é um animal do trumpete, descompromissado com correntes e visões e, ao mesmo tempo, fazendo ‘pure jazz’ de ensinar para muita gente por aí.

Bola de Merda 2006: Herbie Hancock por sua incrível capacidade de autodestruição.

Blefe 2006: este festival de jazz no Rio de Janeiro em 2006, que deu vários tiros no próprio pé ao sacanear o próprio público de jazz num local inadequado, com vinhetas inadequadas, com músicos enxotando colegas do palco. Não é à toa que o Zuza teve pirepaque. Quero minha grana de volta.

JINGLE BELLS

16 dezembro 2006


Uma das mais famosas canções de Natal norte-americana foi originalmente composta para o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day) em 1857 pelo ministro da Igreja de Boston - James Lord Pierpont. Desta forma, iria celebrar com as crianças seu Boston Sunday School Thanksgiving. A canção agradou tanto que foi repetida na noite de Natal. Inicialmente se titulava One Horse Open Sleigh e ao ser adicionada uma letra que capturava a essência da chegada do Father Christmas ou Santa Claus passou a se chamar Jingle Bells, para encanto das crianças de todas as idades.

Na verdade tem sido reprisada desde então, inclusive em 16 de dezembro de 1965, há exatos 41 anos, os astronautas Tom Stafford e Wally Schirra a bordo da Gemini 6 iniciaram o contato com o Centro de Controle transmitindo Jingle Bells a primeira canção a trafegar pelo espaço sideral.


Bing Crosby talvez tenha sido o cantor que mais gravou canções de Natal, cerca de 100 e dentre elas encontra-se uma versão de Jingle Bells associada ao trio vocal The Andrews Sisters com The Vic Schoen Orchestra cujo sucesso alcançou a marca superior a 1 milhão de cópias.

Aproveitando a oportunidade desejo um feliz Natal e o ano de 2007 com muita alegria e paz a todos os Cjubianos e demais visitantes deste blog e que The Jingle Bells.


Jingle bells, jingle bells -------------- Dashing through the snow
Jingle all the way! -------------------- In a one horse open sleigh
Oh what fun it is to ride ------------- O'er the fields we go
In a one horse open sleigh! ---------- Laughing all the way
Jingle bells, jingle bells -------------- Bells on bobtail ring
Jingle all the way! -------------------- Making spirits bright
What fun it is to ride and sing ------ What fun it is to ride and sing
In a one horse open sleigh! ---------- A sleighing song tonight


Gravação original – nov/1943 - Bing Crosby / The Andrews Sisters / The Vic Schoen Orchestra- Decca 23281.
Fonte CD - White Christmas - Bing Crosby - Universal Special Products 31143 – 1961 - USA.

Clique aqui para ouvir
Jingle Bells

- CURSO HISTÓRIA DO JAZZ - JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI -

15 dezembro 2006

A partir de 8 de janeiro de 2007, darei um curso sobre a História do Jazz no Centro Musical Antonio Adolfo. Sua temática abrangerá a completa evolução do jazz, das raízes e origens dos tambores africanos aos dias de hoje, ilustrada por 600 exemplos musicais.

O curso será de sete (7) aulas, uma por semana, todas as segundas-feiras, com duração de 2 (duas) horas cada, começando às 20:30.
As inscrições podem ser feitas no Centro Musical Antonio Adolfo, na Rua Almirante Pereira Guimarães, 72 – Cobertura - Leblon.
Maiores informações pelos telefones 2239.2975 / 2274.8004 / 2294.3079

minha homepage: www.bjbear71.com/raffaelli/jose.html

HOMENAGEM AOS 80 ANOS DE TONY BENNETT

TONY BENNETT - 80 ANOS

Carlos Montes faz uma especial homenagem a Tony Bennett nesta sexta feira, 15 de dezembro de 2006, às 20 horas, no paradisiaco cenário do Parque Lage.

Aproveitando as comemorações do octagésimo aniversário do grande mestre Tony Bennett, Montes vai cantar seus maiores sucessos e se apresentará com Charles Marot no piano, Renato Amorim no contrabaixo e Luiz Sobral na bateria. O tributo terá a participação especial de Paulo Couto na harmônica.

O evento tem patrocínio da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. É um programa imbatível, pelo local, a facilidade de estacionamento lá junto a casa, o bar muito chique, com cervejas e sanduíches de primeira, bom atendimento nas mesinhas e esteiras com almofadões à volta da piscina, sem falar do preço de apenas R$10,00 por pessoa.

Local: Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Endereço: Rua Jardim Botânico, 414 – Parque Lage
Tel: (21)2538-1879
Estacionamento Gratuito
Ingresso: R$ 10,00
Pagam meia estudantes, professores, maiores de 65 anos e sócios da AAPNT
Obs: Aberto ao público após as 19h30min

CASAL SENNA & O JAZZ + SEUS AGREGADOS

14 dezembro 2006

Há anos, o nosso Luiz Fernando Senna comanda uma bela mesa redonda ao som das tardes de sábado na Modern Sound. O grupo foi crescendo. O convívio semanal tornou-se rico de informações, de opiniões, de piadas, de concordâncias e discordâncias que movem com a dinâmica da coisa.

Há quatro anos, este grupo adere a um jantar de fim-de-ano, que, neste dezembro, juntou cerca de 30 incomuns. Todos absolutamente em torno do mesmo tema - Jazz. Ali estavam, além do simpático casal Senna, o mestre Raffaelli, o Fernando Beltrão, o Dr. Erasto, o fleumático Chaer, o Gilberto Brasil, o cientista Miguel Borges, o Mario Vieira e tantos outros, que acabaram por empreender uma enquete sobre as preferências de cada um em cada instrumento. A eleição foi tumultuada, vibrante e rica de variações e gostos. O resultado segue abaixo. Ficamos no aguardo da lista aqui do nosso CJUB.

Ficou o gosto de 'quero mais'. Até o próximo natal. Antes disso, estamos lá, na nossa missa de sábado na Modern Sound entre 13 e 16 horas.

Orquestra = Duke Ellington
Combo = Art Blakey and The Jazz Messengers
Piano = Oscar Peterson
Baixo = Ray Brown
Bateria = Art Blakey
Percussão = Tito Puente
Vibrafone = Milt Jackson
Guitarra = Wes Montgomery
Órgão = Jimmy Smith
Harmônica = Toots Thielemens
Sax Alto = Charlie Parker
Sax Soprano = Wayne Shorter
Sax Tenor = Dexter Gordon
Sax Barítono = Gerry Mulligan
Flauta = Herbie Mann
Trombone = J.J. Johnson
Clarinete = Benny Goodman
Trumpete = Louis Armstrong x Dizzie Gillespie
Flugelhorn = Art Farmer x Clark Terry
Trompa = Jules Watts
Violino = Stephane Grappelli
Cantor = Joe Williams x Mark Murphy
Cantora = Ella Fitzgerald x Sarah Vaughan

HOMENAGEM A MARTHA TILTON

13 dezembro 2006

Martha Tilton tornou-se uma notável vocalista da era swing, nascida a 14/novembro/1915 no Texas de família bastante musical, seus pais tocavam piano e cantavam como amadores. Mudaram-se para Los Angeles em 1922 e pouco depois Martha tornou-se uma "teen singer" em uma rádio local. Dotada de uma voz graciosa logo atraiu um agente que a levou ao clube Coconut Grove para atuar com a Al Lippan's Band.
Mais tarde, juntou-se a Jo Stafford e outras formando um coro para as apresentações de Benny Goodman em shows no rádio. Seu sucesso foi estrondoso quando interpretou o clássico And The Angels Sings. Permaneceu com Goodman por mais 3 anos como a lady crooner da banda.
Em 1942, tornou-se a primeira artista a gravar na Capitol Records, permanecendo até 1949. Durante os anos de guerra estrelou os filmes musicais Swing Hostess (1944) e Crime, Inc. (1945). Outros filmes se seguiram aparecendo sempre como cantora lançando canções como Let's Capture That Moment, What a Fool I Was, I'm Guilty e Say It With Love. Anos mais tarde durante os anos 50 chegou a ter seu próprio programa de rádio - Liltin' Martha Tilton Time - também com várias apresentações em TV. Algumas de suas grandes gravações com bastante sucesso destacam-se: How Are Things In Glocca Mora, Time After Time, I Should Care, A Stranger In Town e I'll Walk Alone. Após seu casamento retirou-se do cenário musical para cuidar de seus 3 filhos.
Martha foi a vocalista estrela do famoso concerto de Benny Goodman no Carnegie Hall em 1938, interpretando uma canção tradicional escocesa Loch Lomond e depois Bei Mir Bist Du Schoen - título de uma canção em Yiddish que significa – "para mim você é tão linda" - no meio da execução Ziggy Elman e a banda evoluem para And The Angels Sings, talvez uma homenagem à própria Martha. Seu falecimento se deu a 8 de dezembro último aos 91 anos. Podemos ouví-la nestes 2 preciosos momentos do grande concerto de Goodman.


Loch Lomond (tradicional) arranjo Claude Thornhill – Martha Tilton vocal e solo de trompete por Harry James – Bei Mir Bist Du Schoen (Scholom Secunda, Jacob Jacobs) lyrics adaptado para o inglês por Sammy Cahn e Saul Chaplin. Solo de Martha Tilton vocal e Ziggy Elman ao trompete. Arranjo de Jimmy Mundy. Benny Goodman and his Orchestra. Gravações: 16 fevereiro de 1938 – Carnegie Hall – New York.
Fonte: CD – Benny Goodman - The Famous 1938 – Carnegie Hall Jazz Concert – Complete – Columbia – C2K65143 – 1999 – USA.

Clique para ouvir
Martha Tilton

MARTHA TILTON

12 dezembro 2006

Essa é só para avisar a Mestre Major que prepare homenagem para a cantora Martha Tilton, falecida em 8 do corrente, aos 91 anos de idade. Mestre Raffa foi quem informou. abcs
llulla

HISTÓRIAS DO JAZZ – 15

11 dezembro 2006



Horace Silver - a “Odisséia”

Foi em 1964 que Horace Silver veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez. Não profissionalmente; apenas para ver o carnaval, filmar as escolas de samba e prestar atenção ao que se tocava aqui naquela época. Num belo sábado de sol, parti com minha bicicleta para a praia de Icaraí onde tínhamos um futebol organizado, com onze de cada lado, camisas, balisas, redes e tudo o mais. Quase chegando, vi no calçadão a figura de Horace Silver. Freei a bicicleta e fiquei aguardando quem o acompanhava. Era Sérgio Mendes, que vinha saboreando um sorvete e quando me viu falou: "Olha o homem aí"! Saltei da bicicleta para as apresentações e para minha surpresa o pianista pediu para dar uma volta. Claro que acedi e ele saiu pedalando pelo calçadão como qualquer niteroiense. (Aí Sérgio Mendes espalhou a notícia de que eu iria empalhar a bicicleta e pendurá-la na parede como troféu). Ao voltar, fomos os três até um bar próximo, para que Silver tomasse uma água mineral. E ali na conversa perguntei se ele tinha disponibilidade para ir ao meu programa. Tirou uma pequena agenda do bolso e informou que na próxima quarta-feira estaria disponível. Nessa época "O Assunto é Jazz" era apresentado às segundas, quartas e sextas feiras e portanto eu poderia anunciar a presença do grande músico no programa de segunda.
Na segunda feira fui à Casa Masson e comprei uma salva de prata, solicitando que fizessem a seguinte inscrição: A Horace Silver a homenagem do programa "O Assunto é Jazz" de Luiz Carlos Antunes. Niterói, fevereiro de 1964.

Não precisa dizer da ansiedade que tomou conta dos ouvintes mais chegados e que freqüentavam a rádio nos dias de programa. Fiz o anúncio e comecei a planejar como faria a audição.

Quarta- feira pela manhã liguei para Sérgio e me informaram que ele tinha ido para São Paulo. Liguei para Tião Neto e ninguém atendeu. Imaginei o pior. Deviam ter levado Silver para São Paulo. Saí do trabalho às cinco horas e fui para o restaurante Westfalia, pretendendo tomar alguns chopes para desanuviar. Não ia suportar um bolo daquele tamanho de cara limpa. Na hora do programa inventaria uma desculpa qualquer para justificar a ausência de Silver. Quase sete e meia, hora em que o Westfalia fechava, surgiu Leonardo Lenine de Aquino com sua Rolleiflex pendurada no pescoço e me informava: "Lula, o Silver me procurou para saber o endereço da rádio. Vou agora mesmo buscá-lo no hotel para irmos para Niterói".

Ganhei vida nova. Tomamos uma rápida saideira e partimos.

PROBLEMAS NA RÁDIO
Ao chegar à rádio, já encontrei Lenine, Silver e uma dúzia de amigos que desfrutavam alegres aquele encontro. Fui à técnica e pedi que o operador Jorge Gama preparasse o gravador (nesse tempo não havia cassete). Entreguei a ele a fita e aguardei as providências. Foi quando ele me informou que o gravador só podia ser usado para captar os debates na câmara de deputados. Já irritado, ponderei que naquela hora não havia sessão na Câmara e que ele preparasse a gravação. Temeroso que algo lhe acontecesse, pois já estava cercado por ouvintes do programa, colocou o gravador sobre a mesa de som e a fita no lugar adequado.
Entretanto, percebi após a abertura do programa que ele telefonava para alguém. Claro, temeroso de que alguma penalidade lhe fosse imposta pela direção da rádio por usar o gravador em programa "não autorizado", informou a um dos donos da emissora o ocorrido...
Estúdio cheio, gente na técnica e surge seu Dantas, a implicância em pessoa, e de saída me pergunta o que estava havendo. O que aquela gente toda estava fazendo ali. Informei que estávamos dando um furo, um dos maiores pianistas de Jazz estava participando do programa e "aquela gente" era parte da audiência que o programa possuía. Não satisfeito, foi para a Secretaria voltando logo depois com um papel datilografado que me entregou ordenando que eu lesse na hora. Era um aviso fúnebre, naturalmente forjado com o intuito de atrapalhar o programa. Soado o gongo, anunciei: "Uma nota: a familia do senhor fulano de tal comunica o seu falecimento e convida parentes e amigos para o seu sepultamento, que será realizado amanhã no cemitério do Maruhy às 16 horas. Comunicamos o falecimento do sr. fulano de tal".
Assim que o gongo soou fechando a comunicação, entrei da seguinte maneira:
"Bem, agora vamos ao que interessa. Jazz de primeira com Horace Silver nos honrando com sua presença". Então, fiz a entrega da salva de prata que ele, emocionado, agradeceu. E foi uma hora de Jazz mostrando faixas dos diversos álbuns de Silver que eu já possuía.

O "AFTER HOURS"
Saímos da rádio e fomos comer qualquer coisa e continuar o papo. Lembro-me bem que Silver, entre outras coisas, tinha preferência pelo saxofonista Hank Mobley, que achava insuperável e teceu admirações ao trompetista Clifford Brown. Chegamos ao "Braseiro", uma pequena churrascaria, onde mastigamos um tira-gosto e tomamos cerveja. Silver, entretanto, só quis guaraná, bebida pela qual se apaixonou. Dali fomos até a leiteria Brasil (hoje já não existe), porque Silver queria comprar uma lata de goiabada para levar para o pai. Queria também fumo de rolo mas, naquela hora seria difícil encontrar.
De repente, tive uma idéia. Surpreender Mr. Jones, (Raymundo Flores da Cunha), um dos integrantes do Clube dos Saúvas, levando Silver até sua casa. O pianista topou a idéia e lá fomos nós rumo à Rua Nóbrega, acordar o velho. Toquei a campainha e Mr. Jones, pela janelinha, perguntou quem era. Informei que éramos nós, levando uma novidade. Irritado, abriu a porta vestido com paletó de pijama e cueca "samba-canção". Olhou para cada um de nós (éramos seis) e ao dar com Horace Silver em sua casa, ficou elétrico. Foi para o quarto mudar de roupa, veio vestindo a calça pelo meio da sala e procurou em sua vasta discoteca um álbum para que Silver autografasse. Tão nervoso estava que deu ao pianista um album dos "Lighthouse All-Stars" para o autógrafo, que Silver, sorrindo, assinou. Quis ligar o som mas, impedimos que sua "máquina" fosse ligada, devido ao adiantado da hora. Em seguida nos despedimos e fui levar Silver e Leonardo Lenine de Aquino até as barcas, para o retorno ao Rio de Janeiro.
Quando ficaram prontas as fotos tiradas durante o programa, fiz cópia das melhores e enviei a Silver. Dias depois recebia pelo correio os dois últimos LPs gravados por ele para a Blue Note.

Foi essa a primeira grande façanha do programa "O Assunto é Jazz".

JAZZ ROOTS - Ótimo complemento para a série "MUSEU DE CERA"

10 dezembro 2006

Para os que vem acompanhando a sensacional série "MUSEU DE CERA", do Mestre MaJor, o site Jazz Roots poderá servir de bom complemento.

MUSEU DE CERA # 9 – BENNY GOODMAN

Benjamin David Goodman nascia a 30/maio/1909 em uma família judaica de origem russa, muito pobre, em Chicago. Seus rudimentos musicais foram adquiridos na Kehelah Jacob Synagogue com apenas 10 anos. Interessou-se pelo clarinete recebendo lições de Franz Schoepp um clarinetista clássico. Aos 12 anos de idade quando cursava a Harrison High School em Chicago, associou-se aos músicos de jazz do grupo conhecido como Austin High School Gang reunindo Budd Friedman, Jimmy McPartland, Frank Teschemacher, Dave Tough, dentre outros. Suas maiores influências ao clarinete foram Johnny Dodds, Jimmie Noone e Leon Roppolo, naturalmente os maiores àquela época.

Foi em uma apresentação em que Goodman imitava Ted Lewis, clarinetista e showman, que Ben Pollack o contratou para sua banda em 1925. A 17/dez/1926 grava seu primeiro solo em He's The Last Word ainda um tanto insípido e tímido. Em 1928 Pollack seguiu para New York e Goodman permaneceu com ele até setembro de 1929. Daí em diante até 1934 passa a músico free-lancer com trabalhos para o rádio, gravações de estúdio com Red Nichols, Ben Selvin, Ted Lewis, Tommy e Jimmy Dorsey, Johnny Green e Paul Whiteman, e na Broadway com as revistas Strike Up The Band (1930) e Girl Crazy (1931), ambas de George e Ira Gershwin. Suas importantes associações com o produtor John Hammond e o pianista Teddy Wilson se iniciaram durante este período.

Em 1934 Benny congregou sua primeira big band, contando com excelentes músicos como Bunny Berigan ao trompete, Jess Stacey ao piano e Gene Krupa à bateria, aliado a alguns magníficos e sofisticados arranjos de Fletcher Henderson. A “Era Swing” estava nascendo e da qual a Benny Goodman's Big Band foi uma das mais sólidas .
Por influência da escola Chicago Benny executava o clarinete ao estilo dixieland com grande técnica e habilidade na articulação do fraseado, seguindo os avanços conseguidos por Sidney Bechet e Barney Bigard, cria então, um estilo bem pessoal muito seduzido pela velocidade de execução, contudo mantendo sempre a preciosidade musical, enfim um virtuose de extrema qualidade.

Em outra seção do Museu vamos apresentar o início da swing big band de Benny e agora podemos ouví-lo no extraordinário That's A Plenty onde mostra suas virtudes técnicas e jazzísticas. Ótimo apoio do piano de Stitzel com direito a um pequeno solo de 12 compassos e Conselman à bateria mostrando os ensinamentos adquiridos de Gene Krupa.

That's A Plenty (Lew Pollack / Ray Gilbert) – Benny Goodman (cl e líder) – Mel Stitzel (pi) e Bob Conselman (bat). Gravação original: 13/jun/1928 – Chicago - VOCALLION 15705 (mx C2006) – Fonte: LP – The Rare BG 1927-29 - Sunbeam Records SB 112 – 1972 – USA.


Clique para ouvir That's A Plenty

HOMENAGEM A JAY McSHANN

09 dezembro 2006

James Columbus McShann foi um pianista de blues e swing, bandleader e cantor. Nascido em Muskogee, Oklahoma em 12/01/1916, iniciou sua carreira profissional em 1931 indo depois para Kansas City em 1936 quando monta sua big-band e em 1937 contrata Charlie Parker em seu primeiro emprego ficando com ele até 1942.

Embora seu currículo incluísse swing e blues a maioria de suas gravações é de blues, sendo uma das mais populares Confessin' The Blues. Após a 2a. Guerra McShann tornou-se líder de pequenos grupos de blues e de 1949 até 1969 se apresentou com certa obscuridade em pequenos clubes. A partir daí retornou para as gravações tornando-se muito popular como pianista e cantor de blues e depois dos 80 anos raramente se apresentava na área de Kansas City. Em 7 de dezembro de 2006 faleceu no St. Luke's Hospital em Kansas City.


Jay "Hootie" McShann encarnou o próprio estilo do jazz e blues de Kansas City ao contribuir para o blues em sua forma pianística, dominando a utilização dos riffs e a flexibilização do ritmo onde os 4 tempos do compasso são expressos de maneira igualmente acentuada o que produz um enorme equilíbrio ao swing, ou seja o balanço da execução.

Confessin' the Blues (McShann, Walter Brown) - Jay McShann (vocal e piano); Paul Quinichette, Buddy Tate (st); Joe Newman (tp); John Scofield (guitarra); Milt Hinton (baixo); Jackie Williams (bat). Fonte: LP - The Last Of The Blue Devils - ATLANTIC #SD 8800 - 1977

Clicar para ouvir Confessin' The Blues

2@@7 CHEGANDO !!!!

08 dezembro 2006

Estamos próximos do final de mais um ano, mas antes disto ainda tem alguns temas a serem lembrados...

* Stanley Jordan volta ao Rio de Janeiro neste final de semana
* O Espaço Victor Assis Brasil, na Lagoa (RJ) terá show na tarde de domingo, com homenagens a Victor, lembrado por músicos como João Carlos Assis Brasil e Luiz Avellar ao piano, José Staneck na Harmônica, Marcelo Martins ao sax, e o Nosso Trio, composto por Nelson Faria (violão), Ney Conceição (baixo) e Kiko Freitas (bateria)
* Está na hora de começarmos a pensar nos melhores do ano, e nos encontrarmos num final de tarde tal como em 2005 no Leblon

Bem, desde já gostaria de desejar a todos os Cjubianos, amantes do Jazz e da boa música, que tenham um ótimo Natal e um 2007 com muita Saúde, muita Paz, muita Harmonia, e possamos cada vez mais ouvir e assistir o Jazz, uma forma de se tocar a música.

Beto Kessel

MORREU JAY McSHANN !

Não quero ser portador apenas e notícias fúnebres mas a importância da perda nos coloca de volta ao assunto. Foi Mestre Raffa que me informou sobre o passamento de Jay McShann, honra e glória do Jazz de Kansas City, ocorrido em 7 do corrente. O pianista e maestro contava 90 anos de idade. RIP
llulla

- STAN GETZ E A CONTROVÉRSIA DO SOM COOL DE SAX-TENOR -

05 dezembro 2006

O saxofonista-tenor Stan Getz despertou a atenção dos críticos quando gravou o clássico “Four Brothers”, de Jimmy Giufre, com a orquestra de Woody Herman, em dezembro de 1947, tendo por companheiros na seção de saxes Zoot Sims e Herbie Steward (sax-tenor) e Serge Chaloff (sax-barítono). Essa gravação ficou famosa por ser o primeiro documento fonográfico em que quatro saxofonistas criaram uma sonoridade coletiva uniforme, mais contida e mais cool, ficando conhecidos como os Four Brothers.

Um ano depois, em dezembro de 1948, ainda com Woody Herman, veio a consagração definitiva de Getz através do seu memorável solo em “Early Autumn”, de Ralph Burns, plágio da velha canção “Something Sentimental”, grande sucesso na voz do maestro Vaughan Monroe no início dos anos 40. Os comentários sobre seu solo elogiaram sua sonoridade pura, sem vibrato e bastante intimista. Prestigiado pela crítica e parte dos músicos, abriram-se as portas do sucesso e da fama para Getz, então com 21 anos, recebendo a alcunha de “The Sound”, dando a ele o crédito por introduzir o novo som de tenor no jazz moderno.

Entretanto, verifiquemos atentamente a origem daquela sonoridade que passou a ser o modelo para os jovens saxofonistas. Getz recebeu o crédito, porém não foi ele quem criou o som cool do sax-tenor moderno.

Vamos objetivamente aos fatos. Façamos uma revisão da obra inicial de Getz. Antes de tocar com Woody Herman, ele gravou quatro temas para a Savoy, em 31 de julho de 1946, com Hank Jones (piano), Curley Russell (baixo) e Max Roach (bateria): “Opus de Bop”, “Runnin’ Water”, “Don’t Worry About Me” e “And the Angels Sing”. Sua sonoridade volumosa e seu ataque bastante agressivo são muito semelhantes ao estilo de Dexter Gordon e Morris Lane daquele período - pelos quais parece ter sido influenciado - contrastando frontalmente com seu solo de um ano e cinco meses depois em “Four Brothers”. Ninguém poderia imaginar que sua sonoridade se modificaria tão drasticamente.

No reverso da medalha, vejamos quem introduziu a sonoridade cool do sax-tenor no jazz moderno. É suficiente ouvirmos o solo de Herbie Steward (companheiro de Getz na banda de Herman) em “Introspection”, gravado em 15 de outubro de 1946, no álbum “Jazz Scene”– apenas dois meses e meio após as gravações de Getz para a Savoy – para perceber a diferença abissal entre as sonoridades de ambos e atestarmos, sem qualquer tênue sombra de dúvida, que Steward introduziu o som cool do sax-tenor no jazz moderno.

Coda: considerando as provas auditivas e suas respectivas datas de gravação, outra conclusão lógica é que Herbie Steward influenciou Stan Getz, fato jamais mencionado em livros, artigos ou comentários na imprensa jazzística.

Raf

P.S. Insisti na expressão "som cool do sax-tenor no jazz moderno" porque, como todos sabem, Lester Young criou a sonoridade cool do instrumento na Era do Swing, principalmente nas baladas.
A propósito, a grande maioria dos tenoristas revelados nos anos 40 e 50 foram influenciados por Lester "Pres" Young: Herbie Steward, Stan Getz, Zoot Sims, Al Cohn, Brew Moore, Jimmy Giuffre, Wardell Gray, Allen Eager, Dexter Gordon, Gene Ammons, Phil Urso, Dave Pell, Bill Perkins, Richie Kamuca, Bill Holman, Jay Migliori, Joe Romano, Don Rendell, Don Lanphere, etc, etc, etc, a lista é longa.

minha homepage: www.bjbear71.com/raffaelli/jose.html

TIM FESTIVAL 2006 (CLUB) - 27.10.2006 - MARIA SCHNEIDER JAZZ ORCHESTRA – @@@@@

04 dezembro 2006

Por Gilberto Brasil, especial para o CJUB

Numa única palavra: Magnífico! Fechando a noite do Palco Club no primeiro dia do TIM Festival, Maria Schneider, em apenas 4 temas, apresentou toda a diversidade de seu talento. Viajando dos jardins de Minnesota aos “mares” da Lua, ou da Andaluzia aos céus do Rio de Janeiro, fomos envolvidos por temas criativos, arranjos, texturas e harmonias inovadoras.

Apesar da orquestra ser em si o grande “instrumento” da maestra, Maria Schneider abre generosos espaços para seus solistas, porém sem abandoná-los, pois são acompanhados por ensembles ora delicados e pontuais, ora crescentes até climaxes eletrizantes.

Em Concert in the Garden, destacou-se a conversa permanente entre o piano (Frank Kimbrough) e o acordeão (Gary Versace), com tema e improviso entrelaçados de forma tão sutil que quase imperceptível.

Em El Viento, peça com inspiração flamenca, por trás dos solos do trombonista Vince Gardner (denso e vigoroso) e do trompetista Jason Carter (a la Ferguson), ambos novatos na banda, riffs crescentes dos 3 naipes de sopros foram o toque Big Band do concerto.

Sea of Tranquility é um presente de Maria ao melhor barítono da atualidade, Scott Robinson, que, à frente da orquestra, levou a platéia da Terra à Lua, apoiado num colchão sonoro sofisticado.

Ingrid Jensen (flugel) e Bob Shepard (tenor), em inspirados solos, voaram da Pedra da Gávea às areias de São Conrado em Hang Gliding, composição dedicada ao Rio de Janeiro, cujo arranjo traduz em sons os movimentos de uma asa delta.

No bis, com músicas e presença de Ivan Lins, destaque para os lindos arranjos e o ótimo solo de Gary Versace em Lembra de Mim, encerrando o show.

Não podemos deixar de ressaltar o trabalho espetacular da cozinha da orquestra, com solos de transição do guitarrista Ben Monder e atuação impecável de Greg Hutchinson, na bateria.

Maria Schneider alcançou o State of Art em Jazz Orchestra, e ouso afirmar que superou seus mestres, Gil Evans e Bob Brookmeyer. De fato, ela vem ampliando as fronteiras do Jazz.

Testemunhamos o “futuro” no presente.

A orquestra volta aos estúdios em janeiro, para gravar seu próximo cd – Sky Blue –, certamente uma nova viagem ao inexplorado.

Bravo, Maria !


(Gilberto Brasil é, há décadas, colecionador e estudioso do Jazz, e transformou-se na maior autoridade brasileira na carreira e obra da band leader Maria Schneider, de cuja amizade pessoal priva desde vários anos)

MENÇÃO EM DIRETÓRIO

02 dezembro 2006

O diretório brasileiro "Sobre Sites" incluiu o CJUB em seu diretório, sob a aba "Jazz em Português". Até agora constavam ali alguns outros sites, inclusive alguns d'além-mar, mas faltava a menção ao nosso.

A lamentar, apenas, que dentro do bem pequeno resumo sobre nossas atividades, apenas dois Mestres - do timaço dos Seis Monstros Residentes - tenham sido mencionados. Acredito que por mera falta de espaço, já que na cobrança "amigável" que fiz semana passada ao Emerson Marques Lopes, seu atencioso editor, sobre a nossa ausência do guia mesmo sendo um dos - pelo menos - mais antigos, fiz questão de mencionar nominalmente todos os craques que batem um bolão por aqui. Menos o Bené-X, que ainda precisa "envelhecer" um pouco mais, quem sabe num barril de carvalho francês... para adoçar o discurso. Mas já já chega lá.

Abraços,