Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

BELA NOTÍCIA DIRETAMENTE DO SITE "ABOUT".JAZZ

29 maio 2006

[Segundo o articulista John Matouk, do site About.jazz, há uma novidade muito quente chegando ao mercado no mês que vem. Em tradução livre, vejam a reprodução da bomba.]

Mosaic Records Edita Gillespie Inédito

A gravadora Mosaic Records, especialista em jazz e afamada por suas edições em caixas de luxo, vai soltar The Verve & Phillips Dizzy Gillespie Small Group Sessions (com 7 CDs) em Junho. Grande parte das músicas será disponibilizada pela primeira vez em CD e algumas delas pela primeira vez em qualquer tipo de mídia.

Todas as gravações pertencem a um período extremamente criativo da carreira de Gillespie. Enquanto que a maioria dos discos de Dizzy pela Verve era de formações estelares ou de momentos com big-bands, ele também gravou com seu quinteto de 1954 - com Hank Mobley-, com um octeto em 1957 com Gigi Gryce e Benny Golson, o quinteto de 1959, com Les Spann e Junior Mance e um concerto ao vivo em 1961 com Leo Wright.

No ano seguinte, Dizzy assinou com a [gravadora] Phillips, onde fez seis albuns com suas bandas de trabalho, onde apareceriam primeiro Wright e Lalo Schifrin e depois James Moody e Kenny Barron.

Há amostras de 30 segundos disponíveis no site da Mosaic Records .

Para aqueles que não estão interessados em dispender muito dinheiro pelas caixas, a Mosaic está produzindo uma série chamada Mosaic Singles composta de discos individuais que são embalados com a alta qualidade do selo. Há disponíveis: Duke Ellington's Spacemen - The Cosmic Scene, de Duke Ellington e Art Blakey & The Jazz Messengers - Hard Bop.

Outros artistas em oferta incluem J.J. Johnson, Charles Lloyd, and Bud Freeman.



(A foto é cortesia da Mosaic Records.)

SOPRO CARIOCA QUE AMPLIA AS FRONTEIRAS DO JAZZ

28 maio 2006

A máxima de que a melhor saída para o músico brasileiro é o Galeão já era uma realidade quando, em 1970, o trompetista carioca Claudio Roditi trocou o Brasil pelos EUA. Quase quatro décadas depois, ao completar, hoje, seus 60 anos, Roditi faz um balanço e garante que não tem por que lamentar a sua decisão.

O que me moveu foi a necessidade de ampliar horizontes, de estudar, não pensava em questão de mercado maior ou menor para a música instrumental — responde, por telefone, Roditi, de sua casa em Newark, perto de Nova York.

Roditi foi estudar na famosa escola de música de Berklee, onde reencontrou o saxofonista Victor Assis Brasil. Sem um plano de vôo definido, o jovem trompetista foi estendendo sua estadia nos EUA. Prosseguiu sua formação na Escola de Música Contemporânea e, no que é fundamental para jazzistas, a partir de 1976, integrou-se à efervescente cena de Nova York. Logo estava tocando ou gravando com, entre outros, Horace Silver, Mongo Santamaria, Joe Henderson, Charlie Rouse, McCoy Tyner, Paquito D’Rivera, Herbie Mann, Tito Puente. A partir de 1989, foi um dos integrantes da United Nation Orchestra, liderada pelo trompetista Dizzy Gillespie — um dos inventores do bebop e também um dos responsáveis pela abertura do jazz aos ritmos afro-latinos. Com a orquestra de Gillespie, por sinal, Roditi esteve no Brasil, participando de uma edição do Free Jazz Festival, no antigo Hotel Nacional. E mesmo depois da morte do líder, seu legado permanece no projeto Dizzy Gillespie Alumni All-Star Big Band, grupo-tributo liderado por Jon Faddis do qual Roditi também faz parte.
Nesse trajeto, sem deixar de continuar brasileiro em sua música, Roditi se transformou num autêntico jazzman .

Na verdade, hoje, Claudio Roditi é um músico de jazz melhor que muitos dos jazzmen americanos — dá seu aval Jessé Sadoc, o jovem trompetista carioca que é considerado no Brasil o melhor no seu instrumento na atualidade.

O crítico José Domingos Raffaelli, que conheceu Roditi assim que ele entrou no grupo de Victor Assis Brasil, em 1967, faz coro : Foi suficiente ouvir os primeiros compassos de uma improvisação dele para perceber que desabrochava um talento. Com a gravação do histórico LP “Trajeto”, pelo sexteto de Victor, Claudio estabeleceu as diretrizes do seu destino.

Além das participações em trabalhos de outros artistas, Claudio Roditi tem 17 discos em seu nome. O último deles, Reflections, editado no ano passado na Alemanha, é o terceiro gravado pelo trio que forma ao lado do baixista belga Jean-Louis Rassinfosse e do pianista alemão Klaus Ignatzek — este, o organizador de um grande show em Munique, em comemoração aos 60 anos do trompetista brasileiro. Entre os músicos que se juntarão nesse tributo a Roditi estão John Lee (baixo), Frank Green (primeiro trompetista da Dizzy Gillespie All Stars) e Jay Ashby (trombone).

Recebo essa homenagem com muita emoção e prazer — diz Roditi, que vai unir festa e trabalho. Habitualmente, passo boa parte dos verões do Hemisfério Norte na Europa, onde acontecem muitos festivais de jazz.

Apesar dos 36 anos longe do Rio, com eventuais apresentações aqui — em janeiro passado, ele tocou na Modern Sound e no quiosque Drink Café — a música brasileira é um ingrediente forte. Seja na recriação de clássicos da bossa nova — o que fez em Double standards, de 1997, que incluiu pérolas jobinianas como “Desafinado” e “A felicidade” ao lado de standards do jazz como “So what” (Miles Davis) — ou em incursões pelo universo do choro, no álbum do saxofonista cubano Paquito D’Rivera Brazilian dreams.

Há muitos pontos de contato entre o jazz, o choro e também a música cubana. Paquito, que se apaixonou pelo choro, mostrou-me certo dia uma composição cubana que parecia Pixinguinha — conta.

O Brasil também entra nas composições de Roditi. O disco Samba Manhattan Style, que lançou em 1995, trazia três temas seus.
O universo da canção também me atrai, eu tinha alguma insegurança, guardei por muito tempo minhas composições, mas agora vejo que é hora de mostrar, e também quero botar letras, acho que é outro canal a ser explorado — conta Roditi, cheio de planos, mostrando que a vida também recomeça aos 60 anos.

Transcrição do texto de Antônio Carlos Miguel
Jornal O Globo - Segundo Caderno, 28/05/2006

MICHAEL BRECKER News

26 maio 2006

Novas notícias do saxofonista Michael Brecker.

Seu estado de saúde ainda inspira cuidados visto que o resultado do transplante realizado não foi como esperado. Porém, hoje, Michael recupera-se em casa, já pode tocar de forma moderada, em intervalos regulares, e passa mais tempo ao lado da família e amigos.

Como um breve histórico, Michael Brecker sofre da chamada Síndrome Mielodisplásica que se caracteriza como uma proliferação clonal das células da medula óssea, isto é, a medula óssea para de produzir células saudáveis e tem como consequências o sangramento exagerado e a dificuldade do organismo combater infecções, o que pode levar a leucemia.

A esperança de cura é através de um transplante de medula, a qual Michael submeteu-se em janeiro deste ano.

Michael Brecker fez 57 anos em 29 de março.

Este sax não pode calar ! Torcemos por sua recuperação.


WAGNER TISO E ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA

25 maio 2006



A série da Orquestra Petrobras coordenada por Wagner Tiso, que vem trazendo aos palcos da cidade os maiores nomes da música popular brasileira em roupagem sinfônica, estará em sua segunda edição 2006 na quarta, 31 de maio, às 20h, na Sala Cecília Meireles.
Desta vez Wagner traz à cena no Rio de Janeiro o compositor e pianista Egberto Gismonti, que nunca se apresentou com orquestra sinfônica no Rio de Janeiro, apesar da sofisticação e diversidade harmônica de seu trabalho.

Além de Egberto, que toca cinco temas seus sob a regência de Jaques Morelenbaum Música de Sobrevivência, 7 Anéis, A Fala da Paixão, Frevo e Forrobodó – esta edição traz como convidados especiais o violoncelista Hugo Pilger, líder de naipe da Petrobras Sinfônica e um dos mais requisitados instrumentistas de cello do país; o pianista Leandro Braga e Jaques Morelenbaum como regente, dividindo a batuta com Wagner Tiso.

Desde o início, em 2003, a série MPB&Jazz vem sistematicamente mostrando o trabalho de grandes músicos que são convidados a orquestrar como Paulo Aragão, do Quarteto Maogani, Hamilton de Holanda e Vitor Santos. Cada edição convida também um músico da orquestra para demonstrar o virtuosismo como solista dos integrantes da Petrobras Sinfônica. Outra linha de trabalho da série é o resgate de orquestrações de mestres brasileiros como Radamés Gnattali, Pixinguinha e Léo Peracchi.

O local : Sala Cecília Meireles, Largo da Lapa, 47 – RJ - Tel 2224-4291
A data : Quarta, 31 de maio, às 20h
Ingressos : R$ 15 e R$ 7,50 (meia entrada)

UM NOVO COLABORADOR? CHEGA MAIS, MALOOKA

Tivemos o prazer de ter, em nossos dois últimos almoços, a presença do dublê de cantor e aficionado pelo jazz Carlos Monteiro - a.k.a., artisticamente, como Carlos Montes - que, interessado por boa música há bastante tempo e incentivado pelo nosso Sazz, resolveu aparecer e já virou um frequëntador.

O Carlos, em certos meios cibernéticos também conhecido pelo codinome Malooka - que tem toda uma história divertidíssima associado a si - passou quase que instintivamente a corresponder-se com os membros do blog e vem enviando algumas notícias que são importantes e que acho que deveríamos partilhar com os leitores em geral.

Nesta, ele dá conta de um tributo de Slide Hampton ao nosso grande Maestro Jobim, com a presença de músicos bastante importantes do panorama jazzístico americano, com destaque para os trompetistas - Hargrove e Pelt; e Urcola, este argentino, com bom trânsito na matriz. Assim como o também argentino Andres Boyarsky, que toca os saxes tenor, alto e soprano com boa desenvoltura. Notável, igualmente, a presença de uma cozinha totalmente brasileira, com o baixo do Nilson Matta, a bateria de Adriano Santos e mais um percussionista, uma ótima opção para um pulso adequadamente brasileiro para homenagear ao Tom e sua obra.

Desconheço os demais integrantes da banda e peço aos confrades que os conheçam que, se possível, somem comentários sobre eles.

Ao Carlos "Malooka", o nosso agradecimento pela contribuição e o pedido para que continue nos mandando outras.

NOVO TRABALHO DE LENY ANDRADE E ROMERO LUBAMBO

23 maio 2006

Gravado em NY há 2 anos, saiu da gaveta mais um trabalho em duo da Leny Andrade com o violonista Romero Lubambo.
Lua do Arpoador está sendo lançado no Brasil pelo selo Biscoito Fino.
Bom, ouvi e gostei.
Primeiramente, porque Romero Lubambo está reinando absoluto no violão improvisado, muitíssimo bem harmonizado e arranjado. E Romero neste formato de duo já deixou sua marca em outros projetos com Mauro Senise, Lica Cecato, Rildo Hora, Cesar Camargo Mariano e a própria Leny Andrade quando lançaram juntos em 1994 o cd Coisa Fina.

Leny é a voz da bossa. Seu timbre grave, vigoroso, é sempre uma referência e aqui está em forma absoluta. Alias, Leny é única cantora que tem uma semana reservada anualmente na agenda do Blue Note de NY.

Neste novo trabalho, temas como Influência do Jazz (Carlos Lyra), como disse Leny de uma forma "que você nem imagina", Triste (Jobim) em um andamento mais rápido, Mandingueiro (Aldir Blanc) e Bluesette (Toots Thielemans) fazem o ponto alto do disco em versões contagiantes. Aliás, a versão para Bluesette é um show a parte, Leny esbanjou categoria no vocalise e em todo o trabalho o violão de Romero Lubambo foi a combinação perfeita, não só na base, essencial neste formato de duo, como nos improvisos, simplesmente solo.
E Leny Andrade foi muito enfática, "ele toca fogo mesmo", diz ela.

Vale conferir !

PASSAPORTE CARIMBADO

21 maio 2006

St. Lucia é uma ilha caribenha. A época pré furacões propicia a promoção de festivais de música. Não havia como perder a programação jazzistica. Além das fantásticas bandas de steel drums o festival contou com a presença de Winton Marsalis, Monty Alexander, Kenny Garrett, Carl Gustave, Luther Vandross, Malba Moore, Stanley Jordan, Sisterhood. Patrocinado pelo nosso conhecido Nescafé, a ilha ficou crowded, dias de muito sol, excelente temperatura e muita música.

A pergunta que paira no ar: onde estão os festivais de jazz do Rio de Janeiro?

Manim

UMA SEMANA DE HONRAS PARA DAVE BRUBECK

19 maio 2006

Quando Dave Brubeck comemorou seus 85 anos em 6 de dezembro último, ele disse que seu objetivo principal a partir de então era fazer 86. E ele está fazendo por onde. Em seu 86o. ano de vida, ele anda muito ocupado, com uma agenda bastante intensa de compromissos.

Em 20 de maio ele estará em Stockton, CA para receber da University of the Pacific o prêmio denominado President's Medal of Achievement. Brubeck foi aluno da classe de 1942.
Nesta mesma cerimônia, o ator e diretor Clint Eastwood, chairman do Brubeck Institute of Pacific, também será homenageado como Honorary Doctorate of Fine Arts.

O prêmio denominado President's Medal at University of the Pacific é reservado àqueles que demonstraram em sua vida e em seu trabalho altos padrões de excelência na atividade criativa, desenvolvimento profissional e comprometimento para o desenvolvimento da sociedade.
Após esse evento, Brubeck e sua esposa Iola, também aluna da Pacific, voam dia 21 para South Bend, IN, onde receberá o Laetare Medal, descrito como o mais prestigioso prêmio dado a um católico americano pela University of Notre Dame. Neste, Brubeck retribuirá com um concerto de piano solo na cerimônia de premiação.
Estabelecida em Notre Dame em 1883, o Laetare (Latin) Medal é premiado anualmente para um católico a quem é reconhecido como gênio envolvido nas artes e ciências.

E não acaba por aí, Brubeck esteve na última semana em Sacramento, CA, onde foi homenageado pela California State Senate. E a cidade de Concord, CA, em seu aniversário, aproveitou a comemoração para anunciar que sua Concord Boulevard Park será renomeada para Dave Brubeck Park.

Pos é, o mais jovem dos 3 filhos de Howard e Elizabeth Brubeck, um pianista clássico e uma professora, Dave Brubeck foi reconhecido como um pianista prodígio já aos 4 anos de idade. Quando a cidade de Concord promoveu seu festival de jazz nos 60', lá estava ele no palco. Naquele tempo ele se tornara o primeiro artista de jazz com um hit - Take Five - ao lado de Paul Desmond e o primeiro a vender 1 milhão de discos com o album Time Out.

Seguida a sua semana de prêmios, Brubeck retorna a sua rotina de apresentações. Em 21 de junho em NY, Dave Brubeck Quartet fará uma rara apresentação com uma big band no JVC Jazz Festival no Carnegie Hall. Em 25 de junho, estará no Saratoga Performing Arts Festival e depois nos festivais de Toronto e Newport Jazz.
Em 17 de setembro, Brubeck retorna a um palco muito familiar, o Monterey Jazz Festival, onde ele se apresenta desde 1958. Lá, ele fará a estréia de seu último trabalho, Cannery Row Suite, baseado na novela de John Steinbeck ao lado de sua frequente colaboradora e companheira, Iola Brubeck.

UNINDO O ÚTIL AO AGRADÁVEL

17 maio 2006

Assim diz o dito popular.

E foi com essa intenção que no final de 2005 Pat Metheny e Brad Mehldau reuniram-se em uma longa conversa e chegaram à conclusão de que precisavam realizar um trabalho juntos.

Da idéia ao fato, encontraram-se em NY por uma semana, cada um chegando cheio de arranjos e um vasto material de novas músicas escritas para esse encontro, ao lado de outras velhas músicas de ambos. Os seis dias resultaram no que Pat Metheny chamou de "uma das mais inspiradas e enriquecedoras uniões já experimentadas".

Não à toa, Pat Metheny atribui só elogios a Mehldau, e o define como "um dos pianistas mais empolgantes desde Herbie Hancock".

Pois é, a química foi tanta que já se programaram para, na primeira metade do próximo ano, 2007, realizarem shows em formato "duo" Metheny/Mehldau, e em trio ao lado de Larry Grenadier, já parceiro de palco de Pat Metheny em outros projetos, e do baterista Jeff Ballard.

Aguardamos ansiosamente!

HOJE É DIA DE MISTURA FINA

Relembrando post anterior do Mauro, ficam convocados todos os amantes de JAZZ & BOSSA para que estejam nesta noite no Mistura Fina...

IDRISS BOUDRIOUA (Sax Alto) lidera um grupo de feras,com DARIO GALANTE (piano), SÉRGIO BARROSO (Baixo), RAFAEL BARATA (Bateria)JESSE SADOCK (Trompete), ALEXANDRE CARVALHO (Guitarra), MARCELO MARTINS (Sax Tenor) e ALDIVAS AYRES (Trombone).

Para quem esteve em Outubro último no CJUB DREAM NIGHT, na noite em que homenageamos JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI, trata-se de uma chance de rever música de qualidade.

Já que falamos de música de qualidade, no mesmo Mistura Fina, estarão tocando esta noite no Piano Bar outros músicos de primeira...

KIKO CONTINNETINO, ao Piano, PAULO RUSSO ao baixo e NEGUINHO, na Bateria e Trompete.

Como disse bem o Mau Nah, não é um evento do CJUB, mas poderia ser, tal o nível dos músicos que participam...

E depois ainda dizem que não há boa música em cartaz...

Há sim, basta um bom local, ótimos músicos e boa divulgação.

Abraços

MESTRE LOC NO JB DE ONTEM

16 maio 2006

Para aqueles que não puderam ler, segue a coluna do nosso Mestre LOC publicada no JB desta segunda-feira. Como sempre, informativa e atual.

QUEBRANDO BARREIRAS

12 maio 2006

Nos circuitos de jazz americano ou em qualquer discussão onde o assunto é jazz, qualquer um que quebre a regra do blues & swing não é muito bem visto.
E foi principalmente isso que o grupo sueco E.S.T. - Esbjorn Svensson Trio - fez quando apresentou sua música baseada na fusão da eletrônica pop, rock, drum´n´bass (ou seja lá o que isso for) e o lirismo clássico, onde algum desses elementos representam uma verdadeira heresia aos mais puristas de jazz.
E é com essa identidade que o E.S.T. liderado por Esbjorn Svensson ao piano, Dan Berglund ao contrabaixo e Magnus Olstron na bateria, vem conquistando espaço na América, berço do jazz, e que está estampada na capa da DownBeat deste mês de Maio.

A reportagem enfoca a dificuldade e o preconceito quando lá estiveram em 2002 e o reconhecimento que a música do Trio tem, e sempre teve, na Europa ao longo dos seus 13 anos de existência.

Particularmente, sou fã do grupo, apesar de suas influências pouco naturais dentro do cenário do jazz, não que eles não as tenham. Ao mesmo tempo, o grupo demonstra uma grande energia em sua música e uma dinâmica e uma sinergia entre os músicos que faz com que suas improvisações fluam de uma forma muito natural, intensa, e que nos leva a um encontro com o que poderíamos chamar de "novo".
Talvez não sejam tão inovadores, mas enquanto outros nomes surgem levantando bandeiras de que fazem uma nova idéia musical, entre outros o Medesky, Martin & Wood, tão badalado, o E.S.T. até que soa bem original.

MORRE O PIANISTA JOHN HICKS

John Hicks, pianista do jazz bop, faleceu na manhã de 9 de maio aos 65 anos após hospitalização vítima de hemorragia interna.
Estudou música na Missouri's Lincoln University, iníciou sua carreira como pianista de blues ao lado de Albert King no final dos anos 50 e em 1963 mudou-se de St Louis para NY, emergindo no cenário do jazz ao lado dos Jazz Messengers de Art Blakey, na big band de Woody Herman, no trio de Betty Carter e como sideman de Freddie Hubbard, Sonny Rollins, Grant Green, Johnny Griffin, Lou Donaldson, Joe Henderson, entre outros.
Hicks começou a gravar como solista e líder nos anos 70, a frente de pequenos grupos de hard bop. Tão bom compositor como executor, teve considerada uma das suas melhores composições Naima's Love Song, do álbum Some Other Time (Evidence, 1981) ao lado do contrabaixista Walter Booker e o baterista Idris Muhammed.
Nos últimos anos, Hicks fez uma série de tributos como Impressions of Mary Lou (Mary Lou Williams), Something to Live For: A Billy Strayhorn Songbook (Ellington and Strayhorn), Music in the Key of Clark (Sonny Clark) e Fatha's Day (Earl Hines).

Sua última apresentação foi no St. Mark's United Methodist Church, em Manhattan, onde, coincidentemente foi o lugar onde fez sua primeira apresentação quando mudou-se para NY em 1963.

www.johnhicksmusic.com

DICK FARNEY, JAZZISTA PIONEIRO NO BRASIL, É O PATRONO DO CJUB JAZZ & BOSSA

10 maio 2006

A primeira vez que ouvi o pianista Dick Farney foi através do rádio, em um programa noturno que a Rádio Nacional transmitia diretamente do Golden Room do Copacabana Palace em apresentação de Murilo Neri.

Era o “Ritmos da Panair”, que durante meia hora encantava os nossos ouvidos com musica de primeira qualidade. Por ali passaram cantoras como Doris Monteiro, Carminha Mascarenhas, Nora Ney, Carmélia Alves, Elen de Lima, Helena de Lima e algumas outras, a parte instrumental defendida pelo conjunto do maestro Copinha, a orquestra de Zacharias e o quinteto de Dick Farney.

Dick sempre fez questão de homenagear seus ídolos e naquela época quem estava em destaque era George Shearing. Pois Dick formou seu quinteto com a mesma instrumentação de Shearing, com Sylvio Viana ao vibrafone, Nestor Campos à guitarra, Galhardo ao contrabaixo e Onestaldo à bateria. A duração do programa, apenas meia hora, raramente permitia que ouvíssemos um número na íntegra. Doía no fundo do peito quando a voz de Murilo Neri interrompia a música, desejando uma boa noite aos ouvintes. Mas o pouco que ouvíamos de Dick já era uma amostra do que viria no futuro.

Tenho ainda hoje um velho 78 rotações da gravadora Continental com o quinteto de Dick interpretando duas obras primas, “João Sebastião Bar”, original de Dick desenvolvido em fuga e contraponto e o samba “Nova Ilusão”, de Luiz Bittencourt e José Menezes, um dos “hits” de seu repertório. Lamentavelmente, o tema “João Sebastião Bar” nunca foi passado para LP e muito menos para CD.

Por sorte, fui conhecer Dick pessoalmente aqui em Niterói. Passou uma tarde inteira na casa de Sylvio Lago, onde nos reuníamos aos sábados para ouvir jazz, tocando e encantando os presentes. Extremamente educado, solícito e gentil, atendia aos pedidos sempre com um sorriso nos lábios ou um elogio à composição. Quando solicitei o tema “Conception”, de George Shearing, sorriu e disse que ainda “não estava pronta”.

Ainda assim, mostrou os primeiros compassos e disse que em breve a tocaria na íntegra. Foi nesse dia que nos mostrou sua intenção de tocar música brasileira, na forma de jazz. Nos apresentou “Copacabana” e “Risque”, temas que incluiria no repertório do álbum “Dick Farney e seu Jazz moderno”, gravado ao vivo no auditório do jornal “O Globo”. “Valsa de uma cidade”, de Ismael Neto, também foi incluída.

Mas, a grande virtude de Dick era a perfeição com que interpretava o jazz. Captara perfeitamente, na forma de improvisar, o bounce, o swing ou o que o nosso saudoso amigo Sylvio Tullio Cardoso chamava de “feeling negróide”. Seu fraseado podia lembrar Nat King Cole, George Shearing ou Dave Brubeck, mas o produto final era Dick Farney.

Sua discografia de jazz prima pela qualidade, desde o primeiro LP de dez polegadas “Jazz Festival”, gravado ao vivo em 5 de agosto de 1956 no Teatro da Cultura Artística de São Paulo com o quinteto de Dick integrado por Casé (sa), Ismael Campiglia (g), Choo Viana (b) e Rubinho (dm), até o CD duplo “Piano Solo”, gravado em sua residência ao lado de amigos, distribuído como brinde de Natal por uma entidade sindical paulista.

Quando esteve nos Estados Unidos, Dick Farney teve a oportunidade de participar do projeto “V Discs”, gravações feitas especialmente para serem distribuidas para as forças armadas. Participou de sete, sendo que o mais interessante foi realizado em duo com o baixista Slam Stewart. O piano de Dick flui tranquilo, tecendo preciosas harmonias para os improvisos de Stewart. “Somebody Loves Me”, “These Foolish Things” e “Worth Ducken” foram os três temas gravados pelo duo. Os demais titulos mostram o cantor Dick Farney, com preciosos acompanhamentos das orquestras de Ray Bloch, Charles Lichter e Arther Godfdrey. E é importante notar que Dick foi o único artista brasileiro a gravar para os VDiscs.

Embora sua discografia mostre muito mais o lado do cantor, os poucos albuns de jazz que gravou com seus conjuntos são pequenas obras primas. Alguns concertos ao vivo foram perpetuados em vinil mas poucos foram passados para CDs.

No final da vida Dick tornou-se um homem amargo, triste e abatido pelo desprezo com que a mídia o tratou. Não era convidado para participar dos festivais de jazz, suas gravações não tocavam no rádio e as novas gerações não conheciam o seu lado de “pianista de jazz”. A explicação é simples mas absurda. Qualidade passou a ser um defeito e os artistas que ostentavam essa virtude foram banidos dos veículos de comunicação, agora entregues à música descartável, aos modismos e à mediocridade reinante.

Mas, o Dick Farney cantor, divisor de águas na MPB, trouxe consigo a forma intimista de interpretar. Trouxe uma harmonização mais moderna, motivo pelo qual foi quase amaldiçoado pelos sectários, que o acusavam de tentar americanizar nossa música. Mas não estava sozinho. Logo, o amigo Lúcio Alves, Doris Monteiro, Tito Madi, Claudete Soares e mais tarde a turma da “bossa nova” abraçaram a causa.

O Dick pianista foi, indiscutivelmente. o nosso melhor intérprete de jazz. Artista maior, sempre gravou o que quis e quando quis, não se rendendo às eternas conversas de “produtores” para cantar essa ou aquela música. Deixou um precioso legado que, em nome qualidade, deveria não só ser preservado mas divulgado copiosamente nos veículos de comunicação de massa.

Esse, em suma, é o artista que o CJUB, doravante denominado CJUB Jazz & Bossa, recebe de braços abertos como o seu patrono.

Luiz Carlos Antunes - llulla

DICK FARNEY - OPINIÕES

Sobre o nosso patrono, DICK FARNEY, algumas opiniões de gente que pode apreciar sua carreira de perto, para que se tenha diversos enfoques de sua importância:

Segundo Mario Jorge Jacques, autor do Glossário do Jazz:

"Acho que foi em 1961, minha primeira participação em um evento de jazz ao vivo. Teatro Municipal do Rio de Janeiro, adentra ao palco um trio clássico, piano, baixo e bateria e a música começa a fluir. Ouço Risque de Ary Barroso, em soberba interpretação jazzística do tema. O pianista é Dick Farney, no baixo Shú Viana e Rubinho à bateria.

O primeiro contato com música ao vivo é sempre esplêndido, florescente, mas ouvir aquele trio era algo mais, sublime. Outras peças se seguiram e recordo agora através do LP editado pela Prestige com um resumo do concerto - We'll Be Together Again e Um Tema Em Fuga , onde Dick parodiando Bach apresenta um tema desenvolvido inicialmente em fuga, aquele contraponto, e depois, embala em um suingue magnífico em 4/4, o compasso mágico.

Neste dia fui apresentado a Dick Farney , ao seu piano com aquele toque delicado, equilibrado e ao mesmo tempo fulgente, balanço rítmico excepcional, um baladista de primeira como em These Foolish Things e um drive inquietante em Tangerine, obras primas de sua discografia.

Dick em sua carreira conseguiu agradar a gregos e troianos, ou seja, aos nacionalistas com sua fantástica Copacabana com um vocal morno, denso, aos bossa-novistas de plantão e à concepção americana da música através do magnífico jazz. Músico completo, poucos chegaram a este nível.

Grande Dick, muitas saudades, mas o revivo nos seus discos e num excepcional vídeo gravado na TV Cultura de São Paulo, com apresentação do Fausto Canova, em que Dick dotado daquela elegância peculiar, imita o estilo de outros pianistas como Errol Garner, George Shearing e Bill Evans, além de executar o seu próprio, um momento emocionante, hoje preservado por mim em DVD.

Que bom ser Dick Farney o patrono do CJUB, nada mais justo e merecido. Uma figura musical e humana excepcional."

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Segundo Leny Andrade, em depoimento a José Domingos Raffaelli, exclusivo para o CJUB:

"Depoimento de Leny Andrade sobre Dick Farney:

Conheci Dick Farney por volta de 1958 ouvindo seus discos. Em 1962, chegando em casa vi Dick na sala com mamãe Ruth e papai Gustavo. Assustei-me, e, depois do susto, ele disse que viera de São Paulo falar com meus pais a mando do maestro Erlon Chaves, porque este pedira que eu fosse a crooner da orquestra do Dick Farney. Meus pais não conseguiram dizer não àquele gentleman, cujo carisma, simplicidade, forma de andar, de vestir, de falar e de sorrir eram de uma classe irretocavél e ainda cantando daquele jeito e tocando aquele piano chique.

Durante um ano e meio tive a grande honra de dividir o palco com ele, e no meio dos bailes faziamos jam sessions com Claudio Slon, Manuel Gusmão e um vibrafonista que não recordo o nome (Nota: era Altivo Penteado), mas era gaúcho. Eles completavam o quarteto de jazz que tocava durante uma hora e quinze minutos enquanto a orquestra fazia o lanche. Eram 25 pessoas dentro de um ônibus confortável e aquele gentleman nosso chefe cantando todos aqueles standards famosos para um publico enlouquecido.

A orquestra fez uma apresentação no auditório do O GLOBO em uma noite beneficente; este é o unico disco vinil que existe onde tem fotografias da gente no palco. Tive o prazer de ter sido a única crooner da orquestra. Fazíamos cinco bailes por semana. O empresário Waldomiro Saade reuniu a nata dos músicos de todas as orquestras de SP e os contratou pelo dobro do preço para fazerem parte da banda do DICK FARNEY, que foi a maior orquestra que o Brasil já viu... digo isso em termos musicais e estéticos porque, podem imaginar, tudo que tocavámos de musica brasileira, cubana e demais ritmos eram arranjos do ERLON CHAVES, além dos standards e todo o material que Dick sempre sonhou tocar e cantar. Amo Dick como se ele estivesse aqui hoje. É doce pensar sempre nele."

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Depoimento de Johnny Alf, também colhido com exclusividade pelo Mestre Raf, para nós:

"Nat King Cole, George Shearing e Dick Farney foram minhas primeiras influências e ouvia seus discos com muita atenção, apreciando seus estilos de pianistas consumados e inovadores. Conheci Dick Farney quando ele era recém-chegado dos EUA, em 1949, no lendário Sinatra-Farney Fan Club. Ele era simpático, amável e dava atenção a todos. Um dia, sabendo que eu tocava piano e cantava, pediu para eu tocar alguma coisa. Fiquei nervoso porque para mim ele era um monstro sagrado e tentei recusar, mas diante da insistência dele comecei tocando e cantando timidamente. Logo ele me encorajou e criei coragem, melhorando no decorrer da música. Quando terminei, ele me abraçou e me deu a maior força, incentivando para seguir uma carreira profissional porque eu "tinha qualidades", segundo disse. Nunca esqueci aquelas palavras e, todas as vezes que desanimava, lembrava dele e continuava com força redobrada. Dick Farney é um dos meus ídolos inesquecíveis e a ele devo em parte o que consegui na vida artística."

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Mais Dick, agora nas palavras do jazzófilo, pesquisador e colecionador Gedir Oliveira Pimentel, como colhidas pelo Mestre Goltinho:

"Coerência, bom gosto e talento foram algumas das características do pianista e cantor Dick Farney. Filho de um casal de músicos, Dick aprendeu piano clássico desde a infância e cresceu desenvolvendo sua arte com extrema dedicação. Muito jovem, interessou-se pelo jazz e o fez com tanto brilhantismo que era capaz de tocar imitando com perfeição a cada um de seus ídolos Art Tatum, Fats Waller, Earl Hines, Errol Garner, Oscar Peterson, Nat Cole, Bill Evans, George Shearing e Dave Brubeck, entre outros.

Mais tarde resolveu ser cantor, inspirando-se nas vozes de Bing Crosby, Frank Sinatra e Dick Haymes. Dotado de bela voz, afinadíssimo e bem apessoado, fez sucesso no Cassino da Urca, onde atuou por bastante tempo com a Orquestra de Carlos Machado.

Viajou para os EUA várias vezes, tendo ficado por lá alguns anos cantando e gravando, tendo sido o primeiro intérprete do clássico "Tenderly" [tema anos depois imortalizado por Nat King Cole - N. da .E].

No Brasil, cantando em português, tornou-se um intérprete de sucesso a partir da gravação de "Copacabana" (João de Barro e Alberto Ribeiro). Dick foi um dos pioneiros dos festivais de jazz no Brasil onde realizou memoráveis concertos em São Paulo e no Rio, alguns deles preservados em disco.

Elegante e discreto, preocupou-se sempre, sem alarde, em ser fiel ao seu estilo e ao seu público.

Hoje, infelizmente, é ignorado pela mídia e desconhecido totalmente pelas novas gerações, o que é triste e lamentável. Até os festivais mais recentes [Free, Chivas, Tim e outros] ignoraram seu nome quando prestaram homenagens aos antigos ídolos do jazz. Um talento esquecido"

4o. ANIVERSÁRIO DO CJUB - E VAMOS QUE VAMOS

09 maio 2006

Rapaziada e moçaiada, parabéns para nós mesmos, já que hoje comemoramos quatro anos da fundação virtual do CJUB. Nosso trajeto é, até agora, e para dizer o mínimo, sensacional, dadas as restritas condições de emprestimo de tempo dos confrades.

Trocamos aqui muitas idéias, discutimos com leveza ou profundidade mas sempre cordialmente, sobre os temas e as tendências instrumentais ou vocais mais variados e sobretudo, aprendemos muito uns com os outros, e principalmente, aprendemos a respeitar a diversidade de opiniões ou gostos pessoais - mesmo que às vezes, temos de confessar, pareçamos desdenhar do que não seja o verdadeiro jazz - pudemos, enfim, divertir-nos um bocado, e melhor de tudo, fortalecer nossos laços de amizade nesse tempo.

Cada reunião, almoço ou concerto que realizamos ficou e fica registrado na nossa história comum de companheirismo saudável e positivo já que o que nos motiva basicamente são duas coisas de natureza essencialmente enriquecedoras: a boa música e boa amizade.



Então, sob a égide da nossa nova denominação, que prestigia a música que nos move aqui, e se faz então oficializada a partir desta data, cumprimento a todos os CJUBIANOS pela maravilhosa camaradagem que reina nesta Confraria, fazendo votos de que isso possa se perpetuar pelos tempos.

Longa vida ao CJUB!

UM GERSHWIN CLÁSSICO, MICHEL CAMILO (@@@1/2)

08 maio 2006

Michel Camilo (Santo Domingo, 1954) é um pianista que divide opiniões. Há quem o considere um jazzista de intenções duvidosas. Camilo possui muitos admiradores, inclusive no Brasil. De família musical – ele tinha 9 tios instrumentistas - tocava acordeon quando garoto. Aos 16, ficou fascinado pelo piano. Já em Nova Iorque (1979), um de seus temas (Why Not?) virou “hit” nas vozes do Manhattan Transfer, além de uma segunda versão com Dizzy Gillespie. Integrante da banda de Paquito D’Rivera, iniciou carreira solo de sucesso. Seu penúltimo CD (Solo) recebeu críticas entusiasmadas. Em fevereiro (28), lançou o seu mais novo projeto, uma leitura clássica de temas menos populares de George Gershwin. Trata-se de “Rhapsody In Blue”(Telarc). Camilo vem acompanhado pela Barcelona Symphony Orchestra (95-piece), tendo como regente o espanhol Ernest Martinez Izquierdo, outro que se divide entre música erudita e o jazz.
Seria exagero rotular o CD como jazz. Izquierdo manteve as orquestrações propostas pelo próprio Gershwin, inclusive na linda “Rhapsody In Blue”, que abre o disco. O mesmo se repete em “Concerto in F/Allegro”, “Concerto in F/Adágio”, “Concerto in F/Allegro Agitato” e em “Concerto em F/Prelude Nº 2”. O que torna o CD interessante é o ingrediente caribenho sempre presente no estilo de Camilo, mesmo em se tratando de Gershwin. A obra de Gershwin, aliás, é atraente em qualquer circunstância.

PS. “ I’m a big admirer of Gershwin. I always have been. The reason is because he pushed all the boundaries from one musical world to another, and he did it with no fear. I have been trying to do the same with my career, going from jazz to film scores to world beat experiments to guest solo performances with symphony orchestras.” (Michel Camilo)

E FALANDO EM DUDUKA DA FONSECA ...

Conforme matéria aqui publicada sobre o seu novo CD Samba Jazz in Black & White, nosso confrade LOC hoje disserta sobre o disco em sua coluna no Caderno B do Jornal do Brasil.

EXCELENTE PROGRAMA, QUE ATÉ PODIA SER DO CJUB

05 maio 2006

Está endossada a oportuna programação do próximo dia 17 de maio no Mistura Fina, que programou uma bandaça de primeiríssima linha para tocar jazz e bossa-nova. Embora não seja uma produção do CJUB, poderá perfeitamente ter todas as características de uma das nossas, vez que a qualidade dos músicos é ótima.

Não fosse pelas substituições do Maestro Vittor Santos pelo trombonista Aldivas Ayres, a entrada de Marcelo Martins, ótimo tenorista, no lugar do consagrado Daniel Garcia, e a substituição, no contrabaixo acústico, de Paulo Russo por Sergio Barrozo, a banda repetiria a formação que protagonizou a excepcional noite CJUB Dream Night, que sacudiu o mesmo Mistura em outubro de 2004, com as fantásticas interpretações dos acima mencionados - os que foram substituídos na atual formação - mais Jessé Sadoc no trompete e flugelhorn, Dario Galante no piano e Rafael Barata na bateria.

A noite tem tudo para explodir, dada a qualidade da formação. E se depender do apoio desta confraria, a lotação da noitada estará garantida. Todos lá!!!

COMO FOI A TEMPORADA DO QUINTETO DE DUDUKA DA FONSECA NO IRIDIUM, NY, NO INÍCIO DE MARÇO

03 maio 2006

1) Por Nick Catalano (allaboutjazz.com)

Another milestone in the career of Brazilian percussionist extraordinaire Duduka Da Fonseca was achieved last week with a performance at Iridium. The gifted drummer, for over 25 years a first-call sideman for practically anyone recording authentic Brazilian music, celebrated the release of his 2nd CD as a leader. Samba Jazz in Black & White
on the Zoho label features Anat Cohen on reeds, Helio Alves on piano, Guilherme Monteiro on guitars, and Leonardo Cioglia on bass. The session is a straight ahead Brazilian affair recalling the music of Antonio Carlos Jobim (with whom Da Fonseca was associated for several years) Toninho Horta and Hermeto Pascoal--all legends in the pantheon of samba sounds.

The performance at Iridium had some personnel changes from the CD but Da Fonseca¹s percussive output fulfilled expectations. He has no peers in his ability to distill the rhythmic essence of Brazil¹s magic music.

N.E.: a temporada marcou o lançamento do 2º álbum de Duduka como líder, Samba Jazz in Black & White (ZOHO), que recebeu cotação **** da Downbeat, no início do ano (o 1º, Samba, Jazz & Fantasia, foi indicado ao Grammy, categoria Latin Jazz).

2) Texto extraído do site da gravadora ZOHO MUSIC (www.zohomusic.com), sobre o álbum:

Por Zan Stewart

Track Listing:

1. Mestre Bimba
2. Janeiro
3. Bye Bye Brasil
4. Chorinho Pra Ele
5. Terra de Angara
6. Medo De Amar
7. Palhaco
8. Sambetinho
9. O Grande Amor
10. Viver De Amor
11. Dry Land


Personnel:

Duduka Da Fonseca drums, percussion
Helio Alves, piano
Anat Cohen, tenor & soprano saxes, clarinet
Guilherme Monteiro, electric and acoustic guitars
Leonardo Cioglia, bass


Special guests:

Maucha Adnet, vocals
Alana Da Fonseca, vocals
Vic Juris, guitar
Paulo Levi, tenor sax, flute
Claudio Roditi, trumpet


Producer : Duduka Da Fonseca

If you ever have a chance to hang out with Duduka Da Fonseca, you’ll have an idea why he’s one of the world’s great drummers, and one great human being beyond that. He has warmth, spirit, curiosity, vitality, sensitivity, he has joie de vivre. Samba Jazz in Black and White is Da Fonseca’s second solo project, a superlative follow-up to his 2002 Grammy-nominated Samba Jazz Fantasia (Malandro). The new CD focuses on the drummer’s quintet, with a handful of guests, among them Duduka’s wife of 18 years, the marvelous singer Maucha Adnet.

Da Fonseca’s goal is blending samba with jazz. “I’ve been developing that all my life,” he says. “That’s my work.” Duduka, born in Rio de Janeiro in 1951, was raised on music. “Since I was a kid, I was exposed to Nat King Cole, Gerry Mulligan, Sinatra, Jobim, Luis Bonfa,” he says, naming a handful. “It’s always been my dream to mix jazz with samba. Many people think that jazz has only been mixed with bossa nova. But while that was happening in Brazil, a lot of people were playing samba with a Blue Note vibe, like (trombonist) Raul de Souza, and drummers Edison Machado, Milton Banana, and Dom Um Romao, and pianists Dom Salvador and Tenorio, Jr.” And today, that special kind of music is played by Da Fonseca, a brilliant drummer who has had no formal musical training – “I learned in the streets, not bragging, but it’s important.”

As a teenager, Duduka hung out with de Souza, Machado and others, soaking up the jazz of Horace Silver, Miles Davis, and countless others. He and his bass-playing brother, Miguel, were part of a popular trio in Brazil. He moved to New York in 1975, where he’s led bands, and performed with such notables as Joe Henderson and Tom Harrell. He’s also appeared on over 200 CDs by Harrell, John Scofield, Mulligan, Claudio Roditi, Phil Woods, and many more. He formed the outstanding Brazilian jazz group Trio da Paz with guitarist Romero Lubambo and bassist Nilson Matta. He married Adnet, and together they have a daughter, Isabella, age 7.

Now comes Samba Jazz in Black and White. Duduka explains the title: “There are two meanings. One is having the music be simple and truthful. The other is that Samba Jazz is a blend of black African origins influenced by white European classical and popular music.” The drummer – who cites such favorite trapsmen as Edison Machado, Elvin Jones, Paul Motian, Tony Williams, Jack DeJohnette, Roy Haynes, and Art Blakey – talks about his colleagues:

Duduka’s been friends with Sao Paulo-born pianist Helio Alves for ages. “We have a lot in common, we work so much together. He’s a special piano player,” he says. Of the Brazilian bassist Leonardo Cioglia, a native of Brasilia who studied and taught at Berklee College of Music in Boston before moving to New York City a few years ago, Duduka states, “I really like his time, it feels very comfortable with him.”

Tenor and soprano saxophonist and clarinetist Anat Cohen hails from Tel Aviv, Israel, but plays like a Brazilian. “She studied with Leonardo at Berklee, and has been to Brazil several times, studying Brazilian music,” Duduka notes. “She really understands the rhythm, the syncopation. And she’s a very lyrical player.” Guitarist Guilherme Monteiro, who has recorded with singer Luciana Souza and tenorman Harry Allen, “really understands bebop, like Helio,” says Da Fonseca. “And he knows how to apply that when he mixes samba with jazz. That’s what I need in my group.”

The collection starts with the saucy Mestre Bimba by Luiz Eça, Bebeto, and Helcio Milito, for which Duduka devised the drum pattern. “It’s a mix of samba, afoxé, marcha, with maybe a little New Orleans touch in there,” as he puts it. “I came up with this rhythmic pattern 20 years ago, first time I’ve recorded it.” The song features wordless vocals on the theme by Maucha and Alana Da Fonseca, his daughter from a previous marriage. Alana is a music graduate of the State University of New York (SUNY) Purchase. She sang two songs in the recent Brad Pitt-Angelina Jolie film, ‘Mr. and Mrs. Smith’. “She’s super talented, and I’m really proud of her,” says her dad.

The subsequent Janeiro is by Ion Muniz, “an old friend of mine from childhood,” says the leader. “I’ve been playing this song, which I love, for over 30 years. It’s very groovy, the way things move around, a happy, high energy tune.”




The Duduka Da Fonseca Quintet. From left to right : Leonardo Cioglia, Guilherme Monteiro, Anat Cohen, Duduka Da Fonseca, Helio Alves. Photo by Tato Riquelme.

The dulcet Bye Bye Brasil by Roberto Menescal and Chico Buarque, was a Brazilian hit in the ’80s. “It’s usually played with a fast beat, but I wanted to play it as a jazz ballad with my old friend, (trumpeter) Claudio Roditi,” says Duduka. “He’s been a great musical inspiration in my life, and otherwise. My brother-in-law, Chico Adnet, made a beautiful arrangement.” Hermeto Pascoal’s Chorinho Pra Ele spotlights the buoyant clarinet of Anat Cohen. “I used to play this in my New York Samba Band in the ’80s,” Da Fonseca states. “It’s a lovely but very difficult song, and Anat did a fantastic job.”

One of the most rhythmically compelling numbers is Toninho Horta’s Viver De Amor. A long-time favorite of Duduka’s, he played it with his band in the ’80s that featured Bob Mintzer and Randy Brecker, and now with his quintet. Guesting are tenorman Paulo Levi and guitarist Vic Juris. “They took memorable solos,” says Duduka. “I’m glad they were part of this project, because they often played with the quintet, filling in for Anat and Guilherme.”


The emotive Medo De Amar (“Afraid to Love”) by Vinicius De Moraes was arranged by Muniz. Maucha, who sang with Antonio Carlos Jobim for ten years, delivers the sublime vocal. It’s one of the few songs where De Moraes (known for his lyrics to such Jobim classics as “Girl From Ipanema” and “A Felicidade”) wrote both lyrics and music. “Ion wrote the arrangement that features Paulo on four flutes, and there’s a beautiful guitar solo,” notes Duduka. “Maucha sings with so much emotion, so heartfelt. I just love the way it comes out.”

Egberto Gismonti’s Palhaço showcases Cohen’s warm and moving soprano saxophone. “There’s a kind of gospel mood, and the lyrical melody is heartwarming,” says the leader, who next drops in a meaty solo to begin Haroldo Mauro Jr.’s Terra De Angara. “My old friend Haroldo composed this 40 years ago, when he was 16,” Da Fonseca states. “It was his first composition. He’s a great pianist and highly respected; I learned a lot from him. I used to play with him in the ‘60s, and I just recorded with him in Rio.”

Jobim is represented by O Grande Amor with Cohen’s evocative tenor sax. Duduka: “A Brazilian and jazz album without a Jobim song is not complete. I’ve been a fan of his since I was a kid and had the honor to play and record with him in Portugal in 1992. A DVD of that performance is scheduled to be released soon.” Sambetinho is by Alves, another of Duduka’s favorite composers. “I love the way he phrases the composition, which induces you to have a loose rhythmic approach,” he says. “It’s more in the air, it flows more, that’s what I love.”

The CD closes with Dry Land by Marcos Silva, a Rio-born pianist and composer who lives in the San Francisco Bay area. “We played together in New York in the late ‘70s,” says Da Fonseca. “I just love the groove of this tune, which is very Brazilian but goes to blues changes for the solos.”
Duduka is thrilled with Samba in Black and White. “The musicians were committed to the music, to the band, and they did a wonderful job. I’m proud and happy.”

JAZZ & BOSSA AO AR LIVRE EM IPANEMA - HOMENAGEM A SERGIO BARROZO

02 maio 2006

Antes de mais nada, anotem o dia, a hora e o local:

DIA 07 DE MAIO DE 2006 - DOMINGO
HORÁRIO: 19 HORAS
LOCAL: CALÇADA EM FRENTE À TOCA DO VINICIUS - RUA VINICIUS DE MORAES 129 - PERTO DA ESQUINA COM BARÃO DA TORRE

Na data, horário e local acima, ocorrerá um show de Jazz & Bossa Nova na qual o baixista SÉRGIO BARROZO será homenageado e gravará suas mãos para o acervo calçada da fama de Ipanema.

Quanto à música propriamente dita, teremos um Trio que contará com o Sérgio Barrozo, o guitarrista Victor Biglione, e o bateirsta André Tandeta.

Para todos os amantes da Boa Música, simplesmente um Programa Imperdível !!!

Beto Kessel