Michel Camilo (Santo Domingo, 1954) é um pianista que divide opiniões. Há quem o considere um jazzista de intenções duvidosas.
Camilo possui muitos admiradores, inclusive no Brasil. De família musical – ele tinha 9 tios instrumentistas - tocava acordeon quando garoto. Aos 16, ficou fascinado pelo piano. Já em Nova Iorque (1979), um de seus temas (
Why Not?) virou “hit” nas vozes do
Manhattan Transfer, além de uma segunda versão com
Dizzy Gillespie. Integrante da banda de
Paquito D’Rivera, iniciou carreira solo de sucesso. Seu penúltimo CD (
Solo) recebeu críticas entusiasmadas. Em fevereiro (28), lançou o seu mais novo projeto, uma leitura clássica de temas menos populares de
George Gershwin. Trata-se de “
Rhapsody In Blue”(Telarc).
Camilo vem acompanhado pela
Barcelona Symphony Orchestra (95-piece), tendo como regente o espanhol
Ernest Martinez Izquierdo, outro que se divide entre música erudita e o jazz.
Seria exagero rotular o CD como jazz.
Izquierdo manteve as orquestrações propostas pelo próprio
Gershwin, inclusive na linda “
Rhapsody In Blue”, que abre o disco. O mesmo se repete em “
Concerto in F/Allegro”, “
Concerto in F/Adágio”, “
Concerto in F/Allegro Agitato” e em “
Concerto em F/Prelude Nº 2”. O que torna o CD interessante é o ingrediente caribenho sempre presente no estilo de
Camilo, mesmo em se tratando de
Gershwin. A obra de
Gershwin, aliás, é atraente em qualquer circunstância.
PS. “ I’m a big admirer of
Gershwin. I always have been. The reason is because he pushed all the boundaries from one musical world to another, and he did it with no fear. I have been trying to do the same with my career, going from jazz to film scores to world beat experiments to guest solo performances with symphony orchestras.” (
Michel Camilo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário