Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

TRIBUTO AO INESQUECÍVEL VICTOR ASSIS BRASIL

30 setembro 2004

É exatamente esse o título da sempre brilhante coluna do Luiz Orlando Carneiro, hoje no Jornal do Brasil, que além da riqueza de informações a respeito do musico, refere se ao CJUB como o mais atuante grupo de jazzófilos do Rio, do qual faz parte o produtor da noite José Domingos Raffaelli.

Eis a íntegra da coluna:

Tributo ao inesquecível Victor Assis Brasil

O lendário saxofonista Victor Assis Brasil não chegou a completar 36 anos de vida. Em 1966, aos 21, soprando seu sax alto com competência e criatividade similares às do guru Jackie McLean, ganhou o primeiro prêmio de solista no Festival de Jazz de Berlim. Meses antes, com apoio do Itamaraty, participou de um concurso internacional de jazz promovido pelo Ministério do Exterior austríaco, sob a direção de Friedrich Gulda, juntamente com o trompetista Claudio Roditi. Ambos chegaram às finais. Victor secundou, na categoria das palhetas, o depois célebre clarinetista-saxofonista Eddie Daniels.
Infelizmente, em matéria de reedições em CD, a discografia de Victor é praticamente inexistente. Quem o ouviu ao vivo, ou com ele conviveu - no Beco das Garrafas, no Golden Room do Copacabana Palace, nos teatros de Bolso e Princesa Isabel - guarda e reescuta os velhos LPs Desenhos (o primeiro, de 1966) e Trajeto. E ainda aquela ''bolacha'' da Magic Music gravada ao vivo no Teatro da Galeria, na Senador Vergueiro, em 1974, em que Victor - à frente de um quinteto com Marcio Montarroyos (trompete) e Paulinho Russo (baixo) - improvisou sobre três inesquecíveis composições de sua lavra: Pro Zeca, Waving e Puzzle.

Claudio Roditi mandou-se, em 1970, para os Estados Unidos, onde estudou no Berklee College, encantou Dizzy Gillespie, fixou-se em Nova York e passou a integrar o ranking dos melhores jazzmen. No último referendo anual dos leitores da Down Beat foi o sexto mais votado entre os trompetistas, só superado por Dave Douglas, Roy Hargrove, Tom Harrell, Nicholas Payton e Wynton Marsalis.

Se a morte não o tivesse levado tão cedo, em 1981, Assis Brasil estaria hoje, certamente, apresentando-se como atração nos grandes festivais, salas de concerto e clubes dos Estados Unidos, Europa e Japão.

Mas a curta vida de Victor e os poucos discos que deixou foram tão marcantes que o saxofonista Idriss Boudrioua - músico de renome internacional, nascido na França há 46 anos, mas carioca desde 1982 - formou o Quinteto Victor Assis Brasil, com Fernando Martins (piano), Alexandre Carvalho (guitarra), Paulo Russo (baixo) e Xande Figueiredo (bateria).

O conjunto de Boudrioua apresenta-se hoje, às 21h, no clube Mistura Fina, na Lagoa, no 15º concerto da série Chivas Jazz Lounge, produzido pelo crítico José Domingos Raffaelli, que faz parte do mais atuante grupo de jazzófilos do Rio - o CJUB (Charutos Jazz Uísque Blog), idealizador da série.

O programa terá, exclusivamente, composições assinadas por Victor, como Tema para Einhorn, Balada para Nadia, Waltz for Phil, Steps, Waltz for Trane, Arroio, Onix e Lydian dreams. Todos esses temas são memoráveis, dos mais delicados aos mais incisivos, com chord changes do bebop ou tempero modal.

Idriss Boudrioua - fora o seu trabalho profissional no campo da MPB - já tocou no pranteado Free Jazz Festival e, mais recentemente, nos festivais de Berna e de Montreal (2001). Sua produção jazzística está registrada nos álbuns independentes Central Park West (1995-96) e Joy spring (1999), recomendados por J.D. Raffaelli no Guia de jazz em CD (Jorge Zahar, 2ª edição, 2002), mas difíceis de achar. Boudrioua aparece também em duas faixas do ótimo CD Harmonia (Jungle Jazz Records), gravado em 1996 pelo pianista Dario Galante, em solo, trio e quarteto.

Fernando Martins - segundo o produtor do tributo de hoje à noite a Victor Assis Brasil - é ''um dos mais articulados e inventivos pianistas brasileiros de jazz, conhecedor como poucos do vasto repertório de jazz e música brasileira, cuja experiência na Europa, ao lado de alguns expoentes do jazz (Slide Hampton, Joe Henderson), amadureceu consideravelmente seu estilo''.

Paulo Russo dispensa maiores apresentações. É o mais técnico, refinado e experiente contrabaixista de jazz em atividade no país. O guitarrista Alexandre Carvalho é partner constante de Boudrioua e de outros grandes saxofonistas como Mauro Senise e Leo Gandelmann. O baterista Xande Figueiredo, o mais moço do quinteto, descobriu sua vocação aos 13 anos, em 1981, e já tem 15 anos de atividade profissional. Tocou e gravou com o grupo Jazz Brasil, com Gandelmann, Leandro Braga e todos os ases da MPB instrumental.


Assim parafraseando certo amigo nosso, "Saravá" Luiz Orlando e que venha o concerto.

- XV CONCERTO DA SÉRIE CHIVAS JAZZ LOUNGE
HOMENAGEIA O LENDÁRIO SAXOFONISTA VICTOR ASSIS BRASIL -

28 setembro 2004

Um tributo a Victor Assis Brasil, apropriadamente interpretado pelo Quinteto Victor Assis Brasil, será a atração do 15º concerto do projeto CHIVAS JAZZ LOUNGE, patrocinado pela Pernod-Ricard do Brasil, fabricante do uísque Chivas Regal, com produção do grupo de amigos deste CJUB, quinta-feira, 30 de setembro, no Mistura Fina, às 21 horas.

Victor Assis Brasil (1945-1981) foi um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos. Sua brilhante trajetória como saxofonista influente, compositor, arranjador, organizador de conjuntos e animador incansável deu um enorme impulso ao jazz em nosso país, descobrindo e projetando inúmeros novos valores no cenário musical brasileiro e internacional. A discografia de Victor é a mais expressiva de todos os tempos no campo do jazz nacional, e até hoje seus discos são preciosas referências para músicos e conhecedores. Compositor prolífico, Victor não limitou sua inventiva ao jazz, mas também compôs suítes, trilhas para novelas e peças influenciadas por música clássica. Algumas de suas composições integram o repertório de vários músicos e conjuntos instrumentais brasileiros.

Neste concerto, a música imortal de Victor Assis Brasil será interpretada pelo quinteto que leva seu nome, integrado por Idriss Boudrioua (sax-alto), Alexandre Carvalho (guitarra), Fernando Martins (piano), Paulo Russo (baixo) e Xande Figueiredo (bateria). Cabe assinalar que Fernando Martins e Paulo Russo integraram o conjunto de Victor Assis Brasil.

O francês Idriss Boudrioua iniciou seus estudos, aos 11 anos, no Conservatório de Arpajon, na França. Em 1981 gravou um álbum com o pianista Jean Pierre Mas, ao lado do baixista brasileiro Cesário Alvim, Jean Louis Chautamps (sax-tenor) e Cláudio Roditi (trompete). Ainda em Paris, participou de jam sessions com Chet Baker, Bob Mover, Tânia Maria e outros.
Radicado no Brasil, sua categoria logo chamou a atenção de todos por seu estilo brilhante, sua sonoridade límpida e sem falhas, inventividade e domínio instrumental, sendo requisitado por inúmeros artistas, entre eles Toninho Horta, João Donato, Johnny Alf, Rosa Passos, Leny Andrade, Marcos Valle, Célia Vaz, Tito Madi, Fátima Guedes, Sílvio Cezar, Joana e Alexandre Pires. Também destacou-se em inúmeros contextos de música instrumental e jazz ao lado dos nossos melhores músicos.
Idriiss formou um quinteto de peso com o trompetista Claduio Roditi para apresentar-se no Free Jazz Festival de 1986. Integrou o sexteto do trompetista francês Jean Loup Longnon durante uma turnê na França, em 1992, e tocou com os saxofonistas Steve Grossman e Jim Snidero. Em 2001 participou do Festival de Jazz de Berna (Suiça) com Paquito D’ Rivera, Raul de Souza e Cláudio Roditi. Nesse ano foi uma das atrações do Festival de Jazz de Montreal (Canadá).
Com cinco discos em seu nome ("Esperança", "Jamal", "Central Park West", "Joy Spring" e "Paris-Rio") e dezenas de participações em gravações de outros artistas, além de comandar seus próprios conjuntos e fazer parte do excelente quarteto Saxophonia, Idriss deixou a marca do verdadeiro criador. Um dos seus inúmeros atributos é a regularidade, sendo um dos raros que pode orgulhar-se de jamais haver tocado um mau solo.
Idriss consolidou sua carreira há mais de 20 anos entre nós, contribuindo com sua execução impecável para abrilhantar a música de centenas de artistas nacionais, firmando definitivamente sua trajetória, sendo reconhecido internacionalmente como um dos mais completos músicos do seu instrumento.

O pianista Fernando Martins faz parte de uma família de músicos. Sua mãe, que foi assistente da célebre pianista Magdalena Tagliaferro, deu-lhe as primeiras lições do instrumento. Nos primeiros tempos ouvia música clássica e popular em geral. Só mais tarde teve contato com o jazz, ouvindo principalmente George Shearing, Oscar Peterson, Herbie Hancock e, a partir dos anos 70, Keith Jarrett, um dos seus grande favoritos.
Durante algum tempo estudou com João Carlos Assis Brasil, irmão gêmeo de Victor. Incentivado por Luiz Eça, tornou-se profissional tocando em bailes e festas. Depois integrou os conjuntos de Moacyr Silva, Zé Kéti, Radamés Gnatalli, Paul Winter e o quinteto de Victor Assis Brasil, edição 1966, juntamente com Claudio Roditi, Claudio Caribé e Luizão Maia.
Viajou para a Europa em 1967, em busca de novos horizontes, radicando-se em Paris, onde tocou com Baden Powell. Slide Hampton, Philly Joe Jones, Hank Mobley e Joe Henderson. Em Paris gravou com o quinteto do organista Eddy Louis, o Trio Câmara, que organizou com Nelson Serra de Castro (bateria) e Edson Lobo (baixo), Babik Reinhardt, o trombonista Gracham Moncur III, a cantora Christiane Legrand e o grupo Le Masque. Participou de vários programas da TV francesa, inclusive como convidado do cantor e guitarrista Sacha Distel. Também integrou o trio do baixista Gus Nemeth nos festivais de jazz de Liége, em 1971, e de Munique, em 1972..
De volta ao Brasil em 1976, tocou com os maestros Leonardo Bruno e Rogério Rossin, Paulo Moura, Nana Caymmi e, novamente, Victor Assis Brasil, com quem brilhou no I Festival de Jazz São Paulo-Montreux, em setembro de 1978. Participou dos álbuns “Victor Brasil Quinteto” e “Chama”, de Hélio Delmiro. Lançou seu primeiro disco em trio em 1997, e recentemente gravou o segundo, com um quarteto.
Um dos mais articulados e inventivos pianistas brasileiros de jazz, conhecedor como poucos de vasto repertório de jazz e música brasileira, cuja experiência na Europa ao lado de alguns expoentes do jazz amadureceu consideravelmente seu estilo, trazendo-lhe novas perspectivas musicais, Fernando é uma garantia de sucesso e qualidade para qualquer conjunto que integre.

Paulo Russo é um dos maiores nomes e uma grande influência do baixo no Brasil, com mais de 30 anos de sólida carreira no cenário nacional e internacional. Sua vocação musical nasceu quando ganhou um violão do seu pai, aos 11 anos, começando a tocar bossa nova de ouvido. Passou para o baixo aos 16 anos, incentivado pelo saxofonista Zito Righi, com quem atuou três anos e fez sua estréia em disco. Nos anos 70 integrou o grupo de Victor Assis Brasil, gravando três discos. Desde então vem atuando em concertos e festivais, dividindo o palco com nomes do calibre de Joe Carter, Pat Metheny, Hélio Delmiro, Toquinho, Richie Cole, Sadao Watanabe, Mauro Senise, Raul Mascarenhas, Jeremy Steig, Slide Hampton, Conrad Herwig, Raul de Souza, Clark Terry; Gilson Peranzzetta, Marinho Boffa, Fredrik Noren, Dom Um Romão, Ivan Conti, Jeannie Bryson, Spanky Wilson, Gal Costa, Nana Caymmi, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Ed Motta e Lucho Gatica.
Seus baixistas favoritos são Scott LaFaro, Ray Brown e Eddie Gómez, que influenciaram seu estilo. Sua concepção harmônica e técnica refinada despertaram a admiração dos jazzmen Tony Williams, Dave Liebman e Joe Farrell, dos críticos Leonard Feather, José Domingos Raffaelli e Tárik de Souza.
Da vasta discografia de Paulo, destacam-se "S O M A" (I.T.M. Records., da Alemanha) e "Baixo de Pau" (CID), seu primeiro álbum solo. Como um dos vértices do Rio de Janeiro Jazz Trio, com Dario Galante e Andrew Scott Potter, gravou três CDs, dos quais "Marakablu" concorreu ao Prêmio Grammy de 2001, na categoria Latin Jazz.
Outros álbuns importantes foram "Afinidade", com Marinho Boffa (piano) e Ivan Conti (bateria), eleito o melhor CD instrumental de 1995, "Sorrir", de Gilson Peranzzetta, e "Pressão Alta", de Mauro Senise-Raul Mascarenhas.
Em 1999, idealizou e produziu um tributo ao baixista Scott La Faro que apresentou nos principais palcos do Rio de Janeiro. Participou do Chivas Jazz Festival de 2001 com o quinteto de Mauro Senise.
Entre seus inúmeros compromissos, apresenta-se anualmente no International Cello Encounter, projeto do violoncelista inglês Dave Chew, que faz parte do calendário cultural oficial da cidade.Paulo Russo é, provavelmente, o baixista mais requisitado para concertos, shows e gravações no Rio de Janeiro, prova incontestável da sua categoria..

Alexandre Carvalho começou a estudar violão e guitarra em 1979. Seu batismo profissional foi numa turnê promovida pela gravadora Polygram, em 1983.. Um ano depois passou a integrar o conjunto de Idriss Boudrioua, com o qual gravou os discos “Esperança” e “Jamal”. Nesse ano, Alexandre foi um dos guitarristas mais requisitados do Rio de Janeiro, atuando, entre outros, com Jane Duboc, Célia Vaz, Tomás Improta, Barrosinho, Arthur Maia, Mauro Senise e Cláudio Roditi.
Estudou no Berklee College of Music, em Boston, a partir de 1985,sendo avaliado pelo corpo docente como um dos guitarristas mais cotados daquela instituição. Em Boston atuou com os trombonistas Mike Grey e Delfeayo Marsalis. Também tocou numa banda com Cláudio Roditi, o vibrafonista Victor Mendoza e o pianista Danilo Perez, sendo elogiado pelo crítico do Boston Globe: “....um músico maduro, que toca nos tempos acelerados com vivacidade e suas improvisações permanecem encantadoramente melódicas...”.
Em 1987 foi para New York a convite de Janet Grice (fagote), Tiger Okoshi (trompete) e Aidyn Esen (piano), integrando também a Thiago de Mello Orquestra.
De volta ao Brasil, dois anos depois, ministrou cursos e workshops no Rio de Janeiro e em outros estados. Contratado por Léo Gandelman, com quem gravou três discos e participou de turnês nacionais e internacionais, e apresentou-se no Free Jazz Festival. Ele co-produziu um álbum da cantora e compositora Célia Vaz, atuando também com Lyle Mays, Mike Stern, Claudio Nucci, Nelson Ângelo, Nivaldo Ornellas, Yuri Popoff e Paulo Sergio Santos, entre outros.
Alexandre fez três turnês mundiais com o cantor e compositor João Bosco, entre 1997 e 1999, lançando também seu primeiro disco, “Central Park West”, aclamado pela crítica especializada entre os melhores do gênero lançados no Brasil (verbete do livro “Guia de Jazz em CD” da editora Jorge Zahar). Participou dos songbooks de Tom Jobim, João Donato, Djavan e Chico Buarque para a Lumiar Records. Gravou os CDs “Joy Spring” e “Paris-Rio”,ambos com Idirss Boudrioua.
Foi um dos participantes do “Vilarejo Itaipava Jazz Festival com Mauro Senise, Marcio Montarroyos, Pascoal Meirelles, Nivaldo Ornellas e Idriss Boudrioua. Em julho de 2004 foi indicado para apresentar o shiow-palestra “A guitarra no jazz”, juntamente com o crítico de jazz José Domingos Raffaelli, no Leblon Lounge do Rio Design Center.

Xande Figueiredo começou a tocar bateria em 1981, aos 13 anos, atraído pela música popular brasileira. Suas primeiras atuações foram em festivais estudantis, casas noturnas e grupos de baile. Estudou com os bateristas Cláudio Wilner e Ronaldo Alvarenga, e percussão clássica com Joaquim Moraes Abreu .
Ao longo de 15 anos de carreira, tocou e gravou com os conjuntos Jazz Brasil e Duo Fênix, além de Maria Tereza Madeira, Tomás Improta, Jovino Santos Neto, Marcos Suzano, Armando Marçal, Leandro Braga, Léo Gandelman, Sivuca, Cazuza, João Bosco, Ed Motta, Elza Soares, Rosa Passos, Johnny Alf, Leny Andrade, Quarteto em Cy, Jair Rodrigues, Leila Pinheiro, Dudu Nobre, Edu Lobo, Fernanda Abreu, Wilson Moreira, D. Ivone Lara, Elton Medeiros, Nei Lopes, Dominguinhos e Paulinho da Viola.
Tocou com a cantora Simone em shows na América Latina e numa turnê nacional. Faz parte do grupo de Emílio Santiago, realizando shows no Brasil e na África. Com a cantora Paula Santoro fez duas turnês na Europa, e viajou com Nelson Sargento em turnê pela Escandinávia.
Atualmente integra os conjuntos Quinteto Victor Assis Brasil, Trato a Três e Pagode Jazz Sardinha's Club.
Xande tem um vasto currículo como professor, tendo lecionado na Escola Cenário, no CIGAM – Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical, na UNI-RIO, além de cursos em Curitiba e Londrina. Entre suas inúmeras gravações, destacam-se as realizadas com os conjuntos Aquarela Carioca e Pagode Jazz Sardinha’s Club, Idriss Boudrioua, Tomás Improta, José Luiz Mazziotti, Totonho Villeroy, Balya, Ângela RoRo, Simone Guimarães, Telma Tavares, Barrosinho, Jan Dumee, Thata Menezes e outros.

O repertório será de composições de Victor Assis Brasil:

* Waltz for Phil
* Waltzin'
* Waving
* Tema pro Einhorn
* Balada pra Nadia
* Steps
* Arroio
* Blues for Mr. Saltzman
* Waltz for Trane
* Onix
* Samba Sem Nome
* Lydian Dreams

DATA ESPECIAL

26 setembro 2004

Queridos amigos,

Estive ausente por um bom tempo devido a um somatório de fatores, destacando-se a falta de tempo. Apesar disso tenho acompanhado diáriamente o blog. Mas hoje eu fiz questão de reservar um tempinho para postar. É que nesse 27 de setembro, dia de São Cosme e São Damião, um dos baluartes desse blog faz aniversário. Estou falando do David, mais precisamente do
BENE-X. Não quero falar do conhecimento jazzístico dele pois seria como chover no molhado; basta ler qualquer resenha, quer seja de disco ou de show, que ele escreveu aqui. E se ele escrever sobre a sua outra paixão, a música clássica, o resultado será igualmente brilhante. Eu quero falar sobre uma outra virtude do nosso BENE-X, a sua generosidade. Falo com tranquilidade pois conheço o David há 12 anos(o tempo passa, né David?) e posso dizer: o David é uma das pessoas mais generosas e Amigas que eu conheço.
Eu considero o Amigo com A uma dádiva de Deus e diáriamente eu agradeço a Ele, entre várias dádivas, por ter Amigos e voce, David, é um Amigo. Que voce continue sendo uma pessoa de sucesso, generosa e Amiga por muito e muito tempo.

Marcelon

24 setembro 2004


Mais uma bela foto, desta vez de Bird e Monk, num clube de jazz. A bateria, à esquerda, era pilotada então por Roy Haynes (fora da foto, assim como o contrabaixista, de cujo nome não se tem o registro).
©CJUB

BUD POWELL, NA COLUNA DO MESTRE LUIZ ORLANDO

23 setembro 2004

Por uma questão didática, e pelo fato de que, infelizmente hoje nem todo mundo lê o JB, transcrevo aqui o sempre excelente artigo do Mestre Luiz Orlando Carneiro desta data, para proveito dos habituées.

"Com seu piano bop, Bud Powell é o norte do jazz"

O compositor e musicólogo André Hodeir escreveu, em Hommes et problèmes du jazz (Paris, Le Portulan, 1954), que Charlie Parker deu ao jazz ''uma nova razão de viver''. O mesmo pode ser dito de Bud Powell com relação ao piano jazzístico, quando se considerava impossível aparecer alguém capaz de renovar, num nível excepcional, a mainstream sacramentada por Earl Hines e Art Tatum.
Bud Powell estaria completando 80 anos na próxima segunda-feira. A esquizofrenia, agravada pelo alcoolismo, apressou sua morte, aos 41 anos, em 1966. O baterista Roy Haynes - participante da histórica sessão da Blue Note, de 1949, em que o pianista-compositor gravou Bouncing with Bud e Dance of the infidels - comemorou 79 anos em março, well and alive, elevado pela crítica internacional ao Hall of Fame da revista Down Beat.

As gravações realmente geniais do pai do piano bop foram feitas num período inferior a 10 anos. Mas a inventividade, a fluência técnica e a consistência melódico-harmônica desses registros passaram a indicar o norte para todos os pianistas de jazz até hoje - exceção feita a uns poucos ''excêntricos'', como Thelonious Monk, que admirava demais o seu amigo e lhe dedicou o célebre tema In walked Bud.

''Powell - observou o crítico Martin Williams - tocava às vezes como um homem fugindo de uma ameaça, e talvez uma parte dele soubesse, desde o início, que o tempo lhe escapava. Havia uma urgência no seu modo de tocar, extramusical ou não, e uma precisão enfática no seu dedilhado, mesmo nos tempos mais velozes.''

Não terá sido por acaso que o título de uma das mais típicas composições de Powell é Tempus fugit. E deve-se lembrar, a propósito, que a fama do mais envolvente e influente pianista de jazz de todos os tempos acabou por encobrir o fato de que Powell foi, também, um dos três mais inspirados e prolíficos inventores de temas bop, ao lado de Monk e Tadd Dameron.

As principais composições do pianista, cujas improvisações pareciam escritas, em face da lucidez de suas argumentações musicais (a mão esquerda sempre respondendo às perguntas da direita), podem ser ouvidas nas sessões de estúdio gravadas pela Blue Note em agosto de 1949 (Bouncing, Dance of the infidels), maio de 1951 (Un poco loco, Parisian thoroughfare) e agosto de 1953 (Glass enclosure, Collard greens). Esses registros (o primeiro em quinteto com Fats Navarro e Sonny Rollins, os dois outros em trio, com os bateristas Max Roach ou Roy Haynes) foram reunidos em The amazing Bud Powell, dois volumes remasterizados em CD, em 2001, na série RGV (Rudy Van Gelder) da Blue Note (32136/37).

O terceiro álbum Blue Note particularmente relevante de Bud Powell (em trio com Art Taylor e Paul Chambers) é The scene changes (80907), gravado em dezembro de 1958, pouco antes da partida do founding father do bebop para Paris, em busca da paz que nunca encontrou, apesar da dedicação do artista gráfico Francis Paudras, que o acolheu em casa como se fosse um parente próximo. O filme Round midnight, de Bertrand Tavernier - embora a personagem central seja corporificada pelo saxofonista Dexter Gordon - baseia-se na história verdadeira da amizade e da admiração de Paudras por Bud Powell, nos últimos anos de vida do pianista.

O álbum The scene changes, relançado no ano passado, inclui - além da faixa-título - gemas do brilho de Cleopatra's dream, Comin' up e Gettin' there.

Numa discoteca mais completa do pianista não devem faltar as faixas do acervo da Verve (1949-51), selecionadas no CD duplo The genius of Bud Powell (Tempus fugit, Celia, Hallucitanions e as versões de standards memoráveis, como Get happy e Cherokee).

Em 1996, o grande pianista Chick Corea gravou o CD Remembering Bud Powell (Stretch 9012), em que improvisa sobre nove composições de seu guru, em companhia bem variada - o veterano Roy Haynes, o saxofonista Joshua Redman, o trompetista Wallace Roney e outros expoentes da ''geração dos 80''."

NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF (cont.)

16 setembro 2004

Esta foto, tirada em 1978, no Teatro João Caetano, é especial por dois motivos: primeiro, segue a tradição das boas fotos de [músicos de] jazz, de ser em P&B; depois porque foi tirada por um fotógrafo ao que eu saiba não-profissional, o que não o impediu de ter feito esse belo registro. O fotógrafo? O boa-praça Antonio Carlos Miguel, que escreve a coluna Sonar, às terças-feiras no O Globo. Aí, ACM do bem, parabéns da turma do CJUB!

©CJUB

ROSA PASSOS & RON CARTER

É de fato uma grata surpresa esse cd que em princípio relutei, embora recomendado fosse, entre outros pelo Toninho caixa/cantor da Modern Sound, como um dos melhores lançados em 2003 nos E.U.A., pela Chesky e chamado Entre Amigos". Trata se de um trabalho intimista onde a cantora Rosa Passos, segundo o crítico Chip Stern (Jazz Times, Stereophile e Amazon) afirma no encarte, soa como uma nova Helen Merrill ou Jimmy Scott, primeiro pelo timbre e depois pela forma de interpretar.
Acompanhada luxuosamente por Ron Carter (baixo), Lula Galvão (violão) e Paulinho Braga (bateria), o CD muito bem produzido por Cliff Korman e David Chesky tem como primeiro tema "Bahia com H", em que Lula Galvão mostra de cara sua técnica e criatividade, como há muito não se produzia.

"Insensatez" e "Desafinado", clássicos do Tom Jobim, tem tratamento bossa-jazz, em que a interprete deixa sua marca de afinação e delicadeza. "Sorriu para mim", de Garoto, o quarto tema, é o único que não mantém a mesma linha melódica, estando mais para samba-canção e com destaque principalmente, para o Paulinho Braga e sua batida bem definida.

A seguir, em "A Primeira Vez", de Bode&Marçal, acompanhada apenas pelo violão do Lula Galvão, entende-se mais claramente o porque das linhas do crítico americano, que não sei se fala ou compreeende o nosso idioma, mas certamente tem muito sentimento musical.

Volta-se ao nosso maestro soberano nas batidas "Garota de Ipanema", "Caminhos Cruzados" e "Por Causa de Você", esta com letra de Dolores Duran; ao meu gosto, o ponto alto do CD é Rosa em duo com Ron Carter, esse mago do instrumento de quem não é preciso dizer muito, e que simplesmente transbordam em emoção.

As 3 últimas faixas são "Feitio de Oração", pois em um trabalho como tal não poderia faltar o bom e velho Noel em um dos seus momentos mais líricos, e para terminar mais Tom e Vinicius de "Eu Sei Que Vou te Amar", parecendo até meio obvio, mas que surpreende pelo tratamento jazzístico tanto de Ron Carter como do Lula Galvão, fechando com "Grande Amor" um CD que acho deveria ter tido uma maior divulgação e consequentemente repercussão. Nem sei se já foi lançado no Brasil, o que é uma pena (como tantos outros) mostrando mais uma vez como são "grandes" nossos empresários fonográficos.

É isso.

P.S.: Para quem curte violões recomendo ouvir o cd "Three Guitars" com Larry Coryel, Badi Assad e John Abercrombie (Chesky/2003), que voltando no tempo me fez trazer à mente o trio D'Alma, pioneiro por aqui nessa concepção.

NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF (cont.)

12 setembro 2004

Estas são da apresentação de Dizzy Gillespie na TV Tupi de São Paulo, em 12 de julho de 1961. Pode-se notar que esse ano deve ter sido um dos melhores, em todos os tempos, talvez rivalizado pelo de 1978, qundo realizou-se naquela cidade o I Festival de São Paulo - Montreux, cujo "line-up" também foi próximo da perfeição. Mas, voltando a '61, como as fotos mostram, a presença dessa constelação jazzística deve ter feito um bem enorme a muita gente que acompanhava o jazz. Retratados aqui: Dizzy, na foto maior; Lalo Schifrin (ao piano), encoberto por Leo Wright no sax tenor, Bob Cunningham no baixo e Chuck Lumpkin na bateria; e na última, Wright, na flauta, Cunningham e Dizzy. Clique para ampliar.

©CJUB

©CJUB.

©CJUB

Tim Festival traz Kraftwerk, Brian Wilson e Pet Shop Boys a SP em novembro

11 setembro 2004

Vejam como esse festival, originalmente de jazz e de grande importância, se transformou numa festa adolescente, a despeito de trazer ainda duas ou três atrações como cala-a-boca para os cada vez mais escorraçados amantes do improviso:

Da Folha Online:

Os curadores do Tim Festival anunciaram em entrevista coletiva na manhã de terça as 31 atrações confirmadas para se apresentarem na segunda edição do evento, que acontece em São Paulo, no Jockey Club, entre os dias 5 e 7 de novembro.

Os grandes destaques da programação deste ano ficarão por conta de uma mega-apresentação de duas horas e meia (com direito a intervalo) do ex-líder dos Beach Boys Brian Wilson e da escalação da lenda do jazz Art Van Damme e seu quinteto.

Wilson, autor de hits como "California Girls" e um dos maiores nomes do rock dos anos 60, ao lado de Lennon e McCartney, virá ao país acompanhado de uma banda de 14 músicos para apresentar músicas do antológico disco "Smiles", de 67, dos Beach Boys, nunca lançado comercialmente, além de sucessos da banda.

Aos 84 anos, uma lenda viva do jazz, Van Damme foi o introdutor do
acordeão no jazz, durante os anos 50 e 60, e influenciou uma geração de músicos. O músico americano estava escalado para participar do Free Jazz de 2001, mas sofreu um enfarto às vésperas de embarcar para o Brasil e teve de cancelar sua apresentação.

Na parte pop e eletrônica do festival, os destaques ficaram por conta da vinda pela primeira vez ao Brasil dos escoceses do Primal Scream, da banda inglesa Libertines e da cantora também inglesa PJ Harvey.

Além dessas "novidades", o Tim promove o retorno ao país dos alemães do Kraftwerk, que estiveram aqui em 98, e da dupla de discotecagem 2manydjs, grande destaque da primeira edição do Tim Festival, que aconteceu apenas no Rio, em 2003.

Este ano, o evento traz ainda em sua escalação, pela primeira vez, grupos brasileiros independentes de rock.

"Sentia que tínhamos uma 'dívida' com esses grupos nacionais, já que sempre trouxemos artistas de rock alternativo internacionais apontados como influência por essas bandas", explicou Hermano Vianna, um dos curadores da programação.

Os independentes escolhidos foram os paulistanos do Cansei de Ser Sexy, que dividirão a noite com os 2manydjs e Soulwax, e os londrinenses do Grenade, que tocarão na mesma noite dos Libertines.

Outro destaque da programação nacional será a estréia da banda F.UR.T.O, novo grupo do ex-integrante do Rappa, Marcelo Yukka.

O festival tem ainda uma atração a confirmar, que deve dividir a noite com a cantora Bebel Gilberto. Segundo Monique Gardenberg, produtora do evento, é possível que a vaga seja preechida pelos noruegueses do Kings of Convenience.

Para última noite do evento, está escalada a dupla de dance music inglesa Pet Shop Boys.

Ingressos para os shows começarão a ser vendidos no site oficial do Tim Festival a partir do dia 1º de outubro.

Programação completa do evento:

5 de novembro (sexta)
. Tim Club - 21h R$ 120: Chico Pinheiro; Brad Mehldau Trio; Nancy Wilson & Trio.
. Tim Stage - 21h30, R$ 80: kid606; Kraftwerk.

. Tim Lab - 23h, R$ 60: F.UR.T.O; Kinky; Panjabi MC.

. Motomix - 2h (madrugada do dia 6); R$ 40: Soulwax; Cansei de Ser Sexy; 2manydjs.

6 de novembro (sábado)

. Tim Club - 21h R$ 120: Maogani; David Sãnchez Quintet; Branford Marsalis.

. Tim Stage - 21h30, R$ 80: Picassos Falsos; PJ Harvey; Primal Scream.

. Tim Lab - 23h, R$ 60: Bebel Gilberto (atração a confirmar)

. Motomix - 2h (madrugada do dia 7); R$ 40: De Leve; Stone Love; Digitaldubs
Bumba Beat.

7 de novembro (domingo)

. Tim Club - 21h R$ 120: Dave Holland Big Band; Biréli Lagrène Gipsy Project; Art Van Damme Quintet.

. Tim Stage - 21h30, R$ 80: Brian Wilson.

. Tim Lab - 23h, R$ 60: Grenade; The Libertines.

. Motomix - 2h (madrugada do dia 8); R$ 40: Pet Shop Boys; DJ Mau Mau;

NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF (cont.)

Na sequência das fotos históricas da apresentação em 1961, no Teatro Municipal, aqui estão nada menos do que Curtis Fuller (tb), Kenny Dorham (tp) e Herbie Mann (fl). A seguir, publicaremos a "frontline" completa para que se possa imaginar o que rolou em termos de jazz...

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NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF (cont.)

Estão com os cintos de segurança afivelados? Lá vai a formação dessa noite histórica no Teatro Municipal do Rio:
Ronnie Ball (p); Roy Eldridge (tp); Ben Tucker(b); Herbie Mann (fl); encoberto, David Bailey (dr); Zoot Sims (ts); Kenny Dorham (tp); encoberto, Ray Mantilla (perc); Curtis Fuller (tb) e, last but not least, Coleman Hawkins (ts). Al Cohn (ts) estava no palco e apareceria na foto mais à direita, mas não coube. Virá na próxima.


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NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF (cont.)

Repetindo a "frontline" do Municipal, agora com a presença, na extrema direita, do saxofonista Al Cohn, cortada na foto anterior. Se isso não é o verdadeiro "dream-team", não sei o que é!

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NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF (cont.)

10 setembro 2004

Como complemento, recuperamos o texto do encarte - é o mesmo para ambos - dos dois discos contendo o repertório apresentado na famosa noite de 16 de julho de 1961, editados pela Imagem respectivamente em 1990 e 1991 (CD-1010 e CD-1027), com o nome de "Jazz No Municipal".
Como não poderia deixar de ser, escrito pelo Mestre Raf, em 1972, provavelmente de memória. Cliquem na imagem para ampliar.

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NOSSAS FOTOS HISTÓRICAS - ACERVO DO MESTRE RAF



©CJUB

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Continuando com a série de fotos históricas e exclusivas do CJUB, ou melhor, da coleção particular do Mestre Raf por nós delicadamente encampada, aqui estão Zoot Sims e Al Cohn, quando se apresentaram no Teatro Municipal, no Rio, no ano de 1961, e mais precisamente no dia 16 de julho, como integrantes de um "dream-team" que se apresentou no que foi chamado de American Jazz Festival. Na outra foto, Roy Eldridge, um dos trompetistas do grupo. A formação completa é de cair o queixo e virá ao longo dos próximos dias. "Enjoy!".

BOMBA BOA! : UM MILHÃO DE DÓLARES PARA O JAZZ

09 setembro 2004

Aproveitando o assunto da coluna do Mestre Luiz Orlando Carneiro no JB de hoje, que versa sobre locais para se ouvir jazz em NYC, dentre os quais e principalmente o novo edifício que abriga a "Jazz at the Lincoln Center", trago esta bela notícia de hoje, cujo título, traduzido livremente, é: O Bank of America Saúda a Música Americana, o Jazz, Com 1 Milhão de Dólares, no Programa 'Presenting Sponsorship' do "Jazz at Lincoln Center"(JALC).
Segundo a notícia, essa (para nós) fabulosa doação suportará a primeira temporada da instituição JALC em sua nova casa, o Frederick P. Rose Hall, no Columbus Circle. O suporte ao jazz coincide com a chegada, no outono, dos centros de atendimento e caixas automáticos do Bank of America a Nova Iorque.

O início desta primeira temporada no mencionado Hall, o novo ninho da JALC e o primeiro local do mundo desenvolvido especialmente para apresentações de jazz (vide, nos Arquivos do CJUB, matéria a esse respeito, com o título "Preparem seus passaportes, o Clube está pronto", na semana entre 16 e 2 de maio), dar-se-á no dia 18 de outubro, no chamado Time Warner Center, que fica no mencionado Columbus Circle, em Manhattan. A bilheteria da JALC, localizada no térreo do edifício, abrirá em 13 de setembro.

"O Bank of America está lançando seus serviços a clientes em NY ao mesmo tempo em que a JALC está iniciando sua primeira temporada nesse novo local. Nós estamos extremamente orgulhosos de ser o patrocinador inicial neste momento histórico para ambas as instituições", disse Carter McClelland, chefe da área de marketing do Banco em Nova Iorque e presidente da Banc of America Securities. "Wynton Marsalis, através de seu trabalho na JALC, vem fazendo um tremendo avaço na percepção e apreciação do jazz como uma forma de arte quintessencialmente Americana. O patrocínio do Bank of America à JALC traduz nosso compromisso em dar suporte a elementos culturais e sociais que definem a America."

Seguem-se, na notícia, as declarações de Wynton Marsalis, diretor artístico da JALC e de Derek Gordon, seu diretor executivo, falando de como é bom ter um patrocinador desse quilate, etc. etc., e ainda informam que, além disso, o banco vai liderar o patrocinio de quatro séries de Concertos da JALC:

- "Let Freedom Swing", de 28 a 30 de outubro de 2004: A "Lincoln Center Jazz Orchestra" (LCJO), com Wynton Marsalis, homenageará líderes que deram voz às lutas por direitos iguais, juntando música e leituras de textos, celebrando Vaclav Havel, Lyndon Johnson, Robert Kennedy, Martin Luther King, Jr., Nelson Mandela e Eleanor Roosevelt. Os compositores convidados a apresentar peças incluem Billy Childs, Darin Atwater, Toshiko Akiyoshi, Darius Brubeck, Zim Ngqawana, Jimmy Heath e Emil Viklicky, no que prometem ser raras noites de idéias e ideais.

- "Suite for Human Nature", de 16 a 19 de dezembro de 2004: O programa de férias da JALC é uma fábula estimulante para toda a família, acerca das aventuras e desventuras da Mãe Natureza, do Pai Tempo e de seus descendentes. Essa estréia em Nova Iorque contará com músicas novas de Wynton Marsalis e um "libretto" feito pela letrista Diane Charlotte Lampert. O coro The Boys Choir of Harlem e cantores convidados vão juntar-se à LCJO, acrescida de Wynton, para anunciar a estação com essa emocionante fábula de redenção.

- "Mid-Winter Festival", de 17 a 19 de fevereiro de 2005: Bill Charlap, a quem Tony Bennett considera "um dos maiores músicos americanos do presente", junta seu gênio criativo a obras-primas de seis gigantes da música popular americana: Gershwin, Kern, Porter, Berlin, Rodgers e Arlen. Charlap, juntamente com Peter Washington e Kenny Washington, receberá ainda Frank Wess e Peter Bernstein, além dos vocalistas Sandy Stewart e Freddy Cole.

- "Chivalrous Misdemeanors", 5 a 7de maio de 2005: Em 1957, o legendário Duke Ellington mexeu com o Bardo ao compor sua Suite Shakespeareana. Em 2005, o trombonista da LCJO, Ron Westray vai estrear novas composições que balançarão o Homem de La Mancha, com uma visão diferente e contemporânea, embebida no jazz, da história de Don Quixote. Arranjador e compositor de mão cheia, Westray, junto com Wynton e vocalistas convidados, promete embarcar numa jornada mágica entremeada de narrativas- surpresa e polirritmia espanhola.

O patrocinador, enfim, desfia uma série de vantagens de associar seu nome à cultura e mais ainda ao jazz, como a única forma de arte verdadeiramente americana. O que é nada menos do que excepcional para todos aqueles ligados ao jazz.

FESTIVAL TUDO É JAZZ

08 setembro 2004

Dando continuidade ao seu festival em carona com o de Ouro Preto, o Mistura Fina após as apresentações da Jane Monheit (27 e 28/08 ) , trouxe para o seu palco um dos reis do vocalise já com 83 anos o Jon Hendricks, que infelizmente ou felizmente para os poucos que o assistiram, pois cantou para menos de 100 pessoas e em um set único no dia 01 pp.; e segundo me confessou o P.Paulo o Globo se recusou a dar cobertura a tal evento pois o Xexeo odeia jazz ( ainda bem... ).

Quanto ao concerto posso garantir que o Hendricks além de uma simpatia ímpar, fez o seu melhor para agradar aquele pequeno grupo, que alí entusiasmado curtia como se estivesse em transe tal a sintonia platéia / palco.
Acompanhado por um trio de N.York altamente entrosado e muito criativo, começando pelo excelente pianista Peter Michelich ( este deverá ser atração futura no MF ), Andy Watson na mini bateria, demonstrando mais uma vez que tamanho não é tudo, como os nossos Marcio Bahia, Robertinho Silva para citar esses que ditam o rítmo sem muito instrumental e finalmente Neal Miner no baixo, o menos iluminado no meu entender.

O programa foi iniciado com uma versão de "Moanin" muito pessoal do Hendricks e um dos seus hits, a seguir uma homenagem ao Duke "Mood Indigo" e logo com uma participação da platéia 2 temas "De Lee, De Long" com cada lado da casa fazendo um estribilho e "Blues March" do Benny Golson com marcha, chapéu e tudo mais de direito.
Na continuação um medley Jobiniano fechando com um emocionado "Wave" emendado também de igual forma em "Estate".
Após esse belo momento de total descontração uma musica de sua própria autoria em homenagem e protesto ao Bush, chamada curiosamente "Tell Me The Truth".

Dando sequencia após dizer que sua grande influencia musical foi Oscar Petiford, segundo Hendricks o baixista dos baixistas, cantou imitando o instrumento um tema do proprio Petiford "Swinging To The Girls Come Home".

Para fechar antes do "bis" tão solicitado "September Of My Years" a la Sinatra, e para voltar de forma consagradora com "Bye Bye Blackbird" homenageando definitivamente Miles Davis.

Enfim, quem viu viu, pois quem não viu certamente não vai mais ver, e principalmente em um ambiente tão intimista...

Lembro ainda que o tal festival segue amanhã com a apresentação do Cesar Camargo e Romero Lubambo, que para mim foi simplesmente o melhor concerto nacional de 2003.

FESTIVAL INTERNACIONAL JAZZ PLAZA - CUBA

02 setembro 2004

O FESTIVAL INTERNACIONAL JAZZ PLAZA que acontece a cada 2 anos em Havana, Cuba, será do dia 13 ao 19 de dezembro de 2004, no Teatro Amadeo Roldán. Presença, já confirmada, de Chucho Valdés.
Assim que eu tiver a confirmação de outros músicos, colocarei aqui no blog.

É isso aí ,
Ahí Namá

Zé Henrique