Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

TRIBUTO AO INESQUECÍVEL VICTOR ASSIS BRASIL

30 setembro 2004

É exatamente esse o título da sempre brilhante coluna do Luiz Orlando Carneiro, hoje no Jornal do Brasil, que além da riqueza de informações a respeito do musico, refere se ao CJUB como o mais atuante grupo de jazzófilos do Rio, do qual faz parte o produtor da noite José Domingos Raffaelli.

Eis a íntegra da coluna:

Tributo ao inesquecível Victor Assis Brasil

O lendário saxofonista Victor Assis Brasil não chegou a completar 36 anos de vida. Em 1966, aos 21, soprando seu sax alto com competência e criatividade similares às do guru Jackie McLean, ganhou o primeiro prêmio de solista no Festival de Jazz de Berlim. Meses antes, com apoio do Itamaraty, participou de um concurso internacional de jazz promovido pelo Ministério do Exterior austríaco, sob a direção de Friedrich Gulda, juntamente com o trompetista Claudio Roditi. Ambos chegaram às finais. Victor secundou, na categoria das palhetas, o depois célebre clarinetista-saxofonista Eddie Daniels.
Infelizmente, em matéria de reedições em CD, a discografia de Victor é praticamente inexistente. Quem o ouviu ao vivo, ou com ele conviveu - no Beco das Garrafas, no Golden Room do Copacabana Palace, nos teatros de Bolso e Princesa Isabel - guarda e reescuta os velhos LPs Desenhos (o primeiro, de 1966) e Trajeto. E ainda aquela ''bolacha'' da Magic Music gravada ao vivo no Teatro da Galeria, na Senador Vergueiro, em 1974, em que Victor - à frente de um quinteto com Marcio Montarroyos (trompete) e Paulinho Russo (baixo) - improvisou sobre três inesquecíveis composições de sua lavra: Pro Zeca, Waving e Puzzle.

Claudio Roditi mandou-se, em 1970, para os Estados Unidos, onde estudou no Berklee College, encantou Dizzy Gillespie, fixou-se em Nova York e passou a integrar o ranking dos melhores jazzmen. No último referendo anual dos leitores da Down Beat foi o sexto mais votado entre os trompetistas, só superado por Dave Douglas, Roy Hargrove, Tom Harrell, Nicholas Payton e Wynton Marsalis.

Se a morte não o tivesse levado tão cedo, em 1981, Assis Brasil estaria hoje, certamente, apresentando-se como atração nos grandes festivais, salas de concerto e clubes dos Estados Unidos, Europa e Japão.

Mas a curta vida de Victor e os poucos discos que deixou foram tão marcantes que o saxofonista Idriss Boudrioua - músico de renome internacional, nascido na França há 46 anos, mas carioca desde 1982 - formou o Quinteto Victor Assis Brasil, com Fernando Martins (piano), Alexandre Carvalho (guitarra), Paulo Russo (baixo) e Xande Figueiredo (bateria).

O conjunto de Boudrioua apresenta-se hoje, às 21h, no clube Mistura Fina, na Lagoa, no 15º concerto da série Chivas Jazz Lounge, produzido pelo crítico José Domingos Raffaelli, que faz parte do mais atuante grupo de jazzófilos do Rio - o CJUB (Charutos Jazz Uísque Blog), idealizador da série.

O programa terá, exclusivamente, composições assinadas por Victor, como Tema para Einhorn, Balada para Nadia, Waltz for Phil, Steps, Waltz for Trane, Arroio, Onix e Lydian dreams. Todos esses temas são memoráveis, dos mais delicados aos mais incisivos, com chord changes do bebop ou tempero modal.

Idriss Boudrioua - fora o seu trabalho profissional no campo da MPB - já tocou no pranteado Free Jazz Festival e, mais recentemente, nos festivais de Berna e de Montreal (2001). Sua produção jazzística está registrada nos álbuns independentes Central Park West (1995-96) e Joy spring (1999), recomendados por J.D. Raffaelli no Guia de jazz em CD (Jorge Zahar, 2ª edição, 2002), mas difíceis de achar. Boudrioua aparece também em duas faixas do ótimo CD Harmonia (Jungle Jazz Records), gravado em 1996 pelo pianista Dario Galante, em solo, trio e quarteto.

Fernando Martins - segundo o produtor do tributo de hoje à noite a Victor Assis Brasil - é ''um dos mais articulados e inventivos pianistas brasileiros de jazz, conhecedor como poucos do vasto repertório de jazz e música brasileira, cuja experiência na Europa, ao lado de alguns expoentes do jazz (Slide Hampton, Joe Henderson), amadureceu consideravelmente seu estilo''.

Paulo Russo dispensa maiores apresentações. É o mais técnico, refinado e experiente contrabaixista de jazz em atividade no país. O guitarrista Alexandre Carvalho é partner constante de Boudrioua e de outros grandes saxofonistas como Mauro Senise e Leo Gandelmann. O baterista Xande Figueiredo, o mais moço do quinteto, descobriu sua vocação aos 13 anos, em 1981, e já tem 15 anos de atividade profissional. Tocou e gravou com o grupo Jazz Brasil, com Gandelmann, Leandro Braga e todos os ases da MPB instrumental.


Assim parafraseando certo amigo nosso, "Saravá" Luiz Orlando e que venha o concerto.

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