Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

10 discos de jazz (só jazz) para levar para uma ilha deserta - Bene-X

31 outubro 2002

Numa primeira e nem tão alentada tentativa, sem ordem de preferência e tão só enumerando:

- Kind of Blue, Miles Davis Sextet (Columbia)
- You Must Believe in Spring, Bill Evans Trio (Warner)
- Jazz at Santa Monica 1972 (Triplo, mas vale como 1) (JATP, Count Basie Orchestra & Ella Fitzgerald) (Pablo)
- Money Jungle (Duke Ellington, C. Mingus, M. Roach) (Blue Note)
- Miles Davis quintet & the Gil Evans Orchestra, live at the Carnegie Hall, 1961 (Duplo) (Columbia)
- John Coltrane & Johnny Hartman (Impulse)
- Shirley Horn, Here´s to Life (Verve)
- Getz/Gilberto (Verve)
- Bill Evans, Symbiosis (Verve)
- Billie Hollyday, Lady in Satin

Obs. 1: Já sei, JDR, Sazz e demais amigos, nenhum registro de Bird ou Satchmo ou Dizzy ou Bud ou C. Hawkins ou B. Webster ou Tatum ou Monk, etc. ? Que absurdo ? Claro, respeito. São todos gênios e donos de gravações históricas e de importância ímpar na história do Jazz. Mas são só dez permitidos e, pelo menos nessa primeira lista, valeu a emoção que os CD´s acima proporcionaram e ainda proporcionam, desde a 1ª até sua mais recente audição. Todos são inesgotáveis fontes de novas descoberta - a cada audição, repito - e prazer, um enorme e transcendental prazer de experimentar arte verdadeira, de artistas verdadeiros, em puro estado de graça;

Obs. 2 - Djavan é jazz ? Só porque tocou muito com músicos de Jazz (principalmente a turma de Los Angeles); não concordo, data venia, com este parâmetro, em particular, proposto por nosso editor-chefe; Djavan é MPB, a meu ver, e só. Ótima MPB, aliás, do que de melhor a música brasileira produziu. Mas Jazz ? Milton, então, por ter gravado com W. Shorter e H. Hancock, p.e., também é Jazz ?

Obs. 3 - Reservo-me para oferecer uma lista talvez mais amadurecida ao longo dos próximos dias, mormente após o rol dos demais conrades.

Obs. 4 - É possível, pela certa obviedade de minhas escolhas, que, ao longo de dois anos, passem, em algum momento, a ser cansativos alguns. Mas 10 discos durante dois anos ? Só 10 ? Para quem já passou dos 500, como todos nós, fazer uma lista dessas é, senão impossível, no mínimo, torturante, em que pese o delicioso exercício de diletantismo.

No aguardo do próximo rol,

Bene-X

10 discos de jazz (só jazz) para levar para uma ilha deserta

Lanço aqui aos demais editores um pedido: o de que pensem carinhosa e cuidadosamente, façam e publiquem suas escolhas, dos DEZ discos mais interessantes, os quais não abririam mão de levar se tivessem que passar, digamos, uns 2 anos numa ilha deserta ou numa base oceanográfica na Antártica. Lembro-lhes que é bastante tempo para ouvintes de música, sempre ansiosos por novidades e oxigenação musical.
Em dezembro, depois das listas publicadas, tentaremos fazer "a lista" definitiva, de acordo com as coincidências ou os discos mais lembrados. Os leitores em geral podem e devem participar enviando email para qualquer dos editores cujos nomes estão na linha de boas vindas, junto ao cabeçalho do blog ou ainda via os comentários desta nota.
Lembrem-se todos que, em relação às relativas conceituações sobre o que é considerado Jazz: 1.Kenny G não toca jazz, por mais que tente; 2. Djavan é jazz; 3. Eventuais dúvidas quanto a essa classificação serão dirimidas pelos editores e, em caso de empate, será ouvido nosso J.D, que, qual Minerva, dará sua palavra final.
Parece fácil. Não é. Mãos à obra.

E-Mails de J.D. Raffaelli - nº 00002

24 outubro 2002

Date: Wed, 23 Oct 2002 19:05:30
Caríssimo Mauro,
Tudo bem ?
Grato pelo gentil email. Graças a Deus, estou em ponto de bala, guardadas as devidas proporções para quem chegou à minha idade provecta.
Quando comecei a ouvir jazz (e lá se vão 62 anos...), a notícia da morte de um músico era bissexta e causava comoção na reduzidíssima comunidade jazzística do Rio. Passadas seis décadas, com o vertiginoso aumento de músicos em atividade, são raras as semanas em que aquela sinistra senhora com a foice na mão não ceifa uma vida....
Quanto à nostalgia, sinto muitas saudades do tempo em que ouvi ao vivo Parker, Dizzy, Ellington, Bud, Lester, Armstrong, Clifford Brown, Hawkins, Hampton, Dexter, Basie, Goodman, Tommy Dorsey (embora não fosse jazz, foi o meu primeiro ídolo), Monk, Coltrane, Billie, Sarah, Ella, Eldridge, Buddy Rich, Al Haig, Mingus, George Wallington, J. J. Johnson, Stan Getz, Zoot Sims, Kenny Dorham, Al Cohn, Shelly Manne, Hank Mobley, Milt Jackson e o Modern Jazz Quartet, Wardell Gray, Blakey, Johnny Hodges, Jack Teagarden, Kenny Clarke, Pettiford, Wynton Kelly, Lee Morgan, etc, etc, etc.
São alguns dos gigantes do jazz mesclados a outros luminares que, se vivos estivessem, certamente seriam considerados entre os mais influentes da atualidade.
Tive muita sorte em ver/ouvir ao vivo todos esses músicos fabulosos.
Por causa do jazz, aprendi inglês. E por causa do jazz fui dezenas de vezes a NY, deixando de conhecer Londres, Paris, Roma e Genebra, onde meu irmão serviu como diplomata. Chamavam-me de louco por só ir a NY, mas era o que eu queria, sempre fui para me reciclar, ouvir novos talentos, conhecer o que havia de novo. Em tantas viagens, fiz amizade com muita gente do jazz, incluindo músicos, críticos e empresários. Entre 1997 e 2001 fui oito (8) vezes!!! E só não fui este ano por ter sido dispensado do Globo.
Vocês só encontrarão discos do Renaud na Europa. Se quiserem, o Flavio [Raffaelli, filho do J.D.] pode pesquisar entre seus distribuidores e informaremos os títulos.
É bom esclarecer que Renaud parou de tocar em meados dos anos 60, dedicando-se ao trabalho de diretor artístico do departamento de jazz da CBS francesa. O grosso da discografia dele foi nos anos 50.
Claro que será um prazer se você transcrever qualquer notícia que eu passar. A informação sobre o Renaud peguei no Jazz Corner (www.jazzcorner.com, seção Speakeasy).
Acho que já lhe contei: seu pai me incentivou a escrever sobre jazz. Eu conversava muito com ele quando trabalhava com meu pai na Rua do Acre.Seu pai era um homem muito inteligente, muito culto e bastante sensato, com pensamentos e opiniões das mais equilibradas em quaisquer assuntos. Um dia, fomos tomar café e eu disse-lhe que não gostava de trabalhar no ramo de secos & molhados, o que entristecia sobremaneira meu pai. Foi quando o Sr. Giuseppe foi taxativo: "Se o que você quer fazer é escrever sobre música, não desista, do contrário você vai se arrepender o resto da vida". Não me arrependi, mas olhando em perspectiva sei que não foi uma boa opção para construir uma vida com estabilidade financeira num país como o Brasil.
Obrigado novamente e grande abraço.
Keep swinging,
Raffaelli
-----------------
(This painting copyright © Nancy Ostrovsky, www.nancyostrovsky.com - All Rights Reserved.)

E-Mails de J.D. Raffaelli - nº 00001 - :-)))

Tue, 22 Oct 2002 17:03:01
Mais um jazzman que se foi....
Morreu sábado, aos 77 anos, o excelente pianista francês Henri Renaud, que também produziu uma série de discos nos Estados Unidos e na França.
Ele gravou com J. J. Johnson, Oscar Pettiford, Clifford Brown, Art Farmer, Milt Jackson, Jimmy Cleveland, Gigi Gryce, Max Roach, Tal Farlow, Al Cohn, Gene Ramey, Walter Bolden, Lee Konitz, Jimmy Gourley, Frank Foster e Kai Winding, Entre os europeus, gravou com Bobby Jaspar, Jean-Louis Viale, Bernoit Quersin, Jean-Louis Chautemps, Benny Vasseur, Pierre Michelot e muitos mais.
Em 1954, Renaud produziu cinco álbuns muitos bons em New York. Organizou sessões com os trios de Duke Jordan, George Wallington e Al Haig, seus pianistas favoritos, mais duas em sexteto com J. J. Johnson, Tal Farlow, Pettiford, Roach, Cohn, Jackson, etc.
Este email é só para informar o desaparecimento de outro músico de jazz.

Compartilhando um pouco da história do jazz, como vivida por um verdadeiro entusiasta

Amigos, tenho trocado algumas correspondências com nosso querido José Domingos Raffaelli, o qual dispensa apresentações ao grupo mas que por força do acesso ao blog por terceiros em busca de informações sobre jazz principalmente, não me furtarei a fazê-la.
Mestre Raffaelli é um dos maiores conhecedores de jazz do planeta, tanto na teoria como na prática. Testemunha ocular (e auricular) de performances de inúmeros monstros sagrados dessa arte há 62 anos, J.D. (ou seria Jedi ?) é proficiente na matéria. Foi colunista de Jazz nos principais jornais do Rio de Janeiro por longos anos e sua elegância e conhecimento sempre fizeram de seus textos experiências enriquecedoras. Em suma, um must para todos os que procuravam informações sobre o que estava acontecendo no panorama jazzístico mundial.
Numa troca recente de mails, perguntei-lhe se me autorizaria a reproduzir aqui, no corpo principal do blog, alguns de seus escritos e reminiscências, pedaços saborosíssimos de sua história, que vinha, homeopatica e comedidamente dividindo conosco nos comentários aos nossos posts. Para minha grande alegria (e agora de todos) obtive seu "nihil-obstat".
Passarei a transcrever, portanto, as partes dessas correspondências que possam ser do interesse comum e peço a ele especial permissão para incluir nisso, um trecho que me relembrou hoje, quando afirma que foi meu próprio pai (amigo e colega de profissão do pai dele, sr. Umberto Raffelli -uma pessoa que guardo na lembrança como um refinado e elegantíssimo gentleman) quem deu-lhe estímulo para ser o grande conhecedor e principalmente grande "curtidor" dessa vertente musical que nos emociona todos os dias.
Abaixo, o email número 1 da série, que desejaria pudesse ser o início de uma longa troca de informações para o deleite de todos. Notem a reserva numérica que farei na ordenação...

Sonhar não custa nada II

Como todo aficionado (Fraga, o link pro CA está lá embaixo do charuto fumegante) pelo jazz e suas diversas manifestações, acho a foto abaixo como a que representaria o paraíso na Terra. Não tinha, até o momento que a vi, idéia de que tal lugar já houvesse existido. E acho que não existirá nada semelhante durante minha permanencia aqui neste chão. Vejam como era a muvuca na tal da 52 Street, "the Street", NY, nos anos 30 e 40. Todos esses letreiros são de clubes de jazz. E os observadores vão notar que à esquerda, no 3 Deuces, está anunciado Oscar Pettiford, tão querido do nosso amigo J.D. Raffaelli. Maravilhem-se, pois.

Ah, e o link para o site da 52ndStreet já está na coluna da esquerda.

Charuto e Jazz

22 outubro 2002

Sem palavras.

Desenrolada a passadeira vermelha...

19 outubro 2002

Não se trata como a princípio poderia parecer a algum leitor desavisado, uma alusão ao fato da militante do partido dos trabalhadores escalada "democraticamente" para a lide com o ferro elétrico (coisa que jamais havia feito antes, era atriz da Globo) mas que assumiu pelo bem do Partido, ter conseguido entregar todas aquelas camisas Armani engomadas e passadas, depois de ter ficado preciosas horas tentando entender como funcionava o eletrodoméstico pontiagudo, a tempo do mordomo-chefe Dirceu levá-las para o Lula poder viajar para Cuba. E de onde deveria não mais sair, já que lá é tão bão!

Antes, trata-se da nossa forma de receber com toda a circunstância a chegada de um ilustre colaborador como o Marcelão. Que finalmente juntou-se a esta hoste de bárbaros e tártaros litigantes pela continuidade do jazz nestas nossas plagas assoladas por tantos quantos jornalistas tão vermelhos como incompetentes como alguns "fedorentos", com cheiro de corpo e de corporativismo imbecil que se empoleiraram no ex-maior jornal do país, ora reduto dessa fauna monoideática.

Marcelão, mais que bem-vindo, sinta-se em casa para falar principalmente de jazz, mas também (e a pedido de outros co-editores), de música que importe, sem rótulos.

Michel Petrucciani

15 outubro 2002

Há poucos meses fui presenteado por meu querido amigo Sazz com um CD gravado, num momento de raríssima inspiração, onde estão desfiados, em gravações antológicas, diversos dos melhores standards já produzidos pelo Jazz. Entre elas, destaco a magnífica versão de Buddy Tate e Abdullah Ibrahim para "In a Sentimental Mood", que para mim, até agora, era a melhor versão para piano das que conheço - deixemos de lado Bill Evans, a eleição só vale para os mortais. Pois bem, quero me antecipar ao Sazinho e eleger a versão apresentada por Petrucciani, em gravação ao vivo registrada no Festival de Jazz de Juan Les Pins, em julho de 1993, a melhor que já ouvi. Verdadeiro veludo musical, que nos remete às mais queridas lembranças, a seqüência de solos disparados ao longo de 8'47" nos faz sentir, quando menos, purificados.
Em magnífica forma, Petrucciani apresenta, na seqüência, uma leitura estupenda da improvável "Besame Mucho" (definitiva versão), e, sem destoar do calibre, emplaca, ainda, de forma antológica, "Autumn Leaves" (na minha opinião comparável à versão de Legrand com Grappelli) e "Take the A Train". O disco é fechado com as clássicas "Caravan" e "Round Midnight", às quais é reservada a mesma sorte das demais.
Em êxtase absoluto, aguardo as versões duo (com Niels Pedersen) e trio (com mano e Lenny White), já passando a bola a quem quiser resenhá-las.
Grande achado de Mr. Sazz, e, parafraseando nosso editor-chefe, Mau Nah, trata-se de um @@@@@, com louvor.

Desculpas

Desculpem essa entrada desastrada, mas depois do Marcelinho e o desafio do Mauro eu fiquei tonto.
A minha dica é o cd do Gary Burton LIKE MINDS. Ele está acompanhado de Chick Corea, Pat Metheny, Roy Haynes e Dave Holland.
É um belo disco em que os músicos estão soltos e criativos resultando em boas composições e muita criatividade.
Quero mandar um abraço a todos e endossar os comentários do Fraga sobre o disco do Charlie Haden c/ Egberto.

14 outubro 2002

Senhores jazzófilos, aos que chegam " welcome to the club" e aos que já estão; o de sempre, boa semana sonora. O comentário do show do fim de semana ( Donato e trupe ) fica a cargo do L.C Fraga, vamos aguardar. Recomendo sem medo o " cd" triplo do Michel Petrucciani registrando 3 shows diferentes entre 93 e 94, sendo o primeiro solo com standards e uma versão monumental e definitiva de "besame mucho", o segundo em duo com o baixista Niels H. Orsted Pedersen e finalmente em trio com o irmão e Lenny White, que comentarei depois de degustar devidamente.

O CJUB ganha um novo -em todos os sentidos bons- editor

10 outubro 2002

É com alegria que recebemos em nosso seio (ih!), o jovem Marcelo Siqueira -Marcelinho, para os íntimos- que desde ontem debutou na lide de dar notícias auspiciosas e publicar seus comentários no blog. Já chega com tudo, mandando muito bem -acho que no fundo estava esperando para entrar com dois pés direitos- com a revelação dessa belíssima descoberta que reune o Pres ao Oscar Peterson. Fico aqui imaginando com que surpresa um outro Marcelo - o Marcelão- vai pedir passagem e entrar no grupo, pois está credenciado faz tempo mas até agora não deu sinal. Deve estar preparando alguma entrada triunfal. Aguardemos, pois.

Bem-vindo, portanto, caro Marcelinho, ao time de "cítricos" musicais deste pedaço. E, agora, pousando sua mão direita sobre o Kind of Blue, faça conosco o juramento solene de que vai manter olhos e ouvidos atentos na perpétua busca de discos/vídeos com Jazz de ótima qualidade, que todos (em conjunto e nesse clima de grande camaraderie, não só graças ao Uísque e os Charutos mas à amizade desinteressada) merecemos desfrutar.

E sinta-se como em seu próprio Blog.

Entrando Para a Turma

09 outubro 2002

Olá a todos! É com grande prazer que me reúno a tão seleto grupo. Gostaria primeiramente de concordar inteiramente com nosso amigo Fraga sobre o delicioso show de Wanda Sá, nem irei me alongar em elogios a magnífica formação do quarteto que a acompanhava ou a seu "repertório impecável", até porque o Fraga disse tudo. Porém, o que mais deixou-me feliz foi o fato de minha mulher adorar o show e amar o disco, me proporcionando momentos de puro romantismo. Grande Wanda! Dêem um beijo nela por mim...
Gostaria também de dizer a todos que consegui uma preciosidade. "Lester Young With The Oscar Peterson Trio" remasterizado pela Verve contém os LPs Lester Young With The Oscar Peterson Trio 1 e 2, The President e The President With the Oscar Peterson Trio. Fantástico! Emprestei ao David, quem quiser é só pedir...

Egberto Gismonti & Charlie Haden


Ouvi, ontem, com imperdoável atraso, uma preciosidade chamada "In Montreal", apresentação de Egberto Gismonti & Charlie Haden, em 6 de julho de 1989, no Festival Internacional de Jazz de Montreal.
Nesse histórico registro, Charlie Haden pavimenta uma estrada onde Egberto Gismonti, ora no piano ora no violão, desfia diversas de suas mais primorosas composições. É inacreditável o conteúdo da obra, que nos deixa inebriados desde os primeiros acordes, não se observando o deperdício de uma nota sequer, e todas elas, rigorosamente todas, carregadas de uma poesia infinita.
Atingindo índices de sonoridade que ultrapassam a excelência, Gismonti em algumas passagens nos dá a impressão de haver não um mas dois pianos no palco, e a sintonia havida com o baixo de Haden entra para qualquer antologia que se queira fazer de duos.
Não ouvia, há muito, "Palhaço", que apresenta uma leitura diferente, calcada num colchão criado pelos belíssimos acordes de baixo, e, também, a estupenda "Don Quixote", numa releitura de levar às lágrimas qualquer ser que tenha um mínimo de sensibilidade.
Música para o espírito, conforto para a alma.


ANDRE PREVIN´s KING SIZE

08 outubro 2002

A quem interessar possa: na saraiva.com.br, por meros R$ 14,90:

Wanda Sá

Com a confraria reunida em peso - à exceção da sentida ausência de mestre JDR - assistimos, sábado, ao lançamento do primoroso "Domingo Azul do Mar", brinde maiúsculo a nós oferecido por Wanda Sá.
Cuidadosamente produzido e de repertório impecável, onde são resgatadas algumas de nossas melhores pérolas musicais, o espetáculo nos privilegia, ainda, com uma formação de primeiríssima linha, com destaque para Gilson Peranzetta e Márcio Bahia (das nossas melhores baquetas, cada dia melhor).
Entre as gratas surpresas trazidas por Wanda - em estupenda forma - não há como não mencionar a faixa-título, verdadeira bênção da Bossa Nova, e, também, a luxuosa versão de Nãnã, do grande Maestro. Somada a isso, "What a wonderful world", inesperada surpresa (consta do disco), que nos remeteu às mais consagradas versões desta preciosidade.
Qualquer palavra que se diga estará sempre aquém do turbilhão de sensações que a audição do disco nos propicia.
Show para ver, disco para ter - ambos indispensáveis.

Sonhar não custa nada...

Peguei por aí a escalação do próximo (mesmo) Festival de Jazz de São Francisco, Califórnia. Quem estiver com passaporte em dia, visto atualizado e grana no bolso, pode se candidatar. Vejam que timaço:

20th Anniversary San Francisco Jazz Festival
http://sfjazz.org
October 23-November 10, 2002; San Francisco, CA
800-850-SFJF
Kurt Elling, Ellis Marsalis & Bobby Hutcherson Duet, Wayne Shorter, Brian Blade, John Patitucci, Caetano Veloso, Ornette Coleman Trio, Ahmad Jamal, Nicholas Payton's Soul Patrol, Toots Thielemans, Kenny Werner, Oscar Castro-Neves, Branford Marsalis, Jane Monheit, Wayne Shorter, Bill Charlap, Eddie Daniels with Bucky Pizzarelli and Joe Locke, Jon Jang with David Murray, Charlie Hunter and Idris Muhammad Duo, Vijay Iyer and Rudresh Mahanthappa, Rubén Blades, Elvin Jones Jazz Machine, Michel Camilo, Tin Hat Trio, Ahmad Jamal, Lynne Arriale, Greg Osby. Herbie Nichols Project, Graham Connah, Bobby McFerrin, Mark Murphy, Kurt Elling, Charles Lloyd, Tomasz Stanko, more!


Quem se habilita?

Link para a MUSICNET

07 outubro 2002

Informo a todos que incluí nos links fixos do CJUB, à esquerda, abaixo dos "arquivos", o atalho para a MusicNet, multi-laureado sítio especializado em boa musica (incluindo, é óbvio, o jazz, sob a batuta de nosso querido José Domingos Raffaelli, que ali exibe um excelente artigo sobre o "papa" dos saxofonistas, Charlie "Bird" Parker). Todo esse sucesso ao longo de 6 anos é de responsabilidade do Flávio Raffaelli (filho do J.D.R., que em boa hora nos informa que as atividades do site na venda/encomenda de discos já se iniciaram), um grande praça, indubitavelmente por conta de sua herança genética.
Então, todos à dita página e ao Flávio, em busca de preciosidades fonográficas ou mesmo do último disco da Wanda Sá (gostou, Prof. Sazz?), Domingo Azul do Mar. Se ele não tiver, tenho certeza de que arruma.

Pedido de SOS: para entender as cotações da Down Beat

05 outubro 2002

Quem puder me informe quem são, no panorama do jazz, o senhor Fred Frith e um conjunto (acho) chamado Change of Time. Fiquei curioso em conhecê-los depois de ver as notas que lhes atribuiu a Down Beat corrente (online). Mr. Frith vem com 2 trabalhos, o primeiro Freedom in Fragments com cotação 4,5 (em 5) e o outro, Digital Wildlife com nota 4. E não conheço ainda nenhum trabalho seu, ou o que toca (ou canta?). Já Change of Time, com o disco homônimo, leva uma outra nota 4,5. Devem ter seus méritos de alguma maneira pois na mesma resenha, Mr. Dave Holland, que dispensa apresentação, ganhou meros 3,5 por seu último disco What Goes Around.
Branford Marsalis, amado por uns e odiado por outros tantos, sai-se bem com um 4 pelo Footsteps of Our Fathers, enquanto a já conhecida e cerebral pianista e cantora Patricia Barber leva um distinguido 4,5 pelo seu Verse (cujo lançamento noticiamos aqui em agosto numa nota hoje nos arquivos à esquerda, que inclusive dá acesso à audição de 2 faixas), talvez assim impulsionando sua excelente vendagem, conforme atestam os rankings dos sites da CDnow e da Amazon.
Estou bastante curioso.

ACCARDO E REGINA CARTER

02 outubro 2002

Semana agitada, temos amanhã (3/10), no Municipal, Salvatore Accardo, tocando Schubert e Mendelssohn (espero que o Concerto em mi menor). 4 e 5/10, Regina Carter, no Mistura, excepcional e moderna violinista de jazz. Sugiro comboio do Blog para ambos os eventos. Aguardo interessados.

Bene-X