Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

REITERANDO

29 março 2007

Só para reforçar: a Confraria CJUBiana voltará a se reunir em grande estilo nesta sexta feira, no local - antes - de hábito, à Sala CJUB do Restaurante Clube do Empresário que funciona - sob a batuta segura do Chefe Ramiro - no edifício da Associação Comercial do Rio, à Rua da Candelária, 9. O andar é o 13o., um pitéu pro Zagallo e uma impossibilidade pro Roberto Carlos, Deo Gratias, que o assunto vai ser tão só e exclusivamente Jazz.

Estão todos convocados sem escusas plausíveis que não o enterro da mãe ou distância intransponível - se bem que Sampa-Rio, por conta do Governo Lula, hoje assim poderia ser classificada - para a retomada das conversas frouxas e deliciosamente caóticas dessas saudosas efemérides.

Confirmaram presença os Mestres Raf, Llulla, Goltinho e Tolipan (este por email de hoje), que debutará na reunião. Aguardamos o "confirmo", ainda, do Mestre MaJor, para a banca estar completa. Mestre LOC pediu vênia devido a compromissos profissionais e, estando em Brasília, já está desculpado, embora sua ausência nos seja grande prejuízo, tanto no sentido cultural como emocional.

De resto, quem não aparecer vai ficar implorando pelo DVD com os "melhores momentos" (a integral) do encontro, que será vendido por um preço capaz de financiar 12 CJLs seguidas.

Até sexta!

HISTÓRIAS DO JAZZ # 31

27 março 2007

Tempo de Paul Winter

Foi em 1962 que o saxofonista Paul Winter veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez, liderando um sexteto credenciado como “Vencedor do Festival Americano Inter-Universitário de Jazz de 1961” realizado na Universidade de Georgetown, em Washington, D.C. Como sempre, a Seção Cultural da Embaixada dos Estados Unidos providenciou os convites para o concerto que seria realizado nos estúdios da TV Continental, seguido de uma mesa-redonda.
Isso aconteceu em 12 de junho daquele ano. Antes porém, a gravadora CBS lançou um LP do sexteto e realizou um coquetel no restaurante da Mesbla, seguido de uma apresentação do grupo na Escola Nacional de Música.

Confesso que não me entusiasmei com o sexteto. Winter era , ou ainda é (será ?) um solista tímido e sem muita criatividade. Seu trompetista Dick Whitsell seguia o mesmo caminho, enquanto Les Rout, a terceira voz dos sopros, aparecia com “muito entusiasmo” em seu ruidoso sax-barítono. A rítmica era razoável, mostrando um Warren Bernhardt conciso e equilibrado em seu piano, tendo um apoio positivo do baixista Richard Evans e do baterista Harold Jones. Estes dois últimos logo se destacariam desenvolvendo carreiras brilhantes. Evans, como excelente compositor e Harold Jones, ainda hoje um dos mais requisitados bateristas da cena do Jazz.

O coquetel foi animado e contou com importantes presenças como o maestro Moacir Santos, o trombonista Astor e a crítica especializada, com Paulo Santos, Paulo Brandão, Leonardo Lenine, Sylvio Tullio Cardoso e nós, fechando a fila.

A pessoa mais requisitada foi Gene Lees, então ex-diretor da revista “Down Beat” e já um famoso letrista, rivalizando com Regina Werneck nas versões de músicas brasileiras,
que acompanhava o sexteto de Winter. Seguiu-se a apresentação na Escola Nacional de Música, onde tivemos altos e baixos.
Anotei o repertório, que alinho em seguida:
Doxy (S.Rollins), I Remember Clifford (B.Golson), For Minors Only (J.Heath) , The Hustling Song (R.Evans), El Cid (?) – Makin’ Whoopee (G.Khan) – Hy-Fly (R.Weston)-
Home Cookin’ (H.Silver) - No Smoking (H.Silver) - Gertrude’s Bounce (R.Powell) - Leslie Leaps In (P.Winter) e Night in Tunisia (D.Gillespie).

Dia seguinte, Laranjeiras, onde ficavam os estúdios da extinta TV Continental, para mais uma apresentação e a mesa-redonda da qual honrosamente participei. Musicalmente, houve poucas alterações no repertório da véspera, com menos música, evidentemente, (tempo em televisão é super racionado). Já na mesa-redonda, o tema central foi a “divulgação do jazz no Brasil”.

Estava presente um animadíssimo diretor da gravadora CBS, o popular "Seu Silva", que indagado por Gene Lees sobre o número de discos de Jazz editados por ano, gaguejou e não respondeu com certeza. Sylvio Tullio entrou na conversa e informou que disco de Jazz era “avis rara”. As gravadoras não acreditavam no setor. Na minha vez, informei que figuras estelares do Jazz ainda eram inéditas aqui e citei Bix Beiderbecke, Fats Waller, Eddie Condon, Jack Teagarden, e até Charlie Parker. Gene Lees, então, interrogou mais uma vez o Silva: “Porque vocês não editam discos de Jazz?” e a resposta veio rápida. “Porque não tem público”.
Interrompi e contei sobre as casas cheias quando havia apresentações de Jazz no Teatro Municipal: Louis Armstrong e American Jazz Festival; Dizzy Gillespie no Teatro República, Buddy Rich e Ella Fitzgerald na TV Tupi, Woody Herman na TV Rio, e fui delicadamente interrompido por Gene Lees, que mais uma vez indagou ao Seu Silva: “Se vocês não lançam discos de Jazz, como é que sabem que o Jazz não tem público?

Alguns sorrisos iluminaram a mesa e então o locutor Waldo Moreira agradeceu a presença de todos e encerrou o programa com o LP de Winter em “play back”. Quase que esqueço do coquetel oferecido ao sexteto por Luiz Orlando Carneiro, em sua residência, quando vi e ouvi Gene Lees exibir seus dotes vocais acompanhado por Warren Bernhardt ao piano. E foi só.

HISTÓRIAS DO JAZZ N° 30

Os “Críticos” e uma "Visão" distorcida

Já comentamos algumas vezes o que aconteceu com o Jazz no Rio de Janeiro quando surgiram os festivais. Com a mistura de gêneros na programação,com absoluta prevalência para música descartável, os seus adeptos, entusiasmadíssimos colocaram a beca de “críticos” de Jazz e partiram para o novo ofício. No final da década de setenta e inicio da de oitenta a coisa praticamente ultrapassou tudo aquilo que se possa imaginar em matéria de ignorância sobre determinado assunto, principalmente em uma forma de arte como o Jazz. Jornais, revistas, tablóides e até rádios foram ocupados por jovens que escreviam e diziam o que queriam sem pensar nas conseqüências que suas informações poderiam causar. Irresponsabilidade total e absoluta de quem deveria zelar pela credibilidade de seus veículos de comunicação entregando a qualquer um pauta e microfone.
Sempre tive um comportamento baseado na seguinte assertiva : “Se você lê ou ouve barbaridades sobre determinado assunto e não aponta esses erros você é conivente. Peca por omissão pois as besteiras poderão ser encaradas pelos leigos como verdades”. Então, nas audições de “O Assunto é Jazz”, quando surgiam as besteiras, nós inseríamos uma dose de humor para tornar mais leve a crítica, embora algumas fossem batizadas de “relincho”.

Eis alguns exemplos:
De um “crítico” de “O Globo”, comentando um show de Pat Metheny:
“Metheny está vivendo a glória criativa chegando ao cúmulo de citar pianistas – de Fats Navarro a Oliver Nelson – nos improvisos em que o sintetizador surgia.
Dias depois, o mesmo “crítico” em “O Globo” de 9 de agosto de 1985 :
“Sonny Rollins tem 55 anos de idade e, até o surgimento de John Coltrane era considerado a grande influência do sax-baritono."
De um autêntico “intelectual” do “Jornal do Brasil”:
“Afinal cada época do jazz tem o bordado elétrico adequado. Stanley Jordan é um Charlie Christian que ouviu muito Jimmy Hendrix e Wes Montgomery”.
Sem falar no nosso carro-chefe, autêntica zurrada do “jazz educator” na “Tribuna da Imprensa” ao disparar: "Para quem não sabe, Ben Webster foi um dos músicos prediletos de Billie, com quem ela conviveu social e artisticamente durante toda a sua carreira. Foi Ben Webster inclusive, que passou a chamá-la de “Lady Day”, enquanto Billie apelidou-o de “Pres”, abreviatura de presidente.”

Bem, isso não é nem dez por cento do material contido na minha pasta de recortes mas vamos esperar outra ocasião para prosseguirmos com as clássicas mancadas. Nunca esquecendo duas batatas quentes emitidas por uma voz feminina no rádio: “ao contrabaixo está um major chamado Holley”, para semanas depois, no mesmo programa informar que na gravação que se seguia havia a presença do importante contrabaixista francês George Duvivier.”

Não poderíamos deixar de mencionar a mancada de um conhecido comediante da TV que resolveu fazer um programa de Jazz no rádio. Como comediante gostava de fazer piadinhas quando apresentava as gravações. Só que, em determinada tarde, ao anunciar a composição “I can’t get started” (Ira Gershwin e Vernon Duke) inovou e disse: “em uma noite, George Gershwin e Duke Ellington, junto ao piano compuseram “I can’t get started”.

Evidentemente os meus comentários causavam raiva nos “críticos” e sempre que podiam o torpedo era enviado. Tentaram me desmoralizar inventando mentiras e me jogando contra outras pessoas mas, fora algum aborrecimento, tirava de letra algumas atitudes. De um famoso escriba que escreveu, reescreveu, afirmou e reafirmou que Billie Holiday não era uma cantora de Jazz , a forra veio através de um comentário que fez sobre um disco de Sarah Vaughan, cuja contracapa traduzi e adaptei. Encerrava o artigo informando que a contracapa traduzida por Luiz Carlos Antunes era ruim e o disco merecia coisa melhor. Seus leitores devem ter achado o máximo.
A outra veio de maneira insólita e totalmente inesperada. Ao terminar minha palestra sobre Charlie Parker no primeiro “São Paulo/Montreux Jazz Festival”, fui efusivamente cumprimentado pelos presentes e entrevistado por alguns jornalistas. Dois chilenos que cobriam o festival pelo jornal “La Nacion” e pela repórter Dulce Tupi, em trabalho para a revista Visão.
Semana seguinte, ao ler a tal revista, verifiquei que a minha palestra fora omitida. Era como se nem tivesse acontecido. Dias depois encontrei a jornalista na sala de Ézio Sérvulo na gravadora Phillips e perguntei o que tinha havido. Ela, surpresa, não soube informar e nem sabia que haviam me omitido da matéria. Comentando o fato numa roda de amigos um deles me informou:
“Lula, o dono da Visão é pai do jornalista que você sempre critica no “O Assunto é Jazz”.
Trágico. Se não fosse cômico. Até porquê, no jornal em que o moço cobria o festival uma enorme matéria foi feita com Luiz Carlos Antunes descrevendo seu encontro, por toda uma tarde, com músicos como Jimmy Rowles, Benny Carter, Roy Eldridge e Frank Rosolino, incluindo as caricaturas de pianistas de Jazz feitas por Jimmy Rowles. Trabalho do jornalista José Nêumane Pinto. Pois é.

EUMIR DEODATO TOCA NO RJ

26 março 2007

Eumir Deodato fará 2 apresentações no RJ na Sala Cecília Meireles nos dias 3 e 4 de abril. E vem em formato de trio, ao lado de Marcelo Mariano no baixo e Ivan "Mamão" Conti na bateria.

O show deve seguir o mesmo formato de sua apresentação em 9 de março último na Alemanha onde apresentou-se ao lado do Marcelo Mariano ao baixo e Stefano Paolini bateria e teve como título Jobim meets Zaratrusta, concerto este que já tivemos acesso ao áudio apesar da qualidade não estar muito boa.

No repertório, temas de Jobim (Dindi, One note Samba), Vinícius de Moraes (Berimbau), Gershwin (Rhapsody in blue) além de composições próprias e Also Sprach Zarathustra, versão composta para o filme de Stanley Kubrick "2001: uma odisséia no espaço".

Promete !

Dias 3 e 4 de Abril
Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro

POSSIBILIDADES

25 março 2007


Venho percebendo uma estranha e perigosa depressão eufórica dos que comandam a nossa informação, seja ela via jornal, rádio, TV, etc. Um ufanismo do nada. Não é por acaso que o nosso presidente destinou mais 100 milhões não programados para os tais jogos pan-americanos, um torneio de terceiro nível, sem a mínima expressão técnica. O dinheiro foi arrancado de projetos de saneamento, saúde e educação. Sim, há chances de sermos os campeões em medalhas. Os efeitos “eleitoreiros” trariam o retorno. A informação musical também segue essa linha. Ninguém abre a boca diante da mediocridade em vigor. Somos os melhores. Até no jazz.
Aqui mesmo no blog leio coisas como “Kurt Elling é um enganador”. Ou que tal instrumentista é mediano. Os criticados jamais são brasileiros - eles nunca saberão que estão sendo malhados por jazzófilos tupiniquins. O samba é nosso. O jazz, não. Que eu saiba, nunca vi aqui (nem acolá) algum tipo de comentário mais áspero sobre qualquer atuação de um jazzista brasileiro. Todos são craques absolutos.
Esse post foi motivado por um DVD que acabei de ver: “Possibilities” (bastidores), Herbie Hancock. Só não se emociona quem não nasceu para ouvir música. O CD, de mesmo título, foi massacrado por vários cejubianos. Era evidente que seria. Afinal, entre os participantes estão John Mayer, Christina Aguilera, Carlos Santana, Trey Anastasio, Paul Simon, Sting, Annie Lennox, Raul Midon e outros “pop stars”. Nada mais repelente para um jazzista de raiz. O DVD mostra com riqueza de detalhes, musicais principalmente, a intenção do trabalho. Hancock até comenta:”Se eu quisesse agradar meu fãs, faria outro álbum de jazz tradicional”. O DVD é uma aula de jazz, sob uma concepção livre, criativa, em cima do que a música pop consciente faz hoje. Jazz não é só passado. E nem deve ser. Muitas possibilidades surgirão para explorá-lo de forma honesta. No final, Hancock confessa:”Estou cansado dos idiotas”. Eu me achei um deles, envergonhado.
PS. Paul Simon disse durante as gravações:"Herbie avisou que não iria fazer um álbum de jazz. Ele vai fazer sim, mas sem os mesmos e velhos clichês".

METHENY & MEHLDAU DE VOLTA EM NOVO DISCO

Seis meses após o lançamento do primeiro CD juntos, Pat Metheny e Brad Mehldau repetem o formato agora com o disco intitulado Quartet.
No primeiro predominava a formação em duo, agora, em quarteto completado pelo contrabaixo de Larry Granadier e a bateria de Jeff Ballard, das 11 composições apenas 4 são em duo.

E segue a mesma fórmula, mantendo predominantemente a identidade de Pat Metheny em quase sua totalidade.

Apesar de ser um disco com um discurso bem contemporâneo, mesmo que longe da atmosfera jazzística, traz belos temas como a abertura A Night Away e En La Tierra Que No Olvida.

O tema Fear and Trembling traz na frente a enigmática guitarra sintetizada de Pat Metheny bem ao estilo de The Roots of Coincidence do Pat Metheny Group.

Um destaque especial para os duos Don´t Wait, Long Before, Marta's Theme, esta da trilha composta por Pat Metheny para o filme Passagio Per Il Paradiso, e The Sound Of Water que lembra muito da atmosfera Windham Hill, gravadora precursora da chamada new age no final dos anos 80 que revelou bons nomes como Michael Hedges, Will Ackerman, Alex de Grassi, Scott Cossu entre outros.

Um bom disco !

MUDA MISTURA !

Esperamos que seja breve a ausência do principal palco do jazz, da música instrumental e dos históricos concertos produzidos pelo CJUB no Rio de Janeiro.

Muda Mistura, mas muda logo para acabar com essa carência !

NEW ORLEANS JAZZ & HERITAGE FESTIVAL 2007

Este ano, estarei participando de uma Conferência Internacional de Gerência de Risco na histórica cidade de New Orleans, e após o término da parte profissional, terei um dia disponível na cidade para visitar o local do festival.

Gostaria de dividir com os CJUBianos a progamação de 04.05.2007


Better Than Ezra, ZZ Top, George Benson, Counting Crows, Tony Joe White, Ivan Neville’s Dumpstaphunk, World Saxophone Group, The Dirty Dozen Brass Band, Danilo Perez, Chuck Leavell with the Randall Bramblett Band, Lil’ Band o’ Gold, Banu Gibson & New Orleans Hot Jazz, Walter “Wolfman” Washington & the Roadmasters, Ellis Marsalis, Gangbe Brass Band of Benin, Luther Kent & Trickbag, Sunpie & the Louisiana Sunspots with guest Al “Carnival Time” Johnson, Amanda Shaw & the Cute Guys, Johnny Sketch & the Dirty Notes, Benjy Davis Project, Judith Owen, John Boutté, Bob Wilber & A Tribute to Kenny Davern, Paulette Wright & Volume of Praise, Batiste Brothers Band, Tyronne Foster & the Arc Singers, Louis “Gearshift” Youngblood, Martha Redbone, Lost Bayou Ramblers, Coco Robicheaux & Spiritland, John Lee & the Heralds of Christ, Kevin Gordon, Lionel Ferbos & the Palm Court Jazz Band, Herman Jackson, D.L. Menard, Po’ Henry & Tookie, Lil Nathan & Zydeco Big Timers, Rumba Buena, Mark Braud, Creole Zydeco Farmers, June Gardner, Sharon Martin, Julio y Cesar Band, Gentilly Groovemasters, New Orleans Mardi Gras Indian Rhythm Section, Dynamic Smooth Family, Unstoppable Gospel Creators, Stooges Brass Band, Heigher Heights, Last Straws, Coolie Family, Mount Hermon BC Choir, Gospel Inspirations of Boutte, Fi Yi Yi & the Mandingo Warriors, Big Seven and Lady Sequence SAPCs, Kumbuka African Drum and Dance Collective, Heritage School of Music, Curtis Pierre the Samba Man, Lusher Charter Jazz Ensemble, Albert Wicker School Performers, David Sepulveda the Line King, TBC Brass Band…

Tirando os nomes grifados em negrito, não disponho de informações sobre os demais participantes...

Será que os nomes são realmente o melhor do dia ?

Abraços,


Beto Kessel

ONDE ESTÃO NOSSOS CRÍTICOS?

23 março 2007

O problema é antigo e surgiu quando a cultura passou para o segundo (ou terceiro) plano em nossos veículos de comunicação. Antigamente, qualquer show de Jazz tinha a cobertura de, pelo menos, os principais jornais. Havia a "primeira crítica" no JB, algumas vezes feita por Leonardo Lenine de Aquino e a insubstituivel manifestação de Sylvio Tullio Cardoso em "O Globo". Para nós, documentos de grande valia pois passavam a fazer parte de nossos arquivos.

Tivemos agora um show de um dos principais solistas da atualidade, Terence Blanchard, na Sala Cecilia Meireles. Alguém leu alguma coisa sobre o espetáculo? Algum jornal publicou pelo menos um comentário?

É triste, mas é verdade. O Rio de Janeiro fica mudo nessas ocasiões. Também, com os Jazz-educators de hoje é preferivel assim.

llulla

NOTA TÉCNICA

20 março 2007


Meus caros CJUBIANOS, estamos com um problema técnico para hospedar música. O site usado para tal o BOLT, por motivos de direitos autorais não mais permite a divulgação de música. Assim, estão prejudicadas a resenha do MUSEU DE CERA e a série DO OUTRO LADO DO JAZZ, bem como a gostosa RADIOLA. Contudo, nosso blog engineer Gustavo Cunha, o Guzz, está buscando uma alternativa e certamente em breve estaremos no "ar" .

HISTÓRIAS DO JAZZ N° 29

O Programa de Gillespie.

Essa aconteceu em maio de 1986 e integra também a série “Boicotes”.

Estava no "plantão trabalhista” em minha repartição, quase no final do expediente, quando fui procurado por uma senhora muito bem vestida e perfumada.
Perguntei-lhe sobre a consulta que queria fazer e a resposta me surpreendeu. Queria falar comigo em particular. Encerrado o expediente, ela esclareceu o motivo da visita.
Queria me contratar para escrever o texto do programa das apresentações do quinteto de Dizzy Gillespie no teatro do Hotel Nacional, que aconteceria naquele mês de maio. Esclareceu que seria um texto longo, eis que o programa seria uma pequena revista, contendo inclusive espaços publicitários. Para acertarmos melhor os detalhes convidou-me para almoçar no dia seguinte no Restaurante Assyrius, que funcionava no subsolo do Teatro Municipal.
Assim fizemos, só que tive que esperar pela madame cerca de 45 minutos, eis que outros afazeres a prenderam no escritório. Almoçamos e combinamos sobre a forma do texto que, teria que conter uma pequena biografia, detalhes das outras visitas de Dizzy ao Brasil e tudo que interessasse aos cultores do Jazz. Prometi entregar-lhe o trabalho dois dias depois. Na oportunidade, perguntei-lhe se ouvia o meu programa ou me conhecia de outro lugar. Disse que
não mas que tinha “ótimas informações a meu respeito” e nada mais acrescentou.

Confesso que não tive a menor dificuldade em confeccionar o texto. Aproveitei um capítulo que constaria de um livro que pretendia escrever (O Jazz nos palcos do Rio de Janeiro) e as informações do meu arquivo. Corrigi o texto várias vezes e concluí que o trabalho estava bom, com muitas informação e até casos que pouca gente conhecia, como o susto que Gillespie deu em um casal que tentava sair do teatro no meio do espetáculo. Dizzy desceu do palco, pulou uma frisa e interceptou o casal no meio do corredor perguntando se não estavam gostando do espetáculo. Ante a surpresa e as gargalhadas da platéia os dois voltaram para seus lugares.

Dia marcado, a madame apareceu para pegar o texto e perguntou quanto me devia.
Cobrei quinhentos (cruzeiros novos, velhos, cruzados, sei lá) e ela se assustou. Achou caro e ainda veio com o argumento de que pagara o almoço do “Assyrius”. Argumentei que fora convidado e que a época do escambo já terminara. Não ia trocar meu texto por uma refeição. Se quisesse o texto, estava à disposição. Caso contrário, procurasse outra pessoa para a tarefa. Constrangida, fez o pagamento, pegou o texto e se retirou.

Mas a resposta não se fez esperar. Gillespie apresentou-se no Hotel Nacional nos dias 24 e 25 de maio. Não pude assistir aos espetáculos mas não tive dificuldades para arranjar um programa. Bonito, bem diagramado e com meu texto na íntegra. Só que, como não fui adepto do escambo, tive meu nome omitido do programa. Uma vingança perfeita da firma do seu Poladian.

Um colega advogado me propôs entrar com uma ação mas ponderei que não valeria a pena. A não ser que tivessem colocado algum “paraquedista” como autor do texto. Aí sim iamos brigar.

Grupo de Dizzy Gillespie que se apresentou :
Dizzy Gillespie (tp) – Sayd Abdul Al-Khabyyr (sb) - Walter Davis Jr.(p) - John Gregory Lee(b) - Nasyr Al-Khabyyr (dm)

HISTORIAS DO JAZZ N° 28

“Corresponsal” internacional em 1961.

Conheci Gustavo Souto desde a infância, quando ainda usávamos calças curtas. Era neto do famoso compositor Eduardo Souto. Um menino diferente dos outros pois não saía de casa a não ser acompanhado pela mãe, ilustre professora em Niterói. Já na adolescência, Gustavo “se soltou” e demonstrou uma grande habilidade em tudo aquilo que fazia. Consertava aparelhos, montava aeromodelos e curtia sobretudo o radioamadorismo. Montou uma potente estação em sua casa, de onde se comunicava com todas as partes do mundo. Tinha gavetas cheias dos “radiocards”, cartões enviados pelos radio amadores quando fazem seu primeiro contacto com um colega. Aproximamo-nos quando locutores da Rádio Difusora Fluminense, onde Gustavo foi um dos mais perfeitos, a ponto de, logo logo estar na TV Tupi como locutor de cabine, ao lado de Ronaldo Rosas. Nessa época comecei a freqüentar sua casa e assistir as transmissões que fazia até altas horas da madrugada. Eu estava nas vésperas de uma excursão ao Uruguai e Argentina e certa noite quando Gustava falava com um colega uruguaio, pedi que perguntasse sobre o Festival de Jazz de Punta Del Este, datas, locais etc. A resposta foi imediata e Hugo Gomez Sanpedro, prefixo CX-7CT, informou que mandaria as informações detalhadas pelo correio, o que cumpriu fielmente.
Nossa viagem foi de ônibus e observando as datas, descobri que pelo menos um dia daria para ir ao festival, o que infelizmente não aconteceu. Surpresa maior quando na primeira cidade uruguaia, numa das paradas, encontrei Tião Neto. Ia tocar com Sérgio Mendes e já tinha contacto com a diretoria do Peña de Jazz, excelente clube de Montevidéu e organizador do festival, que visitaria. Marcamos encontro e ao chegar na capital uruguaia partimos para o Peña, onde fomos cordialmente recebidos por seu presidente, Alfredo Silvera Lima, também contrabaixista dos “Swingers”, conjunto que estava ensaiando naquele momento. Instalações magníficas, uma boa discoteca, bar, palco e auditório muito confortáveis e um carinho muito grande de todos os presentes pelas nossas pessoas logo nos cativaram e em instantes já estávamos integrando os “Swingers”, Tião no baixo e eu na bateria(que sempre toquei mal). Esse grupo era constituído por Hector Cardarelo (cl) - Coco Perez (p) - Leandro Mendaro (g) - Silvera Lima (b) e Julio Cesar Cucurrulo (dm).
Visitamos todas as instalações do Peña e, convidados, voltamos à noite para o coquetel de recepção às delegações que participariam do festival (Argentina, Uruguai, Chile e Brasil).
Uma “Jam Session” com todos os participantes encerrou aquela noite inesquecível. Dia seguinte voltamos ao Peña e para nossa surpresa, fomos homenageados por seu presidente, recebendo uma flâmula do clube e o convite para sermos o “corresponsal” de sua revista, que seria lançada dentro de dois meses. Honrados, aceitamos a incumbência e fizemos no primeiro trabalho uma matéria sobre Booker Pittman, que o colega uruguaio transformou em Brook, apenas no título, e amplo noticiário sobre a atividade jazzística no Rio de Janeiro, que naquele tempo era profícua.
E foi com alegria incontida que recebi pelo correio o primeiro e único numero da revista, referente ao bimestre junho/julho de 1961. Lá estavam minhas matérias e o título “corresponsal en Rio de Janeiro”. Valeu!

CHARLIE PARKER NO COPA?

19 março 2007

Alertados por Coutinho, fomos correndo ler a grande novidade na coluna de Joaquim Ferreira dos Santos. Eis o texto: "O Golden Room do Copacabana Palace vai voltar a ter uma programação de shows. Serão quatro por ano, no palco
onde já se apresentaram Ella Fitzgerald e Charlie Parker"....

Quando pensávamos que já estivessemos livres de tais notícias, muito comuns na década de setenta, quando "roqueiros e festivos" vestiram as togas de críticos de Jazz, eis que surge outro, naturalmente mal informado que dispara tal besteira para os incautos. Ah, Rio de Janeiro...

llulla

IDRISS BOUDRIOUA COMEMORA 25 ANOS DE BRASIL

17 março 2007

E tem motivo de sobra para festejar, afinal está lançando seu sétimo CD - BASE & BRASS.

Idriss é um francês de alma brasileira e é um dos nossos grandes instrumentistas.
Gravado entre fevereiro e dezembro de 2006, traz 9 faixas, 5 delas compostas por Idriss, que assina todos os arranjos, exceto "You Got It, por Tom Garling.

E o time que o acompanha é de peso, como base tem Jessé Sadoc trompete, Marcelo Martins tenor, Aldivas Ayres trombone, Dario Galante piano, Sergio Barrozo contrabaixo e Rafael Barata bateria e convidados ilustres como Bruno Santos trompete, Eric Seva barítono, Etienne Mialet tenor, Felipe Poli e Leonardo Amuedo guitarras e Pascoal Meireles bateria.

Neste CD ele faz uma homenagem a Phil Woods, assim ele recorda :
"Ouvi Phil Woods pela primeira vez quando tinha por volta dos meus 15 anos. Aqueles arranjos maravilhos, até então desconhecidos para mim, tocaram-me tão profundamente que por dias não consegui para de ouví-lo."

Sobre o lançamento -
Data : 20 de março, 19hs
Local : Modern Sound, Rua Barata Ribeiro 502 - Copacabana, RJ
Reservas : (21)2548-5005

HISTÓRIAS DO JAZZ nº 27

13 março 2007

“O amigo Phil Woods”

Conheci Phil Woods em 7 de agosto de 1956, durante um coquetel oferecido pela Embaixada Americana, no Clube de Seguradores e Banqueiros, para apresentar a banda de Dizzy Gillespie à imprensa.
Foi um contacto mínimo até porque Gillespie catalisava todas as atenções e todos achavam que não podiam perder nada. Conversei rapidamente com Melba Liston e Billy Mitchell, enquanto solicitava os indispensáveis autógrafos não só na Encyclopedia de Leonard Feather como também no verso do convite. O mesmo sucedeu com os outros músicos, com exceção de Quincy Jones, que contava para um grupo os detalhes do desastre que vitimou Clifford Brown. Alí me demorei mais um pouco. De Phil colhi apenas o autógrafo e o cumprimentei após a estréia da banda na TV TUPI.
Vieram os festivais “São Paulo/Montreux” e no de 1980, Phil veio com o seu quarteto. Hotel Eldorado cheio de músicos, shows nos eventos paralelos e as indispensáveis procuras por novidades. Foi quando Coutinho me encontrou na portaria e informou que Phil Woods queria falar com a gente. "Impossível" respondi, "ele não me conhece!"
"Couto" então explicou que ele queria encontrar com quem o assistiu com a banda de Dizzy em 1956. Partimos para o apartamento do músico. Nos recebeu gentilmente e mostrou sobre a mesa uma série de partituras e explicou que não conseguia “fechar” os arranjos. Precisava de um "aditivo". Esse aditivo era uma espécie de "chá moido", que ele fumava num pequeno cachimbo. Foi convocado o Mooche local e logo, logo, chegava a santa erva para alívio do saxofonista.
Mostrei-lhe então o convite do coquetel autografado pela banda e o seu autógrafo na Encyclopedia, pedindo que ele assinasse mais uma vez. Ele então escreveu o seguinte:
“For Lula once again ! 24 years later not so long next time I hope. Phil”

Ficamos mais um pouco enquanto Phil ordenava as partituras e se preparava para recomeçar o trabalho.
Durante a realização do curso “Introdução ao Jazz”, no Museu do Ingá, em Niterói, conheci Kurt Klauser, um suíço entusiasmadíssimo pelo Jazz. Tão animado que resolveu abrir um clube de Jazz no Rio de Janeiro. Convidou-me para um jantar na Casa da Suíça, onde expôs os seus planos. Ouvi atentamente e expliquei-lhe o seguinte: “Não ia dar certo. Primeiro, porque não havia público para, diariamente sustentar uma casa desse tipo. Teria que ter pelo menos um trio (piano, baixo e bateria) que tocasse para acompanhar solistas que eventualmente aparecessem. Ia encontrar dificuldades. Apareceriam os “bicões”, indefectíveis oportunistas, almejando tirar uma casquinha do projeto, etc., etc.

Não obstante, foi em frente e alugou o conhecido “Clube do Taco”. Gastou dinheiro em madeira, móveis de decoração e ao que parece, uma moderníssima aparelhagem eletrônica importada da Suíça. Quando iam começar as obras veio o “torpedo”. O dono da casa fazia uma série de exigências para o seu funcionamento: queria uma mesa para seis pessoas, com despesas grátis, diariamente, queria parte do faturamento da casa, e por aí vai. Klauser não teve outro jeito senão desistir do projeto e comunicar ao senhor Poladian que ficaria no prejuízo de duzentos mil dólares e que o negócio estava cancelado. (Eu avisei !)
Contei tudo isso para chegar ao meu terceiro encontro com Phil Woods . O Kurt, não obstante o prejuízo, resolveu contratar Phil para tocar no Copacabana Palace, fato que ocorreu em 21 de janeiro de 1990. O saxofonista veio sozinho e tocaria com músicos locais. Kurt alugou um Cadillac “rabo de peixe” para buscar Phil no aeroporto e levá-lo até o hotel. Posteriormente, deslocou-se até a Sala Cecília Meirelles, onde seria realizado o ensaio do grupo.
A formação de quinteto seria com Don Harris, americano aqui radicado, no trumpete, Luiz Avellar ao piano, Nico Assumpção ao baixo e Jimmy Duchowny, outro americano, que na época tocava bateria com o Idriss.
Ao chegarmos ao ensaio, Phil nos reconheceu logo e desceu do palco para nos cumprimentar. Elogiou o local e em seguida voltou aos músicos para a escolha do repertório.

Nos reencontramos à noite, após o encerramento do show no Copacabana Palace. Estava irritado. Queixou-se que, apesar das recomendações feitas aos músicos sobre comportamento diante do público, nada foi observado. Queria todos de paletó e gravata e Don Harris além de tirar o paletó, bebeu água mineral pelo gargalo da garrafa em pleno palco. E concluiu: "O Jazz é uma música que exige respeito e para tanto temos que respeitar a quem nos vem assistir. Não abro mão disso!"
Falou!


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11 março 2007

Alô amigos e visitantes do CJUB

Mais novidades no blog, e em dose dupla.

Como feito anteriormente com o Museu de Cera, agora as histórias do nosso Mestre Lula, que ele vem contando aqui no blog há algum tempo, estão disponíveis em uma única página, visualizadas pelo link "Histórias do Jazz", aí ao lado.
Homenagem mais que justa, nosso Mestre e confrade Lula as viveu e nos dá a oportunidade de vivenciá-las também e imaginar o jazz visto dos bastidores.
É isso Mestre Lula, que venham mais histórias ...
O orgulho é nosso !

Aproveitando o embalo, a palestra "Do outro lado do Jazz", escritas aqui pelo Mestre Major, também ganha destaque.

E para navegar é muito simples, é só clicar nos ícones ao lado.

Divirtam-se !

TROMPETISTA TERENCE BLANCHARD SE APRESENTA NO RJ

Eldee Young: 1936 - 2007

08 março 2007

Navegando pela internet por sites ligados à cena jazzística de Chicago (http://www.chicagojazzmagazine.com/), tive a triste surpresa de ler a notícia sobre o falecimento em 12.02.2007, em Bangkok, do baixista Eldee Young, a quem tive o prazer de assistir num evento em 2003, na mesma Chicago, no qual o baixista acompanhava Marshall Vente, pianista e bandleader local.

Eldee, pessoa de ótimo humor, foi mais conhecido pelo trabalho com o pianista e educador de Chicago Ramsey Lewis, músico de toque refinado.

Buscando mais dados, cheguei a www.allaboutjazz, que trouxe o texto que segue abaixo:

Bassist Eldee Young, best known for his ten year stint in the ‘50s and ‘60s with the (pianist) Ramsey Lewis Trio, died of a heart attack on February 12, 2007, in Bangkok.

Last May I found myself in Saigon, and was both surprised and delighted to learn that the Eldee Young trio was playing in town. The gig was in the lobby of the Sheraton Hotel, a far cry perhaps from Carnegie Hall, and the Montreux or Newport Jazz Festivals, all venues of past glories for the man from the Windy City.

“Eldee, what are you doing in Vietnam?” I asked. “Vietnam? You tell me. I thought I was in Singapore!” And then that infectious laugh.

Although the venues may have changed over the years, what never changed was his cheeky sense of humor, his openness to all people and his enthusiasm for life.

Born in Chicago on January 7, 1936, Eldee Devon Young was already playing bass professionally in a club at the age of thirteen, and was touring in his mid-teens. His first important gig was with King Komax, with whom he played from ’51 to ’54.

In a career spanning nearly sixty years, Eldee Young played with T-Bone Walker, Joe Turner, Chuck Willis, Nancy Wilson, James Moody, Dinah Washington, Sonny Stitt, Jeremy Monteiro and Dizzy Gillespie.

Como dizia João Saldanha, vida que segue...

Beto Kessel

UM AUTÊNTICO “MOLDY FIG”

06 março 2007

Relendo a preciosa coleção da “Revista da Música Popular”, em boa hora transformada em livro, fomos encontrar no número 6, correspondente aos meses de março e abril de 1955, uma autêntica preciosidade:

José Sanz, comentando uma discografia do italiano Arrigo Polillo sobre o essencial em Jazz, escreveu o seguinte:
“Deste ponto em diante, o moço italiano escorrega por um plano inclinado de coisas ruins e péssimas, como os “McKenzie & Condon’s Chicagoans”, Frankie Trumbauer, Bix Beiderbecke, Frank Teshmacher, Duke Ellington, Count Basie, Benny Goodman, Ella Fitzgerald, Woody Herman, Dizzy Gillespie e Charlie Parker, Manchito(?), Stan Kenton, Miles Davis, Lennie Tristano, Lee Konitz e toda a raça dos boppers e cools.”

Lembro bem que na época foi instalada uma resistência contra o Jazz moderno, principalmente o bebop, que tinha como cabeças, além de José Sanz (que afirmava possuir um cilindro com uma gravação de Buddy Bolden), Lúcio Rangel e Sérgio Porto. Mas, do outro lado, Sylvio Tullio Cardoso “espanava” os três com aquela categoria que até hoje deixou saudades. E ficamos nisso.

HISTORIAS DO JAZZ – N° 26

“Os Cariocas” – A volta

Tudo começou durante a comemoração de mais um aniversário do programa “O Assunto é Jazz”, em 9 de dezembro de 1986. Como sempre, casa cheia com os estúdios repletos de amigos, ouvintes, músicos e curiosos que sempre apareciam atraídos pela nossa chamada “sala de visitas”. Alguém sempre levava uns salgadinhos e também o “chá escocês” que obviamente alegrava a audição. E tem mais, nosso programa nessa ocasião tinha apenas “QUATRO HORAS DE DURAÇÃO”.

Tocávamos as novidades, entrevistávamos os presentes e o tempo fluía alegre e descontraído. Nesse aniversário, Maurício Einhorn apareceu com Badeco, ainda um dos integrantes dos “Cariocas”. Entrevistei-o e entre as perguntas que fiz estava a clássica: “porque vocês pararam?”. Foram apresentadas algumas razões mas senti que o momento era propício para uma tentativa. Gedir Pimentel estava presente, era e ainda é amigo de Quartera, seu colega de Banco do Brasil. Combinamos então que poderíamos fazer um programa especial com o grupo, reunindo seus integrantes para contar como tinha sido a carreira e obviamente sobre a possibilidade de uma volta.

Assim sendo, em 10 de fevereiro de 1987, fizemos esse especial de duas horas, entrevistando Quartera, Severino Filho, Badeco e Valdir Viviani, que integrou a formação original do grupo no tempo de Ismael Neto. Lamentavelmente, apenas Luiz Roberto, por questão de trabalho, não pode comparecer. Esposas presentes, ambiente descontraído e os antigos sucessos do grupo sendo apresentados com explicações desse ou daquele integrante . Chegando ao final do programa, exortamos o grupo a tentar uma volta, com o apoio inclusive das esposas presentes. Severino ficou de pensar e eu tive a “brilhante idéia” de pedir que eles se despedissem com um acorde. Severino sinalizou e as quatro vozes se juntaram harmonicamente dando um fecho de ouro aquela audição.

Logo depois, Gedir nos informava que o grupo se reunira e começara os ensaios, aprimorando os antigos sucessos e renovando o repertório, E mais, havia um convite para que fossemos a um dos ensaios que seria realizado na casa de Severino. Isso ocorreu em 8 de junho de 1988, quando passamos a tarde na casa do maestro, assistindo o ensaio e aprendendo alguma coisa sobre “distribuição de vozes”.
Entrevistamos Luiz Roberto, já com a saúde comprometida. Ele nos disse que tinha duas saúdes: “a física, que de vez em quando dava um perrengue, e a musical, sempre em alta”.
Meses depois era anunciada a volta oficial dos “Cariocas”, num show a ser realizado no Jazzmania. Tivemos mesa reservada perto do palco mas algumas pessoas que haviam feito reservas foram colocadas na varanda, sem visão do palco, para que seus lugares fossem cedidos aos “globais”. Pedro, o nosso Apóstolo, protestou em altos brados e ameaçou se retirar mas, com jeito tudo se arranjou. Algumas presenças consegui notar, entre elas Gal Costa, Boni, Sérgio Mendes, Milton Nascimento e a filha de Severino, Lúcia Veríssimo.

Começa o espetáculo. Badeco assume o microfone, fala sobre assuntos diversos e a musica começa. Quase duas horas até o encerramento. Terminado o show, saímos e fomos interrogados por alguns amigos: “Porque nosso programa não fora citado,
porque a Fluminense FM não fora citada, porque Luiz Carlos Antunes não fora citado?”

Não soube responder. Talvez porque seria temeroso falar para a platéia que foi uma rádio de Niterói, através de um programa de Jazz, apresentado por um “desconhecido” que abriu suas portas para “Os Cariocas”, ignorados pela mídia durante vinte anos. Os “globais” poderiam não gostar! E finalmente, a vaidade do maestro Severino Filho, o mentor da omissão. A vida ensina e a gente aprende...

llulla

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 10

05 março 2007

HARLEM (I)

A parte de New York conhecida como HARLEM abrange a área norte da ilha de Manhattan, acima do Central Park entre as ruas 110 e 158, juntando-se a uma faixa ao nordeste conhecida como Washington Heights, do lado oeste a Henry Hudson Parkway marginal ao rio Hudson e a leste a Harlem River Drive beirando o próprio rio. A vila original foi estabelecida em 1658 pelo governador holandês da província Peter Stuyvesant que a nomeou de Nieuw Haarlem em homenagem à capital da província de North Holland na Holanda. Ricos fazendeiros por lá se estabeleceram até ocorrer um grande declínio econômico nos anos seguintes a 1830, quando então, fazendas abandonadas foram a leilão público. Com a melhoria dos transportes e o grande crescimento da população de New York após a Guerra Civil transformou o HARLEM em bairro das classes média e média alta. A partir de 1870 foi alvo de extensa exploração imobiliária e por volta de 1904-5 o mercado inflado com preços e aluguéis exorbitantes entrou em colapso. Nesta época, um homem de negócios e de raça negra Philip Payton iniciou a compra dos imóveis e pela primeira vez a população negra passou a dispor de ofertas de imóveis decentes e até mesmo luxuosos, desta forma a área foi se tornando pouco a pouco o centro de uma comunidade afro-americana.
A migração ocupacional continuou pelos anos 20 e acabou por redundar em um centro cultural urbano da América negra, principalmente em torno da rua 135 entre as avenidas Lenox e Seventh. Assim o chamado bairro negro em New York a partir de 1926 foi sendo vivenciado como um centro jazzístico de grande importância devido às grandes casas de espetáculos, salões de dança e cabarés como o Cotton Club, Savoy Ballroom, Connies Inn, Apollo Theater, Nest Club e outros. Entre 1929 e 1933 foi moda o público branco passar as noites de diversão em uma casa do bairro negro. Nos anos 40 o HARLEM começou a se esvaziar como centro musical, mas permaneceu ainda por cerca de duas décadas como centro espiritual do Jazz onde morava a maior parte dos músicos e onde se reencontravam freqüentemente. Atualmente apenas existem alguns pequenos clubes de Jazz de segunda linha.



HARLEM OPERA HOUSE – foi um grande teatro possuíndo 1540 assentos localizado em 207 west 125th street no coração do Harlem, construído em 1888 pelo empresário Oscar Hammerstein (*1847 †1919) avô do famoso compositor letrista Oscar Hammerstein II. Em 1922 foi comprado pelo emigrante austríaco Frank Schiffman e por Leo Brecher, já proprietários do Apollo Theater. Parece que Bardu Ali, o vocalista da banda de Chick Webb descobriu Ella Fitzgerald em um concurso para amadores. Há controvérsia de que o concurso ganho por Ella tenha sido no Harlem Opera House vizinho de quarteirão do Apollo Theater que também patrocinava concurso de calouros, mas sem dúvida foi o Harlem que a promoveu. Apesar do nome Opera House muitos espetáculos além das óperas ali eram realizados já na década de 20 e a partir dos anos 30 passou a abrigar as big bands da era swing, contudo com pouca duração uma vez que a partir de 1935 foi mantido apenas como cinema e o magnífico edifício foi demolido em 1969. Alguns nomes das bandas que ali atuaram foram: Teddy Hill, Don Redman, Charlie Turner, Chick Webb, Benny Carter, Fletcher Henderson, Tiny Bradshaw, dentre outras...


STRIDE - entre os anos 20 e 30 nascía no Harlem uma escola de Jazz a que se denominou de Harlem stride-piano fundamentada na criatividade dos pianistas James P. Johnson, Luckey Roberts, Eubie Blake e seguidores como Willie "The Lion" Smith e Fats Waller dentre outros. O STRIDE refletia uma modernização do ragtime e consistia em fazer alternar uma nota baixa (grave) sobre um tempo forte (3º) e um acorde sobre os dois tempos fracos (2º e 4º). Empregavam bastante o intervalo de décimas, no entanto, é incontável o número de variações produzidas pelos pianistas dada a riqueza da linguagem do Jazz. A partir dos anos 30 as características do STRIDE foram sendo empregadas também pelas bandas como as de Ellington e Basie. Grandes nomes do piano como Fats Waller, Duke Ellington, Earl Hines, Mary Lou Williams, Pete Johnson, Albert Ammons, Willie Smith, Count Basie, Teddy Wilson, Art Tatum, Errol Garner, Oscar Peterson, Thelonious Monk, Rolland Hanna, Jack Byard, Monty Alexander foram bastante influenciados pelo STRIDE.
Os principais mentores da escola foram os pianistas James P. Johnson (*1894 †1955), Luckey Roberts (*1887 †1968) e Eubie Blake (*1883 †1993, isto mesmo 100 anos!)
Podemos ouvir um dos marcos do STRIDE o tema Carolina Shout de James Price Johnson interpretada pelo próprio em gravação de 1921.



ROMANO MUSSOLINI

Poucos sabem, principalmente os da nova geração que Romano Mussolini, falecido em 3 de fevereiro do ano passado era filho do "Duce" Benito Mussolini, de trágico fim ao término da segunda guerra mundial.

Era um excelente pianista de jazz e um apreciado pintor. Desde cedo estudoou piano, chegando a tocar peças clássicas acompanhando o pai que tocava violino. Por incrível que pareça, o Jazz foi banido da Itália durante o período fascista mas ,Romano desenvolveu um especial afeto pelo gênero logo após o término da guerra.


Era muito discreto quanto a sua vida familiar, (foi casado com uma irmã de Sophia Loren), e, somente em 2004 publicou um livro, "Il Duce mio padre", contendo coletânea de memórias pessoais e confidenciais sobre o pai.


Entre os inúmeros albuns que gravou destacamos :

"JAZZ AT SANTA TECLA", acompanhado por Dino Piana(tb)- Carlo Lofredo(b) e Franco Tonani(dm), em Novembro de 1957.


"MIRAGE" - ao lado de Glauco Masetti(sa)- Emilio Soana(tp)- Piero Montanari(b) e Tulio de Piscopo(dm) (1974), ambos inseridos algumas vezes na programação de "O Assunto é Jazz".


Somente agora soubemos, via Internet, do seu falecimento com a idade de 79 anos, ocorrido há pouco mais de um ano. Lembro ainda que Romano visitou o Rio na década de sessenta mas não se apresentou como pianista de Jazz.


llulla

PERCURSO SINUOSO

02 março 2007

Aos 39 anos, Kurt Elling (Chicago) vem colecionando todos os prêmios da Downbeat, tanto entre os críticos como entre os leitores. Se isso não é atestado de talento, traz prestígio. Elling não é unanimidade, talvez pela escola Mark Murphy, a mais direta influência. Ele esteve no Brasil e dividiu opiniões. Alguém no blog escreveu que a sua versão para “My Foolish Heart” foi arrasadora, tipo antológica. Seja como for, Elling terminou o seu mais recente CD, a ser lançado em 3 de abril. Um amigo canadense – nem sei como conseguiu – me mandou. Trata-se de “Nightmoves”, já com alguma seqüela da temporada brasileira. Como de costume, o álbum é irregular, alternando bons momentos e outros descartáveis. Primeiro trabalho pela Concord Jazz, Elling elaborou dessa vez um repertório menos “complicado”, a começar pela faixa de abertura, “Nightmoves”, assinada por Michael Franks. Seu velho companheiro, o pianista Laurence Hobgood, continua responsável pelos arranjos. E esse é o primeiro problema. As interpretações sempre lineares do vocalista exigem extrema criatividade do arranjador, com harmonias instigantes, ainda mais quando vários temas são verdadeiros standards. Hobgood nem sempre cumpre esse papel. “Change Partnes/ If You Never Come To Me (Inútil Paisagem)” é um exemplo, a partir de uma intervenção não muito oportuna do gaitista Gregoire Maret. Mas há um grande salto de qualidade em “Where Are You, My Love?”, aqui com um Christian McBride inspirado. O CD tem também as participações especiais de Bob Mintzer (sax) e Guilherme Monteiro (guitar). “Luiza” (Jobim) se não é um total primor, derrapa na pronúncia estranhamente lusitana de Elling. E o álbum segue até o fim com curvas perigosas e ultrapassagens, poucas, convincentes. O apelo mais popular pode, sem dúvida, ser decisivo para uma nominação ao Grammy. Geralmente essa fórmula funciona, ainda mais quando há uma estréia em nova gravadora.

1. Nightmoves
2. Tight
3. Change Partners / If You Never Come To Me
4. Undun
5. Where Are You, My Love?
6. And We Will Fly
7. Luiza
8. The Walking
9. The Sleepers
10. Leaving Again / In The Wee Small Hours
11. A New Body And Soul
12. I Like The Sunrise
13. Well, Did You Evah

Concord Jazz (2007)
Kurt Elling – vocals
Laurence Hobgood – piano, arranger
Rob Amster – bass
Willie Jones III – drums
The Escher String Quartet – performer
Bob Mintzer – sax
Christian McBride – bass
Guilherme Monteiro – guitar
Rob Mounsey – keyboards
Howard Levy – harmonica
Gregoire Maret - harmonica

MUSEU DE CERA # 16

01 março 2007

Venuti foi o primeiro grande violinista do Jazz. Sua parceria com o magnífico guitarrista Eddie Lang seria da maior influência em outra dupla fantástica que foi Django Reinhardt (gt) e Stéphane Grappelli (vi) na França. Giuseppe "Joe" Venuti nasceu a bordo de um navio com emigrantes da Itália em 1903. Inicialmente teve uma formação clássica ao violino até que em 1913 se encontrou, em uma escola na Philadelphia, com Salvatore Massaro filho de emigrantes italianos, nascido em 1902, mas que adotou o nome americano de Eddie Lang, considerado o primeiro guitarrista virtuoso do Jazz, uma vez unidos formaram uma banda local. Estes 2 grandes músicos iriam tocar e gravar juntos até o desaparecimento prematuro de Lang em 1933. Venuti tocou com Red Nichols, Jean Goldkette e em várias orquestras de shows da Broadway. Liderou com Lang uma banda na década de 20 que incluía Jimmy Dorsey, Red Nichols e Frank Signorelli. Venuti manteve-se na ativa até os anos 70 quando veio a falecer em 1978.
Eddie Lang inicialmente estudou violino até os 11 anos e mudando para a guitarra tornou-se profissional em 1924 com os Mound City Blue Blowers liderados por Red McKenzie. Seu estilo de guitarra era sofisticado sendo um magnífico acompanhador dos cantores e músicos solistas, apesar de também solar com maestria. Tocou com os Red Nichols's Five Pennies, Frankie Trumbauer, Bix Beiderbecke, Roger Wolfe Kahn Orchestra e Jean Goldkette. Lang e Venuti pertenceram a Paul Whiteman's Orchestra de 1929 a 30 aparecendo juntos no filme King of Jazz. De 1926 a 30 Lang foi contratado da Okeh Records e usou o pseudônimo de Blind Willie Dunn para se associar a outro guitarista Lonnie Johnson com o qual formou o Gin Bottle Four tendo o grande King Oliver ao cornetim. Sua morte se deveu a uma hemorragia após uma operação de amígdalas e seu grande amigo Bing Crosby com o qual fez dupla no filme The Big Broadcast sofreu enorme depressão por ter sido o maior incentivador para que fizesse a mal sucedida cirurgia.
Venuti possuía uma técnica impecável com estilo elegante e lírico e forte senso rítmico.
Lang aproveitando a nova técnica de gravação elétrica deu maior ênfase à guitarra até então suplantada pelo banjo Apesar de fazer solos sua especialidade era a guitarra-rítmica de acompanhamento.
Podemos, então, ouvir esses dois músicos de grande empatia em Stringin' The Blues (Eddie Lang / Joe Venuti) - Joe Venuti ao violino e Eddie Lang à guitarra.
Gravação original: 19/set/1926 – Columbia 914-D (mx 142697-11) - New York Fonte: CD – Jazz Archives n° 192 – Joe Venuti - Four String Joe 1926-1950 – EPM 160132 – 2002 – França