Conheci Phil Woods em 7 de agosto de 1956, durante um coquetel oferecido pela Embaixada Americana, no Clube de Seguradores e Banqueiros, para apresentar a banda de Dizzy Gillespie à imprensa.
Foi um contacto mínimo até porque Gillespie catalisava todas as atenções e todos achavam que não podiam perder nada. Conversei rapidamente com Melba Liston e Billy Mitchell, enquanto solicitava os indispensáveis autógrafos não só na Encyclopedia de Leonard Feather como também no verso do convite. O mesmo sucedeu com os outros músicos, com exceção de Quincy Jones, que contava para um grupo os detalhes do desastre que vitimou Clifford Brown. Alí me demorei mais um pouco. De Phil colhi apenas o autógrafo e o cumprimentei após a estréia da banda na TV TUPI.
Mostrei-lhe então o convite do coquetel autografado pela banda e o seu autógrafo na Encyclopedia, pedindo que ele assinasse mais uma vez. Ele então escreveu o seguinte:
Ficamos mais um pouco enquanto Phil ordenava as partituras e se preparava para recomeçar o trabalho.
Não obstante, foi em frente e alugou o conhecido “Clube do Taco”. Gastou dinheiro em madeira, móveis de decoração e ao que parece, uma moderníssima aparelhagem eletrônica importada da Suíça. Quando iam começar as obras veio o “torpedo”. O dono da casa fazia uma série de exigências para o seu funcionamento: queria uma mesa para seis pessoas, com despesas grátis, diariamente, queria parte do faturamento da casa, e por aí vai. Klauser não teve outro jeito senão desistir do projeto e comunicar ao senhor Poladian que ficaria no prejuízo de duzentos mil dólares e que o negócio estava cancelado. (Eu avisei !)
Ao chegarmos ao ensaio, Phil nos reconheceu logo e desceu do palco para nos cumprimentar. Elogiou o local e em seguida voltou aos músicos para a escolha do repertório.
Nos reencontramos à noite, após o encerramento do show no Copacabana Palace. Estava irritado. Queixou-se que, apesar das recomendações feitas aos músicos sobre comportamento diante do público, nada foi observado. Queria todos de paletó e gravata e Don Harris além de tirar o paletó, bebeu água mineral pelo gargalo da garrafa em pleno palco. E concluiu: "O Jazz é uma música que exige respeito e para tanto temos que respeitar a quem nos vem assistir. Não abro mão disso!"
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