Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA

29 novembro 2005

André Rodrigues é o contrabaixo. O lançamento de seu primeiro CD solo – CODIFICADO – vem confirmar a nossa tradição de revelar grandes nomes no instrumento, que um dia assinaram Nico Assumpção, Artur Maia, João Batista, entre outros.
O CD traz as participações de nomes do primeiro time da nossa música instrumental - Artur Maia, Kiko Continentino, David Feldman, Rafael Barata, Bernardo Bosisio, Marcelo Martins e Renato Massa.
Os temas, muito bem arranjados, trazem destaque para Código M, a latina Ave-Shai com belo solo de Kiko Continentino, Trane que reflete sua admiração por John Coltrane e o jazz ’60, Suburblues com algo de Mingus, Músico e o Montro em um duo baixo-bateria como há tempos não se via e fechando o cd com o tema solo de Stella By Starlight.
É com grande alegria o lançamento deste CD, mostrando, mais uma vez, que nossa música instrumental está muito viva.

BLUE NOTE RECORDS

26 novembro 2005

Uma das maiores grifes da história do jazz, o selo Blue Note é uma referência quando o assunto é jazz.
A curiosidade aqui é este site que ilustra as capas de todos os discos que fizeram e ainda fazem a história da gravadora.

http://www.pixagogo.com/7180565202

FROM LISBOA, JAZZ

23 novembro 2005


O e-mail veio de Lisboa, via João Carlos Sacramento, meu primo milenar, ou o pouco que me resta de sangue lusitano nas veias. E dizia assim:” São dez standards da canção portuguesa e um tema original sobre poema de José Carlos Ary dos Santos. Paula Oliveira, o rosto que muitos reconhecem como professora de canto no concurso Operação Triunfo, e a voz que nem todos sabem ser referência do melhor jazz vocal que por cá se faz, interpreta uma selecção de repertório da música a que se convencionou chamar ligeira. O resultado chama-se Lisboa que Adormece e chega hoje às lojas. Um trabalho em que a cantora partilha a assinatura com o contrabaixista Bernardo Moreira e que pretende demonstrar que "há uma forma muito própria de dizer jazz em português".
Evidente, o CD , em anexo. Tenho, por paixão, duas cantoras e “pessoas” com espaço cativo em meu coração. Wanda Sá e Lucinha Lins. Estive com Lucinha aqui em Londrina. Enfiei o CD na bolsa dessa minha deusa - questão pessoal, de pura admiração mesmo. Dias depois, no telefone, ela me me diz: “Só você mesmo para aparecer com uma coisa assim, jazz português da melhor qualidade!”. Mandei prá Wanda também , via Sazz.
Emocionante, atmosfera de Bill Evans em seus áureos tempos. Letras incríveis. Uma cantora talentosa, com um bom-gosto raro. Leo Tardin, pianista, super craque. Além do surpreendente baixista, Bernardo Moreira, co-autor da aventura. Uma aventura imperdível. Sem mais detalhes, deixo à curiosidade dos nossos fogosos cejubianos.

PS. Dos tais standards da música portuguesa, confesso, não conhecia nenhum. Mas é bom para perceber que ninguém sabe nada. Muito menos eu. Pago prá ouvir. Nada similar foi feito recentemente no Brasil, se "o assunto é jazz". Valeu, primo, obrigado.

O XXVI CONCERTO CHIVAS LOUNGE

21 novembro 2005

A atração do XXVI Concerto Chivas Lounge, produzido pelo CJUB, nesta próxima quinta-feira, dia 24 de novembro, às 21 horas, como sempre no Mistura Fina, na Lagoa, é o guitarrista Hélio Delmiro, que retoma em grande estilo suas apresentações jazzísticas. Virtuoso da guitarra em suas mais variadas nuances, Delmiro terá como acompanhantes o pianista e arranjador Alberto Chimelli, o contrabaixista Sérgio Barrozo e o baterista Kléberson Caetano.

Convidado pelo CJUB para fazer uma apresentação em que vai retraçar um panorama da guitarra no jazz e na bossa-nova, Hélio Delmiro, iniciou-se na música aos 5 anos de idade, ao ganhar de presente de seu irmão um cavaquinho, não parou de evoluir nas cordas desde então. Aos 18 anos, já formava com Marcio Montarroyos, Luizão Maia e Cláudio Caribé em seu primeiro conjunto profissional. Sua atração pelo jazz adveio do tempo em que, desfeito esse conjunto inicial, passou a fazer o circuito de bares do Rio, tendo se desenvolvido quando conheceu Vítor Assis Brasil e por este foi convidado a gravar "Trajeto", o segundo álbum de Vítor.
Com o pianista e maestro Antonio Adolfo, Delmiro correu o Brasil. Em seguida, passou a apresentar-se acompanhando grandes cantoras brasileiras com sua guitarra suave e melódica. Tocou junto a Eliseth Cardoso, Clara Nunes e Elis Regina, tendo estado ao lado desta em suas viagens à Europa e ao Japão.
Sua ascensão como genial músico garantiu-lhe participações em diversos festivais de jazz internacionais, tendo tocado com Luizinho Eça, Larry Corryel, Philip Catherine, Paul Motian, Charlie Haden e Carla Bley, entre outros, alternadamente, em festivais como os de São Paulo-Monterey, Montreux, Madrid e Berlim. Tendo chamado a atenção dos jazzistas americanos, foi convidado por Sarah Vaughan para acompanhá-la no disco "Som Brasileiro", em 1979. Repetiu a dose com essa grande diva do jazz no ano seguinte, quando gravaram "Exclusivamente Brasil".
Sua carreira solo então alçou vôo e Delmiro gravou "Emotiva", também em 1980. E "Samambaia", de 1981, gravado com César Camargo Mariano, talvez seja a obra referencial em sua trajetória. Após os lançamentos de "Chama" em 1984 e "Romã", em 1991, foi em Los Angeles, em 1999, que Hélio gravou "Symbiosis" em parceria com o pianista e arranjador Clare Fischer. Ao disco, seguiu-se uma temporada de ambos no The Jazz Bakery, prestigioso templo de boa música na Califórnia. De volta ao Brasil, a dupla rodou as capitais apresentando seu trabalho.
Seus últimos lançamentos foram os discos "Violão Urbano" em 2002 e "Compassos", no ano de 2004, este já resenhado aqui no blog.
Delmiro, que já esteve nas páginas da Down Beat como um dos cinco melhores guitarristas do mundo, volta agora com um repertório majoritariamente jazzístico para esta apresentação muito especial para aficionados.

O pianista, tecladista e arranjador Alberto Chimelli, músico profissional desde os 17 anos, já trabalhou com uma infinidade de estrelas de primeira grandeza do panorama musical brasileiro, como Elizeth Cardoso, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Leny Andrade, Vítor Assis Brasil e com o próprio Hélio Delmiro. Participou do Free Jazz Festival por duas vezes, com Maurício Einhorn, Luisão Maia e Nivaldo Ornelas. Tocou em um Concerto com o saxofonista japonês Sadao Watanabe, em Niterói e com John Pizzarelli e com Fred Cole, no Mistura Fina.
Foi diretor do Projeto Brahma nos anos de 1986 e 1987, tendo produzido a grande noite em março de 1987 na qual estiveram no palco do Theatro Municipal do Rio nada menos do que 23 músicos.
Chimelli é autor de inúmeras composições em parceria com Johnny Alf, Fernando Leporace, Maurício Einhorn, entre outros. Vem acompanhando o gaitista Einhorn constantemente, com quem acaba de lançar o CD gravado ao vivo, "Conversa de Amigos". Já se apresentou para o público das produções do CJUB neste mesmo ano, no "Tributo a Michel Legrand".

Sergio Barrozo começou tocando contrabaixo profissionalmente com o conjunto de Roberto Menescal em 1962, com o qual atuou em vários pocket-shows acompanhando cantores da época como Nara Leão e Maysa. Com Menescal participou de várias gravações da etiqueta Elenco, de Aloisio de Oliveira.
Em 1965, juntou-se a Edson Machado e Dom Salvador, formando o Rio 65 Trio, que gravou dois discos. Com Salvador, gravou também um terceiro, "Salvador Trio". O Rio 65 Trio participou de vários shows na época, como o de Marcos Valle e Leny de Andrade na boite Bacará, no Beco das Garrafas. O trio também gravou com Elis Regina o disco "Samba Eu Canto Assim".
Participou de outros trios, entre eles, o 3D Trio com Antonio Adolfo e Nelson Serra. Com essa formação participaram de vários shows com o bailarino Lennie Dale, no Rio e em São Paulo. Barrozo trabalhou também em vários pocket-shows dirigidos pela dupla Miéle e Boscoli, com Silvia Telles, Maysa, Eliana Pittman e outros.
Em 66 viajou para a Europa em tourné com um grupo de musica brasileira, dentre os quais estavam Edu Lobo, Rosinha de Valença, J.T. Meirelles, Chico Batera, Dom Salvador, Marly Tavares, Jorge Arena e Rubens Basini.
Em 68, viajou para os Estados Unidos e México acompanhando a cantora Elza Soares.
Na década de 70 trabalhou com o grupo de Elis Regina e Wilson Simonal, participando de tournées por todo o Brasil e também México.
Sérgio também articipou do grupo de Elizete Cardoso, com a qual gravou discos e viajou ao Japão em 1977. Então já atuava bastante em estúdios, tocando para vários artistas como Egberto Gismonti, Dick Farney, Edu Lobo, Tom Jobim, Paulo Moura, Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Toninho Horta, JT Meirelles, Wanda Sá, Victor Assis Brasil, Martinho da Vila, Eumir Deodato, Durval Ferreira, Erlon Chaves, Paul Mauriat, Emilio Santiago, Francis Hime, Max de Castro, Luis Eça, Wilson Simonal e outros. Participou também da gravação do primeiro disco de Sarah Vaughan produzido no Brasil. Em shows, sua lista inclui Vinicius de Moraes, Maysa, Dori Caymmi, Elis Regina, Wilson Simonal, Elizete Cardoso e Eliana Pittman.
Já tocou e atualmente toca com vários músicos conhecidos como Osmar Milito, Edson Frederico, Mauro Senise, Nivaldo Ornelas, Pascoal Meirelles, Idriss Boudrioua, Marcos Resende, Kiko Continentino, Helio Delmiro, Raulzinho, Paulinho Trumpete, Paulo Moura, José Boto, Victor Assis Brasil, Haroldo Mauro, Victor Biglione, Marcio Montarroyos, Paulinho Braga, Luis Carlos Cunha, Hamleto Stamato, Dario Galante e é o baixista predileto de Michel Legrand em suas apresentações no Brasil. Em janeiro de 2004, formou com o pianista Helio Celso e com o baterista Alfredo Marques o grupo que tocou no "Tributo a Bill Evans" produzido pelo CJUB no mesmo Mistura Fina, tendo atuado outras duas vezes em concertos com a grife do CJUB: no "Tributo a John Coltrane", também em 2004 e neste ano, do concerto "O Tom no Jazz", com o pianista Haroldo Mauro Jr. e o baterista Rafael Barata.

Esta é a terceira vez que o baterista Kleberson Caetano se apresenta em concertos do CJUB. Kleberson é um autodidata que pesquisou o estilo e a técnica dos grandes bateristas do jazz contemporâneo como Steve Gadd e David Weckl. Essa formação jazzística o levou a tocar com Márcio Montarroyos, Ricardo Silveira e com Markos Rezende. Fez parte da Rio Jazz Orquestra, apresentando-se nos maiores palcos do Rio, São Paulo, Curitiba, e Fortaleza, além de ter-se apresentado em Toronto, no Canadá. No Brasil, Kleberson tocou com expoentes do samba como Bezerra da Silva e Wilson Simonal.

Espera-se desta quinta-feira uma noite absolutamente mágica, onde a elegância e a experiência musicais de Hélio Delmiro, secundadas pelo harmonioso trio que arregimentou, vão tocar os presentes de maneira profunda e inesquecível.

Os ingressos podem ser obtidos antecipadamente no site da Ticketronics ou diretamente no Mistura Fina, reservando-se pelo telefone 2537.2844 com Adriana ou Sílvia.

AS DEZ DA ILHA DA FANTASIA (BRASÍLIA) DO MESTRE LUIZ ORLANDO CARNEIRO

20 novembro 2005

Instado por mim a participar também com sua lista, nosso Mestre-Cjubiano-Remoto Luiz Orlando Carneiro, mandou-me hoje seus inseparáveis objetos de prazer auricular e mental. Segue a aula:

1- "The Indispensable Duke Ellington" - vols 5/6 (RCA), com as obras-primas da Webster-Blanton Band ("Ko-ko", "Concert for Cootie", etc...);
2- "Satchmo at Symphony Hall" (Giants of Jazz) - É aquele concerto dos
All-Stars de Armstrong de 1947, com Barney Biggard, Jack Teagarden e "Big
Sid" Catlett, que me converteu ao jazz, por volta de 1952 (eu tinha uns 13-14 anos quando o ouvi, numa cabine da falecida Suebra. In illo tempore, eu estudava piano clássico e era fã do Badura Skoda, Gieseking, Madalena Tagliaferro (da qual minha professora, Dona Maria Adelaide Moritz, era assistente). Acho, até hoje, a melhor exibição de Satchmo e daquele grupo extraordinário.
3- "Charlie Parker/ The Savoy Recordings (mastertakes)" - Dispensa comentários.
4. "Jazz at Massey Hall" (Debut), 1953 - Idem.
5. "Mingus Ah Um" (Columbia Legacy), 1959 - "Better get it...", "Goodbye pork pie hat" (a belíssima homenagem a Lester Young), "Bird calls", etc...
6. "Kind of Blue" (Columbia)- Miles Davis, Trane, Bill Evans, Cannon, etc., dispensa comentários, é claro.
7. "Sunday at the Village Vanguard"- Bill Evans- (Riverside-OJC), com o LaFaro em estado de graça, e sobretudo os dois takes de sua "Gloria's Step" - uma das coisas mais lindas do mundo...
8. "Sonny Rollins meetsColeman Hawkins" - O encontro dos dois gênios de 1963, cada um no seu microfone, cada um em sua caixa de som. Tenho sempre Tenho sempre saudade (logo
saciada) do "All the things you are" que eles fazem. E como o Sonny provoca
o patriarca!
9. "A Love Supreme" - John Coltrane. Sem comentários.
10. "Thelonious Monk Quartet with John Coltrane at Carnegie Hall" - Aquela descoberta de 1957, que saiu este ano, e que é o disco do ano e um dos melhores de todos os tempos.

De contrabando, eu levaria, pelo menos, o "Free Jazz" do double quartet de Ornette Coleman (1960) e o "Footprints Live!" do atual quarteto do Wayne Shorter, que é o mais denso, primoroso e belo dos álbuns (que ouvi) editados nestes primeiros anos do atual século.

Assim falou o Mestre. Cabe-nos, apenas, fazer o dever de casa.

MÚSICA E MÚSICOS NO RIO

Acredito fortemente que a valorização da música instrumental e do Jazz se dá com ampliação de espaços para shows, músicos compondo e tocando, selos acreditando nos trabalhos de qualidade, e principalente o público sendo informado dos eventos, para que possa prestigiar os artistas.

Dando continuidade ao processo de divulgação de eventos musicais, e aproveitando a lembança do Paulo Russo, lembro que a semana será rica em atrações.

22/11, 3ª feira, 19:00 h., Sala Baden Powell, Av. N.ª S.ª de Copacabana, nº 360:
Paulo Russo Trio (Rafael Vernet, Piano; Rafael Barata, bateria)

23/11, 4ª feira, 12:00 h., Museu da República, com entrada franca e distribuição de senhas a partir de 11:30 h.:
Paulo Russo/Luiz Avellar Duo

24/11 5a feira, 21:00 no Mistura Fina. 26 Concerto Chivas Jazz Lounge promovido pelo CJUB, trazendo Helio Delmiro com Guitarra no Jazz, acompanhado por Alberto Chimelli (Piano), Sergio Barroso (Contrabaixo) e Kleberson Caetano(Bateria)

25/11 6a feira e 26/11 Sábado, às 22:30 no Bar do Tom. Marcos Ariel (Piano) em Jobim Bossa Jazz com a participação de José Paulo Becker ao violão

Como diriam Maurício Einhorn e Durval Ferreira, Estamos Aí

Beto Kessel

OS 10 DA MINHA ILHA

17 novembro 2005

Usando apenas o critério da importância que têm para os meus ouvidos, pela necessidade que tenho de voltar a ouví-los de tempos em tempos - tipo, uma saudade de suas sonoridades - esses são os discos que eu sentiria muita falta, se ficasse ilhado.

1. Saxophone Colossus - Sonny Rollins - Prestige, 1956
2. Dingo - Miles Davis - Warner, 1990
3. Bill Evans with Simphony Orchestra - Verve, 1965
4. The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery - Riverside, 1960
5. Time Out - Dave Brubeck Quartet - Columbia/Legacy, 1959
6. But Beautiful - Bill Evans / Stan Getz - Milestone, 1974
7. Love Walked In - Steve Kuhn -Sunnyside, 2003
8. Blue Serge - Serge Chaloff - Blue Note, 1956
9. Gerry Mulligan at The Village Vanguard - Live - Verve, 2002
10. McCoy Tyner Plays John Coltrane: Live at The Village Vanguard - Impulse, 2001.

Como eu mesmo criei o limite de 10, fica assim.

Inobstante, o reserva, para qualquer eventualidade, seria um disco chamado Now Dig This, do cantor Dennis Rowland (Concord Jazz, 1997), no qual desfia temas compostos por ou de alguma maneira associados a Miles. Dele, Scott Yanow do All Music Guide, disse:

"Singer Dennis Rowland pays tribute to Miles Davis on this interesting set. With Wallace Roney or Sal Marquez filling in for Miles and contributing short trumpet solos, Terry Harrington getting a few spots on tenor, and an excellent rhythm section helping out (pianist Joe Sample, bassist Chuck Berghofer and drummer Gregg Field), Rowland performs ten songs associated with Miles Davis. Unfortunately, all of the music is mostly from the 1956-61 period - nothing from the second quintet or the fusion years - so only part of Davis' legacy is explored. But the singer is in excellent form throughout the set, with the highlights including "All Blues," "I Could Write a Book," "'Round Midnight" and a lengthy medley of "The Meaning of the Blues" and "Lament."

Em nome da ordem, iria sentir saudades do velho e bom Rowland.

MOACIR SANTOS

Ontem, em noite de lua cheia e com a Sala Cecília Meireles idem, assisti ao show/cocktail de lançamento do CD "Choros & Alegria" e dos songbooks "Cancioneiro Moacir Santos" em 3 volumes (Coisas, Ouro Negro e Choros & Alegria).
Quanto ao show, na verdade uma continuação do projeto "Ouro Negro", onde os musicos Mario Adnet e Zé Nogueira conseguiram, com belo e rico trabalho, resgatar grande parte da obra do maestro e musico dos musicos Moacir Santos, que vive nos EUA há mais de 30 anos.
No palco um time de 1a. linha da nossa musica instrumental, com destaque principalmente para os sopros, começando pelo soprano do próprio Zé Nogueira, de grande eficiencia, passando pela grata surpresa do sax alto, clarinete e clarone de Dirceu Leite, o tenor de Marcelo Martins, no barítono o espetacular Teco Cardoso, na trompa Philip Doyle, no trompete Wander Nascimento, no trombone-baixo Gilberto Oliveira, e no trombone e o mais aplaudido individualmente, um Vittor Santos inspiradíssimo, com solos criativos e absurda sensibilidade.
Na cozinha Jorge Helder (baixo), Ricardo Silveira (guitarra), Mario Adnet (violão), Carlos Balla (bateria), Marçal (percussão) e piano, acordeon e teclados, Marcos Nimrichter, infelizmente prejudicado pelo som, cujo técnico não acertou pois mal ouvi o acústico mesmo estando na fila B.
Com relação ao repertório, registro além dos choros, que verdadeiramente não são a minha praia, os temas mais jazzísticos e trilheiros como "Paraiso", "Lemurianos", "Outra Coisa" e "Rota Infinito", bem como os já conhecidos "Kamba", "Quermesse", e no bis "Coisa N.6", todos do Ouro Negro.
Sobre o maestro, que contagiou a todos com sua alegria e pôs de pé toda a Sala Cecília Meireles, sua presença no palco por si só justifica o bom e velho poetinha em seu "Samba da Benção", "MOACIR QUE NÃO ÉS UM SÓ, ÉS TANTOS ".
Saravá, Maestro!

A registrar ainda, o interesse do Teco Cardoso em participar do CJUB em 2006, com musicos da paulicéia, idéia essa do nosso Mau Nah, tendo mencionado inclusive o "Pau Brasil" ou mesmo seu novo trabalho ainda a ser lançado.

EINHORN DE VOLTA E COM TUDO!!!

Nossa PegLu avisa que será amanhã, às 21 horas, na Sala Baden Powell, à Av. Copacabana, 360, o lançamento, pelo seu selo DELIRA MÚSICA, do CD "Conversa de Amigos", liderado pelo grande e festejado gaitista Maurício Einhorn.

Ao lado do mago da gaita formam, no quarteto que leva seu nome, nosso mais recente confrade, o Alberto Chimelli, ao piano, o baixista Luiz Alves e o baterista Rafael Barata, que, pode-se dizer, já é um dos componentes do "CJUB Dream Team".

Todos juntos subirão ao palco para o espetáculo de apresentação do CD, que inclui entre outras, Stella by Starlight, Satin Doll, On Green Dolphin Street, e a já clássica Bluesette, o mais famoso tema do outro gênio da harmonica, Toots Thielemans.

Os ingressos custam R$20,00, com descontos para estudantes e idosos, além dos membros do Clube Delira Música, do qual nosso Sazz, prestigiador que é da música de qualidade, recebeu merecidamente o título de sócio 001.

Daqui nossos parabéns à Luciana e ao Marcelo pela conquista de músico tão importante como o Einhorn para fazer parte de seu catálogo juntamente com os demais astros da Delira. Todos lá, que o programa é bárbaro.

PAULO RUSSO AVISA ...

16 novembro 2005

Imperdível, gente:

- 22/11, 3ª feira, 19:00 h., Sala Baden Powell, Av. N.ª S.ª de Copacabana, nº 360:

Paulo Russo Trio (Rafael Vernet, Piano; Rafael Barata, bateria) (que trio, hein ?)


- 23/11, 4ª feira, 12:00 h., Museu da República, com entrada franca e distribuição de senhas a partir de 11:30 h.:

Paulo Russo/Luiz Avellar Duo


Em ambos os concertos, já soube, Paulo vai usar o arco, coisa rara entre nossos baixistas, e que vale como atrativo a mais, em se tratando do músico que é.

Dado o recado, estarei lá. E você ?

PARA A ILHA DESERTA ...

Bobby Scott - For Sentimental Reasons;
Bill Evans - You Must Believe In Spring;
Charles Mingus - Tijuana Moods;
Duke Ellington - Hot Summer Dance;
Joe Pass - Joy Spring;
John Coltrane - Plays the Blues;
Joshua Redman - Live Village Vanguard;
Miles Davis - Kind of Blue;
Wayne Shorter - Adam´s Apple;
Wes Montgomery - Smokin at Half Note.

Fui !

Guzz

NA ILHA DESERTA

14 novembro 2005

12 companhias para ouvir numa ilha deserta ? Tirando o trabalho do Benny Carter que traz Joe Pass, Milt Jackson, Tommy Flanagan, vou citar os músicos que admiro e que certamente estariam no meu MP3 player

1)Benny Carter - The King
2)Bill Evans
3)Charlie Parker
4)John Coltrane (que tenha Naima, Giant Spets e My favouite Things)
5)Herbie Hancock com VSOP
6)Oscar Peterson com Milt Jackson
7)Joe Pass tocando com
8)Dexter Gordon tocando os temas de Round Midnight
9)Wes Montgomery
10)Benny Carter & Dizzy Gillespie
11)Toots Thielemans
12)Stephane Grappelly

Mestres Raf, LLuLLa, Goltinho, consideram que estarei bem acompanhado ?

Beto Kessel

OS 10 DA ILHA DESERTA DO MESTRE LLULLA

12 novembro 2005

A pedido do LLulla, que não está conseguindo postar, aqui vão os 10 companheiros que ele levaria para uma ilha deserta, garantindo, pelo menos musicalmente, sua boa companhia.

Como as listas dos Mestres trazem sempre ótimas indicações, não apenas para os neófitos mas principalmente para estes, aviso aos jovens amigos Gabriel, Rodolfo, Xande e Flávio que dêem atenção especial a esta e à do Raf, publicada mais abaixo.

1 - Louis Armstrong/Jack Teagarden - Satchmo meets Big T; Giants of Jazz
2 - The Capitol Jazzmen - The Hollywood Sessions; Jazz Ultimate
3 - Stan Getz - Aniversary; Verve
4 - Stan Getz & J.J.Johnson - At Opera House; Verve
5 - Thad Jones & Charlie Mingus; Debut
6 - Lee Konitz - At Storyville; Black Lion
7 - Jackie McLean - Bluesnick; Blue Note
8 - Gerry Mulligan - Dream a little dream; Telarc
9 - Spike Robinson - Jus a bit' o' blues!; Capri
10- Charlie Parker - The strings session; Verve

"MR. CHIMES" ENTRA EM CAMPO

10 novembro 2005

Foi convidado e aceitou fazer parte da Armada CJUBiana o pianista, arranjador, produtor e ótima-praça Alberto Chimelli. Ainda em fase de familiarização com as lides blogueiras, Mr. Chimes já está prometendo diversas histórias e casos curiosos que vem colecionando em suas andanças musicais pelo mundo.

Aguardem, portanto, para breve, a presença desse novo e produtivo membro, botando para quebrar não apenas nas 52 teclas brancas e negras do seu instrumento predileto mas também nas alfanuméricas de sua workstation.

Alberto, sêde bem-vindo! Conjugação que me lembra, incontinenti, de fazer-lhe um brinde por ter-se juntado a nós.

Grande abraço!

É COM ESSES QUE EU VOU...

Minha lista para a ilha deserta, em ordem alfabética:



1. Bud Powell – In Paris (Reprise 1964) Pela genialidade.
2. Eric Dolphy – Out To Lunch! (Blue Note 1964) Pela criatividade.
3. Ella Fitzgerald – Clap Hands Here Comes Charlie! (Verve 1961) Pelo entrosamento.
4. Herbie Hancock – Maiden Voyage (Blue Note 1965) Pela inspiração.
5. McCoy Tyner – Inception (Impulse 1962) Pela surpresa.
6. Miles Davis – Someday My Prince Will Come (Columbia 1961) Por Miles & Coltrane.
7. Oscar Peterson – West Side Story (Verve 1962) Por ter sido o primeiro disco.
8. Shirley Horn – You Won’t Forget Me (Verve 1991) Pela emoção.
9. Sonny Rollins – Alfie (Impulse 1966) Por Oliver Nelson também.
10. Stan Getz & Jimmy Rowles – The Peacocks (Koch Jazz 1975) Pelo encontro.

# The Jimmy Giuffre 3 (Atlantic 1957) Pelo músico fantástico.

# 1º suplente.

Obs. De todos, apenas Out To Lunch e Maiden Voyage foram "coroados" pela Penguin.

OS 10 DISCOS DA ILHA DESERTA

A idéia da seleção para a ilha deserta é um fascinante exercício de escolha, extremamente dificultado pelo número reduzidíssimo de itens dentro do universo infinito constituído por milhões de discos/CDs dos melhores músicos que povoam/povoaram nosso planeta. Minha relação obviamente será bastante diferente da maioria de vocês e certamente despertará aquela reação a que me habituei ao longo dos anos: “Isso é lista de quem vive do passado”.

Data vênia, como dizem nossos preclaros amigos advogados, garanto que não é lista de quem vive do passado, mas de quem já ouviu mais de 90% dos músicos que gravaram em todos os estilos do jazz. Minha lista inclui 10 discos fundamentais da história do jazz, do cream of the crop, obras-primas indispensáveis que marcaram indelevelmente a grandeza da música dos músicos, apontando novos caminhos para sua evolução. De pouco adianta apreciar o que se ouve hoje sem conhecer o que foi feito anteriormente pelos grandes pioneiros e inovadores que lançaram as fundações indispensáveis para tudo o que veio depois. Esta é a maior lição que o jazz me ensinou: nada podemos apreciar em sua devida grandeza e profundidade se não conhecermos a verdadeira essência do jazz, ou seja, o que realizaram os grandes criadores da sua história.

Eis a lista sem ordem de preferência:

Louis Armstrong – The Hot Fives and Hot Sevens - Sony Music
Duke Ellington – The Blanton/Webster Band - RCA/BMG
Count Basie - The Best of Count Basie with Lester Young - Decca/MCA
Dizzy Gillespie – Groovin’ High - Savoy
Charlie Parker – The Savoy and Dial Recordings - Stash
Thelonious Monk – Genius of Modern Music - Blue Note
Bud Powell – The Genius of Bud Powell - Verve
Fats Navarro – The Complete Blue Note and Capitol Recordings - Blue Note
Miles Davis – The Birth of the Cool - Capitol/Blue Note
Clifford Brown – The Complete Blue Note and Pacific Jazz Recordings - Blue Note

É com tristeza que sou obrigado a eliminar este itens maravilhosos:

Duke Jordan – Live in Japan (um dos melhores e mais inventivos álbuns de piano-baixo-bateria que conheço)
Charlie Parker & Dizzy Gillespie - The Quintet - Jazz at the Massey Hall
Benny Goodman – The Carnegie Hall Jazz Concert

Caso fosse obrigado a escolher UM ÚNICO DISCO para a ilha deserta, elegeria “Jazz Scene”, que reúne Charlie Parker, Duke Ellington, Bud Powell, Lester Young, Art Tatum, Billy Strayhorn, George Handy, Ralph Burns, Willie Smith, Benny Carter, Coleman Hawkins, Harry Carney, Flip Phillips, Howard McGhee, Hank Jones, etc, etc, etc. Sem dúvida, Norman Granz concebeu um disco para a posteridade quando produziu este álbum.

CJUB EM 25 CONCERTOS

09 novembro 2005

Há algum tempo, venho tendo curiosidade em saber mais sobre os Concertos Chivas Jazz Lounge, tendo em vista ter começado a frequentá-los somente a partir do Concerto "Legrand Par Idriss" neste ano.

À curiosidade, se juntou uma "intimação" amigável do Bene-X, que por motivo de tempo ainda não pude pesquisar com detalhes.

Ainda assim, pesquisei os arquivos do CJUB e preparei um breve resumo de todas as edições até o presente momento, trazendo as datas, os conceitos e os músicos participantes.

Fiquem à vontade para retificações, caso algum dado por mim coletado não esteja totalmente correto.

Desde já lamento não ter conhecido o CJUB desde o ínício. Quantos Concertos já perdi....

Segue abaixo a listagem:

CJUB – CONCERTOS


01
20.05.03
Piano – Dario Galante
Sax Alto – Idriss Boudrioua
Trompete – Jesse Sadock
Baixo – Augusto Mattoso
Bateria – Guilherme Gonçalves

02
25.06.03
Baixo - Dodô Ferreira
Sax tenor – Daniel Garcia
Piano – Marco Tommaso
Bateria – Pedro Strasser

03
30.07.03
Piano – Sheila Zagury
Trompete – Wander Nascimento
Sax – Fernando Trocado
Baixo – José Luis Maia
Bateria – Kleberson Caetano

04
19.08.03
Baixo - Edson Lobo
Trompete, flugelhorn, e trombone de válvulas - Paulinho Trompete
Sax-alto e flauta – Ricardo Pontes
Piano - Fernando Moraes
Bateria - Wallace Cardoso

05
25.09.05
RIO DE JANEIRO JAZZ TRIO
Piano – Dario Galante
Baixo – Paulo Russo
Bateria – Andrew Scott Potter

06
29.10.03
TRIBUTO A CHARLIE PARKER
Baixo - Adriano Giffoni
Sax Alto - Idriss Boudrioua
Trompete e Fluegelhorn - Altair Martins
Guitarra - Felipe Poli
Bateria - Amaro Junior

07
17.12.03
JAZZ PANORAMA, UM TRIBUTO A JORGE GUINLE
Piano - Hamleto Stamato,
Baixo - Augusto Mattoso
Bateria - Kleberson Caetano
Trompete - Paulinho Trompete
Sax Tenor - Widor Santiago
Trombone - Roberto Marques

21.01.04
I CHIVAS JAZZ LOUNGE INTERNATIONAL COM O BRAZILIAN JAZZ TRIO
Piano – Helio Alves
Baixo – Nilson Matta
Bateria – Duduka da Fonseca

08
28.01.04
TRIBUTO A BILL EVANS
Piano – Helio Celso
Baixo – Sergio Barroso
Bateria – Alfredo Gomes

09
25.03.04
TRIBUTO A JOHN COLTRANE
Piano – Kiko Continentino
Baixo – Sergio Barroso
Bateria – Pascoal Meirelles
Sax Tenor e Soprano – Nivaldo Ornellas

10
29.04.04
TRIBUTOS A SONNY ROLLINS E CHET BAKER, COM O QUINTETO LIDERADO POR WIDOR SANTIAGO
Sax Tenor – Widor Santiago
Trompete – Paulinho Trompete
Piano – Hamleto Stamato
Baixo – Rodrigo Villa
Bateria – Erivelton Ribeiro

11
27.05.04
TRIBUTO A RICHARD ROGERS, COM MARKOS RESENDE QUARTETO
Piano - Markos Resende
Baixo – Alberto Lucas
Bateria – Bob Wyatt
Trompete – Daniel D`alcantara

12
01.07.04
TRIBUTO A BILLY STRAYHORN, COM JOSÉ LOURENÇO SEXTETO
Piano – José Lourenço
Sax Tenor – Daniel Garcia
Trompete – Altair Martins
Trombone – Gilmar Ferreira
Baixo – José Carlos Barreto
Bateria – André Tandeta

13
29.07.04
TRIBUTO A DEXTER GORDON, COM O QUINTETO LIDERADO POR DANIEL GARCIA
Sax Tenor – Daniel Garcia
Piano - Dario Galante
Baixo - Augusto Mattoso
Bateria - Rafael Barata
Trompete – Altair Martins

14
26.08.04
NEW YORK JAZZ
Banjo – Eddy Davis
Clarineta – Orange Kellin
Piano - Conal Fowkes

15
30.09.04
TRIBUTO A VICTOR ASSIS BRASIL
Sax Alto – Idriss Boudrioua
Piano – Fernando Martins
Baixo – Paulo Russo
Bateria – Xande Figueiredo
Guitarra – Alex Carvalho

16
28.10.04 -
Cantora – Wanda Sá
Piano – Adriano Souza
Baixo – Dôdo Ferreira
Bateria – João Cortez

17
25.11.04
VICTOR BIGLIONE ORGAN TRIO
Guitarra – Victor Biglione
Órgão – José Lourenço
Bateria – André Tandeta

18
31.03.05
O SOM DO BECO DAS GARRAFAS – DAVID FELDMAN TRIO
Piano – David Feldman
Baixo – Jorge Helder
Bateria – Rafael Barata

19
28.04.05
LEGRAND POUR IDRISS
Sax Alto – Idriss Boudrioua
Piano – Alberto Chimelli
Baixo – Alex Rocha
Bateria – Xande Figueiredo
Guitarra – Alex Carvalho

20
31.05.05
PETERSON POR PERANZETTA
Piano – Gilson Peranzetta
Baixo – Paulo Russo
Bateria – João Cortez

21
07.07.05
TRIBUTO A TOOTS THIELEMANS
Harmônica – José Staneck
Piano – Luis Avellar
Baixo – Paulo Russo
Bateria – Rafael Barata
Guitarra - Marcos Amorim
Sax Soprano – Henrique Band

22
28.07.05
MICHAEL CARNEY & GUILHERME GONÇALVES QUINTETO
Vibrafone & Steel Drum – Michael Carney
Bateria – Guilherme Gonçalves
Piano – Glauton Campelo
Baixo – José Santa Roza
Sax Alto – Idriss Boudrioua

23
01.09.05
JAZZTOR PIAZOLLA
Sax tenor - Blas Rivera
Piano - Marcos Nimrichter
Bandoneón – Renato Hanriot
Violino – Ana de Oliveira

24
29.09.05
O TOM DO JAZZ
Piano – Haroldo Mauro Jr.
Baixo – Sérgio Barroso
Bateria – Rafael Barata

25
27.10.05
CJUB DREAM NIGHT - HOMENAGEM A JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI
Piano – Dario Galante
Baixo – Paulo Russo
Bateria – Rafael Barata
Sax Alto – IdrissBoudrioua
Sax Tenor – Daniel Garcia
Trompete – Jesse Sadock
Trombone – Vittor Santos


Com a excelência dos Concertos produzidos peloCJUB, me permito usar um título que constava na capa de um trabalho do Sérgio Mendes & Sexteto Bossa Rio, que dizia. "VOCE AINDA NÃO OUVIU NADA"

Abraços,

Beto Kessel

CJUB EM 25 CONCERTOS - PARTE II



Dando continuidade à primeira prévia, aproveito para um breve histórico dos músicos que mais participaram dos Concertos promovidos pelo CJUB.

Apenas foram citados aqueles que participaram duas ou mais vezes:

PIANO

Dario Galante - 6
Hamleto Stamato - 2
José Lourenço - 2 (sendo uma apresentação em orgão)

BAIXO

Paulo Russo - 5
Sérgio Barroso e Augusto Mattoso - 3

BATERIA

Rafael Barata - 5
João Cortez, Kleberson Caetano, Xande Figueiredo e Guilherme Gonçalves - 2

SAX ALTO

Idriss Boudrioua - 6

SAX TENOR

Daniel Garcia - 4
Widor Santiago - 2

TROMPETE

Paulinho Trompete e Altair Martins - 3
Jesse Sadock - 2

GUITARRA

Alex Carvalho - 2

Apesar de citarmos apenas os músicos que participaram de duas ou mais apresentações, é importante realçar cada um dos músicos que abrilhantaram os Concertos CJUB, cujos nomes estão em post anterior.

Abraços,

Beto Kessel

HOJE É O ANIVERSÁRIO DA PEGLU

Nossa querida confrade (ou seria comadre?) PegLu faz aniversário hoje e a gente está aqui para comemorar com ela. Se nosso Mestre Raf sempre termina suas mensagens com o tradicional "Keep Swingin'", o grafismo de hoje, embora simples, denota exatamente isso.

Como Luciana Pegorer, seu alter-ego, é presidenta da Delira Música, pela qual vive se jogando pra lá e pra cá, no seu incansável trabalho pela consolidação do sucesso de sua empresa - e diga-se, competentemente acolitada pelo sempre gentil e educado Marcelo - fica assim representada nossa homenagem 'a Luciana.

SAÚDE, MUITAS FELICIDADES E OS PARABÉNS DA TURMA DO CJUB!

VOCAL HARMÔNICO, O INÍCIO

07 novembro 2005

Muito populares na década de 40, os grupos vocais norte-americanos marcaram época. Não havia, porém, qualquer intenção jazzística. Em 1953, mais precisamente em Hollywood, formou-se um quarteto que até hoje é lembrado como o precursor do chamado “vocal harmônico”, bem mais próximo ao jazz, tendo como mentor Gene Puerling – mais tarde formaria outro grupo de vanguarda, Singers Unlimited. The Hi-Los é referência unânime até hoje quando o assunto é vocal moderno, ou seja, harmônico. A discografia do grupo resume-se a 15 álbuns de difícil acesso, principalmente quando remasterizados em CD. Entre os mais cotados está “All That Jazz”, trazendo de quebra a banda de Marty Paich, também responsável pelos arranjos, ao lado do pianista Clare Fischer. Participam do álbum o saxofonista Bud Shank, o baixista Joe Mondragon, o baterista Mel Lewis e o trombonista Jack Sheldon. Ao lado de Puerling, Bob Strasen, Clark Burroughs e Bob Morse sobram em criatividade e fazem do CD um raro momento no gênero. Entre os seguidores dessa escola, além do próprio Singers Unlimited – já desaparecido – , estão os grupos Manhattan Transfer, The Real Group (sueco), New York Voices e Take 6. Segundo a All Music Guide, o quarteto foi desfeito em 64, já com Don Sheldon no lugar de Strasen.
O repertorio navega entre standards consagrados como “Fascinating Rhythm” e “Of The I Sing”(Gershwin), “Something’s Coming” (Bernstein), “The I’ll Be Tired Of You” (Harburg & Schwartz) e “Small Fry” (Carmichael & Loesser), entre outros. Um crédito especial deve ser dado ao engenheiro de remasterização, que conseguiu manter a fidelidade do similar em vinil, lançado em 1959. Como estamos em fase de talentos super precoces, nada como voltar um pouco ao túnel do tempo e passar a limpo músicos e vocalistas que deixaram escolas até hoje marcantes. Entre os grupos vocais, The Hi-Los é a maior delas (#).

(#) com a palavra, a respeito, nosso mestre Raffaelli.

OS NOVOS NOMES DO JAZZ

03 novembro 2005

Aqui vai um apanhado de jovens talentos do panorama jazzístico americano. Depois de ver resenhados aqui no blog alguns dos jovens e promissores talentos do jazz e ter notado que eram todos brancos e europeus - Eldar Djangirov, Francesco Cafiso e, por favor não me xinguem, Jamie Cullum - fui pesquisar e o que encontrei foram os seguintes nomes, com auxílio da lista de discussões do site allaboutjazz. Desculpem o tamanho do post.


Matt Savage - piano; 13 anos; www.savagerecords.com

Matt Savage nasceu em 1992. Embora seja autista, Matt é um autodidata que começou a estudar piano clássico em outubro de 1998 e que descobriu o jazz em 99. Passou a estudar no New England Conservatory of Music, de Boston, no outono de 99. Em dezembro desse ano gravou seu primeiro CD em colaboração com seu instrutor no Conservatório de New England, para levantar fundos para as pesquisas sobre autismo.
Em setembro de 2000, ele conheceu e tocou piano para Dave Brubeck, que comentou sobre o encontro: "Fiquei desconcertado com o seu talento. Essa é a palavra. [...]Tem uma mente musical e não é música o que ele deve aprender. Já é um músico avançado em diversas formas, aos 8 anos."
Em dezembro de 2001, Matt encontrou-se e tocou para e com Chick Corea. E improvisou com Avishai Cohen e Jeff Ballard, acompanhantes de Chick, nesse mesmo encontro. Publicou seu segundo CD (o primeiro solo), Live at The Old Mill, em janeiro de 2001. Com 9 anos, formou seu conjunto, The Matt Savage Trio, complementado por dois adultos (baixo e bateria). Conheceu e tocou para McCoy Tyner em agosto de 2001, tendo brincado com Avery Sharpe e Al Foster na oportunidade. Depois de um artigo no Boston Globe, em outubro daquele ano, Matt começou a ser contratado para concertos. Em novembro, lançou o primeiro CD do trio, All Jazzed Up, cuja resenha saiu no site "All About Jazz" em fevereiro de 2002, onde foi declarado "fenomenal".
Sua carreira vem sendo pontuada por incontáveis apresentações por todos os EUA, onde mostra temas de sua autoria, sem ter jamais estudado composição. Em junho de 2003, a Bosendorfer Pianos o contratou, sendo Matt o mais jovem (e a única criança) a ser contratado como "artista Bosendorfer" em 175 anos.
Fez sua primeira apresentação com o trio no Blue Note, em novembro de 2003 e foi objeto de artigo na revista Time quando então tinha apenas 11 anos. Nesse mesmo mês, Matt apresentou-se no Birdland, num grupo de músicos em que constavam o legendário Clark Terry no trompete, Jimmy Heath no saxofone, Jon Faddis também no trompete, Marcus McLaurine no contrabaixo e Kenny Washington na bateria. Don Friedman também lá estava e revezou-se com Matt ao piano.
Em agosto de 2004, o Matt Savage Trio lançou seu último CD, Cutting Loose. O concerto de lançamento foi no mesmo Birdland, em 4 de outubro. De lá para cá, Matt vem colecionando prêmios em profusão e a despeito de sua condição particular, é voz corrente que pode vir a se transformar num grande gênio da música instrumental.


Renee Olstead - cantora , 16 anos - www.reneeolstead.com

Já resenhada aqui no passado pelo JoFla, a ruivinha texana vem fazendo grande sucesso nos EUA. Dela se diz, em comentário traduzido livremente:
"É normal a sensação de desconexão entre as canções que você ouve e a artista que as canta, no disco de lançamento de Renee Olstead pela 143/Reprise Records. Afinal, é uma coleção dos mais queridos temas do "Great American Songbook", de Summertime até Someone to Watch Over Me, de The Difference a Day Makes até Sentimental Journey, e inclui A Love That Will Last, uma balada de tirar o folego composta por seu mentor e produtor David Foster (Celine Dion, Michael Bublé).
Sua música é interpretada com toda aquela qualidade, lustro e beleza que já ressoaram nos repertórios de todas, de Billie a Judy [Garland]. Mais simplesmente, tem de ter uma baita confiança, para não dizer coragem, para pegar os clássicos e fazê-los soar como se fossem seus. Agora, imaginem isso tudo na idade de quinze anos."
A jovem Olstead parece conquistar os corações e virar as cabeças de todos cada vez que empunha um microfone, onde quer que seja. O que no início parece apenas uma voz madura numa adolescente, em pouco tempo se transforma num perfeito delírio diante da arte finamente destilada, e por toda a sua sensibilidade. Algo que talvez possa ser creditado ao fato de ter iniciado sua carreira aos cinco anos de idade, cantando junto ao rádio e sem ter tido nenhuma educação musical.
Dona de grande desembaraço cênico, Renee participou de alguns grandes filmes e co-estrela uma série na TV que vai para a terceira temporada.
Renee lançou o CD que carrega seu nome em abril de 2004. É uma bela promessa de cantora, a ser acompanhada de perto.


Julian Lage - guitarra; 17 anos - http://www.tedkurland.com/pbuild/linkbuilder.cfm?selection=doc.284

Quando Russel Malone deixou Lage tocar uma versão em improviso de "Straight, No Chaser", de Monk, no Festival de Jazz de San Francisco, em 2000, ficou abismado. Mesmo já o tendo ouvido antes, sua frase foi definitiva: "caramba, se você deixar um moleque desses entrar no seu closet, ele sai vestindo a sua roupa!"
Desde cedo, Julian vem atraindo muita atenção profissional por seu trabalho na guitarra. Foi o personagem retratado no documentário "Julian at Eight" e aos 16 anos já viajava para apresentar-se com Gary Burton e Martin Taylor, além de ter se apresentado com Herbie Hancock, Carlos Santana, Bobby Hutcherson, Charles Lloyd e Joe Lovano, para citar uns papas.
Começou a tocar aos cinco anos, tendendo para o blues. Quando foi para o Conservatório de Música de San Francisco, foi jogado no poço profundo da música clássica e então introduzido à liberdade do jazz. Depois de passar pela Sonoma State University, Lage foi aluno do Ali Akbar College of Music e da Berklee College of Music, em Boston, numa carreira de aprendizado que poucos músicos podem ostentar.
Seu primeiro trabalho foi acompanhando o vibrafonista Gary Burton em seu disco Generations, lançado em abril de 2004, onde são interpretados três temas de sua autoria, junto a outros de Oscar Peterson, Steve Swallow, Carla Bley e Pat Metheny. Compor tem sido o foco de Julian nos últimos anos, e ele costuma testar suas músicas com um trio ou quarteto que escolhe para isso, mas acha que vê-las interpretadas pelo quinteto de Gary Burton levou seu trabalho e musicalidade a um outro nível.
Corajoso, Julian sempre se desafia quando toca, buscando inspiração nas dificuldades a que se impõe. A despeito do arsenal de manobras proporcionadas pela dexteridade de ter cursado exaustivamente os "standards", Lage prefere deixar a coisa correr frouxa e aberta para sentir-se confortável com qualquer rumo que os improvisos tomem em sua cabeça.
Aos 17 anos, Julian é considerado um guitarrista maduro. Sua carreira deve ser profícua.

Obs.: Julian Lage apresentou-se este ano no Brasil, no Festival Tudo É Jazz, na cidade de Ouro Preto; e também no Rio e em São Paulo Fina, ao lado de outro jovem talento emergente, o pianista Taylor Eigsti (vide abaixo). Eu vi sua apresentação. Achei que, de fato, é possuidor de um talento nato e uma musicalidade extremada. É brilhante.


Yuma Sung: piano, 16 anos - www.yumasung.com

O mais velho de três irmãos e interessado em música desde que ouviu a primeira, Yuma iniciou seus estudos aos seis anos, pelos clássicos, e somente depois dos nove foi atraído pelo jazz, quando esteve num concerto de David Benoit no verão de 1988. Foi quando passou a gostar do piano jazzístico e das improvisações. Ainda estudando ambas as vertentes musicais, Yuma fez inúmeros concertos de jazz e de classicos e já liderou diversas bandas em festivais de jazz, nos quais recebeu premios como solista, como em Reno e San José, além do Central California Jazz Festival.
Começou a compor para o jazz em 2000, aos 10 anos e ficou em primeiro lugar no 25o. concurso da revista DownBeat para Composições Originais, com a música "Looking Up", escrita em homenagem a dois de seus professores de música anteriores. Seu interesse agora está voltado para trilhas sonoras de cinema e tem sido visto pelos cantos da casa compondo inúmeras peças para esse fim.
Seu primeiro CD, Looking Up saiu em maio de 2003 e foi David Benoit quem escreveu as "liner notes" que descrevem a atuação de Yuma, acompanhado de John Shifflet e Jason Lewis.
Em agosto de 2003, participou do concerto Três Gerações, com Dave Brubeck e Benoit, sendo ele mesmo o representante da última geração. É, certamente, um outro nome a ser seguido de perto.


Taylor Eigsti, piano, 20 anos - http://www.tedkurland.com/pbuild/linkbuilder.cfm?selection=doc.284

Começou a tocar aos 4 anos e estreou profissionalmente aos 8, quando foi convidado para abrir uma apresentação do pianista David Benoit. Desde então vem recebendo ótimas críticas por sua proficiência técnica e seu estilo maduro e intuitivo de tocar. Já se apresentou com Dave Brubeck, James Moody, Ernestine Anderson, Bobby Hutchinson, Bill Watrous, Kevin Mahogany, Alan Broadbent, Lewis Nash, Rufus Reid, Ira Sullivan e Diane Schuur, dentre uma grande quantidade de músicos do primeiro time do jazz, embora não se limite a isso. Já tocou temas clássicos para e com Sylvia McNair e Frederica von Stade, e inúmeras grandes sinfonias.
Seu último CD em trio, lançado em agosto de 2003, Resonance, com o baixista John Shifflett e o baterista Jason Lewis (que parecem ter-se especializado em acompanhar aos fenômenos emergentes) recebeu 4 estrelas dos críticos da DownBeat, do All Music Guide, da Jazz Connection, entre outros especializados. Como líder, lançou também Tay's Groove, em 2000, o ao vivo Live At Filoli em 2001 e Taylor's Dream naquele mesmo ano.
Ultimamente vem se apresentando com o guitarrista Julian Lage, já mencionado acima, em pródiga parceria. Ambos se complementam, estimulando uma criação constante de grandes momentos sonoros. Segundo o próprio Taylor, ele estará lançando em fevereiro de 2006 um novo CD do qual participam Lage, Christian McBride e Lewis Nash, entre outros jazzistas. Fica óbvio que, pelo que já apresentam, merece(m) ser acompanhados de perto sob pena de se perder jazz de primeiríssima.


E.J. Strickland - bateria; 26 anos - http://www.gigmama.com/?ejstrickland

É considerado um dos mais "quentes" entre os jovens bateristas da atualidade. Desde que entrou em cena em 1997, já tocou com o quartetos de Ravi Coltrane, Russel Malone, Marcus Strickland (seu irmão gêmeo), com a cantora Lizz Wright, nas formações de quarteto e quinteto lideradas por Vincent Herring, com Myron Walden e com Freddie Hubbard. Com sua pouca idade, não é difícil prever que o melhor ainda está por vir.
Seu nome é Enoch Jamal Strickland e ele foi criado na Flórida. Seu pai era um entusiasta do jazz e assim os irmãos E.J. e Marcus foram imersos na música de Miles, Coltrane, dos Jazz Crusaders, Stevie Wonder e etc, desde garotos. Aos 11 anos, E.J. decidiu dedicar-se exclusivamente ao estudo da música. Estudou música clássica e jazz, onde adquiriu influências de Elvin e Philly Joe Jones, Roy Haynes, Tony Williams, Jeff 'Tain' Watts e Brian Blade, entre outros. Depois de conhecer Wynton Marsalis, Jon Faddis e Bobby Watson em clínicas em Miami, os irmãos decidiram partir para New York e perseguir ali seus objetivos musicais.
Em 1997, E.J. estava estudando piano para polir suas qualidades como compositor e então pode estudar bateria com bateristas do naipe de Joe Chambers, Jimmy Cobb e Lewis Nash, entre outros. Faz parte do quarteto de seu irmão Marcus onde desenvolveu um modo de tocar característico, mesclando toques sutilíssimos e uma batida pesadamente sincopada. Mesmo antes de se graduar, já havia tocado com Wynton Marsalis, Christian McBride, Herbie Hancock, Diane Reeves e Abbey Lincoln.

Pode vir a ser mais uma boa surpresa no cenário jazzístico.


Marcus Strickland - sax tenor; 26 anos - http://www.marcusstrickland.com

Seu último disco, Brotherhood, (lançado em 2003), traz uma boa amostra do som sempre em desenvolvimento de Marcus. Esse jovem de 26 anos, criado em Miami, executa ali, nos saxes soprano e tenor, suas composições intrigantes de uma tal maneira que prende a atenção mesmo do ouvinte mais pretensioso. "Acho que o som que fazemos chega bem ao público porque mesmo que o som apresente alguns desafios, nós nos divertimos muito mostrando nossas personalidades. Tocar direito, correto, não é o bastante, é preciso ter a coragem de assumir riscos com entusiasmo, para que essa expressão faça arrepiar os ouvintes. Fazemos com que estes possam bater os pés mesmo tocando formas e ritmos mais complicados", diz ele.
No disco, Marcus compôs todos os temas, exceto um (The Unsung Hero, de seu irmão E. J.), mantendo a trama de sua personalidade sempre presente, sem fazer concessões a fórmulas convencionais. Na sua idéia, a composição deve levar em conta quem vai executá-la, e considera que a seção rítmica deva ter uma participação interativa forte, maior do que simplesmente prover acompanhamento, pois acha que este deve ser tão memorável quanto a melodia. A variedade de grooves em Brotherhood permite diversas paisagens distintas para a improvisação. Este disco é considerado uma perfeita continuação para seu anterior At Last, de ótima aceitação, e cuja orientação principal foi na direção do swing.
A formação em Brotherhood, aliás repetindo a de At Last, inclui seu irmão gêmeo, E. J. Strickland, da nova linhagem de bateristas, Robert Glasper no piano, Brandon Owens no contrabaixo, com a adição do trompetista Jeremy Pelt em duas faixas. Segundo Marcus, juntos, eles provêm o combustível que move a produtividade dos conceitos genuínos do jazz - um som de grupo.
Pessoalmente, Marcus deve seu aperfeiçoamento - visível, nos últimos dois anos - ao aprendizado com o baterista Roy Haynes e com o baixista Lonnie Plaxico. Sobre Haynes, ele diz que seu vasto conhecimento e versatilidade ajudaram profundamente em seu crescimento musical; e que a inventividade e imaginação fértil de Plaxico o ajudaram em muito a abrir seus horizontes.
Marcus vem se apresentando em grandes bandas, como a do Carnegie Hall, a Mingus Big Band, a do Village Vanguard, a big band de Tom Harrell, na de Milt Jackson e na do Lincoln Center, e com os conjuntos de Roy Haynes, de Lonnie Plaxico e de Jeff 'Tain' Watts.


Darryl Reeves - sax alto, 26 anos - www.darrylreeves.com

Saxofonista, compositor e visionário, Darryl é um dos músicos emergentes nos EUA com um olho nas mudanças. Um músico que se pretende inovador, vem cativando as audiências ao despejar seu coração e sua alma, sem avareza, através de seu sax.
Nascido no Mississippi, vem de família se músicos dos quais recebeu diversificadas influências desde cedo, Seu pai era cantor, tem irmão e irmã músicos e ainda um outro irmão que também toca sax. Mudando-se para Miami, no início negligenciava, admite, a prática, e estava mais interessado em funk, hip-hop e rythm-'n-blues. Foi o irmão saxofonista que o reconduziu aos trilhos jazzísticos pois detinha muito material de Parker, Clifford Brown, Monk e Coltrane. Quando Darryl descobriu que era dali que o hip-hop vinha buscando inúmeras "samples" (partes de músicas), entendeu tudo e resolveu dedicar-se ao jazz.
Através de um professor do colégio, foi apresentado a Melton Mustafa, trompetista que tocara das bandas de Thad Jones e Count Basie e que dava aulas de teoria de jazz aos sábados. "O cara era durão. Eu sempre saía de lá com dor de cabeça depois das sessões com ele, mas valeu a pena", diz Darryl. Tendo estudado na Jackson State University, foi lá que teve contatos "enriquecedores" com o baixista London Branch e o baterista Alvin Fielder, e com o compositor de trilhas para cinema, Dee Barton, com quem aprendeu arranjos e harmonia.
Daí Darryl foi para New Orleans, para obter seu Master Degree em música, na Universidade local, onde estudou com Terence Blanchard, Ed Peterson e Harold Batiste, entre outros, e onde desenvolveu a reputação de tocar um sax-alto feroz, tendo apresentado-se junto a Delfeayo Marsalis, Nicholas Payton, Russell Gunn, Roy Hargrove, Jason Marsalis, Roland Guerin, Rodney Whitaker e Donald Harrison, entre vários outros.


Miguel Zenón - sax; 28 anos - http://www.miguelzenon.com

Outro saxofonista nesta lista, Zenón é porto-riquenho e estudou na famosa Escuela Libre de Musica, de San Juan. Apesar de já ouvir Parker e outras feras no ginásio, só quando chegou a Berklee com uma bolsa concedida pelo Festival Heineken de Jazz de Porto Rico é que Miguel começou seu treinamento formal em jazz.
Foi um excelente aluno em Boston, tendo recebido o prêmio de melhor-aluno-bolsista, entre outros prêmios, tais como uma bolsa durante seus estudos, concedida pela Corporation of Musical Arts. Foi também nessa época que Zenon tornou-se ativo participante na cena jazzística no entorno de Boston, onde ganhou experiência profissional. Quando de sua graduação em 1998, recebeu como prêmio outra bolsa, desta vez para a Manhattan School of Music, onde recebeu seu Master em Performance de Saxofone, em 2001. Entre seus mestres, Angel Marrero, Leslie Lopez, Rafael Martinez, Danilo Perez, Dick Oatts, Dave Liebman, George Garzone and Bill Pierce.
Em sua curta mas prestigiosa carreira, Zenón tocou ou gravou com uma infinidade de grupos de todos os tipos, incluindo: David Sanchez, Danilo Perez, William Cepeda's Afrorican Jazz, Bob Moses' Mozamba, The Either/Orchestra, The Village Vanguard Orchestra, The Guillermo Klein Big Band, The Mingus Big Band, Charlie Haden, The David Murray Big Band, The Jason Lindner Big Band, Brian Lynch, Greg Tardy, Branford Marsalis, Ray Barretto, Michele Rosewoman e Ed Simon.
Já lançou 2 CDs como líder, Looking Forward, em 2002 e Ceremonial em 2004, este pelo selo Marsalis Music, tendo sido um dos primeiros a assinar como estrela da nova "griffe" de Branford. Miguel ganhou o topo da lista da DownBeat em 2004, para a categoria "Sax Alto Merecedor de Maior Reconhecimento".
Desde a primavera de 2004, faz parte do projeto "SFJazzCollective", na companhia de ninguém menos do que Joshua Redman, Nicholas Payton, Reene Rosnes, Robert Hurst, Brian Blade, Josh Roseman and Bobby Hutcherson. O projeto se iniciou focado no ensino na área de São Francisco e então viajou pela California toda antes de gravar um CD ao vivo que inclui uma composição de cada membro da banda além de algumas outras de Ornette Coleman. Vão voltar a se reunir em 200r, para repetir a dose.
Em 2005, Miguel Zenón lançou seu segundo CD pela Marsalis Music, chamado Jibaro.


Danny Grissett - piano; 30 anos - http://home.earthlink.net/~dangris/bio.htm

Originario de Los Angeles, o pianista e compositor Danny Grissett é a novidade na cena musical de New York. Começou no piano aos cinco anos, e passou para os clássicos aos seis. Danny continuou seus estudos de música clássica durante o ginásio e a faculdade, recebendo seu diploma em Educação Musical em 1998, enquanto ia desenvolvendo sua paixão pelo jazz.
Explorou mais profundamente essa vertente ao longo de sua graduação pela California Arts em 2000, anexando a esta o Certificado de Performance Avançada, obtida do prestigioso Thelonious Monk Institute, em 2001. Ali, estudou jazz com mestres como Barry Harris, Herbie Hancock, Terence Blanchard, Kenny Barron, Bobby Watson, Jimmy Heath e Carl Allen. Enquanto morou em Los Angeles, trabalhou com artistas locais e visitantes do porte de Billy Higgins, George Coleman, Jackie McLean e Ralph Moore.
Danny mudou-se para New York no verão de 2003, e em poucos meses foi trabalhar como o sideman predileto de gente como Vincent Herring, Vanessa Rubin, and Wycliffe Gordon. Tocou também com Freddie Hubbard, Tom Harrell, Bob Hurst, The Mingus Big Band, Russell Malone e Jeremy Pelt para citar alguns. Mais recentemente, tem alternado apresentações viajando com o novo quarteto de Nicholas Payton e os quintetos de Vincent Herring e de Tom Harrell.


A relação pára por aqui pois decidi que não listaria artistas promissores acima dos 30 anos. Menciono apenas seus nomes, pois são talentos que se firmam a cada dia mais no mercado fonográfico de jazz, como o trompetista Russel Gunn, de 34 anos e o trombonista Joshua Roseman, de 36. Além do saxofonista-alto Jaleel Shaw (cuja idade não pude encontrar), outro young-lion de peso no cenário jazzístico.

Talvez estejamos em breve resenhando suas próprias obras aqui no CJUB. Vamos aguardar.

CONVERSANDO COM HÉLIO DELMIRO

02 novembro 2005

Por causa da temporada que Helio Delmiro vai fazer aqui no RJ nas sextas-feiras de novembro no projeto Brasilian Jazz Spirit, já publicado pelo nosso amigo Kessel, conversei rapidamente com ele sobre os shows e compartilho esse papo com os amigos do CJUB.

Confesso ser uma grande alegria poder ouvi-lo e vê-lo novamente, cuja guitarra, de estilo e timbre tão originais, esteve presente nos grandes momentos da nossa música popular e instrumental.

O show será SOLO com repertório de standards do jazz já gravados pelo Helio Delmiro e temas próprios, clássicos, que fizeram dele, com certeza, um dos grandes guitarristas do Brasil. Lembrando também que seu lado cantor vai estar presente, conforme registrado em seu último trabalho - Compassos - no tema “Ilusão à Toa”.

Sobre os standards de jazz, fica a nossa expectativa de ouvirmos Body and Soul, Round Midnight, Epistrophy, My Favorite Things e Autumn Leaves, entre outros, onde Helio os desenvolve com maestria e beleza inconfundíveis. Para Helio Delmiro, cada show é único e o repertório é influenciado, e muito, pela dinâmica do público presente, cujo entusiasmo e participação motiva um tema e outro.

Sobre o relançamento dos antigos álbuns – Chama, Romã, Symbiosis – ele tem a intenção de colocá-los no mercado novamente, seja por selo próprio, independente ou pela internet, através de seu site que em breve estará no ar.

Perguntado sobre o que ele gosta de ouvir e daquelas coisas que ficam guardadas no “baú”, no bom sentido, Helio falou do seu gosto por Bill Evans e Thad Jones e disse que ouve poucos guitarristas, preferindo outras sonoridades e intrumentos como piano e orquestra.

É isso, foi um papo rápido, mas fica o registro e, mais uma vez, o convite para os shows.

Segue agenda do programa, todas as 5as, 6as e sábados de novembro:

03/11 - Nelson Faria Trio com Ney Conceição e Kiko Freitas
04/11 - Helio Delmiro
05/11 - Marcos Ariel
10/11 - Thaís Fraga e Trio
11/11 - Helio Delmiro
12/11 - Gilson Peranzetta e Mauro Senise
17/11 - Marcelo Salazar e Trio
18/11 - Helio Delmiro
24/11 - Fernando Moura
25/11 - Helio Delmiro
26/11 - Marco Pereira e Gabriel Grossi

O ingresso custa R$20,00, incluindo R$10,00 de consumação individual;
O horário dos shows é 21:00hs;
O local é no Espírito das Artes (80 lugares), Cobal do Humaitá, Botafogo, RJ;
O telefone é 21 5794091 (a partir das 15:00hs.)

O projeto “Brazilian Jazz Spirit” tem produção e realização do Espírito das Artes, apoio do Espírito do Chopp e VISA e direção de Thaís Fraga.

Bom show !

JAZZ NOS 40 ANOS DA SALA CECÍLIA MEIRELES

Final de semana de jazz na Lapa, Rio de Janeiro, em comemoração dos 40 anos da Sala Cecília Meireles, templo da música clássica carioca que também já serviu de palco para grandes nomes do jazz e da música instrumental contemporânea.

Para celebrar o evento, que vem sendo promovido desde fevereiro deste ano, estarão se apresentando :

sábado, 05/11, Amy Duncan e a Rio Jazz Orchestra;

domingo, 06/11, Idriss Boudrioua Quarteto e a UFRJazz Ensemble


Para quem não conhece, Amy Duncan é pianista, iniciou sua trajetória nos anos 60 onde se juntou com músicos do movimento "free" sob a liderança do saxofonista Sam Rivers. Participou em todas as edições do Women's Jazz Festival, em Kansas City, recebendo elogios do crítico Leonard Feather na revista Jazz Times. Estabeleceu-se em NY em 1981 e em 1984 formou a "Brass Tacks", da qual participaram Randy Brecker, Lew Tabackin, Delfeayo Marsalis, Robin Eubanks, entre outros. Em 2000, de volta ao Rio de Janeiro, criou a versão brasileira da "Brass Tacks" com a ajuda do baterista Pascoal Meireles e gravou o CD My Joy. A big band brasileira, com uma formação inovadora composta por 10 músicos - 2 trompetes, 2 trombones, 2 bombardinos, 1 tuba, baixo, piano, e bateria - parte do jazz para receber influências de ritmos africanos, funk, salsa, samba e bossa nova.

Os ingressos custam R$ 20,00
O horário é 19:00hs
O local é na Sala Cecília Meireles, no Largo da Lapa, 47, Centro, RJ
O telefone é (21) 2224-4291

Bom show !

JOFLAVIO: MAIS UMA VOLTA NO HODÔMETRO

01 novembro 2005

José Flavio Garcia, o JOFLA, que funciona como nosso Embaixador Plenipotenciário para as Áreas Abaixo do Trópico de Capricórnio, está completando hoje mais uma virada na quilometragem, rodagem que no entanto me reservo o direito de não revelar pois vai que o sujeito precisa voltar ao mercado e resolve mexer no velocímetro...

Mando daqui o meu abraço ao gentil amigo (e peço que dê atenção especial ao meu email de ontem) pela data, desejando-lhe muita saúde e paz de espírito para gozar as boas coisas da vida como merece, ao som de jazz.

Parabéns, Zé!

STYNE & MINE

Na esteira do comentário do Sazz, outro importante pianista europeu, o francês Christian Jacob (8 de maio, 1958, Lorraine), merece atenção especial. Com o seu habitual trio – Trey Henry, baixo, e Ray Brinker, bateria - ele caba de lançar um empolgante CD, trazendo temas de Jule Styne e outros de sua autoria.“Styne & Mine” é a confirmação do que se fala a seu respeito como um pianista de primeiro time no cenário atual do jazz. Alan & Marilyn Bergman:”Christian’s taste and touch are impeccable, Jule Styne would love this CD and so will you”.

Jacob entrou no conservatório de Metz aos 6 anos, graduando-se aos 12 - seguiu depois para o conservatório de Paris –, sempre focado à música clássica. A opção pelo jazz veio com Oscar Peterson e Dave Brubeck. A Berklee foi o caminho natural, já sob os cuidados de Gary Burton e Phil Wilson, com tempo ainda para tocar com Chick Corea, Michael Brecker, Eddie Gomez, Peter Erskine e Steve Gadd, entre outros. Mas foi com o próprio Burton, que considera um gênio, e Maynard Ferguson, que se tornou conhecido entre os músicos. Certa vez, numa rádio francesa, Herbie Hancock teria mencionado seu nome como um grande pianista, embora nem mesmo os franceses soubessem de quem se tratava. Hoje na Califórnia , Jacob tem a sua carreira ligada à cantora Tierney Sutton, com quem fez vários discos, não só como pianista mas como arranjador. Esse trabalho chamou a atenção de Benny Golson:”This thing called talent is usually found within the voluminous folds of phenomenon itself and there are a select few who have been endowed with a full measure of its fruitage. An excepcional, young pianist name Christian Jacob is one of these”.
Styne & Mine” é um álbum com a marca registrada de Jacob, a criatividade. “Just In Time” e “People” - essa última um show à parte -, clássicos de Jule Styne, renascem revigoradas. A própria Tierney Sutton – e não poderia ser diferente – aparece em duas faixas, com destaque para “I Fall In Love Too Easily”. Se o piano moderno passa por uma concepção de harmonia mais ousada, Christian Jacob já faz parte dos novos e definitivos talentos, ao lado de Jacky Terrasson e Brad Mehldau, por exemplo, além de outros colegas europeus, como o abaixo citado pelo Sazz.

CDS LANÇADOS:
1996 - Maynard Ferguson Presents Christian Jacob (Concord Jazz)
1999 - Time Lines (Concord Jazz)
2005 - Styne & Mine (Wilder Jazz)