Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

O CJUB já tinha representação gráfica e a gente não sabia!

29 novembro 2002

Vejam vocês, há anos atrás alguém já havia feito um poster em homenagem aos charutos, ao jazz e ao uísque. Às coisas boas da vida, em suma.
E a propósito, o blog, depois da adesão da Conchita, não será mais o mesmo. Ainda mais porque há insistentes pedidos para que tratemos de matérias menos "machistas", mais gerais, que possam ser de interesse do público feminino que nos visita. Nós do Conselho Editorial já estamos estudando, cuidadosamente, esse tipo de liberalidade e oportunamente decidiremos a respeito. Enquanto isso, divirtam-se com as imagens récem-postadas, onde as divas começam a dar sinal de suas existências aqui no blog.

Hi! It's me again

28 novembro 2002

I did not get to know you all, yet, besides Mauro, who's a friend for a long time now. But I loved the reception. Mr. Josue and Mr. Fraga have been both so charming and attentive. Thank you, señores.
I must explain that I am Mexican, daughter to an ex-KGB agent who fell in love with my mom in Acapulco. That's why I can read Portogese. But since I am studying in NY, I try to speak and write in English most of the time. I don' t mind you writing me in any language, but I'll keep posting and answering in Shakespeare's mother tongue.
As I have no news on jazz issues now, I post this image I modestly think will add to the site, visually speaking. It was filmed by an ex-boyfriend of mine some afternoon in Puerto Vallarta, two years ago. The cigar was his, the plaesure was mine. So now you enjoy. Sorry it is so short, but it is a clip I used in my Visual Arts school. Hope you like it, and kisses for all.

Gabriel Yared e Orquestra Petrobrás Pró-Musica: Theatro Municipal, 25/11/02

27 novembro 2002

Quem não foi, deixou de apreciar ao vivo o excepcional trabalho desse compositor contemporâneo, o libanês Yared, que, tendo criado inúmeras trilhas sonoras de filmes importantes, de diretores de diversas nacionalidades, e ter faturado um Oscar com a de "O Paciente Inglês", mostrou-nos sua capacidade quase que infinita de criar temas tão inusitados quanto ricos, em todos os seus aspectos.

Trafegando por um sem número de referências outras que as de sua própria terra natal, praticamente engolfadas por sua musicalidade ocidental, Yared -que já morou inclusive no Rio, nos anos 70- consegue ser um competente compositor em todas as peças apresentadas, jamais resvalando para o lugar comum.

Cada um dos números tinha sua riqueza detalhada nas sonoridades, nos ritmos próprios e pelos intrincados arranjos que valorizaram durante todo o tempo os climas sugeridos. Pareciamos estar ouvindo a trilha do que se poderia chamar de "cinema-cego", onde cada um de nós pôde fazer mentalmente uma projeção de imagens particulares e queridas, conforme seus pensamentos e interesses correntes, para que se adaptassem e acompanhassem as trilhas, numa inusitada experiência reversa. Incrível.

A Orquestra da Petrobrás, embora afinada e coesa, revelou-se tímida, carente de um instrutor de vôo bem mais ousado a se encarregar de seu treinamento diário. Sem falhas no geral, faltou-lhe no entanto mais "punch", ousadia e mesmo a irreverência própria dos jovens, que ali estavam em maioria, levando o condutor, em diversos momentos, a gesticular com veemência em direção a naipes de sopros ou segmentos de cordas, exaltando-os a empenhar-se com mais vigor e garra de modo a entregar -como acredito, pretendia- passagens que idealizara vibrantes, mas que aportavam mornas aos ouvidos da platéia.

A entrada no palco da soprano Carolina Faria, dona de boa voz e bela figura feminina, de cabelos vermelhos e vestido e "écharpe" azuis, coloriu o monótono cenário em branco e preto dos componentes da Orquestra, quebrando a seqüência das peças instrumentais, o que só acresceu ao espetáculo. Interpretando, em sua entrada, um cântico tradicional libanês, possivelmente de origem religiosa, dada a introspecção do tema, voltou ao palco para duas intervenções adicionais, a primeira operística e a segunda mais popular e em inglês, quando interpretou a mesma parte que na trilha original havia sido apresentada por Sinéad O'Connor, e aqui um pouco aquém da original.

Ao final, aplaudidos de pé, compositor/maestro e Orquestra fizeram dois "encores". No derradeiro, repetiu-se a presença de um melífluo "bandoneón", que, presente burocraticamente num tema anterior desta feita desdobrou-se numa composição dolente e inebriante. O movimento, ao desenvolver-se em andamento sinfônico, pela magistral arte de Yared veio a culminar em um vibrante "tutti" (do qual participou inclusive uma tuba até então escondida) alçando o motivo geral a um patamar precioso, com término abrupto e emocionante, o qual ressoa até agora nos tímpanos dos que ali estiveram, trazendo-lhes, asseguro, alguns sorrisos às faces, por sua mera lembrança.

Uma experiência enriquecedora, e que teria sido imbatível se contasse com um conjunto orquestral mais ousado e experiente.
Nota: @@@
WELCOME TO THE CLUB CONCHITA AND HOPE TO SEE MANY NEWS FROM YOUR SIDE, THE REAL LAND OF JAZZ MUSIC. BY THE WAY THE LAST DOWN BEAT MAGAZINE SHOWS IN THE HALL OF FAME BY THE READEAS POOL AT FIRST PLACE OUR GREAT MAESTRO ANTONIO CARLOS JOBIM AND AMAZING ON THE 4TH PLACE AS FEMALE SINGER OTHER BRAZILIAN ITHAMARA KHORAX ??? IT´S INCREDIBLE BUT IT'S TRUE AND LET FOR OUR EDITOR COMMENTS.
AGORA FALANDO SÉRIO ESSES LEITORES DA REVISTA DEVEM ESTAR DE SACANAGEM, ITHAMARA NA FRENTE DA SHIRLEY HORN, JANE MONHEIT E OUTRAS É MUITO FORTE.

Hi, from NYC

Hi, guys. This is my first time here. I am very happy to have been invited to this majourly men's group and I hope you don't mind me being the first girl to post comments in this wonderful blog of yours. I was waiting for a good start here and this week I came across an image that took all the air from inside me. I don't know if it is because I like things big but this one surely made me wonder. So I am sending this to you as a hommage to all saxophone lovers (and all other lovers as well). I hope you get full of ideas, musically speaking, of course.
"Hasta la vista, babies!"

Água na boca dos aficcionados

24 novembro 2002

Para fazer o efeito cascata na boca seca dos amigos e colaboradores, dêem só uma olhada no nível do programa musical desta noite, na cidade de Nova Iorque, segundo um site especializado...

"On the New York jazz scene tonight... Lou Donaldson's quartet is at the Village Vanguard. The Fred Hersch quintet with Kenny Wheeler, Mark Turner, Ben Street and Nasheet Waits is at the Jazz Standard. Brazilian pianist and composer Sergio Mendes is at the Blue Note with Brasil 2002 for the club's Fall Vocal Festival. The Blue Note's Sunday Brunch East Meets West series features Shiro Sadamura's Uplinkers today. The third annual Django Reinhardt Festival continues at Birdland, where tonight's special guest is guitarist Bucky Pizzarelli. The Heath Brothers are at Iridium. James Hurt and Dafnis Prieto are featured tonight in The Jazz Gallery's Composers Series with John Benitez on bass. Trombonist Chris Washburne's SYOTOS Latin jazz band is at Smoke tonight. The Drummer's Collective marks its 25th anniversary today with a concert at Manhattan Center with Steve Gadd, Dave Weckl, Steve Smith and Horacio Hernandez as well as a Drummers Collective/Bass Collective faculty ensemble and special guests. "

Sir Roland Hanna , convocado para a God Almighty Big Band

19 novembro 2002

Conforme notícia que chega via nosso JDR -que, a propósito, faz um emocionado e inapreciável comentário no post da foto da Billie aqui embaixo- mais um grande do jazz se vai. Decididamente sub-apreciado em comparação ao seu talento, Sir Roland Hanna partiu ao encontro de seus ex-colegas Benny Goodman e Charles Mingus, com quem se apresentou no passado. Tendo assumido a banqueta na orquestra de Thad Jones e Mel Lewis em 1967, veio a tocar com a diva Sarah Vaughn e por muito tempo se apresentou, viajou e gravou com a Orquestra de Jazz do Lincoln Center, local onde fez uma apresentação em piano-solo em 1999.
Juntou-se, neste mês de novembro, à maior banda de jazz da história. DEP, Sir Hanna.

A Diva, linda...

17 novembro 2002

Sugestões

13 novembro 2002

Bem, agora que todos já postaram suas listas, poderíamos pedir aos dois mestres do grupo (Raffaelli e Coutinho) que gentilmente comentassem sobre alguns discos mencionados. Certamente seremos brindados com críticas inteligentes e histórias interessantíssimas. Outra sugestão é que cada um de nós destacasse em nossas próprias listas aquelas obras que fogem do óbvio, como Kind Of Blue ou You Must Believe in Spring, que todos conhecem bem. Gostaria por exemplo de falar sobre "The Hawk Flies High" um disco antológico de Coleman Hawkins, em que podemos ouvir todo o vigor criativo e a exuberância do fraseado do "pai" do saxofone no jazz.
Se a turma concordar com minha humilde sugestão terminarei a crítica deste disco e falarei também da obra prima "Stormy Weather" de Ben Webster.
Abraços a todos.

Marcelink

Convocação Geral

12 novembro 2002

Estão convocados para amanhã, 4a. feira, às 18:30 horas, na varanda do Mistura Fina da Lagoa, os senhores editores e colaboradores deste pedaço de papel virtual -ou "o muro"- a como se refere um companheiro (isso está na moda, agora), além de quaisquer outros interessados nos assuntos aqui tratados. Previstas, além de intensa troca de informações e escambo fonográfico, a presença do amigo Juanito Camiñador Tarjeta Roja e alguns "hermanos cubanos", cujos apodos agora não me vêem à memória. Estou tentando via telefone o contato com o Raffaelli e peço ao David que contate o Arlindo. O resto será festa.

(COM ALGUM ATRASO) GIDON KREMER & KREMERATA BÁLTICA, TEATRO MUNICIPAL, 4/11/2002

11 novembro 2002

Houve um tempo em que, influenciado por meu pai e nossa paixão comum por Horowitz e outros pianistas (Cziffra, p.e.), de personalíssimas interpretações, eu partilhava do ideal prevalente até a metade do século XX, onde o músico, o intérprete, realmente gozava do status de verdadeira estrela no cenário da música clássica. Isto vem de Liszt e da tradição do "concerto" - no sentido atração/platéia - que o grande virtuose e compositor inaugurou, ainda em fins do século retrasado. A persona do músico, então, sobrepujava as intenções do compositor e a partitura servia tão só de veículo à criatividade - quando não extravagência - daquele que com seu intrumento a decompunha para o público, não raro extasiado com "aquele" modo "diferente" de tocar mesmo as mais batidas melodias. Foi assim com S. Richter, com G. Gould, de certa forma mesmo com o legendário Rachmaninov.

Nos últimos 50 anos, entretanto, tomou vulto, forte corrente em sentido oposto, valorizando - muitas vezes ao extremo - a busca da fidelidade ao universo do compositor, aí também incluída, muitas vezes, a própria ambience histórica de produção. Instrumentos (quando não indumentária) de época fizeram a festa de melômanos principalmente nos anos 80, quando a onda tomou de assalto principalmente uma nova "redescoberta" do Barroco, platinada pela então revolucionária pureza do som digital. Até hoje, o ápice do movimento é Hogwood, à frente da Academy of Ancient Music.

Claro que in medio stat virtus. O bom senso recomenda procurar, sim, o clima, o contexto, em que a peça foi escrita - e va lá, num exercício de absoluto empirismo, também as supostas "intenções" do autor - porém sem nunca abrir mão da liberdade de interpetação que faz, exatamente, a distinção entre o músico genial, e, o medíocre ou "só" "acadêmico", expressão muito usada outrora.

A Kremerata Baltica, afinal, sob a direção do Gidon Kremer, em sua passagem recente pelo Municipal, reacendeu em minha mente o confronto entre os paradigmas da interpretação que o século passado testemunhou.

Isto porque, partindo para uma análise inteiramente diversa da - elogiosa - crítica de Luis Paulo Horta, para O Globo, ouviu-se um Vivaldi inteiramente deslocado de sua época, à qual, aliás, em nenhum momento o líder fez questão de pagar tributo. Era um Vivaldi a la Gidon Kremer, exatamente como, até 1960, tinha-se um Chopin, um Schumman, um Beethoven à maneira de Horowitz, ou de Richter ou, ainda depois, o próprio Bach, subvertido por Gould.

O excessivo uso do rubato, as constantes alterações no andamento, a falta de consistência na visão geral da obra, pianíssimos "etéreos" fora de lugar, enfim, um Vivaldi, a nosso ver, meio que "desastrado", sem nenhuma marca do Barroco Italiano e, portanto, sem qualquer autenticidade, circunstância gravíssima ainda mais em se tratando de peça tão notória quanto as 4 Estações.

Inaugurando o concerto, uma obra moderna cuja inclusão no programa só mesmo porque dedicada ao solista se justificaria, dado à pobreza da partitura.

A "redução", para orquestra de câmara, sofrida pelo adagio da 10ª Sinfonia, de Mahler, mostrou-se absolutamente inapropriada, mesmo tendo por objeto um movimento lento, pois, ainda nesses, o punch da produção Mahleriana demanda a grande orquestra, para a qual praticamente toda ela, com poucas exceções, foi escrita.

Salvaram-se, de certa forma, as "Estações" de Piazzola, mais pela novidade de quem não as conhecia, do que, propriamente, pela execução e, ouso dizer, pela própria música, que abusa dos clichês - quase todos geniais, reconheço - presentes
na obra do grande mestre contemporâneo argentino.

O conjunto, cujo trocadilho sem graça lhe batiza - em que pese a fama com que aqui aterrisou - cometeu surpreendentes pecados de afinação e sincronia, e próprio kremer, do alto de seu renomado virtuosismo, não parecia, infelizmente, estar em seus melhores dias.

A apresentação, decepcionante do início ao fim, teve, sim, uma coisa de bom: lembrou-nos das memoráveis "Estações" com que Fabio Biondi e sua Europa Galante nos arrebataram, há dois anos, na Sala Cecília Meireles. Penso que Biondi, mais cauteloso (e respeitoso), não se lançaria, mundo afora, com Piazzola, mesmo que o adorasse. A mesma lição, com Vivaldi, pelo menos, Kremer deveria aprender.

Bene-X

Histórias curiosas do mundo do jazz - como contadas pelo JD Raffaelli

08 novembro 2002

Reproduzo aqui algumas histórias engraçadas do mundo jazzístico, que, com a ressalva de que já apareceram no site do chivasjazzfestival, foram-me enviadas pelo nosso Maestro.

*****O famoso Tommy Dorsey foi ouvir o octeto do clarinetista Joe Marsala. No final da noite, empolgado com o que ouviu, contratou sete músicos de Marsala, que ficou sem banda de uma hora para outra. Dias depois, Marsala enviou um telegrama para Dorsey:

- Tommy, sugiro contratar-me para tocar na sua banda assim poderei tocar com a minha.*****

*****Esta quem me contou foi o pianista Dick Katz, em 1982, quando tocava com o noneto de Lee Konitz.
Katz tocava no quinteto de Oscar Pettiford quando aconteceu este epísódio, em 1955:
O quinteto foi tocar num bar do Village recém-inaugurado. Ao chegarem, as luzes do local estavam totalmente apagadas, apenas com duas velas acesas em mesas bastante afastadas uma da outra. Os músicos foram em direção ao que seria o palco guiados pela lanterna de um garçom (na verdade, não havia palco, era apenas um exíguo canto escuro com um piano e uma bateria). Kenny Clarke sentou na bateria e Dick foi para o piano. Tateando, Dick abriu a tampa do instrumento e começou a dedilhar o teclado. Horrorizado, deu-se conta de que faltavam várias teclas. Virando-se para Pettiford, disse-lhe:
Dick: - Não posso tocar.
Pettiford: - Por quê ?
Dick: - Estão faltando várias teclas.
Pettiford:- Trate de se virar porque começamos em 10 minutos.

Fazendo o que podia, como era de se esperar, o apavorado Dick Katz comprometeu a atuação do conjunto. No final da noite, Pettiford recebeu o cachê dos músicos das mãos do gerente da casa, não sem antes ouvir um conselho dele:
- Seu conjunto é bom, mas despeça o pianista porque ele é muito ruim. *****

*****Outro que bebia muito era o saxofonista Ben Webster. Abusava tanto da bebida que raramente se recordava de alguma coisa. Uma noite, totalmente embriagado, Webster tocava no clube Ronnie Scott´s, em Londres, quando avistou o cantor Billy Eckstine sentado no bar. Atirou-se com tal ímpeto ao velho amigo que ambos rolaram no chão. Levantaram-se, abraçaram-se e passaram o resto da noite conversando e bebendo. No dia seguinte, ao chegar sóbrio no clube, fato muito raro, Ronnie Scott dirigiu-se a ele:

Ronnie Scott: - Você e Billy Eckstine conversaram um bocado ontem à noite, não?
Ben Webster: - Eu e quem ?
Ronnie Scott: - Você e Billy Eckstine. Pelo papo que tiveram, esgotaram todos os assuntos.
Ben Webster: - Homem, você andou bebendo ? Não vejo Billy Eckstine há uns oito anos. *****

Por enquanto é só. Depois tem mais!

Uma coda da lista do JDR

* UM ADENDO IMPORTANTE QUE ESQUECI DE MENCIONAR NO FINAL DA MINHA LISTA DOS DEZ MAIS:

Caso fosse obrigado a escolher UM ÚNICO DISCO para a ilha deserta, elegeria “Jazz Scene”, que reúne faixas de Charlie Parker, Ellington, Bud Powell, Lester Young, Art Tatum, Billy Strayhorn, George Handy, Ralph Burns, Willie Smith, Benny Carter, Coleman Hawkins, Harry Carney, Flip Phillips, Howard McGhee, Hank Jones, etc,etc, etc. Sem dúvida, Norman Granz concebeu um disco para a posteridade quando produziu este álbum.

Meus Favoritos

Primeiramente gostaria de me desculpar à todos por estar ausente nas últimas semanas, tanto no blog quanto nos encontros jazzísticos e gastronômicos. Bem, mas vamos ao que interessa... Como caçula do grupo fico até tranqüilo em manifestar meus favoritos perante a todos, já que no grupo só tem fera, pois todos vão compreender possíveis ausências. Porém como diz o próprio título estes são meus favoritos e que por questões diversas, inclusive sentimental, são discos que não troco por nada. Então lá vai:

Art Blakey and The Jazz Messengers - Moanin`
Ben Webster - Stormy Weather
Coleman Hawkins - The Hawk Flies High
The Dave Brubeck Quartet - Time Out
Dexter Gordon - Go
Ella Fitzgerald / Count Basie - Jazz at Santa Monica 72
John Coltrane / Miles Davis - Live in Europe 1960
Lee Morgan - The Sidewinder
Lester Young - Lester Young With The Oscar Peterson Trio
Stan Getz / João Gilberto - Getz/Gilberto

Abraços!
É, COMO O JDR BEM COLOCOU, A LISTA É BEM APROPRIADA PARA AQUELES QUE NÃO INICIANTES DO BOM JAZZ, E AQUI NO CASO ATÉ PESSOAL, E COMO NÃO LI MAS SOUBE DA CRÍTICA E OU COMENTÁRIOS A RESPEITO DA MINHA ( ESSA É DIRETA AO BENE X ), SINTO ME DE ALMA LAVADA E DEFENDIDO MESMO QUE INDIRETAMENTE, MUITO EMBORA COMO BEM DIZEM OS AMERICANOS " IT´S A BULLSHEET "

Mestre JDR

07 novembro 2002

Estive pensando em fazer, com a devida permissão de todos, a primeira resenha cinematográfica, em nosso muro. Refiro-me ao estupendo, indispensável e já inesquecível "Fale com Ela", de Pedro Almodóvar, filme em cartaz nas boas casas do ramo. Dada a tempestade gerada pela lista de Mestre JDR, não tive outra opção que não a mudança de rumo.
Nosso editor-chefe, amigo de insuspeita e das mais raras sensibilidades que conheço, já posicionou a lista, muito apropriadamente, como uma possível Valhalla musical, mas quero ir além.
Mestre JDR sempre foi a referência obrigatória para qualquer apaixonado por jazz. Lembro-me, ainda jovem, que após assistir a qualquer show jazzístico sempre ficava aguardando a crítica dele, invariavelmente bem escrita, com elegante textura, e, especialmente, lastreada por um imenso, descomunal conhecimento do assunto. Não raras vezes me emocionei ao constatar que meu sentimento coincidia com o do Grande Mestre.
A surpresa - privilégio, melhor dizendo - de merecer desfrutar da torrencial lista por ele apresentada, e que levarei talvez mais de uma vida para poder compreender, só nos faz lamentar que não se possa partilhá-la com um público de maior espessura, visto que nosso muro não tem o alcance que a importância do "tratado" merece. Sugiro que essa lista seja veiculada, tal qual numa corrente, para todos os amigos que tenham o que se chamaria de sensibilidade mínima - justamente a que não tiveram, e não têm, os Pithecanthropus (não eretus, por evidente) que dirigem as redações de nossos "jornais" (não sei se cabe a expressão), muito bem cunhados, por Mau Nah, de "não-seres".
A manifestação inicial dos confrades listando os discos que possuímos entre aqueles elencados pelo Mestre faz-me crer que teremos um período de turbulência pela frente, que só se dissipará quando tivermos ouvidos todas, rigorosamente todas, as referências apresentadas.
Benção, Grande Mestre.

10 + do Marcelon

06 novembro 2002

Eu não vou falar dos 10 fundamentais, pois eu ia me sentir como os caras que votam em Maradona sem ter visto o Pelé.
Eu não vou falar dos 10 preferidos porque é tanto disco bom que fica difícil lembrar, ainda mais que os meus estão encaixotados(estou de mudança). Por isso vou citar 10 que eu gosto muito e que acho que tem a sua importância:
God Bless The Child, Kenny Burrel;
Blue Skies, Stan Getz;
Oscar Peterson Trio With Milt Jackson;
We Will Meet Again, Bill Evans;
You Must Believe in Spring, Bill Evans;
The Trumpet Summit Meets The Oscar Peterson Big 4;
Remembering Bud Powell, Chick Corea;
The Cannonball Adderley Quintet in San Francisco;
Blue Train, John Coltrane

As outras listas do Raffaelli

Como prometido, aqui seguem as listas que nosso JD incluiu em sua correspondência de ontem: os discos que precisou cortar e uma lista de alguns de seus favoritos. Segundo o mestre:

"... Após minha lista preliminar, com imensa dor no coração fui obrigado a cortar discos igualmente fundamentais da história do jazz: Benny Goodman Live at Carnegie Hall / Coleman Hawkins “Body and Soul” / Lennie Tristano-Lee Konitz “Intuition” / Lester Young “The Complete 1936/1944 recordings / George Russell “Jazz Workshop” / O fabuloso Art Tatum “Piano Starts Here” / Miles Davis “Kind of Blue” / Sonny Rollins “Saxophone Colossus” / “Thelonious Monk Orchestra at Town Hall” / Freddie Redd “The Connection” / Frank Wess-Milt Jackson “Opus de Jazz” / .... e vou parando por aqui porque extravasei demais! ...

Evidentemente, alguns dos meus discos favoritos não estarão na lista: o FABULOSO “Duke Jordan Live in Japan” / o FANTÁSTICO “Barney Wilen” / o FENOMENAL Herbie Nichols “The Third World” / Tommy Flanagan “Overseas” / Kenny Dorham “Whistle Stop” e “At the Café Bohemia” / Wardell Gray “The Giant” e “Memorial” / Lester Young Trio / Louis Armstrong “Satchmo at Symphony Hall” / Cedar Walton “At Sweet Basil” / Sonny Rollins + 4 / “Lee Konitz with the Gerry Mulligan Quartet” / “The Gerry Mulligan Quartet with Chet Baker“ / Dizzy & Parker “The Quintet - Jazz at Massey Hall” / “The Eminent J. J. Johnson” e “Say When” / Art Blakey “At the Café Bohemia” e “At Birdland” / Tadd Dameron “Fontainebleau” / Charles Mingus “Mingus Ah-Um” / Coleman Hawkins “Rainbow Mist” / “The Incredible Jazz Guitar of Wes Montgomery” / “Benny Goodman Sextet featuring Charlie Christian” / George Russell “Jazz Workshop” / Teddy Charles Tentet / Randy Weston “The Spirit of Our Ancestors” / Lester Young “The President Plays” / Al Cohn “Mr.Music” / Oscar Pettiford “Deep Passion” / Fats Navarro “Nostalgia” / Oscar Peterson “Night Train” e “Oscar Peterson Trio with Milt Jackson – Very Tall” / Count Basie “The Complete Atomic Mr. Basie” e “The Best of Big Bands” / Serge Chaloff “Boston Blow-Up” e “Blue Serge” / Shelly Manne & His Men “The Swinging Sounds vol. 4” / “Ben Webster and Strings” / Gigi Gryce “Jazz Laboratory” / “Hank Jones Quartet” / Paul Chambers “Bass on Top” / John Coltrane “Giant Steps” e “John Coltrane & Johnny Hartman” / Ellington “And His Mother Called Him Bill” e “The Far East Suite” / “Art Farmer Plays the Arrangements and Compositions of Gigi Gryce and Quincy Jones” e “Art Farmer Quintet” / Clifford Brown “Memorial Album” / Dexter Gordon “Go” e “A Swingin´ Affair” / “The best of Chet Baker Sings” / René Urtreger-Pierre Michelot-Daniel Humair “HUM” / Benny Carter “The Best Recordings 1929-1940” / Kenny Barron “The Wanton Spirit” / “Miles Davis and The Modern Jazz Giants”, “Milestones” e “Round About Midnight” / Zoot Sims “Zoot!” / “Introducing Jimmy Cleveland” / Donald Byrd “Byrd in Paris” e “Parisian Thoroughfare” / “The Amazing Bud Powell” vols. 1 e 2 / Sonny Stitt “Stitt Plays Bird” e “Endgame Brillance: Tune-up! - Constellation” / Nicholas Payton “Gumbo Nouveau” / Gene DiNovi “The Return of a Jazz Giant” / Bill Evans “Portrait in Jazz” e “At Montreux” / Jackie McLean “Lights Out” / Danny D´Imperio “Blues for Philly Joe” / “Art Tatum & Ben Webster” e Art Tatum “The Complete Capitol Recordings” / Milt Jackson “Wizard of the Vibes” / McCoy Tyner “Remembering John” / Mark Elf “The Quintet” / Mark Whitfield “New York Scene” / Lionel Hampton “The Legendary Decca Recordings” e “Hot Mallets” / Billie Holiday “The Complete Commodore Recordings”, Sarah Vaughan “How Long Has This Been Going On ?” / , etc, etc, etc, a lista é interminável."

Portanto, caríssimos colaboradores e leitores, acho que temos material para muita pesquisa e inúmers audições. Fico muito feliz de poder contar com esse experiente navegador a bordo, apontando-nos o caminho para bem próximo do Valhalla musical.
Que belíssima contribuição ao CJUB e mais ainda, à nossa cultura jazzística. Ave, JD!

10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - José Domingos Raffaelli

05 novembro 2002

O CJUB declara-se em festa nesta data. Depois de ter obtido a lista do craque Arlindo Coutinho, temos o prazer de anunciar a lista de outro expoente do conhecimento sobre jazz. Como ele mesmo explica, é uma lista de 10 fundamentais na história do jazz. Como os escritos raffaellianos são sempre muito saborosos, publico também uma parte da correspondência que a apresentou. Dizia ele então:

"Tenho acompanhado diariamente a sua página, sempre ávido por novidades e opiniões, inclusive dando alguns palpites. Tenho observado que todos, sem exceção, são entusiastas dedicados, e quando intervêm com precisas observações demonstram que sabem do que estão falando (melhor dizendo, escrevendo).

A idéia da seleção para a ilha deserta é um fascinante exercício de escolha, extremamente dificultado pelo número reduzidíssimo de itens dentro do universo infinito constituído por milhões de discos/CDs dos melhores músicos que povoam/povoaram nosso planeta. Sinto-me honrado em dar minha relação, que, obviamente, será bastante diferente da maioria e certamente despertará aquela reação a que me habituei ao longo dos anos: “Isso é lista de quem vive do passado”.

Sem querer alongar-me para não ser demasiado maçante, quero registrar um aspecto quando trata-se de organizar listas ou relações dos melhores e/ou dos favoritos. Não faz muito tempo, uma revista carioca pediu-me a relação dos meus 10 pianistas favoritos. Para esclarecer devidamente a questão, perguntei ao editor se eram os 10 favoritos ou os 10 melhores. Para grande surpresa minha, ele respondeu: ”É a mesma coisa”. Ponderei que eram coisas completamente diferentes, acrescentando que enviaria minha lista dos 10 melhores de todos os tempos. A grande maioria dos 50 votantes era de pianistas brasileiros. Quando foi publicada a relação, li espantadíssimo a que ponto chegava a ignorância jazzística dos nossos músicos. Para você ter uma idéia, nomes como Perna, Cid Trovão, Hermeto, Mazinho e outros foram mais votados do que Bud Powell, Phineas Newborn, Duke Jordan, Earl Hines, Teddy Wilson e Fats Waller.

Claro, isto nada tem a ver com a lista que vocês me pedem. Apenas é para esclarecer que darei a relação de 10 discos fundamentais da história do jazz, obras-primas indispensáveis que marcaram indelevelmente a grandeza da música dos músicos, apontando novos caminhos para sua evolução, e que deveriam fazer parte da cápsula do tempo entre as maiores realizações da humanidade. (...)

Aqui vai (sem ordem de preferência):

Louis Armstrong – The Hot Fives and Hot Sevens
Duke Ellington – The Blanton-Webster Band
Charlie Parker – The Savoy and Dial Recordings
Dizzy Gillespie – Groovin' High
Bud Powell – The Genius of Bud Powell
Count Basie – The Best of Count Basie with Lester Young
Thelonious Monk – Genius of Modern Music
Fats Navarro – The Complete Blue Note and Capitol Recordings
Clifford Brown – The Complete Blue Note and Pacific Jazz Recordings
Miles Davis – The Birth of the Cool

Sei que a rapaziada vai questionar a ausência de Bill Evans (grande favorito dos jovens, do qual tenho cerca de 40 CDs), Coltrane, Serge Chaloff (um dos meus grandes favoritos), Keith Jarrett, Ornette Coleman, etc, etc., Claro, sei que a relação será considerada “quadrada”, mas minha lista está longe de ser a ideal e jamais poderá agradar aos que começaram sua vida jazzística auditiva há menos tempo do que eu." (...)

Aí, portanto, os 10 de outro mestre, com suas próprias explanações. Em breve, estaremos publicando suas outras duas listas:
a. os discos que precisou cortar, para listar os 10 acima e b. sua lista de favoritos.
Aguardem!!!

04 novembro 2002

SEGUREM AS PEDRADAS :
1) ART BLAKEY & THELONIOUS MONK
2) BILL EVANS ( SUNDAY AT V.VANGUARD )
3) BILLIE HOLIDAY ( SONGS FOR DISTNGUE LOVERS )
4) CHARLIE PARKER W/ STRINGS
5) CHET BAKER SINGS
6) COLTRANE ( BALLADS )
7) COLTRANE & HARTMAN
8) DUKE ELLINGTON ( THE UNKNOWN SESSIONS )
9) KEITH JARRETT ( KOLN CONCERT )
10) MILES ( KIND OF BLUE )

10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - Arlindo Coutinho

Avançando no objetivo de fazer deste espaço uma referência para os apreciadores de jazz em geral, conseguimos anotar, à medida mesmo em que ia discorrendo sobre ela -nada mais verdadeiramente by heart do que isso- a preciosa lista do querido amigo e eminente crítico de jazz Arlindo Coutinho, cujo conhecimento sobre a matéria dispensa maiores discursos. Segurem aí, portanto, os petardos de mais esse connaisseur que nos prestigia, sem uma ordem específica de preferência:

Brilliant Corners - Thelonious Monk;
Parker with Strings - Charlie Parker;
A Night at Birdland, Vols. 1 e 2; Art Blakey*;
Sunday at the Village Vanguard - Bill Evans;
World State Man - Dizzy Gillespie;
Jazz Giant - Bud Powell;
Manhattan Simphony - Dexter Gordon;
Round Midnight - Miles Davis;
Lady in Satin - Billie Holiday;
Big T - Jack Teagarden, Louis Armstrong;


N. da R.: Essa excelente lista de discos do Arlindo é -para todos aqueles que desejem se iniciar no jazz ou mesmo para aqueles que ainda não os detém- tão importante como um kit de primeiros socorros, absolutamente indispensáveis não só numa ilha deserta mas em toda e qualquer discoteca de jazz. Show!

N. da R.: A lista anterior foi editada a pedido do autor para ajustar o nome do disco atribuído a Clifford Brown a seu verdadeiro líder, Art Blakey, e o nome efetivo de catálogo*.

10 discos de jazz para a próxima encarnação - Fraga

02 novembro 2002

Cumprindo a missão delegada por nosso editor-chefe, Mau Nah, elenco meus 10 favoritos, que levarei para a próxima encarnação:

1. John Coltrane & Johnny Hartman - John Coltrane & Johnny Hartman
2. John Coltrane - Giant Steps
3. Bud Powell - Jazz Giant
4. Bill Evans - You Must Believe in Spring
5. Miles Davis - Kind of Blue
6. Dizzy Gillespie & Charlie Parker - Diz and The Bird
7. Duke Ellington - And His Mother Called Him Bill
8. Ben Webster - Soulville
9. Ella Fitzgerald & Ellis Larkins - Ella Sings Gershwin
10. Billie Holiday - All or Nothing at All

P.S. Não querendo meter a mão na cumbuca preparada por Mau Nah, e resenhada por Bene-X, sequer acho Djavan razoável, quanto mais jazzista.

P.P.S. Sugiro que façamos uma lista semanal de 10 discos, de forma que, ao longo de 10 semanas, tenhamos elencado nossos 100 favoritos, e acompanho Bene-X quanto à dificuldade de não pecar ao eleger somente 10, míseros 10, discos.

10 discos de jazz para levar para uma ilha deserta - Mau Nah

Sem nenhuma ordem de preferência (ou reverência), pensando somente na diversidade e no prazer:

Quartet West - Charlie Haden; (Polygram/Verve)
Ballads - John Coltrane Quartet;(Impulse)
But Beautiful - Bill Evans Trio com Stan Getz;(Milestone)
Parker's Mood - Roy Hargrove Trio (Stephen Scott, Christian Mc Bride);(Verve)
Talk That Talk - Johnny "Hammond" Smith; (Prestige)
Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook, Complete - (Verve)
Blue Serge - Serge Chaloff; (Capitol Jazz)
Ouro Negro - Moacir Santos Orquestra;(Universal Music)
Kind of Blue - Miles Davis; (Columbia/Sony)
The Tender Trap - Stacey Kent; (Chiaroscuro)