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Gabriel Yared e Orquestra Petrobrás Pró-Musica: Theatro Municipal, 25/11/02
27 novembro 2002
Trafegando por um sem número de referências outras que as de sua própria terra natal, praticamente engolfadas por sua musicalidade ocidental, Yared -que já morou inclusive no Rio, nos anos 70- consegue ser um competente compositor em todas as peças apresentadas, jamais resvalando para o lugar comum.
Cada um dos números tinha sua riqueza detalhada nas sonoridades, nos ritmos próprios e pelos intrincados arranjos que valorizaram durante todo o tempo os climas sugeridos. Pareciamos estar ouvindo a trilha do que se poderia chamar de "cinema-cego", onde cada um de nós pôde fazer mentalmente uma projeção de imagens particulares e queridas, conforme seus pensamentos e interesses correntes, para que se adaptassem e acompanhassem as trilhas, numa inusitada experiência reversa. Incrível.
A Orquestra da Petrobrás, embora afinada e coesa, revelou-se tímida, carente de um instrutor de vôo bem mais ousado a se encarregar de seu treinamento diário. Sem falhas no geral, faltou-lhe no entanto mais "punch", ousadia e mesmo a irreverência própria dos jovens, que ali estavam em maioria, levando o condutor, em diversos momentos, a gesticular com veemência em direção a naipes de sopros ou segmentos de cordas, exaltando-os a empenhar-se com mais vigor e garra de modo a entregar -como acredito, pretendia- passagens que idealizara vibrantes, mas que aportavam mornas aos ouvidos da platéia.
A entrada no palco da soprano Carolina Faria, dona de boa voz e bela figura feminina, de cabelos vermelhos e vestido e "écharpe" azuis, coloriu o monótono cenário em branco e preto dos componentes da Orquestra, quebrando a seqüência das peças instrumentais, o que só acresceu ao espetáculo. Interpretando, em sua entrada, um cântico tradicional libanês, possivelmente de origem religiosa, dada a introspecção do tema, voltou ao palco para duas intervenções adicionais, a primeira operística e a segunda mais popular e em inglês, quando interpretou a mesma parte que na trilha original havia sido apresentada por Sinéad O'Connor, e aqui um pouco aquém da original.
Ao final, aplaudidos de pé, compositor/maestro e Orquestra fizeram dois "encores". No derradeiro, repetiu-se a presença de um melífluo "bandoneón", que, presente burocraticamente num tema anterior desta feita desdobrou-se numa composição dolente e inebriante. O movimento, ao desenvolver-se em andamento sinfônico, pela magistral arte de Yared veio a culminar em um vibrante "tutti" (do qual participou inclusive uma tuba até então escondida) alçando o motivo geral a um patamar precioso, com término abrupto e emocionante, o qual ressoa até agora nos tímpanos dos que ali estiveram, trazendo-lhes, asseguro, alguns sorrisos às faces, por sua mera lembrança.
Uma experiência enriquecedora, e que teria sido imbatível se contasse com um conjunto orquestral mais ousado e experiente.
Nota: @@@
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