Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

IV FESTIVAL IN JAZZ - TRIBUTO A VICTOR ASSIS BRASIL

31 julho 2008

No local conhecido como Parque dos Patins, cujo nome e ESPACO VICTOR ASSIS BRASIL, teremos no proximo domingo mais uma edicao do encontro de musicos que anualmente relembram a obra de Victor, precocemente falecido em 1981.

DIA: 03.08.2008 - Domingo
LOCAL: Espaco Victor Assis Brasil - Lagoa Rodrigo de Freitas
HORARIO: 17:30
GRUPOS: SAMBOP (Paulinho Trumpete, Widor Santiago no sax, Hamleto Stamato ao piano, Ney Conceicao no baixo, Erivelton Silva na bateria)/ IDRISS BOUDRIOUA BASE & BRASS, LEONARDO AMUEDO na guitarra / JOAO CARLOS ASSIS BRASIL ao piano.

Estive la no ano passado e o astral foi o melhor possivel.

Tem tudo para ser mais uma celebracao da Musica instrumental e dos musicos.

DUKE ELLINTON por ROBERTO MURILO

30 julho 2008

Dando continuidade as palestras musicais de todas as quintas feiras na Modern Sound, a famosa loja de disco de Copacabana, Roberto Murilo, ilustre frequentador de nosso Blog, irá desenvolver tema sobre Duke Ellington, com apresentação multimedia e debates sobre o mais famoso músico de jazz de todos os tempos.

A palestra começa às oito da noite, desta quinta feira 31 de julho de 2008, no auditório da Modern Sound, na sobreloja.

29 julho 2008

RETRATOS
09. FATS NAVARRO (C)
DISCOGRAFIA RESUMIDA - INÍCIO

A discografia de “Fats” Navarro restringe-se a 32 sessões (de enorme qualidade para ouvir-se pelo resto da vida), entre estúdio e ao vivo. Uma resumida quantidade dessa obra discográfica é apresentada a seguir.

A PRIMEIRA GRAVAÇÃO (em 1943, com 20 anos)

ANDY KIRK AND HIS ORCHESTRA
Fats Navarro, Howard McGhee, Art Capehart e Harry Lawson (trumpetes), Taswell Baird, Bob Murray e Wayman Richardson (trombones), Reuben Phillips e Ben Smith (saxes.alto), Jimmy Forrest, John Harrington e J.D. King (saxes.tenor), Ed Loving (sax.barítono), John Young (piano), Booker Collins (baixo), Ben Thigpen (bateria) e June Richmond (vocal)
New York, 03/12/1943
1. Shorty Boo
2. Fare Thee Well Honey
3. Baby, Don't You Tell Me No Lie
4. Things 'Bout Comin' My Way
Album da Decca: Andy Kirk - Fare Thee Well Honey with Baby, Don't You Tell Me No Lie.
Essa gravação é aquí indicada apenas pelo fato de ser a primeira de “Fats” Navarro, já que não há solos expressivos do mesmo. Lembra-se que Andy Kirk alinhou Navarro ao lado de Howard McGhee em sua banda, tornando-o conhecido na Costa Este americana desde 1943 e até o início de 1945.
Andy Kirk, egresso das bandas de George Morrison e Terence Holder, montou sua primeira “big band” em 1929 em Oklahoma City, sendo conhecida como “Andy Kirk And His Clouds Of Joy” e tendo como prefixos “Until The Real Thing Comes Along” e “Clouds”. Até o ingresso de “Fats” Navarro e Howard McGhee em suas fileiras a banda caracterizava-se por um estilo “swing suave”. Por volta de 1935 tinha como pianista e arranjadora a notável Mary Lou Williams. A banda perdurou até 1948 gravando sempre para os selos Decca e Brunswick, sendo então encerrada pelo líder, que somente nos anos 60 do século passado retornou ao cenário musical.

ANDY KIRK AND HIS ORCHESTRA
Fats Navarro, Howard McGhee, Art Capehart e Harry Lawson (trumpetes), John Bird, Bob Murray e Wayman Richardson (trombones), John Harrington (clarinete, sax.alto e sax.barítono), Jimmy Forrest (sax.tenor), James King, Ed Loving e Ben Smith (saxes.alto, tenor e barítono), John Young (piano), Booker Collins (baixo), Ben Thigpen (bateria) e June Richmond (vocal)
Apollo Theater, New York, 07/06/1944
1. Paradise Valley
Album do selo Everybody’s com faixa cedida pela Decca: Andy Kirk And His Orchestra Live At The Apollo 1944-1947.

ANDY KIRK AND HIS ORCHESTRA
Mesma formação anterior com Laverne Baker substituindo Booker Collins (baixo)
Apollo Theater, New York, 21/02/1945
1. Wake Up
Mesmo album anterior.

SUBSTITUINDO DIZZY GILLESPIE

BILLY ECKSTINE AND HIS ORCHESTRA
Fats Navarro, Gail Brockman, Boonie Hazel e Shorty McConnell (trumpetes), Joe Taswell Baird, Chippy Outcalt, Howard Scott e Gerald Valentine (trombones), Bill Frazier e John Jackson (saxes.alto), Gene Ammons e Budd Johnson (saxes.tenor), Leo Parker (sax.barítono), Connie Wainwright (guitarra), Tommy Potter (baixo), Art Blakey (bateria)
Arranjos de Tadd Dameron, John Malachi e Jerry Valentine
Vocais de Billy Eckstine, Lena Horne e Sarah Vaughan = que “timaço” ! ! ! . . .
AFRS Jubilee, Los Angeles, Califórnia, entre 02 e 03/1945
1. Blue 'N' Boogie = tema de abertura
2. Blowin' The Blues Away
3. 'Deed I Do
4. I Want Talk About You
5. Blue 'N' Boogie
6. Together
7. Mean To Me
8. Without A Song
9. Mr. Chips
10. Blue 'N' Boogie
11. Air Mail Special
12. Don't Blame Me
13. If That's The Way You Feel
14. Blue 'N' Boogie
15. Opus X
16. Love Me Or Leave Me
17. One O'Clock Jump = tema de encerramento
Album da Spotlite: Billy Eckstine – Together. Album da Almanac: Billy Eckstine Orchestra 1945. Album da Xanadu: Billy Eckstine - I Want To Talk About You.
Após assistir a “Fats” Navarro em Washington, por indicação de Dizzy Gillespie, Billy Eckstine (“Mr. B”, destaque no vocal pela extensão e beleza de sua voz) trouxe-o para sua orquestra, onde Navarro permaneceu durante 1,5 ano. Essa a formação-chave para o “bebop” orquestral.

BILLY ECKSTINE AND HIS ORCHESTRA
Fats Navarro, Boonie Hazel, Shorty McConnell e Raymond Orr (trumpetes), Chippy Outcalt, Robert Scott e Gerald Valentine (trombones), Norris Turney e Bob "Junior" Williams (saxes.alto), Gene Ammons e Josh Jackson (saxes.tenor), Leo Parker (sax.barítono), Jimmy Golden (piano), Connie Wainwright (guitarra), Bill McMahon (baixo), Art Blakey (bateria) e Billy Eckstine (vocal)
New York, 02/1946
1. Blue
2. Second Balcony Jump
3. Gloomy Sunday
4. Tell Me Pretty Baby
Albuns da EmArcy: Billy Eckstine - Blues For Sale, Various Artists - The Advance Guard Of The '40s e Billy Eckstine - Billy's Blues. Albuns da Regent MG: Billy Eckstine - The Duke, The Blues And Me e Billy Eckstine - My Deep Blue Dream. Albuns do selo National: Billy Eckstine - Blue with Second Balcony Jump, Billy Eckstine - Gloomy Sunday with In The Still Of The Night e Billy Eckstine - You Call It Madness with Tell Me Pretty Baby. Album da Savoy: Mr. B and The Band.

KENNY CLARKE AND HIS 52ND STREET BOYS
Fats Navarro e Kenny Dorham (trumpetes), Sonny Stitt (sax.alto), Ray Abrams (sax.tenor), Eddie DeVerteuil (sax.barítono), Bud Powell (piano), John Collins (guitarra), Al Hall (baixo), Kenny Clarke (bateria)
New York, 05/09/1946
1. Epistrophy
2. 52nd Street Theme
3. Oop Bop Sh'bam
4. Rue Chaptal = Royal Roost
Albuns da RCA e do seu selo econômico Bluebird: Various Artists - The Bebop Era, Various Artists - Be Bop Revolution e Kenny Clarke - Epistrophy with Royal Roost. Albuns da Swing: Kenny Clarke - Epistrophy with Oop Bop Sh'bam e Kenny Clarke - 52nd Street Theme with Rue Chaptal.
Já desvinculado da banda de “Mr. B”, “Fats” Navarro prossegue seu périplo pelo continente musical novaiorquino, sempre com músicos de ponta.

FATS NAVARRO / GIL FULLER'S MODERNISTS
Mesma formação anterior com Morris Lane substituindo Ray Abrams no tenor.
New York, 06/09/1946
1. Boppin' A Riff, parte 1
2. Boppin' A Riff, parte 2
3. Fat Boy, parte 1
4. Fat Boy, parte 2
5. Everything's Cool, parte 1
6. Everything's Cool, parte 2
7. Webb City, parte 1
8. Webb City, parte 2
9. Boppin' A Riff, parte 2 (alternate take)
10. Fat Boy, parte 1 (alternate take)
Albuns da Savoy: Fats Navarro Memorial - Fats - Bud - Klook - Sonny – Kinney, Various Artists - New Sound In Modern Music, Fats Navarro, Sonny Stitt, Fats Navarro - New Trends In Jazz - volumes 5, 8 e 9, The Bebop Boys - Boppin' A Riff - partes 1 e 2, The Bebop Boys - Everything's Cool - partes 1 e 2, Fats Navarro - Everything's Cool - partes 1 e 2 e The Bebop Boys - Webb City - partes 1 e 2. Album da Mythic Sound: Earl Bud Powell - volume 2 - Burning In U.S.A..

EDDIE DAVIS AND HIS BEBOPPERS
Fats Navarro (trumpete), Eddie “Lockjaw” Davis (sax.tenor), Al Haig (piano), Huey Long (guitarra), Gene Ramey (baixo), Denzil Best (bateria)
New York, 18/12/1946
1. Calling Dr. Jazz
2. Fracture
3. Hollerin' And Screamin'
4. Stealin' Trash
A Savoy distribuiu essas gravações em diversos albuns: Fats Navarro Memorial - volume 2 – Nostalgia, Fats Navarro - Fat Girl, Various Artists - Birth Of The Bop - volume 5, Eddie Davis - Calling Dr. Jazz with Stealin' Trash, Eddie Davis - Fracture with Spinal e Eddie Davis - Hollerin' And Screamin' with Maternity.
As faixas 2 e 3 constam também do CD “Fats Navarro” da coleção “Maestros del Jazz & Blues” (Editora Planeta, 1995, 1ª Edição, Barcelona, Espanha, número 50). Excelentes solos de Navarro.

COM O “PAI” DO SAX.TENOR

COLEMAN HAWKINS AND HIS ORCHESTRA
Fats Navarro (trumpete), J.J. Johnson (trombone), Porter Kilbert (sax.alto), Coleman Hawkins (sax.tenor), Milt Jackson (vibrafone), Hank Jones (piano), Curly Russell (baixo), Max Roach (bateria)
New York, 12/1946
1. I Mean You
2. Bean And The Boys
Albuns da etiqueta Sonora: Coleman Hawkins - I Mean You e Coleman Hawkins - Bean And The Boys. Album da Milestone: Coleman Hawkins - The Hawk Flies. Album da Prestige: Coleman Hawkins - Bean And The Boys.
Uma formação estelar, temas de rara beleza, atuações perfeitas.

ILLINOIS JACQUET AND HIS ORCHESTRA
Fats Navarro, Miles Davis, Marion Hazel e Joe Newman (trumpetes), Gus Chapell, Ted Kelly, Fred Robinson e Dickie Wells (trombones), Ray Perry e Jimmy Powell (saxes.alto), Illinois Jacquet e Clay Nicholas (saxes.tenor), Leo Parker (sax.barítono), Bill Doggett (piano exceto na faixa 2, substituido por Leonard Feather), Al Lucas (baixo), Shadow Wilson (bateria)
New York, 07/01/1947
1. For Europeans Only
2. Big Dog
3. You Left Me All Alone
4. Jivin' With Jack The Bellboy
Foram editados diversos albuns da Aladdin com essas faixas: Illinois Jacquet And His Tenor Sax, Illinois Jacquet / Lester Young, Illinois Jacquet, Illinois Jacquet - For Europeans Only with Big Dog e Illinois Jacquet - You Left Me All Alone with Jivin' With Jack The Bellboy. Album do selo Imperial: Illinois Jacquet - Flying Home.
Mais uma formação 5 estrelas, com destaques para o líder (Illinois), Joe Newman, o ótimo Dickie Wells e, claro, Navarro em plena forma.

Segue em (D) e (E) - DISCOGRAFIA RESUMIDA

UM RANKING SEM COMPROMISSO

Volto a publicar imagem do ranking de Jazz produzido pela CMJ (o link, fixo, fica na coluna da esquerda), uma organização independente que edita, entre outras coisas, a revista semanal para o trade chamada "CMJ New Music Report", fonte primária para seus exclusivos charts.



Esses mapas representam a média das execuções em estações não-comerciais e universitárias, assim como as vendas do varejo em lojas independentes e formadoras de tendências, como acompanhadas pelas equipes da empresa.

Costumo dar uma olhada nele apenas para ver quais artistas estão com lançamentos na praça e assim acompanhar o que está acontecendo. Não há, no ranking da CMJ, nenhuma preocupação de se fazer maiores distinções sobre o que é jazz assim ou assado, ou se este ou aquele toca mesmo jazz, a classificação é deles lá e pronto. Nem deveríamos perder tempo com isso, já que a discussão seria infindável.

Façam tão somente bom uso dele, no que interessar a cada um.

JAZZ NO CENTRO, ÀS TERÇAS

28 julho 2008

Chegou-me às mãos um flyer alvissareiro em se tratando de música ao vivo, mormente jazz, no Centro do Rio. Trata-se de iniciativa do restaurante Casual Retrô (sic), que decidiu promover às terças, das 18 às 22 horas, apresentações do Cliff Korman Jazz Quartet, com o líder nos teclados, escoltado na seção rítmica por pelo onipresente Sergio Barrozo (baixo) e por Erivelton Silva (bateria). Fulgindo como sempre e agora fazendo ecoar o som de seus magníficos saxes - vem experimentando todos os timbres, segundo ouvi - nada menos do que o músico que mais vezes se apresentou nas saudosas programações produzidas por este CJUB no Rio, o craque Idriss Boudrioua, que dispensa qualquer apresentação. Barrozo e Erivelton também tocaram, em algumas produções.

Esta será a segunda data em que se apresentarão. Quando da primeira, recebi uma chamada pelo celular já em casa, que estava me preparando para um compromisso. Do outro lado da linha, Luiz Antônio Rodrigues, dono da excelente Brasserie Rosário - vizinha próxima do Casual - que me perguntava onde eu estava e o que eu estava fazendo, e dizendo que era para que eu parasse tudo e fosse para lá me encontrar com ele "porque estava rolando um jazz de alta qualidade". E virava o fone para que eu pudesse ouvir. Ao fundo, além das bases de Cliff, era razoavelmente audível um trecho de um dos solos sempre inspirados do Idriss.

Não pude ir lá, mas amanhã é bem provável que vá conferir. Afinal, além de ser bom jazz, fica do lado do meu escritório. Nem precisa tirar o carro da vaga.

Abraços.

Casual Retrô
Rua do Mercado, esquina com Rua do Rosário, no Centro
Todas as terças, de 18 às 22 hrs.

ESSAS MULHERES (COM APOIO CULTURAL)

27 julho 2008

A partir desse próximo domingo, às 5 da tarde, o Londrina Jazz Club, pela Rádio Universidade FM, passa a ter o apoio cultural da Viação Garcia, empresa de transportes rodoviários das mais importantes do país, através de um contrato de 1 ano de duração. E o primeiro programa vai homenagear essas mulheres maravilhosas que fazem jazz de primeira qualidade. Todas, aliás, norte-americanas, o que não é surpresa nenhuma. Foram selecionadas Patricia Barber (vocal & piano, foto), Dena DeRose (vocal & piano), Ali Ryerson (flauta) e Lynne Arriale (piano). O interessante é que essas atrações são praticamente desconhecidas no Brasil, apesar da qualidade da música (e do jazz ) que fazem. A rádio da Universidade Estadual de Londrina, para variar, precisa de recursos . A intenção é sempre melhorar a qualidade de som e, claro, da programação. Esse apoio cultural, aliás expressivo, vai proporcionar uma grande melhoria nesse sentido. Fico orgulhoso em ter proporcionado isso, principalmente via um programa de pouquíssimo apelo popular. Segue o set-list:
....................................................................................................................
01. Patricia Barber (vocal & piano) – Invitation (Kaper/Webster)
02. Ali Ryerson (flauta) – Send In The Clowns (Sondheim))
03. Dena De Rose (vocal & piano) – On Green Dolphin Street (Kaper/Washington)
04. Lynne Arriale Trio (piano) – Zingaro/Retrato Em Branco e Preto (Jobim)
05. Patricia Barber (vocal & piano) – Autumn Leaves (Kosma/Prevert/Mercer)
06. Ali Ryerson (flauta) – Blue In Green (Davis)
07. Dena DeRose (vocal & piano) – Beautiful Friendship (Kahn/Styne)
08. Lynne Arriale Trio (piano) – A House Is Not A Home(Bacharach/David)

O link para a audição é este: http://www2.uel.br/radio/radiouel.htm

OBS. Som na caixa: Patricia Barber (piano & vocal) - Invitation
OBS II. A nova fase do LJC sofreu inversão de horário. O programa inédito será agora às sextas, 21 horas (o próximo, inclusive), com reprise aos domingos, 17 horas. Quem quiser acompanhar basta acessar o link acima definido.


boomp3.com

MORREU JOHNNY GRIFFIN !

26 julho 2008

Na Internet lemos a notícia do falecimento de Johnny Griffin aos oitenta anos de idade, ocorrido na França. Ele foi um dos mais técnicos saxofonistas da era "hard bop" e pela velocidade que usava em seus solos, foi apelidado de "Little Giant", em relação à pouca altura que possuia.

O óbito ocorreu em 25 de julho às vésperas de Griffin tocar em mais um concerto acompanhado pela organista Rodha Scott, pelo saxofonista Oliver Temime e pela baterista Julie Saury. Griffin vivia na França há vinte anos e deixa preciosa discografia como líder e sideman.

RIP


llulla

CRITICS POLL - DOWNBEAT - 2008

24 julho 2008

117 críticos concluíram o ano vitorioso de “ Sky Blue”. Maria Schneider levou os prêmios de melhor compositora, arranjadora, big band e disco do ano. Entre os melhores cds, a novidade foi o 5º mais votado : Rabo de Nube de Charles Lloyd. O artista do ano foi Herbie Hancock, o melhor grupo Keith Jarrett Trio e os principais ganhadores foram :
Trumpete - Dave Douglas, Trombone - Steve Turré, Tenor - Sonny Rollins, Alto - Ornette Coleman, Barítono - Gary Smulyan, Soprano - Wayne Shorter, Clarinete - Don Byron, Flauta - James Moody, Piano - Keith Jarrett, Teclados - Herbie Hancock, Órgão - Joey De Francesco, Guitarra - Pat Metheny, Baixo - Christian McBride, Bateria - Roy Haynes, Vibrafone - Bobby Hutcherson, Cantor - Kurt Elling e Cantora - Cassandra Wilson

Considerando o viés conservador dos críticos de Jazz, acho muito importante conhecer seus votos na categoria “Rising Star”, quando premiam os músicos em evolução. Listo os 2 mais votados por categoria, para termos uma visão mais ampla da votação.

Artista do Ano : Jason Moran e Anat Cohen
Compositor : John Hollenbeck e Ben Allison
Arranjador : John Hollenbeck e Uri Caine
Big Band : Jason Lindner Big Band e Exploding Star Orchestra (empatadas)
Grupo : The Claudia Quintet (grupo do Hollenbeck) e Jason Moran Bandwagon
Trumpete : Jeremy Pelt e Ingrid Jensen
Trombone : Josh Roseman e Gianluca Pettrella
Tenor : Donny McCaslin e Chris Potter
Alto : Miguel Zenón e Rudresh Mahanthappa
Barítono : Scott Robinson e Claire Daly
Soprano : Marcus Strickland e Anat Cohen
Clarinete : Anat Cohen e Chris Speed
Flauta : Nicole Mitchell e Jamie Baum
Piano : Robert Glasper e Jason Moran
Órgão : Gary Versace e Sam Yahel (empatados)
Guitarra : Lionel Loueke e Kurt Rosenwinkel
Baixo : Esperanza Spalding e Ben Allison
Bateria : Eric Harland e Dafnis Prieto
Vibrafone : Stefon Harris e Joe Locke
Cantor : Giacomo Gates e Jamie Cullum
Cantora : Roberta Gambarini e Tierney Sutton

Como informação, John Hollenbeck é baterista e o líder da Exploding Star Orchestra é Rob Mazureck.
BraGil

22 julho 2008

RETRATOS
09. FATS NAVARRO (B)
FILMOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA

FILMOGRAFIA
A menos de “fotos” inseridas em documentários (aí incluindo-se o episódio “Risco” do documentário “JAZZ” de Ken Burns), desconhecemos filmes específicos com a participação de “Fats” Navarro, o que constitui grave lacuna para a história filmada da “Arte Popular Maior”.
Entende-se que com a greve de gravações na primeira metade dos anos 40 do século passado (“recording ban” da The American Federation Of Musicians, iniciada em 01/agosto/1942 e prolongada até novembro/1944 sob a liderança de James Caesar Petrillo, que proibiu expressamente todos seus músicos afiliados de gravar discos, dando como resultado o fato de que nenhum músico entrou em estúdio para gravar), muito deixou de ser registrado na cera e no celulóide, exatamente na época em que o “bebop” nascia e quando “Fats” Navarro iniciava sua atividade plena; todavia com a interrupção da greve “Fats” prosseguiu atuando e gravando até 1950, daí porque lamenta-se que esse músico maior em seu instrumento, o trumpete, não tenha tido filmografia preservada.
Ainda reservamos algumas esperanças quanto ao surgimento desse ou daquele documento filmado inédito, como temos tido alguns, por exemplo, na série “Jazz Icons” e outras. Sempre haverá um arqueólogo para presentear-nos ! ! ! . . .

BIBLIOGRAFIA
“Fats” Navarro
é presença obrigatória em todas as obras escritas sobre JAZZ, daí porque e apesar de sua curta estada entre os vivos a bibliografia sobre o mesmo é imensa. A seguir listamos apenas 15(quinze) indicações que julgamos merecer destaque para consultas, entre tantas e tantas outras.

01. THE ENCYCLOPEDIA OF JAZZ
Leonard Feather,1ª Edição, 1956 (reimpressão de 1960), U.S.A., dedica verbete a “Fats” Navarro. Do mesmo autor “The Encyclopedia Yearbooks Of Jazz” (apresentação de Benny Goodman) que combina os “yearbooks” de 1956 e 1958, traz a votação dos músicos em seus músicos preferidos. “Fats” Navarro é o indicado por, entre outros, Buddy De Franco, Herb Geller, Carmen McRae e Lennie Tristano, o que constiui justo reconhecimento por músicos de ponta.

02. A HISTÓRIA DO JAZZ
Barry Ulanov, 1ª Edição, 1957(tradução de original americano de 1952), Brasil, destaca “Fats” Navarro como um trumpetista de sonoridade autoritária, quente, leve e vibrante, com um “drive” formidável, adicionado ao estilo e à imaginação de Gillespie; foi o mais consistente dos “beboppers” com um fraseado mais consciente que caprichoso e um técnico extraordinário.

03. GRAN ENCICLOPEDIA DEL JAZZ
Ed. SARPE, 1ª Edição, 1980, Espanha, publica extenso verbete com histórico musical e pessoal de Navarro, com foto do mesmo ao lado de Illinois Jacquet e culminando com uma descrição que nos parece perfeita: “.....además era um incomparable constructor de melodias (a la altura del próprio Armstrong) y su improvisación no se perdia em refinamientos, era concisa y sostenida por uma precisión y una sonoridad de rara belleza.”

04. ABAIXO DE CÃO
Charles Mingus,1ª Edição, 1982 (tradução de original americano de 1971), Portugal, além de diversas referências a "Fats" Navarro, tem seu último capítulo (39º) dedicado ao derradeiro encontro de Mingus com “Fats”, que aquele tinha como “o amigo mais chegado que jamais tivera”, além de músico excepcional.

05. OBRAS PRIMAS DO JAZZ
Luiz Orlando Carneiro, 1986, 1ª edição, Brasil. Nas páginas de 78 a 81 e em companhia de seu alter-ego Tadd Dameron a figura de “Fats” Navarro é sucinta e precisamente focada, assim como as gravações “top” desse músico ímpar.

06. THE MAKING OF JAZZ: A COMPREENSIVE HISTORY
James Lincoln Collier, 1ª Edição, 1987 (reimpressão ampliada do original de 1978), Inglaterra, dedica além de diversas referências pontuais a "Fats" Navarro e 02 páginas de comentários sobre o mesmo acoplados aos sobre Clifford Brown, evidencia a ambos como “tops”, todo um capítulo (páginas 397 a 407) aos “filhos de Bird e Diz”: Clifford Brown, “Fats” Navarro e Sonny Rollins.

07. OS GRANDES CRIADORES DO JAZZ
Gérald Arnaud & Jacques Chesnel, 1ª Edição, 1989 (tradução de original francês de 1985), Portugal, abre o capítulo “O Pavilhão do Jazz” com bela foto de “Fats” Navarro e insere verbete curto mas preciso sobre esse mestre do trumpete.

08. DESCOBRINDO O MELHOR DO JAZZ
Stephen M. Stroff, 1ª Edição, 1994(tradução de original americano de 1991), Brasil, destaca “Fats” Navarro ao longo de 03 páginas dedicadas aos “seguidores” de Gillespie. Atenção: Esse livro é recomendável como um bom panorama sobre o JAZZ em geral, mas contem um erro grosseiro na página 123, ao destacar Ray Brown como “....um dos poucos contrabaixistas brancos influentes dos anos 50....”

09. LOS 100 MEJORES DISCOS DEL JAZZ
Jorge Garcia, Federico G. Herraiz, Federico Gonzales e Carlos Sampayo, 1ª Edição, 1993, Espanha, traz como um dos “100 Melhores” o “The Fabulous Fats Navarro” da Blue Note, que cobre gravações de setembro de 1947 a agosto de 1949 em diversas formações. A indicação é inserida em página inteira dedicada à descrição das características técnicas e musicais de “Fats”.

10. DICCIONARIO DEL JAZZ
Philippe Carles, André Clergeat e Jean-Louis Comolli, 1ª Edição, 1995 (tradução de original francês de 1988), Espanha, traz-nos excelente verbete sobre “Fats”, com 03 colunas muito bem ordenadas cronologicamente e indicação de discografia essencial.

11. MAESTROS DEL JAZZ & BLUES
Editora Planeta, 1995, 1ª Edição, Barcelona, Espanha, tem o número 50 da coleção dedicado a “Fats” Navarro, com 12 páginas e CD contendo 18 faixas com duração de 51’29”. Associada às de outros trumpetistas “bebop”, a biografia de “Fats’ Navarro é bem delineada.

12. JAZZ - THE ROUGH RIDE
Ian Carr, Digby Fairweather e Brian Priestley, 1ª Edição, 1995, Inglaterra, mesmo sendo obra destinada a indicações discográficas, publica verbete sintético mas consistente sobre o trumpetista, com boas referências sobre suas gravações.

13. OS GRANDES DO JAZZ
Edições del Prado S.A.,1ª Edição, 1996/1997(tradução para o português), Espanha, dedica em seu 3º volume um fascículo de 10 páginas a “Fats” Navarro. Biografia sintética, travessia musical e indicações discográficas bem escolhidas.

14. JAZZ - LEGENDS OF STYLE
Keith Shadwick, 1ª Edição, 1998, Inglaterra, é edição luxuosa e ainda assim de bom conteúdo, a par do material fotográfico de primeira linha. A página 243 é inteiramente dedicada a Navarro, classificando-o como “elemento-chave” na evolução do Jazz-trumpete.

15. EL JAZZ - DE NUEVA ORLEANS A LOS ANOS OCHENTA
Joaquim E. Berendt, 4ª Edição (2ª reimpressão), 2002 (tradução de original alemão), México, situa “Fats” Navarro entre os 04 trumpetistas modernos mais importantes na linha gillespiana (Howard McGhee, Kenny Dorham e Miles Davis sendo os outros 03), sublinhando que “......la temprana muerte de “Fats” Navarro provocó entre los jazzistas de su generación lamentos tan grandes como la de Bix beiderbecke entre los músicos del estilo de Chicago....”. Destaca as interpretações ágeis e infalivelmente seguras de Navarro.

Observação - Muitos artigos foram escritos sobre a figura e a obra de “Fats” Navarro nas revistas especializadas. Entre muitos destacamos o artigo de Luca Perini, “Fats Navarro – Oltre Il Bebop” (revista italiana “Música Jazz” de fevereiro/1996, cuja capa sob o título “Addio Gerry", é uma homenagem a Gerry Mulligan, então falecido). Trata-se de uma boa resenha da carreira e da obra discográfica de “Fats”, encerrada focando a importância que ele dedicava á melodia (“the tune”): “...È in questo senso che il genio di Navarro nell’ambito della storia del jazz risulta un crocevia di fondamentale importanza...”

Segue em (C), (D) e (E) - DISCOGRAFIA RESUMIDA

MUSEU DE CERA # 43 - FATE MARABLE

21 julho 2008

Fate Marable foi uma figura das mais importantes do início da história do jazz não tanto como pianista mas como lider. As bandas que formou e dirigiu nos barcos do Mississippi da Strekfus Line serviram de treinamento para muitos músicos que oriundos de New Orleans subiam o rio em busca de trabalho em outras cidades como St. Louis, Sedália, Chicago e outras, após o fechamento do distrito de Storyville em 1917. Dentre os mais conhecidos se incluem: Louis Armstrong, Baby e Johnny Dodds, Zutty Singleton, Boyd Atkins, Earl Bostic, Jimmy Blanton, Al Morgan, Mouse Randolph, Emmanuel Perez, Eugene Sedric, Nat Storey, King Oliver, Johnny St. Cyr, Tommy Ladnier, Henry "Red" Allen, Pops Foster, dentre outros.
MARABLE nasceu em Paducah no Kentucky a 2 de dezembro de 1890 iniciou no piano através de lições de sua mãe, possuía vários irmãos músicos. Já aos 9 anos começou carreira em pequenas bandas locais e aos 17 deixou o lar para se integrar ao vapor J.S. trabalhando em duo com o violinista Emil Flindt e passou os 10 anos seguintes liderando a Kentucky Jazz Band depois contratado pela Strekfus Line quando passou as décadas de 1920 e 30 como líder e diretor musical. Em 1940 uma grave infecção em um dos dedos o deixou inativo por bastante tempo abandonando então os barcos. Em meados da década de 40 tocou em St. Louis no Club Windsor e no Victorian. Contraiu pneumonia e veio a falecer em 16/janeiro/1947.
Como pianista obteve um relativo sucesso estando mais relacionado com seu trabalho a bordo dos barcos do Mississippi que mantinham salões de dança com a "hot-music" dirigida por Marable. Além do piano executava o CALLIOPE - um inusitado orgão mecânico feito de apitos ativados por vapor e operado por um teclado e bastante popular nas embarcações do rio Mississippi. O instrumento ficava no convés ao ar livre e o executante tinha que usar luvas por causa do calor que o teclado absorvia. Na verdade não há informação do tipo de música executada em tal instrumento, talvez um blues (?). FOTO: Marable no Calliope


Infelizmente Fate Marable só gravou um disco em 1924, com os temas, Frankie And Johnny e Pianoflage, oportunidade única de poder-se ouvir como soava uma daquelas bandas e infelizmente o piano de Marable permaneceu como peça rítmica.


Selecionamos Frankie And Johnny, - trata-se de um magnífico arranjo para dança, objetivo primordial da banda a bordo do barco a vapor de passageiros, e como tal apresenta um rítmo saltitante. A peça se inicia com uma introdução de porte quase heráldico, partindo para a ensemble mantendo um estimulante beat no clássico 2/4 típico da escola New Orleans. O trompetista Desvignes faz um agradável solo de 2 choruses, antes um break-solo do saxofonista Bailey mantendo a melodia principal depois o trombone de Lankford mostra presença. Infelizmente a expectativa de um solo de Marable não se concretiza mantendo o piano como elemento base da seção rítmica. Zutty Singletton mostra sua habilidade sendo esta sua primeira gravação. O efeito final é delicioso, além de histórico.

FRANKIE AND JOHNNY - Fate Marable's Society Orchestra: Fate Marable (piano e lider), Sidney Desvignes, Amos White (tp), Harvey Lankford (tb), Norman Mason e Bert Bailey (cl, sa), Walter "Foots" Thomas (st, sb), Willie Foster (bj), Henry Kimball (tu) e Zutty Singleton (bat).
Gravação original: Okeh 40113, (mx 8564-A) - New Orleans, 16/março/1924
Fonte: CD Kansas City Jazz – Selo Stardust – 2007 - USA


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NOVO LOCAL PARA JAZZ

15 julho 2008

Segundo o comunicado recebido, abre-se uma nova possibilidade para a audição de jazz no Rio. Semanalmente, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, o misto de Lounge e Club Katmandu vai abrir suas portas às quintas feiras para hospedar música de qualidade.
Programada para o próximo dia 17 está a cantora Alma Thomas, acompanhada pelo Pedro Milman Trio, composto pelo líder nos teclados, o nosso conhecido Sérgio Barrozo no contrabaixo e Zazá Desiderio na bateria. A produção é da Carol Rosman e o ingresso custa 25 reais por pessoa.
Pela novidade e pela abertura desse novo espaço ao jazz, esperamos que essa iniciativa fique em cartaz por muito tempo. O Rio (e nós, também) merece.

RETRATOS - 09

RETRATOS
09. FATS NAVARRO (A)
Perfeição Total e Permanência Tão Fugaz

BIOGRAFIA

O MÚSICO
“Fats” Navarro é o símbolo da perfeição técnica em seu instrumento, o trumpete, assim como nas suas interpretações, na “pronúncia” e no sentido das frases executadas (vide Luiz Orlando Carneiro em “Obras Primas do Jazz”, 1ª edição em 1986, Jorge Zahar Editor Ltda, 178 páginas).
Todas as gravações de “Fats” Navarro, em estúdio ou ao vivo, são modelos de perfeição, concisão, articulação, concepção, ataque poderoso, conhecimento e domínio harmônico, excepcional intuição melódica e, por todos esses aspectos e sem dúvida, tornou-se o modelo para todos os posteriores trumpetistas, entre os quais e destacadamente Clifford Brown, Lee Morgan, Donald Byrd e Freddie Hubbard.
Miles Davis em sua autobiografia (“Miles Davis – A Autobiografia” - Miles Davis e Quincy Troupe - Editora Campus - 1991 - tradução do original americano de 1989) fala sobre o momento em que conheceu “Fats” Navarro: “...Depois teve “Fats” Navarro, que veio da Flórida ou de Nova Orleans. Ninguém sabia quem ele era, mas aquele sacana tocava como nunca ouvi ninguém tocar antes. Era jovem, como eu, mas já avançara em seu conceito de como tocar o instrumento....
Os “choruses” de “Fats” Navarro são estruturados em “blocos” melódicos (para “Fats” a melodia sempre prevalecia) e afastados das pirotecnias a “la Gillespie”, que o antecedeu, evidenciando descontração e melancolia sintonizadas com fraseados e tempos mais lentos. Estilo brilhante e sem pontos fracos, definem “Fats” Navarro, inteiramente distante de quaisquer clichês.

O INÍCIO
Theodore Navarro
nasceu em 24 de setembro de 1923 em Key West / Flórida e faleceu com 27 anos incompletos em 07 de julho de 1950 em New York, no Metropolitan Hospital, vítima de tuberculose decorrente da dependência de álcool e de drogas (heroína).
Filho de um barbeiro aficcionado ao piano e músico amador, o jovem Theodore era pouco inclinado aos estudos formais, mas dedicou-se desde cedo à música tocando piano a partir dos 06 (seis) anos, para a partir dos 13 (treze) estudar seriamente o trumpete e o sax.tenor, sendo que por este instrumento iniciou sua carreira profissional em 1939, em Miami e junto ao grupo de Walter Johnson.
Dono de um apetite incomum o jovem Navarro nessa época já pesava mais de 100 (cem) quilos, o que lhe valeu o apelido de “Fats”, mais tarde cambiado para “Fat Girl”, dadas sua maneira e seu temperamento sensíveis, aliados a uma voz aguda e a um rosto com feições infantís (“Fat Girl” é também título de um tema que ele viria a gravar mais tarde, em mais de uma ocasião).
Dizzy Gillespie dizia que “Navarro era encantador, como um menino, um pedaço de pão”.
Apesar de seu temperamento bonachão e tímido esse apelido causou mais de uma alteração de humor em “Fats”, levando-o a enfurecer-se em algumas ocasiões: conta-se que em determinada oportunidade ele tentou esmagar as mãos de Bud Powell, que o ridicularizava seguidamente, não conseguindo mas amassando o trumpete no piano.
Nesse mesmo ano de 1939 tocou com Sol Albright em Orlando / Flórida, deixando-o em Cincinati / Ohio durante uma excursão, para tornar-se aluno de um professor de trumpete, que o ajudou a resolver uma série de dificuldades de técnicas instrumentais que então o atormentavam, mesmo tendo um base técnica respeitável: lembramos que “Fats” foi primo de não menos que Charlie Shavers, a quem reverenciava como “o maior de todos, pelo seu trumpete e pelo seu Jazz”.

NA TRILHA DOS “GRANDES”
Durante 1941 e 1942 atuou como trumpetista na banda de Snookum Russell de Indianápolis, o que lhe valeu a companhia de um jovem trombonista à época “desconhecido”, ninguém menos que J. J. Johnson.
Posteriormente foi contratado por Andy Kirk e alinhou no naipe de trumpetes ao lado de Howard McGhee, 05 (cinco) anos mais velho que ele, tornando-se conhecido de 1943 até o início de 1945 na Costa Leste americana. McGhee passou a ser uma espécie de “tutor” de Navarro no meio musical, abrindo-lhe os olhos para o nascente e brilhante universo do “bebop”.
Ao retirar-se da banda de Billy Eckstine no início de 1945, Dizzy Gillespie recomendou-lhe “Fats” Navarro; Eckstine assistiu a jovem revelação em apresentação em Washington / DC e ficou absolutamente entusiasmado, contratando-o de imediato e por um período que durou 18 meses.
Billy Eckstine afirmou à época que ninguém podia dizer que Gillespie estava ausente, já que os solos deste podiam ser repetidos nota a nota por “Fats”, com a mesma imaginação e os mesmos “swing” e “feeling” de Gillespie.
“Fats” Navarro tornou-se presença permanente nos clubes da “Rua 52”, sendo participante e testemunha das primeiras experiências e aventuras do “bebop”.

JUNTO A TADD DAMERON
Durante os anos de 1947 e 1948 “Fats” Navarro atuou na banda de Illinois Jacquet, simultaneamente com rápidas incursões em formações com Lionel Hampton, com Tommy Reynolds, com Coleman Hawkins e com Dexter Gordon, além de acompanhar o cantor Earl Coleman.
Nos anos de 1948 e 1949 participou ativamente no grupo do genial pianista, compositor e arranjador Tadd Dameron (Tadley Edwing Dameron, 21/02/1917 a 08/03/1965), a partir daí seu alter ego. Considerando o caráter humilde e retraído de Tadd Dameron, tornou-se compreensível “Fats” figurar como líder em diversas apresentações e gravações. Desse encontro resultaram algumas das melhores obras primas do trumpetista, a saber e entre outras: “Dameronia”, “The Esquirrel”, “Our Delight” e “ The Chase”.
Importante é assinalar que nesse ano de 1948 Tadd Dameron e “Fats” Navarro permanecem durante 39 (trinta e nove) semanas seguidas no “Royal Roost”, o clube da Boradway próximo à Rua 47: um senhor recorde ! ! !
Durante os anos de 1949 e 1950 “Fats” formou em diferentes oportunidades nos “JATP” (Jazz At The Philharmonic) de Norman Granz, no “Birdland”, chegando a tocar com Sonny Criss, Coleman Hawkins, Hank Jones, Shelly Manne e Ella Fitzgerald.
Em 1949 alinhou em quinteto ao lado de Sonny Rollins (então com 20 anos) e Bud Powell.
A essa altura sua saúde começou a pagar os juros da dependência (álcool e drogas), fazendo-o perder peso rapidamente e apagando seu bom humor; Carmen McRae dizia que “Fats” Navarro era o mais sorridente dos homens.

COM CHARLIE PARKER NO FINAL
Seus derradeiros vínculos musicais foram proporcionados por Charlie Parker, que o fez tocar no recém inaugurado “Birdland” e no Café Society em maio e junho de 1950, integrando um quinteto que reunia Bud Powell e Max Roach. Suas gravações finais reuniram músicos do nível de Charlie Parker, Bud Powell, Walter Bishop Jr., Tommy Potter, Roy Haynes, Miles Davis, J.J. Johnson, Brew Moore, Tadd Dameron, Curly Russell e Art Blakey.
Poucas semanas após sua gravação final “Fats” Navarro deu entrada no Metropolitan Hospital de New York, onde veio a falecer com apenas 26 anos.
Todos os músicos e críticos concordam que “Fats” foi um cometa deslumbrante que cruzou os céus do Jazz com incrível beleza. Tinha completa consciência de sua ascendência técnica e musical sobre muitos e muitos de seus contemporâneos quando declarou que “desconhecem as progressões de acordes, mas quando as conhecerem melhor e com elas se familiarizarem então teremos um Jazz verdadeiro”.
Segundo Alain Gerber em apreciação exata, “o estilo de Navarro é um modelo de equilíbrio enquanto reúne, com pertinência, a ciência harmônica, a frescura melódica e a audácia rítmica”. Com efeito e em todas as gravações disponíveis, “Fats” Navarro sabe como poucos “contar uma história” (e muitos, com razão, comparam essa qualidade à de um Louis Armstrong na linha melódica perfeita de “West End Blues”, 28/junho/1928).
O crítico Barry Ulanov, nos anos 40 do século passado, previa “que “Fats” Navarro em função de seu preparo técnico, musical e de seu intenso trabalho, deverá caminhar para além das fronteiras do “bebop”, na direção de um Jazz moderno e ainda mais imaginativo”.
Conforme o texto de J. D. Raffaelli (“Guia de Jazz em CD”, Luiz Orlando Carneiro e J. D. Rafaelli, 2002, Jorge Zahar Editor), “Navarro foi um dos mais articulados, inventivos e influentes trumpetistas modernos, jamais gravou um mau solo”.

Segue em (B) FILMOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA

SAVASSI FESTIVAL

14 julho 2008

Prezados Confrades,
mais um programa que considero imperdível: o Savassi Festival,versão 2008.

www.savassifestival.com.br

O Festival ocorre no dia 03.08 (Domingo). De graça! 3 palcos!

Na quinta, sexta e sábado que antecedem o Festival, teremos vários shows nos “Jazzclubes” da cidade, portanto vale à pena planejar o fim de semana todo aqui em BH.

Ivan Monteiro

JASPER VAN´T HOFF

13 julho 2008

O pianista Jasper Vant Hoff nasceu em Enschede, Holanda, em 30 de junho de 47. Filho de pai trompetista de jazz e mãe pianista e cantora, seu grande interesse pela música surgiu cedo com as aulas de piano e aos 14 anos já escrevia suas primeiras composições e mostrava grande interesse pelo jazz. Apesar da vontade dos pais em levá-lo para um conservatório, sua adoração era pelos palcos e jams e aos 19 já participava de festivais de jazz.
Seu primeiro grupo chamou-se Association PC, em 1969, em formato de piano, baixo, guitarra e bateria e a música já representava uma fusão de jazz e rock cuja qualidade aclamou o grupo como a sensação do Berlin Jazztage em 1971.
Cercando-se de músicos interessados em explorar novas sonoridades e criar um instrumental mais eletrônico, juntou-se nesse tempo a nomes como Charlie Mariano e Philip Catherine para lançar o álbum Pork Pie, em menção a um tema de Lester Young, cujo album teve um revival em 1992 com a participação de Don Alias.
Nessa época juntou-se também a nomes emergentes na música fusion, como Jean Luc Ponty, Alphonse Mouzon e o baixista Peter Trunk, que morreu em acidente de carro em NY em 1974.
Lançou seu primeiro album solo em 1976, The Self Kicker, para ele seu disco favorito. Um período muito intenso musicalmente e esteve ao lado de nomes como Archie Shepp, Manfred Schoof, Wolfgang Dauner, Zbigniew Seifert, Toto Blanke, Stu Martin, Alphonse Mouzon e Bob Malach, e também fazendo apresentações solo. Em 1978, foi considerado pela crítica como “Europe's second-best synthesiser player”.

Deixo duas faixas de um concerto na Alemanha em 1997 - Three Doors e Get Down - ao lado de Ernie Watts sax, Bo Stief contrabaixo e Henk Zomer bateria.


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BIG BAND NO RIO

08 julho 2008

Apresentou-se no Rio de Janeiro a Luther College Jazz Band, cumprindo a seguinte agenda:

27 de maio - Sala Villa Lobos – UNIRIO/ CLA
28 de maio – Sala Sidney Miller – FUNARTE
29 de maio – Rádio MEC no programa “Momento de Jazz”

Formação da banda – Nathan Blinn –Jon Ailabuni –Brett Cooper - Andrew Stoneking – Ted Sacherer (tps), Benjamin Yates – Nathanael Engh- Aaron Nyquist – Erik Mortens (tbs), Adam Ragheb(sa-ss)- Katherine Haller(sa-cl)- Erik Johnson (st)- Ryan Schult), Clara Bailey-Hugill (sb-cl), Dave Williams (p)- Tom Paradise (g)- Jan Bakken (b)- Leif Madison (perc.)- La Erik Larson (perc.) – Julia Jenkins (vo)


Como sempre a divulgação foi nenhuma e quem viu viu, quem não viu não vê mais.

COLUNA DO LOC, CLAUDIO RODITI

06 julho 2008

por Luiz Orlando Carneiro
JB Caderno B
Domingo, 6 de julho de 2008
cadernob@jb.com.br

CLAUDIO RODITI
­ Trompetista lança "Impressions" pela Sunnyside


O TROMPETISTA carioca Claudio Roditi comemorou, no último mês, 62 anos, dos quais mais de 30 nos Estados Unidos, onde completou sua formação musical no Berklee College, em Boston. Fixou-se em Nova York, em 1976, e acabou por conquistar Dizzy Gillespie, que o levou, em 1988, para a sua United Nations Orchestra. Em 1992, um ano antes da morte do founding father do bebop, Roditi foi um dos sete eminentes pistonistas que se reuniram em torno do mestre, no clube Blue Note, e com ele gravaram o álbum To Dizzy with Love (Telarc). Os outros seis eleitos eram Doc Cheatham (então com 87 anos), Jon Faddis, Wynton Marsalis, Red Rodney, Wallace Roney e Charlie Sepulveda.
Depois de uma série de três discos produzidos, entre 2003 e 2005, pelo sofisticado selo Nagel-Heyer, de Hamburgo, com o pianista alemão Klaus Ignatzek e o baxista belga Jean-Louis Rassinfosse (Light in the dark, 341 e Reflections), o internacional Roditi aproveitou uma estada no Rio, em 2006, para uma sessão bem relaxada ­ mas muito especial ­ na companhia de quatro outros brilhantes jazzmen, velhos companheiros de palco e de estúdio: o saxofonista Idriss Boudrioua e o pianista Dario Galante, nascidos na França e na Itália, respectivamente, mas cariocas por opção há mais de 20 anos; o grande baterista Pascoal Meirelles; o refinado baixista Sérgio Barrozo. O registro dessa cativante sessão está no CD Impressions, recém-lançado pela Sunnyside, com as 10 faixas já disponíveis nas lojas virtuais, no todo ou selecionadas à vontade do freguês. A faixa-título (6m26) é o hipnótico tema modal de John Coltrane, que é cultuado, com respeitosa intimidade, em outras três gemas de sua lavra: Moment's Notice (6m29), Naima (6m40) e Giant Steps (4m10). Roditi contribui com The Monster and the Flower (7m54) e Bossa de Brooklyn (6m47). Os demais temas ­ todos recriados com intensa participação de todos os integrantes do quinteto, em solos e trocas de compassos, com muita verve e extrema articulação ­ são os standards Bye, Bye Blackbird (7m15), Speak Low (9m35) e Come Rain or Come Shine (7m06), além de A Rã (6m57), de João Donato.
Claudio Roditi e seus pares não pretendem conceitualizar coisa alguma nesse novo CD. Nem têm mais nada a provar. Com base em arranjos do trompetista ­ cujo fraseado é sempre fluente, de uma elegante eloqüência, jamais overdressed, em qualquer tempo ou mood ­ o grupo privilegia o swing sambante enfatizado pelos címbalos de Meirelles, sobretudo em Moment's Notice. Impressions merece um adequado tratamento harmonicamente denso, e contém inspirado solo de Galante (com uma inserção de Misterioso, de Thelonious Monk). Idriss Boudrioua dispensa maiores apresentações e é a estrela da mais bela balada de Trane, Naima, escrita para a sonoridade plangente do sax soprano (nas demais faixas, Boudrioua toca sax alto).
A graciosidade da batida bossa nova sustenta os solistas em Bossa de Brooklyn e A Rã. O reverenciado Giant Steps tem uma breve e original introdução, e a obra é desenvolvida pelos solistas em tempo médio. Com o trompete assurdinado, Roditi relembra o Miles Davis dos tempos de Relaxin' (1956), em Bye, Bye Blackbird. Em suma, o disco de Roditi é uma beleza, na linha do singelo e célebre verso de Keats: "...a thing of joy for ever".

RONNIE MATHEWS: 2/12/1935 - 28/6/2008

01 julho 2008

Lembro me de uma tarde na casa do imortal Carlos Conde. Eu ávido por novidades e ele sempre muito atencioso me mostrando a importância daquele e deste nome no Jazz. Até que mencionei o Breaking Point do Freddie Hubbard. Colocamos o disco pra tocar e ele disse: também com o Ronnie Mathews não tem erro. E eu: Ronnie quem?
Pronto, ele atravessou sua sala (cômodo que eu chamava de paraíso) e sacou uns 5 discos do pianista. Daqueles cinco tenho três: Selena's Dance; Lament For Love e Dark Before The Dawn. Devo mais esta dica(assim como o Bobby Enriquez, Roland Kirk, Full Faith and Credit e muitos outras) ao Conde.
Depois deste preâmbulo cabe informar que faleceu no último dia 28 o craque do piano, Sr. Ronnie Mathews. Respeitadíssimo entre seus colegas, tocou com, entre outros: W. Shaw, Dexter e Roy Haynes. Roy Hargrove era um dos ditos young lions que não cessava de trompetear os atributos do Sr. Mathews.
Para mim, um dos grandes baratos do Jazz não é somente gostar e acompanhar o trabalho do Herbie Hancock e do Ron Carter ou de qualquer outro nome mais famoso. É nos músicos como Mathews e Wilbur Ware por exemplo, e pra ficar só nestes dois, que vem aquele "prazerzão" de comprar aquele disco ou assistir "aquele" set no Bradley's.
Fica a tristeza de saber que mais um da escola Powell - Monk - Tyner se vai. Já lamentamos recentemente a morte do John Hicks. Ainda bem que temos: Cedar Walton, Kenny Barron, Harold Mabern, Larry Willis, Stanley Cowell e o inestimável George Cables.
Descanse em paz Ronnie Mathews.

Ivan Monteiro