Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

E ASSIM FALOU LUIZ ORLANDO CARNEIRO (NO JB DE HOJE)

07 abril 2005

Sigam este link para acessar a matéria do Mestre LOC em sua coluna habitual do Jornal do Brasil (ou cliquem na reprodução abaixo, para ampliá-la).



E vai daqui o nosso agradecimento pela menção, ali, ao trabalho desenvolvido pelos amantes de jazz que compõem este CJUB. É, para nós, excelente estímulo, que nos renova e instiga a produzir concertos ainda mais interessantes, não apenas com o objetivo mais visível, o nosso próprio deliciamento, mas de levar aos demais amantes do estilo a mensagem: "JAZZ IS ALIVE AND KICKING!"

Valeu, Mestre!

18º CHIVAS JAZZ LOUNGE - DAVID FELDMAN TRIO - MISTURA FINA, 31/3/2005 - 1º set - @@@@@

05 abril 2005

Nunca foi tão fácil estar em Nova York, mais especificamente no Village Vanguard. Estar e entrar, aliás, na própria vanguarda do samba e - porque não - também do jazz.

Bastou ir à Lagoa na quinta-feira passada e pronto: a viagem estava completa. E que viagem !

A premissa de homenagear a geração que forjou o samba-jazz no Beco das Garrafas foi só o ponto de partida para o devastador concerto que o trio do pianista David Feldman (Jorge Helder, contra-baixo; Rafael Barata, bateria) ofereceu ao afortunado "turista" que, dirigindo-se ao Mistura Fina, nunca imaginou aterrissar "virtualmente" no mais sagrado templo jazzísitico nova-yorquino, quiçá de todo o mundo.

Foi assim que me senti, sentado ao lado "apenas" da História viva do jazz no Brasil: José Domingos Raffaelli, Luiz Carlos "Lula" Antunes, Luiz Orlando Carneiro e Arlindo Coutinho, reunidos pela primeira vez, em décadas, e como que formando uma "banca examinadora" que normalmente faria tremer qualquer músico, ainda mais o jovem Feldman, praticamente debutando, como líder, em terra natal.

Mas esse não era o espírito de nossos "Feather", "Hentoff", "Gitler" e "Schuller". Afinal fomos todos para uma noite de festa, de premiação, de samba-jazz.

O "problema" é que a música sublime, todo o tempo paradoxalmente intuitiva e cerebral, que o gênio de Feldman engendrou, acabou arrebatando a cada um dos presentes, provocando e evocando as emoções mais diversas e puras que cada um tinha a compartilhar.

Nem o próprio CJUB tinha a noção do autêntico tsunami que elegeu (mérito maior para Mauro Nahoum e Marcelo Carvalho) para abrir a temporada de 2005.

Sua técnica límpida, que censura até pequenos "esbarrões" (como a de um Michelangeli, ou, modernamente, Pogorelich e Sokolov, todos pianistas clássicos), desafia o fato de nunca haver frequentado conservatórios.

- Nunca estudei ou toquei música clássica. Sou um pianista de jazz, sempre fui; o que não significa não tenha aprendido os "rudimentos" do piano - David insiste.

Mas as notas pinçadas em paciente stacatto serialista, e que levaram à exposição de Você e Eu (C. Lyra) sugeriram já que aquele "menino abusado" realmente não estava ali para brincadeiras.

Fiel aos preceitos do "talmud torah" monkiano, o estilo do pianista alinha com alguns dos mais talentosos discípulos do "alto sacerdote do bebop", em especial os da geração projetada nos anos 80/90, como Uri Caine, David Kikoski, Jean-Michel Pilc, Danilo Perez e Stephen Scott, entre outros.

Como eles, Feldman não veio para ser mais um. Nasceu para fazer História.

Por isso, acertou não só no conceito do espetáculo (pois o jazz-bossa foi, sem dúvida, o que de mais sofisticado a música brasileira produziu até hoje) mas também na escolha do precioso repertório - quase todos, temas conhecidos - a que deu tratamento sempre original e personalíssimo, como, p.e., na jóia de Baden, Só Por Amor, de harmonias tornadas parelhas as do clássico I Fall in Love Too Easily (Cahn-Styne), semelhança que Feldman fez questão de ressaltar em sucessivos choruses de extrema beleza.

Sambou ... Sambou (Donato) perfilou os fast fingers do líder ao gênio de Rafael Barata, aqui explicitamente rendendo tributo a Edison Machado, em brilhante arranjo de variada dinâmica.

O largo em que se transformou Lígia (Jobim), com narrativa espraiada e contemplativa de início, revelou, após, um dos trunfos do trio, qual seja a constante superposição de climas e clímaxes, ladeira acima e abaixo em sentimentos, recurso muito utilizado exatamente pelas grandes seções rítmicas que fizeram história no beco, como o Zimbo e o Tamba. Permeando a melodia, constantes citações de I Remember Clifford (B. Golson) e no fade out, gotas de uma Garota de Ipanema (Jobim) expressionista, voltando para o mar.

Surgiu então, o maior desafio da noite, para o conjunto: domesticar a geométrica Evidence (Monk) para o samba. Feldman ignorou as dificuldades inerentes a - no mínimo sui generis - transição e, discorrido o tema, logo atacou um solo furioso, no que, aí sim, coube a Barata e Helder, com maestria, manter o trilho do heróico - e bem sucedido - arranjo, até o final.

Ousaram mais uma vez ao por de lado o ostinato característico da "levada" de Estate (tornada um clássico por João Gilberto no LP Amoroso e sacralizada por Shirley Horn e Johnny Mandel no álbum Here's to Life), preferindo remoer as entranhas da comovente melodia, toda apoiada em modulações. Jorge Helder, empunhando extraordinário instrumento, dele tirou as profundezas da alma em inspirado improviso, tendo ao fundo, entretanto, um piano de intenção sempre bossa, abandonada só no fim, para uma inesperada visita a Debussy.

Fechando o set, uma justíssima homenagem a Milton Banana, com a derivação bossada de Now´s the Time (Parker): São Salvador, de Durval Ferreira, ainda mais febril que no andamento original, traduziu todo o virtuosismo do trio, Feldman diabólico em oitavas super rápidas e escalas descendentes a la M. Tyner, culminando com uma bridge antológica, inventiva como há muito não se via (miniclip aqui).

No intervalo, confesso, não conseguia parar de sorrir. O prodígio, descansando no camarim, nem de longe suspeitava que, pelo menos eu, por sua causa, resgatara o orgulho de ser brasileiro.

(continua)

Jornal do Brasil, 2 de abril de 2005, Caderno B, pág. 3

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NOTA NO JB: NOITE DE JAZZ

03 abril 2005

O Jornal do Brasil, que mantém a excelente coluna sobre jazz escrita pelo Mestre (e CJUBiano Honorário) Luiz Orlando Carneiro, repercutiu assim a estrondosa noite da última quinta-feira, no Mistura Fina.
Daqui o nosso agradecimento ao jornal, por ter possibilitado a presença do Luiz Orlando, para receber o para lá de merecido prêmio que lhe concedemos.

©CJUB Melhor do que isso, apenas, foi poder ter conseguido reunir no mesmo palco os maiores conhecedores do jazz no país, nas pessoas do Luiz Orlando, dos nossos José Domingos Raffaelli e Arlindo Coutinho e ainda o Luiz Carlos Antunes - o verdadeiro Lula. Sem contar que, na platéia, havia a presença de Estêvão Hermann, outro grande conhecedor e entusiasta do jazz nas terras brasileiras.

David Feldman e seus ótimos colaboradores, Jorginho Hélder e Rafael Barata, puderam valorizar plenamente a 18a.edição dos concertos produzidos pelo CJUB com uma apresentação excepcional, à altura desses nossos incentivadores e pontos de referência. O mais curioso é que Feldman nunca soube, antes do espetáculo, que haveria ali "banca examinadora" tão poderosa quanto exigente, o que valoriza ainda mais o seu trabalho - todos os arranjos ali apresentados tiveram o seu dedo - e o de suas valorosas companhias no palco.

Agradecemos ainda e especialmente à Teresa Sequerra-Feldman por seu esforço e dedicação contínua para que o concerto tivesse o brilho que teve. E ainda às presenças inspiradoras de Leo Gandelman, Osmar Milito e de Sheila Zagury, estes dois últimos músicos que também já se apresentaram em concertos produzidos pelo CJUB.

UOL, OU A DESINFORMAÇÃO

02 abril 2005

Minha página principal é a UOL, de quem sou assinante. Mas vou rever essa preferência pelo mal – pior, a desinformação - que o site presta à música brasileira. Via Ziriguidum (uol fotoblog...) - o mesmo daquela matéria enganosa sobre a Ithamara Koorax na Down Beat - um tal Beto Feitosa é quase porta-voz oficial das nossas maiores gravadoras, hoje interessadas em promover o que há de mais medíocre. Consegue adiantar que o novo CD da insuportável Maria Bethânia, em homenagem a Vinícius de Moraes, será o “disco do ano”. Ainda promove com entusiasmo um "show" da Simone (Baiana da Gema), grande brincadeira de mau gosto. E, para completar, através de seu editor musical, Antonio Farinaci, estampa Tom Zé em seu último CD como um resgate da vanguarda da música paulistana - tem a enfeitada Zelia Duncan como aliada no Rio.
Tom Zé, ao lado de alguns oportunistas como Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção, músicos de ocasião e primários, não podem representar o que há de melhor na música paulistana. Uma enorme injustiça aos craques maravilhosos que lá existem. Feitosa define TZ como uma "inteligência anárquica", eufemismo plástico de enganador. E diz mais:"Já reparou que a vanguarda sempre vem de São Paulo? Desde a Tropicália, passando pela Lira Paulistana até hoje. Parece que a grande cidade tem um carinho maior com quem é diferente e inova".
Miele entrevistando Tom Zé. Vem a pergunta básica: “Quando percebeu que seria um músico profissional?” Resposta:”Eu nem tinha idéia. Não sabia nada ( e ainda não sabe) de música..."Miele, claro, sem graça, encerrou o papo. E agora o tal CD. Vejam a pérola dita por Tom Zé:”O pagode e a mulher têm em comum o fato de serem dois excluídos, e eles vêm reivindicar seus direitos nessa opereta. Tanto o gênero musical quanto as mulheres são segregados. Um, culturalmente, as outras política e sexualmente”.
O que irrita é que a internet dá espaço a bajuladores comprometidos e imbecis de plantão que acham – e devem ter certeza – que estão lidando sempre com idiotas.
Ao lado de Miles Davis, nosso Hermeto disse aos americanos:"Para mim, o pai da música é a harmonia; a mãe, o ritmo". Pela mesma ótica, essa pseudo vanguarda paulistana está irremediavelmente órfã.

PS. Tom Zé nem faz a diferença entre o pagode original e o pagode paulistano (Negritude Jr. e aberrações do gênero).
PS II. Sobre Arrigo e Itamar (recentemente falecido), falo com total conhecimento de causa. Os dois sairam de Londrina e se incorporaram ao "underground" paulistano, aliás pródigo em acolher supostos "gênios".
PS III. Enquanto isso, Zé Luiz Mazziotti, um dos maiores cantores criados em São Paulo - que o diga Raffaelli - não conseguiu até hoje lançar oficialmente o seu lindo CD em homenagem ao Chico Buarque, aliás com um tempêro jazzístico raro e valorização dos músicos participantes.
PS IV. Mil perdões adiantados. Afinal, o assunto musical do blog é jazz. Mas estava indignado com tantos absurdos.

A NOITE DE ONTEM NO MISTURA, COM O DAVID FELDMAN TRIO

01 abril 2005

Como de hábito, vou deixar os comentários sobre a parte técnica para os cognoscenti. Só vou falar aqui da emoção que permeou a noite de ontem no Mistura, na apresentação do David Feldman Trio.

David e seus dois companheiros, Jorge Hélder e Rafael Barata, conseguiram produzir e entregar à numerosa e eclética platéia presente, um milagroso remédio em forma de música, panacéia que considero, seria capaz de curar grande parte dos males de que a humanidade vem padecendo.

Ouviu-se, sob a forma dos acordes do piano de Feldman, das cordas do baixo de Hélder e pela pontuação delicada e precisa de Barata, uma saraivada de benesses: generosidade, simpatia, entrega, doação, alegria e amor, só coisas muito boas, enfim, saídas da vasta cornucópia de idéias instigadas pelo e instigadoras do bem. Foi uma verdadeira recauchutagem de valores positivos a encherem nossas cabeças tão atingidas pelas más notícias diárias, não só do Brasil mas do mundo todo.

Quem estava ali pode provar um gostinho do Paraíso, musicalmente falando. Poucas vezes uma platéia se deixou conduzir com tanta facilidade e felicidade pelos caminhos do esplendoroso parque que o Trio escolheu para levar-nos a passeio. Fato talvez explicado pela boa familiaridade do público com os temas que Feldman pesquisou e selecionou para mostrar seu trabalho - em sua maior parte de compositores brasileiros de extenso valor musical, depurados por anos de execuções diferentes nos tempos do Beco (e nos discos que registraram o movimento ali desenvolvido) -, o fato é que todos puderam acompanhar e perceber, e diga-se de passagem, com visível interesse, as ricas nuances dos improvisos jazzísticos apresentados com maestria por Feldman, Hélder e Barata.

Com a venerável presença na platéia do "dream-team" dos críticos de jazz do país, além de diversos dos mais empedernidos, veteranos e exigentes jazzófilos do Rio de Janeiro (faltaram vocês, Jo Flavio, Pedro e Felipe) os sorrisos de satisfação e contentamento presentes às faces de todos, deram-nos o tom das "curas" ali propiciadas pelo Doutor David e seus assistentes.

Se fossem Pajés, teriam feito chover. Como músicos, fizeram-nos sorrir. E como dizem que rir é melhor remédio, saímos de lá plenamente recuperados e leves e alegres, prontos para vários anos de vida a mais.

JAZZÓFILOS AJUDANDO A CIENTISTAS? É POSSÍVEL E MUITO FÁCIL!!!

28 março 2005

Confrades, amigos e leitores do CJUB:

O que vocês acham de usar as horas vagas de seus computadores - muitos de nós ficam on-line grande parte do dia e/ou da noite, principalmente os que gostam de baixar músicas da rede - para ajudar a Humanidade? É tão fácil que a gente custa a acreditar ser possível. Mas é de uma simplicidade extrema.

Descobri o projeto Folding@Home, levado adiante pela Universidade de Stanford, através de um forum onde busquei solução para um problema com alguns vírus que atacaram meu computador.

O time de caras que me ajudou (todos grandes sábios que, gratuitamente, orientam a quem os procura pelo prazer de ajudar a resolver coisas intrincadas), sugeriu que eu apenas conhecesse o programa mencionado, já que a idéia se vende sozinha.

O programa é hoje subscrito e apoiado por nada menos do que Google, Dell, Apple e Intel, entre outras companhias gigantescas que já se integraram a ele em vista de sua utilidade e eficácia no desenvolvimento da ciência, pesquisando a evolução das doenças através da simulação de cadeias de proteínas em cada computador que lhes cede tempo de processamento. Além de Stanford, dão total credibilidade ao projeto a National Science Foundation e o National Institute of Health.

Pode-se ajudar bastando baixar o programa residente, que pouco ou nada interfere na conexão, não torna nada lento ou vulnerável. E a sensação de estar sendo útil à Humanidade é ótima!

De tão empolgado criei um time chamado, claro, de CJUB, para que possamos ajudar organizadamente. Ganhamos o número 43556 na estrutura de controle, que hoje chega a 160 mil computadores no mundo todo, ligados ao programa geral. Só para dar uma idéia, nós os "satélites", processamos muito mais "folds" - o nome dado às simulações de cada proteína - do que os supercomputadores que estão dedicados ao projeto, dentro das universidades.

Os interessados devem baixar o programa (leva menos de 1 minuto, numa conexão a cabo) através deste link, caso já estejam convencidos ou podem procurar entende-lo melhor, na própria página do projeto, onde se encontram versões em diversas línguas.

Ao instalar o programa, basta escrever o número do grupo CJUB - 43556 - no local solicitado para que se inicie a computação das horas que pudemos emprestar à Ciência. E quem quiser poderá usar a evolução do "folding" das moléculas como um sofisticado e tecnológico descanso de tela.

Estão todos convocados a participar. Vamos lá, pessoal, mãos (ou micros) à obra!

Republicando: 18o. CONCERTO DA SERIE CHIVAS JAZZ LOUNGE
- O SOM DO BECO DAS GARRAFAS - DAVID FELDMAN TRIO

O trio do pianista David Feldman abre a temporada do Projeto Chivas Jazz Lounge em 2005 no Mistura Fina, dia 31 de março, quinta-feira, às 21 horas, com o concerto "O Som do Beco das Garrafas", - "uma homenagem à geração que virou a música de cabeça para baixo", relembrando os tempos em que a noite fervilhava naquele saudoso recanto carioca mudando o curso da história da música brasileira. O evento será produzido pelos integrantes deste blog, um grupo de amigos que desde 2003 apresenta concertos de jazz com músicos brasileiros nos palcos cariocas.

O trio de David Feldman reúne Jorge Helder (baixo) e Rafael Barata (bateria), nomes que dispensam apresentações. David trabalha com nomes importantes da música instrumental brasileira, incluindo Paulo Moura, Claudio Roditi, Leo Gandelman, Duduka da Fonseca e Paulo Braga, para citar alguns. Ele é considerado um dos mais talentosos pianistas da nova geração de jazz e da música brasileira moderna. Foi semifinalista do concorrido Montreux Jazz Piano Solo Competition, em 2004, morou 12 anos fora do Brasil e diz que lá aprendeu a valorizar a música brasileira: “Músicos de jazz de todo o mundo ficam encantados com a nossa sonoridade, nosso ritmo e os grandes instrumentistas que o Brasil tem.”

A idéia de David em reviver os tempos gloriosos do Beco das Garrafas tocando samba-jazz surgiu para homenagear a geração de músicos que há quatro décadas transformou aquele local num autêntico laboratório musical experimental, que ele julga não terem sido devidamente reconhecidos.

Os assíduos freqüentadores dos quatro clubes que ocupavam aquele trecho próximo às ruas Duvivier e Carvalho de Mendonça, em Copacabana, quase todas as noites testemunhavam alguma novidade, fosse o aparecimento de um novo talento, uma nova composição ou a formação de um novo conjunto. Inúmeros artistas começaram suas carreiras naquele minúsculo quarteirão, onde muitos desconhecidos despontaram para a fama. O que se ouvia não era somente bossa nova e jazz, também começava a tomar forma e desenvolver-se uma nova amálgama estimulante de samba temperado com jazz logo denominada samba-jazz. Foi uma era de constante, intensa e irresistível ebulição, resultando na grande renovação da nossa música que começou a tomar o mundo de assalto em 1962/63. É extensa a relação de músicos que passaram pelo Beco deixando seus nomes gravados na memória da MBM (Música Brasileira Moderna) como inovadores e criadores de um estilo de música instrumental que ficou para a posteridade.

É precisamente o repertório deste gênero que o trio de David Feldman reverenciará neste concerto incluindo, entre outros, Rapaz de Bem, de Johnny Alf, Sambou Sambou, de João Donato, Ligia, de Tom Jobim, Tematrio, de Dom Salvador, e Quintessência, de J. T. Meirelles, além de Evidence, de Thelonious Monk, e Speak Low, de Kurt Weill.

David Feldman não era nascido no tempo em que o Beco das Garrafas agitava a noite carioca, mas, ciente da sua importância na história e no desenvolvimento da música brasileira moderna, faz questão de acentuar que este concerto será um reconhecimento aos músicos que contribuiram com seu talento para a grandeza e valorização da nossa música instrumental. Convicto, afirma: "Quero homenagear a geração do Beco, pois em muitos casos acho que eles não receberam, no Brasil, o reconhecimento devido."

Para mais informações sobre os músicos, visite também: www.davidfeldmantrio.blogspot.com
31 de março de 2005, quinta-feira - 21:00Hs
MISTURA FINA
Av. Borges de Medeiros 3.207

Ingressos: R$ 20

Reservas : 2537-2844 com Adriana ou pelo site www.ticketronics.com.br

*** E como já é hábito, haverá o sorteio de duas garrafas de Chivas Regal no intervalo do Concerto.

UMA EXCELENTE NOTÍCIA

22 março 2005

Tem avô no CJUB!

Nosso grande confrade e amigo Goltinho (que se assina Arlindo Carlos Coutinho) e espôsa, D. Marcela, acabam de ser presenteados com a chegada da guapa Helena, filha de sua Carmen.

Ambas as meninas passam muito bem na Maternidade do Hospital Einstein, na capital paulista, onde os naturalmente corujíssimos avós maternos se encontram, exatamente para essa finalidade.

Daqui o nosso abraço aos pais da princesa e à família toda, abençoada pela chegada da belezoca, cujas fotos seguem abaixo:

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA

17 março 2005

Acabamos de ser informados que, por motivos de força maior, o excepcional baterista Robertinho Silva não poderá formar no trio de David Feldman, na produção que se está preparando para o próximo dia 31 (vide nota abaixo).

Embora desapontados por não poder contar com Robertinho nesta oportunidade específica, vamos convidá-lo novamente no futuro para apresentar sua arte e talento indiscutíveis sob a batuta do CJUB.

Será substituído pelo muito competente e criativo - tanto que premiado como Revelação Nacional do ano de 2004, pelo painel do CJUB - baterista Rafael Barata.

"KIND OF BLUE" REEDITADO EM ÁLBUM DUPLO, INCLUINDO DOCUMENTÁRIO

12 março 2005

Por Jim Santella, para o site All About Jazz:

Columbia's latest release of this essential album includes the original liner notes by Bill Evans, a new liner note essay by Robert Palmer, a bonus track alternate take of “Flamenco Sketches,” a 25-minute documentary DVD on Kind of Blue, and the original music itself.

It sounds as good today as it did 46 years ago.

In the words of television journalist and jazz devotee Ed Bradley, “It's as strong today as it was for me in 1959.”

On the flip side of this CD is a DVD documentary that features brief interviews with Herbie Hancock, Ed Bradley, Shirley Horn, Jackie McLean, John Scofield, Jimmy Cobb, Dave Liebman, Bill Cosby, Eddie Henderson, Me'Shell NdegéOcello, Q-Tip, David Amram, Ira Gitler, and Horace Silver. Each reflects on the album's songs and what kind of impact they've left on jazz.

Several brief video samples are included from a 1959 black & white CBS-TV special called The Sound of Miles Davis. The documentary's integrated black & white still photos recall vivid memories, as do several brief samples from a 1979 Bill Evans radio interview. The sharing of opinions about this classic must-have album proves both refreshing and reinforcing. Most of us agree that Kind of Blue holds a special place in jazz history.

Sony's DualDisc packaging gives Kind of Blue an added dimension that reminds us visually and aurally how valuable this album is to us year after year.

Track Listing: So What; Freddie Freeloader; Blue in Green; All Blues; Flamenco Sketches; Flamenco Sketches (alternate take).

Personnel: Miles Davis- trumpet; Julian "Cannonball" Adderley- alto saxophone; John Coltrane- tenor saxophone; Bill Evans- piano; Paul Chambers- bass; Jimmy Cobb- drums; Wynton Kelly- piano on "Freddie Freeloader."

Review Published: March 2005

Jim Santella has been contributing CD reviews, concert reviews and DVD reviews to AAJ since 1997. His work has also appeared in Southland Blues, The L.A. Jazz Scene, and Cadence Magazine).

MARQUEM NAS SUAS AGENDAS - 31 DE MARÇO, 5a. FEIRA

06 março 2005

Primeiro Aviso aos Jazzófilos Leitores do Blog e Público em Geral!

0 CJUB retomará suas já tradicionais produções das últimas quintas-feiras de cada mês no próximo dia 31 de março, no horário habitual das 21 hrs., com a apresentação de uma revelação: o jovem e muito promissor pianista DAVID FELDMAN, que estudou música por vários anos em Israel e em Nova Iorque, onde passou os últimos anos se aperfeiçoando (e tocando, claro!).

FELDMAN vai liderar um trio em concerto dedicado aos bons momentos vividos por uma infinidade de músicos talentosos que freqüentaram ou fizeram com que a época do Beco das Garrafas represente, ainda hoje, na memória de todos, uma das mais esfuziantes em termos de criação e inventividade musical.

No momento não se pode adiantar muita coisa mais, porém este aviso é importante para que já deixem, de antemão, um espaço vago em suas agendas de compromissos noturnos para essa data, pois já estamos antevendo uma noite para lá de interessante, dedicada ao samba-jazz e seu balanço contagiante.

Voltem aqui nos próximos dias para mais detalhes.

O "WEST-COAST JAZZ" VAI BALANÇAR NOVA IORQUE

03 março 2005



É com esse grafismo que a organização Jazz at Lincoln Center está divulgando a passagem, pelo magnífico complexo dedicado ao jazz em Nova Iorque (que já se tornou ponto de visita obrigatório na cidade), do San Francisco Jazz Colective, em uma ótima oportunidade de se trazer o jazz atual à sua devida evidência, seja em termos de criação ou de pura celebração, e ser mostrado na "Big Apple" com a pompa e a circunstância que lhe são devidas.

O grupo de músicos - em formação de octeto - que irá se apresentar entre os dias 24 a 26 deste mês no Rose Theater, será capitaneado por Bobby Hutcherson (vibrafone) e por Joshua Redman (sax-tenor) e trará ainda o trompetista Nicholas Payton, a pianista Renee Rosnes, o saxofonista Miguel Zenon e o baixista Matt Penman, entre outros, num line-up entremeado de jovens e antigos leões do jazz.

Se tudo correr normalmente, talvez tenhamos um(a) agente secreto(a) infiltrado(a) no evento, para, no mínimo, obter algumas fotos exclusivas e publicá-las aqui. Aguardem.

II PRÊMIO CJUB DE MELHORES DO JAZZ - RESULTADO FINAL

22 fevereiro 2005

Segue abaixo o resultado final do II Prêmio CJUB de Melhores do Jazz - edição 2004. O resultado oficial contou apenas com os votos dos membros do CJUB.

Agradecemos a todos que participaram da votação, principalmente nossos amigos visitantes.

A entrega dos diplomas aos vencedores de cada categoria será realizada no próximo concerto que o CJUB irá produzir, dia 31 de março no Mistura Fina.


SHOW INTERNACIONAL: LOUIS HAYES QUINTET - CHIVAS JAZZ FESTIVAL

SHOW NACIONAL: BRAZILIAN JAZZ TRIO - MISTURA FINA

MÚSICO ESTRANGEIRO: KEITH JARRET

MÚSICO BRASILEIRO: HÉLIO ALVES

MÚSICO CJUB: VICTOR BIGLIONE

REVELAÇÃO NACIONAL: RAFAEL BARATA

REVELAÇÃO INTERNACIONAL: FRANCESCO CAFISO

FESTIVAL: CHIVAS JAZZ FESTIVAL

CASA: MISTURA FINA

MÍDIA: COLUNA DO LUIZ ORLANDO CARNEIRO - JORNAL DO BRASIL

PRÊMIO ESPECIAL: LUIZ CARLOS ANTUNES (LULA)

MÚSICO VIVO (3 NOMES): DAVE BRUBECK, WYNTON MARSALIS E SONNY ROLLINS

MELHOR DISCO DO ANO: THE OUT OF TOWNERS - KEITH JARRET


Lembramos que o vencedor da categoria "Melhor Músico Brasileiro" recebe o Prêmio Arlindo Coutinho e o vencedor da categoria "Especial" (para aquele que ajuda no desenvolvimento do jazz no Brasil) recebe o Prêmio José Domingos Raffaelli.

Convidamos a todos para a grande festa que o CJUB irá promover na entrega dos prêmios.

Abraços,

Marcelink