Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

RECORDANDO JIM HALL

12 dezembro 2017

Há quatro anos, em 10/dezembro, seis dias depois de seu aniversário, um dos grandes da guitarra e mais influentes, criativos e admirados no jazz, Jim Hall, morreu aos 83 anos de idade, depois de uma longa e extraordinária vida musical, incansável, na qual permaneceu ativo até os últimos dias.
Desde o início de sua carreira, nos anos 50, Jim Hall demonstrou não só virtuosismo e inventividade, mas ele se tornou um dos guitarristas de jazz menos previsíveis e exploradores. Atribuí-se ter sido um daqueles que "modernizou" o papel de seu instrumento no jazz e expandiu seu vocabulário para as orquestras. No entanto, um dos seus méritos artísticos, mas que muitos não entendem, é que ele nunca exibiu grande técnica em seus solos improvisados, mas sempre procurou criar frases melódicas, simples e bonitas, bem como sem os “clichês” (vide nota) comum a muitos guitarristas.
Hall também foi elogiado como compositor e arranjador.
Sua família era musical. Sua mãe tocava piano, seu avô e seu tio o violão, que era o instrumento que encantava o jovem Jim, que começou a tocar aos 10 anos de idade.
Como adolescente, tocava profissionalmente em Cleveland, uma cidade onde também estudava piano, contrabaixo e teoria da música, além de guitarra. Logo ele se mudou para Los Angeles, onde o estilo "cool" era proeminente, no entanto, ele se concentrou na guitarra clássica entre 1955 e 56. Ele só começou a se tornar conhecido no jazz juntando-se ao conjunto de Chico Hamilton.
Foi com o famoso grupo "cool" ─ The Jimmy Giuffre Three que Hall começou a desenvolver sua própria personalidade musical e foi quando sua carreira finalmente decolou. Naqueles dias, apesar de já estar ensinando, ele viajou com a "Jazz At The Philharmonic", organizada por Norman Granz, e tocou com estrelas como Ben Webster, Bill Evans, Paul Desmond, Ella Fitzgerald, Lee Konitz, Sonny Rollins e Art Farmer, entre outros, com quem deixou gravados inúmeros ​​álbuns.
Nos anos 60, já em Nova York, Jim Hall organizou um trio com Tommy Flanagan e Ron Carter que ele substituiu pelo baixista Red Mitchell alguns anos depois. Hall também tocava e organizava música para programas de televisão.
Em 1962 ele gravou com Bill Evans, em dupla, o famoso álbum Undercurrant, que foi transformado em um álbum de coleção.
A partir desse momento, Hall tocou com músicos mais contemporâneos que emergiam no cenário do jazz, incluindo Wayne Shorter, Chris Potter, Michel Petrucciani e Bill Frisell. Ele se apresentou em festivais de jazz em Nova York, que incluia os guitarristas Pat Metheny e John Scofield, com quem ele também tocava.
Ele gravou álbuns sozinhos e no final dos anos 90 estava tocando em quinteto com Joe Lovano. Continuou a participar de festivais de jazz até muito pouco antes de sua morte e sua última gravação foi feita em 2008.
Quando jovem, disse que era influenciado por tenoristas como Lester Young e Coleman Hawkins e pelos guitarristas Charlie Christian e Barney Kessell, antes de desenvolver seu próprio estilo de música. Para muitos, sua maior influência foi sobre os guitarristas John Scofield, Bill Frisell, Pat Metheny, John Abercrombie e Mick Goodrick.
Jim Hall deixou gravado cerca de 100 álbuns, 48 ​​deles como líderes.
(traduzido e adaptado do blog Noticias de Jazz)


NOTA: CLICHÊ  -   termo de origem francesa (cliché) que significa o negativo de uma fotografia, contudo coloquialmente vem a se referir à banalidade, ao lugar comum e por extensão às frases musicais que se banalizam por serem muito repetidas, de fácil emprego pelo músico ou ainda segmentos harmônicos ou figuras decoradas pelos instrumentistas para preencher lacunas no improviso na falta de inspiração dentro de um solo. Pode-se afirmar que todo o músico tem seu repertório de CLICHÊS, uns mais outros menos. Seu emprego frequente, entretanto denota evidente falta de ideias para improvisar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estimado MÁRIO JORGE:

Bela lembrança sobre um "fora-de-série", meu preferido entre os melhores.
Como possuo muitas notas sobre ele, vou me permitir postá-las.
Abraços,

PEDRO CARDOSO