Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A COLUNA DO MESTRE LOC SOBRE A PERDA DE PHIL WOODS

05 outubro 2015

Phil Woods (1931-2015)

Por Luiz Orlando Carneiro, em 3/10/15

O saxofonista alto Phil Woods, o mais famoso dos herdeiros estilísticos diretos de Charlie Parker (1920-1955), morreu nesta última terça-feira (29/9), aos 83 anos, vítima dos pulmões bem avariados pelo antigo hábito de fumar. Há 25 dias, ele se apresentou pela última vez – portando o pequeno recipiente de oxigênio que já usava há muito tempo – num concerto no Manchester Craftsmen's Guild, apoiado por um trio local e pela Orquestra Sinfônica de Pittsburgh, numa reinterpretação do célebre álbum Charlie Parker with strings (Mercury, 1949-50).

O jazz master assim consagrado pela NEA (National Endowment for the Arts), em 2007, começou a brilhar, em Nova York, no início da década de 1950, depois de estudos com Lennie Tristano e na Juilliard School. Integrou as orquestras de Dizzy Gillespie (1956) e de Quincy Jones (1959-61). Logo depois da morte de Charlie Parker, em 1955, Woods casou-se com Chan Richardson, a viúva do seu grande ídolo, e com ela teve dois filhos. O casal separou-se durante o período (1968-72) em que viveram na França.

Nos anos 60 e 70, Phil Woods tornou-se um dos mais cultuados especialistas do sax alto neo bop, disputando o primeiro lugar no pódio com Julian “Cannonball” Adderley (1928-1975) e Art Pepper (1925-1982).

Na condição de líder, Woods deixou uma discografia muito extensa, embora um pouco dispersiva. Antes de zarpar para a França, ele gravou alguns álbuns de sucesso em quinteto com o também saxofonista alto Gene Quill (Phil and Quill with Prestige, 1957) e em quarteto com o pianista Bob Corwin. 

Durante o séjour na França, registrou cinco sessões com a sua European Rhythm Machine – um pequeno conjunto que reuniu músicos do quilate de George Gruntz (piano) e Daniel Humair (bateria).

O álbum que marcou o seu retorno aos Estados Unidos, Musique du bois(32 Jazz), é particularmente notável pelas versões de Samba du bois(de sua autoria), Nefertiti (Wayne Shorter) e Airegin (Sonny Rollins), com o apoio de mestres Jaki Byard (piano), Richard Davis (baixo) e Alan Dawson (bateria).

Uma boa seleção de seus quintetos dos anos 80-90 — sempre com os fiéis parceiros Bill Goodwin (baixo) e Steve Gilmore (bateria) — está no CD Into the woods/The best of... (Concord). Nas oito faixas gravadas entre 1987 e 1995, destacam-se também Tom Harrell (trompete, flugel) e os pianistas Hal Galper, Bill Charlap e Jim McNeely.

Da produção mais recente, são recomendados os álbuns American Songbook, Vol.1(Kind of Blue, 2002), do quinteto com Brian Lynch (trompete) e Charlap, e This is how I feel about Quincy (Jazzed Media, 2004), de um noneto formado a partir deste mesmo quinteto fora de série.

Phil Woods sempre gostou do convívio com músicos e alunos bem mais jovens. E o melhor registro disso é um CD gravado em 2010, e lançado no ano seguinte pela hoje vitoriosa saxofonista Grace Kelly (nascida Grace Chung, de pais coreanos).

Quando tinha 14 anos, em 2006, e era aluna do Stanford Jazz Residency Program, Grace foi apadrinhada por mestre Woods. A retribuição veio nesse álbum-homenagem, intitulado Man with the hat, editado pela etiqueta Pazz.


A faixa-título, bem bop, é uma homenagem explícita ao padrinho, que participa ainda de outras três das sete faixas do CD: Love song, Ballad for very sad and very tired lotus-eaters(de Billy Strayhorn) e People time (de Benny Carter) — nesta última apenas “colorindo” o vocal de Grace Kelly, que deixa o sax alto de lado.

Um comentário:

APÓSTOLO disse...

Mestre LOC sempre "na mosca".
Adicionaria como pérola de PHIL o album "Michel Legrand - Legrand Live Jazz" da etiqueta NOVUS, com a gravação realizada em dezembro/1973 da antológica faixa "You Must Believe In Spring" (nove minutos e 22 segundos), em que PHIL nos brinda com mais uma interpretação na linha de "Body And Soul" que tanto tocou.
Claro, além de mais algumas dezenas de belezas musicais.
Mss as indicações de Mestre LOC situam-se na linha do essencial.