TRABALHO DE PESQUISA DO NOSSO EDITOR NELSON REIS
MATERIAIS E RECURSOS
APLICADOS
1 - TAMBORES
Os materiais aplicados
na construção de tambores, sempre foram tradicionalmente, como já vimos, a
madeira e a pele animal. Todavia, hoje já não só é empregado um material constituído
de madeiras mais aplicáveis ao uso, por estudos havidos, como metais leves na
construção de cascos (especialmente nas caixas), como também material
sintético para as peles de percussão e
material de “ligas leves” para as ferragens do instrumento.
A conhecida “tralha” dos
bateristas veio sofrendo sofisticação ao longo do tempo e as baterias
acústicas mantiveram à sua disposição recurso técnico-material e, um
aparelhamento constitutivo, de sorte a se usar instrumentos mais leves e de
melhor portabilidade.
Obviamente, os custos
instrumentais passaram a ser mais elevados, tanto de produção quanto de
aquisição para o músico usuário.
Tambores de cascos monolíticos do
passado, são hoje raros ou caríssimos de aquisição, pois são elaborados
constituindo-se de um casco inteiriço, sem emendas de curvatura do material de
madeira nobre e antiga aplicada, face à compactação para melhor acústica que só
ocorre por envelhecimento e/ou prensagem.
Hoje, fôrmas e recursos técnicos
produzem um tambor tal e qual como se o mesmo fosse constituído por uma peça
sem emendas, quase imperceptíveis, de curvatura. As madeiras geralmente
utilizadas, com capacidade moldável, são geralmente produzidas em regiões frias
e de baixa umidade, como as madeiras de
“mahogany”, “maple” e “birch”. A indústria de tambores acústicos detém um
“know how” ancestral e, dependendo da finalidade de uso, tem que ser o
instrumento constituído de um determinado material único. Assim, o material
para construção de tambores para bateria de uso em música de jazz é um, para
confecção de tímpanos de orquestra outro e, para um enorme tambor ritual
nipônico, um outro.
Como nosso interesse é aqui
voltado para a música de jazz, damos à seguir alguns dos atuais produtores mais
conhecidos de tambores e baterias.
·
YAMAHA – Japão
·
SONOR – Alemanha
·
GRETCH
– U.S.A.
·
LUDWIG
– U.S.A.
·
PEARL
- U. S.A.
·
SLINGERLAND
– U.S.A.
·
PREMIER
– Inglaterra
Observação : Atenção
especial deve ser dada à origem do instrumento, gravada no próprio corpo do
mesmo e em cada uma de suas peças.
2 – FERRAGENS & PRATOS
Também a parte, digamos, metálica
do instrumento, sofreu inúmeras modificações ao longo do tempo, quanto a
formato, tipo de material e resistência, tanto nas “ferragens” como nos
“pratos”.
O material de liga leve ou mesmo
do caríssimo titânio, substitui o ferro laminado nos aros de suporte das peles,
parafusos longos e “canoas” dos tambores, sem a perda de sonoridade.
“Canoas” são chamados os suportes
em que apertam e se prendem externamente ao casco, os parafusos longos,
tensores das peles do tambor. Estes parafusos suportados pelas canoas,
perpassam furações nos dois aros tensores de cada pele correspondente, para
afinação do instrumento por aperto na canoa que empate com a furação. Podem ser
em construção simples ou de maneira inteiriça colocada externamente ao longo
das bordas do casco, perto das saídas de acústica, a intervalos de igual
distancia para que não haja distorções por diferenciação dos locais de aperto.
Os pedais de bumbo e da máquina
de contratempo (também conhecida como “chibáu”), são produzidos em material de
liga leve metálica resistente, com mecanismo de precisão para acionamento e
retorno através de molas helicoidais de aço, sem que haja qualquer ruído ou
barulho ao acionamento, onde somente o objetivo de som proposto seja audível.
Os pratos, eram, anteriormente,
elaborados por fôrmas onde metal derretido era entornado e depois moldado à
martelo, por um processo de liga metálica de bronze mantida em alto sigilo a
sua composição. Existem ainda hoje pratos caríssimo feitos por processo similar
individualizado, batido à martelo, mas de sonoridade diferenciada dos
primordiais “pratos turcos”, como eram então conhecidos. Isto porque, como o
tambor tem primordialidade africana, os pratos, simbalos, gongos e afins (guizos
e outros) são de origem oriental (persa, árabe e chinesa).
Se pegar um prato de bateria, de boa procedência de confecção, irá notar que tem um formato
típico, derivado dos sinos, onde poderá ter ou não uma campânula por onde passa
a sua furação central, que o material é uma liga de bronze laminado e que tem
em todo seu perímetro milimétricamente, da borda para a campânula, micro-sulcos
como se foram raias ínfimas na superfície, para auxiliar a vibração e a
propagação sonora. Esses pratos, outrora produzidos quase artesanalmente como
as ferraduras de cavalo no passado, são hoje usinados em ferramentas
específicas e mediante detalhado estudo de engenharia de produção onde o
“design” e a homogeneidade da liga do material utilizado irá produzir uma sonoridade
padronizada para cada estilo de prato feito em serie.
Como dissemos, os pratos de
instrumentação musical de hoje foram criados no oriente e em especial pela
família Zildjian, em tempos modernos. A produção mantinha-se com seu
processo e materiais utilizados por segredo familiar, passado de pai a filho
através de geração. Era um processo artesanal, até quando – não se tem notícia
como – a empresa Paiste, de
origem suíça, obteve o segredo da liga de bronze e passou a fazer através de
maquinário a fabricação mecânica idêntica à turca produzida artesanalmente.
Então, o patriarca da família, Sr. Avedis foi para os Estados Unidos da América
e começou a produzir pela empresa Avedis
Zildjian, em grande escala industrial, os pratos de fama internacional
utilizados até hoje com seu famoso logotipo. Quando ocorreu o falecimento, no
século passado, do patriarca da família, seus dois filhos tiveram atrito quanto
à continuidade do negócio, até então gerido pelo pai e, um deles constituiu uma
nova empresa no Canadá com um novo selo de produto que compete até hoje com os
dois acima citados, os pratos Sabian
Essas três marcas registradas competem entre si, na primazia de uso
pelos bateristas de jazz.
4 comentários:
Bela pesquisa, importantes dicas.
Parabéns!
Grande NELSON:
Segue o trabalho ("tratado") sobre a bateria, que vai nos enriquecendo de informações.
Grato NELSON !
APOSTOLOJAZZ
Mais especificamente, os microsulcos impressos na confecção do prato, conforme descrito, para propagação sonora, leva o nome tecnico de "harmônicos" da sonoridade do instrumento.
Abçs.
"Nels"
NOTA
Leia-se "Chimbal" e não "Chimbáu"
Desculpem nossa falha.
Obrigado
"Nels"
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