Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

BAPTISTE TROTIGNON TRIO, NO MUNICIPAL

01 novembro 2011

Nesta sexta-feira, dia 4/11, às 20:00 hrs., vai se apresentar no Theatro Municipal do Rio, um dos mais considerados e criativos - segundo a crítica internacional - pianistas franceses da atualidade, Baptiste Trotignon, em trio jazzístico clássico (Thomas Bramerie, no baixo e Dré Pallemaerts, na bateria).

No Segundo Caderno do O Globo de hoje, o principal jornal da cidade, cuja edição das terças feiras dá destaque à musica, não há uma linha sequer a propósito do concerto. E isso, a despeito de vir a ocorrer no mais importante local para apresentações culturais da cidade!

Bem provavelmente, não deve "rolar" nenhum jabá para "instigar" o jornalismo a dar esse tipo de notícia, enquanto todos os (piores) tipos de manifestação musical em esquinas, cafofos, forrós, pagodes, oficinas e quadras de "comunidades" (que ostentam aqueles espetáculos culturais imperdíveis - os bailes funk) ganham destaque na página 2 do afamado diário.

Já me rebelei antes contra esse desprezo do O Globo, e principalmente a editoria do caderno, quanto ao jazz. Esqueci que deve remanescer na alma dos profissionais de imprensa que o tocam aquele "ódio" (implantado, claro) a tudo que possa provir dos Estados Unidos da América - mesmo se executado por franceses -, produto de anos e anos de "militância"vestida com camisetas do Che.

Em suma, uma absoluta falta de respeito com a inteligência dos leitores que se interessem pela verdadeira cultura.

P.S.: ainda há lugares, acessíveis pelo site da Ingresso.com

No mais, Ave Mestre Llulla, cuja revolta com a indigência jornalística a respeito do jazz igualmente me inspira.

14 comentários:

Andre Tandeta disse...

Caro Pres.,
não creio que a ausencia do jazz na imprensa se deva ao esquerdismo e antiamericanismo dos jornalistas. Se for bem ruim a musica ,mesmo sendo americana, e como tem cada m!@#$%$¨vinda de la !,eles falam até bastante. O problema é outro.

Abraço

Anônimo disse...

O buraco é (bem) mais embaixo. Não passa por um anti-americanismo da imprensa, ainda mais dentro de um jornal francamente favorável à política expansionista norte-americana.

A ignorância do evento passa pelo péssimo nível cultural dos jornalistas responsáveis pela área em questão e por prováveis interesses financeiros (compra e venda).
Como disse Joseph Pulitzer: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”.

Peter Pedro

Anônimo disse...

Fica lançada, portanto, aqui a discussão! Qual é o motivo real pelo qual a imprensa CARIOCA tanto despreza as manifestações relativas à musica de qualidade, exigente de alguma cultura, e se debruça (com trocadilho) sobre as "mais péssimas", fando-lhes ampla visibilidade? Façam suas apostas!
MAUNAH

Beto Kessel disse...

Musica ruim, ainda que de massa, com certeza deve despertar mais interesse.

Será que os jornalistas conhecem um pouco de música ? Se não conhecem, deviam dedicar algum tempo pesquisando na internet e no youtube. Comcerteza, poderiam escrever com mais propriedade.

Ainda assim ,jamais chegariam aos pés de Raffaelli e Luiz Orlando Carneiro (a quem aliás seguem os parabéns pelo aniversário neste final de semana)

Num caso recente a pauta até que era boa...75 anos de Hermeto paschoal, e lá se foi o Arnaldo Bloch e conseguiu escrever uma matéria horrorosa e mais que tudo inverídica, atacando de forma desleal Mauro Senise e Gilson Peranzetta, no que foi desmentido...

Para falar de certos temas ou assuntos, não é possível enviar neófitos...

Beto

MARIO JORGE JACQUES disse...

Acho que é total amadorismo dos agentes que trazem estes músicos, porque se não comunicarem ao jornal, não vai sair nada até porque não sabem que o músico vai tocar. A digulgação tem de começar pelo agente. Acontece também que os jornalistas se não estiverem ligados no gênero jazz, não acontece. Quantas matérias sobre jazz saia no Globo quando Raffaeli por lá trabalhava? um monte. Na música clássica acontece o mesmo, sei disso porque meu cunhado é pianista, mora fora do Brasil e se não divulgar uma apresentação não sai nem tijolinho no Globo e no finado JB (em papel).
Uma grande divulgação de matéria com entrevista, fotos etc tem que ter alguem com prestígio junto aos editores do caderno do jornal e às vezes tem que pagar.

APÓSTOLO disse...

Sobram empregos mas falta mão-de-obra qualificada, bêbados sem habilitação dirigem veículos matam mas pagam fiança e seguem soltos para matar mais, hospitais públicos largados às traças, escolas com professores mal pagos e mal preparados para ensinar a pensar e tentando manter nas salas de aula alunos armados e agressivos, estradas com fiscalização da Polícia Rodoviária sem estrutura para flagrantes, corrupção desenfreada em "ministérios", Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas próximas para que sejamos envergonhados para todo o mundo, ausência de imprensa minimamente aculturada...
Nunca antes nesse pais....
Mas como o assunto é JAZZ, vamos em frente.

Andre Tandeta disse...

E tem gente que enche a boca pra dizer que o Brasil esta melhor que a Italia ou a França,por exemplo.
Se olharmos em volta veremos que resta de bom nessa nossa cidade somente a natureza, que ainda resiste aos avanços da ganancia e da irresponsabilidade,por enquanto. Um dia não teremos mais nada, só violencia,brutalidade e corrupção,muita corrupção.
Triste mesmo .

John Lester disse...

Prezado, venha participar conosco do espetacular Desafio Jazzseen 2011!

Grande abraço, JL.

APÓSTOLO disse...

Prezados:
Tentando desanuviar um pouco as mais que justas pauladas em nossa imprensa (é esse o nome ???) tupiniguim, anotem que o "Estado de São Paulo" publicou na coluna "Ouvido Absoluto" do "Caderno C" do sábado (05/11/2011), magnífico artigo ao Roberto Muggiati sob o título "Senhores Vivos e Ativos", em que relembra os grandes ainda em atividade, e com dignidade (Roy Haynes, Charles Lloyd, Phil Woods, Sonny Rollins, Benny Golson e outros).
Nem tudo está perdido quando abrem espaço para quem sabe.

Bene-X disse...

Discussão à parte sobre a questão da divulgação do jazz, etc., a verdade, lamento, é que o concerto foi decepcionante, medíocre, e enfim, absolutamente dispensável. Originais sem apelo algum, e dois standards, I Loves You Porgy e Autumn Leaves rotineiros. Digo e repito: a crise no Jazz, meu caros, é de compositores. Repito: compositores. Não adiante vir com arranjadores sensacionais, Maria Schneider, Dave Douglas Weinskopf, sem não há temas de qualidade para apreciar. E tema bom, com raras excessões, é o que, em no máximo 12 compassos, te cativa de cara. Cansei desses cerebrais grupos do Holland, dos young lions do sec. XXI, que "sabem tudo" de jazz, menos compor. Salvam-se Chestnut, Reed e Hargrove, todos sempre muito inspirados e invariavelmente rooted. Viva os Mestres Parker, Gillespie, Rollins, Golson (!!!), Hancock, Shorter, Morgan, B. Evans, Coltrane, Miles, Duke Jordan (!), etc., e, claro, os songwriters de ontem e de sempre, Gershwin, Rodgers, Ellington, Porter, Mercer, Kern, Harlen, Kahn, Jobim, Legrand, Sondheim, Mandel, e, por que não, S. Wonder, Mcartney, caras de quem a música popular e o jazz vem se alimentando (graças a Deus) até hoje e persistem um manancial de past, present and future welcome renditions. Queremos novos compositores, mas de bons originais, de temas de verdade (não "levadas"). Arranjos vem depois. Sempre foi assim. Abs.,

Anônimo disse...

Bene-X,

Quanto saudosismo - e rancor.

Você reclama da falta de compositores nos dias de hoje, mas execra um dos maiores da atualidade: Dave Holland.

Grupos cerebrais (isso significa música fria, né)? Holland faz uma música extremamente emocional. A codificação passa pelo cérebro (e sempre passará), desde que, é claro, ele tenha sido primado para isso. Um ser humano sem cérebro, constituído apenas por ouvidos, não passa de uma câmara de eco.

Hargrove e Chestnut compõem bem (o segundo mais do que o primeiro, que erra na mão - e na caneta - mais do que acerta), mas compõem segundo os ditames de décadas passadas. Fazem, na maioria das vezes, uma música burocrática.

A música, para você, se resume a apenas 12 cativantes compassos?

E você ainda vem falar (bem) de McCartney? Na boa? Vamos falar sério. O assunto é jazz!

Peter Pedro

Bene-X disse...

Prezado Peter Pedro,

Presumo não lhe conhecer, nem pessoal nem virtualmente, mas, de antemão, declino respeitar suas opiniões, malgrado o tom um tanto pejorativo do final de seu comentário. Aliás, é por ele que vale a pena começar. Duvido que v. deteste mais beatles do que eu. minha aversão é quase absoluta e praticamente todos, aqui no blog, sempre me cricificaram por isso. O que não quer dizer que eu considere Let It Be, Yesterdays, Eleanor Rigby, And I Love Her, Something, Golden Slumbers e outras poucas, pouquíssimas, acredite, ótimos temas. Quando da pena de McCartney, geralmente temas perfeitos, redondos, geniais, à exceção de bobagens melosas. Um tema perfeito, repito, é aquele que v. memoriza ao ouvir, desde a primeira vez, os primeiros compassos. É assim com So What e tantos outros de Miles; com Sidewinder, de Morgan; Com Canteloup Island e Watermelon Man, Hancock; com quase todos os temas do Parker, do Monk e do Gillespie; dos gênios Duke Jordan e Thad Dammeron; do songbook americano, nem vou falar. É assim com Stevie Wonder, muitas, muitas vezes. Com Ray Charles, quantas vezes. E Bennie Golson ? O que falar de Killer Joe, I Remenber Clifford, Whisper Not, Blues March, Along Came betty; e Moaning de Timmons; As pérolas - são tantas - de Mingus. E Tom, Legrand e Mandel, insisto. E é nesses temas que o jazz se firmou como música de improvisação. Improvisação sobre o quê ? Sobre grandes temas. Mas vamos às suas considerações. 1) Não disse que música cerebral é fria, jamais. Bach e Beethoven são os mais cerebrais (no sentido do perfeccionismo e rigor formal absolutos) dos compositores e nenhuma - nenhuma - de suas obras é "fria". Holland busca uma sonoridade coletiva muito atraente, da qual gosto, mas que me cansou, porque música não é só pensar e curtir o intrincado; é deixar-se levar um pouco, por que não, por linhas melódicas vez por outra singelas, fáceis, por que não, repit ? Veja só: Chick Corea emplacou, p.e., Spain e La Fiesta, p.e., como grande sucessos; Hubbard, Red Clay e Little Sunflower (esse na inesquecível versão de M. Jackson); Turrentine, Sugar; Bill Evans é gênio composicionak prolífico; Hargrove, Reed e Chestnut são indefectivelmente atraídos pelo rooted, quase sempre com sucesso; Curtis Fuller eternizou sua A La Mode; o próprio Milt, a emblemática Bags Groove. Ron Carter e Oscar Pettiford são excepcionais compositores. Por outro lado: qual é o grande tema, a grande composição, o original gravado e regravado por outros músicos, p.e., da pena de Vhris Potter ? Dos indianos Rudresh, Vijay e cia ? Qua é o grande tema do overoveroveroverated Mheldau ? Músicos de jazz não são, via de regra, grandes compositores. Isso pe uma realidade que qualquer manual besta sobre o gênero admite. Exemplo: Vou falar de três músicos que descendem diretamente de Parker e de quem adoro. Phil Woods e Vincent Herring são improvisadores geniais. Bobby Watson também. Mas Watson é um compositor de mão cheia, cuja peças foram objeto de vários registros de outros colegas. Donald Harrison também é ótimo compositor. Mas qal é o tema espetacular de Woods e Herring ? desconheço. Refuto, a distorção proposta por v., de que eu teria insinuado que "A música, para você, se resume a apenas 12 cativantes compassos". Primeiro, música não se resume. Ponto. E, reafirmo, se, nos 12 primeiros compassos, a músics grudar no seu ouvido, o tema é, sim diferenciado, algum magnetismo, para o bem ou para o mal - geralmente para o bem - ele possui. Quanto a falar de jazz, com seriedade, pergunte a qualquer dos Mestres desse blog, qualquer um deles, Raffa, LOC, Coutinho, MaJor, Ivan Monteiro, Apóstolo, Nelson Reis, etc., se meus 25 anos ouvindo e colecionando obstinadamente jazz de todos os tepos e épocas autoriza quem quer que seja a dizer que, sobre jazz, alguma vez falo brincando. Se V. ainda não sabe, eles te dirão quem é o Bene-X. Abs, grato pelo comentário e continue nos prestigiando, ok ?

Anônimo disse...

Prezado Bene-X,

Adorei o seu texto.

Creio que concordamos muito mais do que discordamos. Isso é jazz!

Abraços cordiais,

Peter Pedro

APÓSTOLO disse...

Mais que prezado Bene-X:

Preciso texto ! ! !
Apenas a título de lembrança, o grande PHIL WOODS (mais que discípulo, um "Parker-in progress") assina composições excelentes e fáceis de cantarolar ("All Bird's Children", "Hall Mallet", "HUK2E", "Yes, There Is A C.O.T.A.", "How's Your Mama?", "Alvin G.", "Black Flag", "Rain Go Away", "Song For Sisyphus" e "Mom" entre outras).
Sem dúvida é no sax-alto que PHIL WOODS nós dá excelentes recados com suas improvisaç~~oes, mas ainda assim suas composições nos trazem momentos mágicos.
Enfim e assinando seu magnífico texto, "nada de resumos".