E mais uma vez o Festival de Rio das Ostras mostrou que é viável e promissor promover essa boa música mesmo com toda a crise econômica que assolou o planeta nos últimos meses. Lembro que hoje esse festival reina sozinho aqui no RJ e não teve chuva e mau tempo que espantasse o público.
Neste ano, mais uma vez, não foi diferente, organização impecável e produção antenada em satisfazer todas as frentes musicais que se apresentam no cenário nacional e internacional, apesar do pessimismo que se apresentou com o possível cancelamento de patrocínios e apoio.
Como todo festival e rótulos a parte, ouvimos de tudo - pouquinho de jazz, muita influência de jazz, blues, pitadas de rock e música instrumental brasileira, claro.
Só cheguei na quinta-feira de tarde, perdi a abertura do festival na noite anterior, e cheguei ainda na esperança de assistir o show do organista Ari Borger, cujos comentários dos amigos presentes foram de que o publico gostou do que viu na Lagoa de Iriri, o palco mais concentrado do festival e cuja atmosfera realmente nos contagia.
Assim sendo, fui direto para a Praia da Tartaruga assistir o grupo Rudder com um som que soa bem rock envolvido pela atmosfera fusion, uma vez que carrega muita improvisação. A formação do quarteto me agradou inicialmente - sax, teclado, baixo e bateria, e o grupo traz muita energia ao palco mas explora exageradamente o uso de efeitos, principalmente no sax tenor de Chris Cheek e no drive do baixo elétrico do lider da banda Tim Lefebvre. Alguns momentos soava bem eletrônico e o baterista Keith Carlock pulsava em atmosfera rave mesmo, o que, acho, dificil quando se faz no braço sem uso de samplers e computadores. Enfim, agradou e eu ia gostar mais se o mesmo som fosse feito com uma sonoridade mais acústica, afinal tinha os elementos para isso.
Chega a noite com a abertura da banda do gaitista Jefferson Gonçalves, um grande educador e explorador dos ritmos nordestinos cujos elementos ele carrega fortemente em sua música; passeou pelo xote, pelas citações de blues da banda Allmann Brothers e Bob Bylan no repertório.
Soou mais popular !
A banda paulistana Pau Brasil não trouxe o saxofone de Teco Cardoso; Mané Silveira acompanhou nos sopros . O grupo é uma referência da nossa música instrumental, liderado pelo pianista Nelson Ayres, o baixo elétrico de Rodolfo Stroeter, que se apresentou com febre de quase 40 graus, e o violão brasileiro de Paulo Bellinatti que roubou a cena e delirou o publico. Repertório com arranjos e roupagem instrumental para temas de Ari Barroso, Villa Lobos e um final de show apoteótico com Bye Bye Brasil de Chico Buarque.
fotos de Cezar Fernandes : Palco, Rudder, Paulo Bellinatti, Jason Miles
2 comentários:
Prezado Guzz, obrigado pelo resumo. Espero que ano que vem eu possa estar lá com vocês.
Grande abraço, JL.
Caro Guzz,
Faço minhas as palavras do Capitão John Lester.
Um fraterno abraço!
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