Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

CAMINHOS DO JAZZ - GLOBONEWS MILENIO - 15.06.09 - 23:30 HORAS

14 junho 2009

Lendo a revista de TV do Jornal "O Globo" deste domingo, observei uma pequena nota com o texto "A SAUDE DO JAZZ", informando que havera a seguinte discussao:

O Jazz esta morrendo?

Especialistas falarao da importancia do genero musical.


Caso o sono nao chegue mais cedo, tentarei ver o programa, mas desde ja nao tenho a menor duvida que o Jazz jamais ira morrer...

27 comentários:

MAJOR disse...

Beto legal a dica vamos procurar assistir. Contudo, antes mesmo de ouvir, o que acho é que o Jazz não morreu nem morrerá. O que há é uma crise mundial da cultura musical em prol do fácil,do lucro imediato e aí entra a gangue das gravadoras, tv, rádio etc. Não há um programa de educação musical, não é ensinar teoria musical, é educação mesmo, nas escolas, universidades, na mídia TV, rádio, etc.. mostrar, apresentar a música, sua apreciação seja ela jazz, clássicos etc. Não tem, as crianças crescem e sequer sabem que existem tais gêneros, se a família não curte(até pelo mesmo problema da falta de educação) desconhecem. Jovens com algum talento musical vão para outras praias musicais, mais fáceis e temos sentido a restrição ao acesso de novos músicos de jazz. Vamos ver o que dizem no programa.
Um abraço

Érico Cordeiro disse...

Caros amigos do CJUB, permitam-me um desabafo.

O Festival de Rio das Ostras, com seus shows gratuitos para milhares de pessoas é a prova cabal de que a indigência cultural a que a grande maioria da população é submetida é algo criminoso, intencional e direcionado.

A crueldade dos senhores da mídia, secundados por boa parte dos nossos dirigentes, que insistem em vender/patrocinar abominações como ivetes e que tais, é escamoteada pelo discurso rasteiro de que o povo adora lixo.

Não é verdade. O povo é quase obrigado a consumir lixo cultural porque não tem qualquer alternativa de qualidade - e dá-lhe micareta, mãozinha prá cima, sertanejo universitário (duas palavras que, aparentemente, seriam inconciliáveis) tira o pé do chão, (tomara que esse imbecis levem um tombo)!

Esse lixo veiculado de maneira onipresente e massacrante é que faz do nosso panorama cultural algo tão desolador. Iniciativas como a do pianista Arthur Moreira Lima, que vem percorrendo este país de norte a sul em uma caravana civilizatória, deviam ser mais estimuladas por quem faz a nossa política cultural. Mas é mais fácil bancar uma suposta "manifestação cultural autêntica" (e geralmente, barulhenta, óbvia e sem a mínima qualidade) do que educar os ouvidos das pessoas.

Sobre Arthur Moreira Lima, tive a oportunidade de assisti-lo em Imperatriz-MA, num concerto em praça pública (lotada). Foi aplaudidíssimo e as pessoas saíram extasiadas (muitas delas jamais tiveram qualquer contato com esse tipo de música). Muita gente (inclusive eu) comprou um bom número de cd's (que, é óbvio, não são encontrados nas lojas) e a fila para autógrafos era quilométrica (desisti por esse singelo motivo).

Qualquer concerto da OSESP ou da OSB em São Luís (e, felizmante, eles têm ocorrido com certa freqüência) e as pessoas acorrem aos milhares. Há alguns anos tivemos um festival internacional de música (infelizmente não foi levado adiante e não passou da 1ª edição) com um cardápio variado, indo do erudito ao popular, do samba ao jazz, do blues ao rock, com artistas como Hermeto Pascoal, Paulinho da Viola, Ed Mota, entre outros. Em todos os eventos a presença do público era maciça e entusiasmada.

Logo, as pessoas, de certa forma, anseiam por um contato mais direto e contínuo com a arte. Falta-nos vontade política para exigir e implementar esse verdadeiro direito fundamental que é o acesso à cultura.

Grande abraço a todos e desculpem a verborragia. Postagem escrita ao som de Booker Ervin, cd Groovin' High!

Bene-X disse...

Caros,

Ben Ratlif - badalado crítico da "nova" geração de reviewers - foi o entrevistado por Lucas Mendes, e mostrou que, acreditem ... pouco ou nada sabe de jazz.

Impressionante.

O programa foi de uma indigência cruel.

Perguntado se concordava que Armstrong, Ellington e Parker teriam sido os mais importantes de todos os tempos no gênero, discorreu vagamente sobre Louis e Duke e aí perguntou ao Lucas: - qual era mesmo o terceiro ? Parker, respondeu Mendes. - Oh, yes, Charlie Parker ...

Fiquei estarrecido !

O repórter insistiu : - v. alinharia, com estes, algum outro nome, considerado fundamental na história e evolução do jazz.

E o pobre do Ratlif:

Acho que Coltrane ... Monk e ... Paul Bley ...

Paul Bley ????!!!!!!!!!!!!! Sem demérito para o Bley, mas no que teria sido ele "fundamental" ? Pior, tão fundamental quanto os demais citados, estes sim emblemáticos.

À altura do entrevistado, Lucas largou pérolas como "porque cantores como Sinatra e Ella Fitzgerald (??!!!!) não improvisavam ?". Logo depois se "corrigiu": "Ella sometimes ..."

"Sometimes", Lucas Mendes ? Fala sério ! Depois de Sarah apenas - e só mesmo depois dela - Ella foi A maior improvisadora entre as Jazz Singers.

Ultrajantemente decepcionante.

Sorry, Beto, v. não tem culpa. Ao contrário, deu-me a oportunidade de cristalizar minha visão sobre esses "garotos" que escrevem sobre um jazz que não viram, mas que, pior, nem sabem ouvir. E isto, sem dúvida, é o mais grave.

Saudades, Feather ! Cheers, Gitler e Hentoff !

APÓSTOLO disse...

Prezado BENE-X:

Havia enviado comentário sobre o programa (g1.globo.com/globonews); ao ler seu comentário constatei que não fui o único a "aturar" o "especialista em JAZZ".
Lamentável.............

llulla disse...

Caríssimos,
Concordando com tudo que foi dito até agora, informo que a esta altura do campeonato não perco mais meu tempo ouvindo sandices de quem nunca deve ter ouvido Jazz. Consola saber que os Nelsons Mottas da vida não são exclusividade nossa.
Abraços,
llulla

Érico Cordeiro disse...

Caros amigos do CJUB,

Embora concorde com tudo o que foi dito, em relação à pouca intimidade do entrevistado com a história do jazz, é preciso que se diga que o entrevistador também não ajudou muito.
Porque a Globo não convocou alguém que entende da matéria prá fazer essa entrevista ou prá debater com o Ratliff? Alguém com a tarimba de um Zuza Homem de Mello ou um Roberto Mugiatti?
Por outro lado, embora decepcionante, o programa teve um saldo positivo: durante uma boa meia hora muitas pessoas que não conhecem ou não têm acesso ao jazz puderam ouvir um pouco da história e dos porsonagens que fizeram o estilo.
E foi muito bom ver, ainda que por breves segundos, o nosso saudoso Moacir Santos na telinha.
Poderia ser bem melhor, mas...
Abração a todos e, Mestre Lula, tenho sentido a sua falta no JAZZ + BOSSA. Por essa razão, hoje postarei uma resenha em sua homenagem!

Guzz disse...

meus caros,
esse assunto se jazz "morreu" ou "não morreu" é história pra boi dormir e o boi já dorme e acorda todos os dias

som na caixa !!

abs,

APÓSTOLO disse...

Estimados CJUBIANOS:

O "melhor" de tudo é que postei comentário no blog do programa "Milênio" pela manhã; descubro às 11.49 da manhã que, ou retornamos à censura sob a alcunha de "moderação", ou são necessárias mais de 3,5 horas para "moderar".
Em outras palavras, ou se é a favor ou se é banido.
Anti-JAZZ, anti-crítica, padrão global de estultices, como sempre (novelas, faustões, galvões e outros bobos da corte faturando).

edú disse...

Deixei para gravar e assisti um “tico” para conferir se tudo estava ok.Pequenas considerações.Tenho o livro do Ratliff - "The New York Times Essential Library: Jazz: A Critic's Guide to the 100 Most Important Recordings" e não consegui lê- lo até hoje em virtude de não conseguir administrar tempo para tanto.Todavia, já folhei diversos trechos e posso asseverar diante da leitura deles e da regular do NYT q é uma impressão equivocada seu desconhecimento sobre jazz.Acho q ele não estava “num bom dia”, apenas.A afirmação sobre Paul Bley foi das mais gratas e bela surpresas. Paul Bley desenvolveu estilo original e inovador no piano q persevera moderna e de influência abrangente e q ,de certa forma, precedeu inspiração ou interesse maior de Bill Evans.Quanto ao Lucas Mendes, ele apenas colocou-se como um conhecedor iniciante de jazz – situação de telespectador comum – e forneceu perguntas básicas para q o entrevistado tivesse segurança e vontade de elaborar seus conceitos básicos e idéias.Mas,repito,Ratliff não estava num bom dia.Lucas,diante da eficiência e competência, jamais desenvolve pauta ou reportagem sem estar devidamente preparado.A propósito, toda censura – mesmo na forma da mediação prévia de comentários – é abjeta.

BraGil disse...

BENE-X
Finalmente concordamos 100%.
E o cara é o principal crítico de música do NY TIMES !!
Fiquei boquiaberto com a indigência dos dois paspalhos.
BraGil

BraGil disse...

Desculpe Edú
Não conheço nenhum pianista importante que tenha sido influenciado pelo Sr. Bley.
Do casal Bley quem realmente conta é Dona Carla.
BraGil

edú disse...

Sr.Brasil,
é sempre importante opiniões - melhores - às divergentes - pela sadia inspiração da troca de opiniões e idéias.Teria certa reserva, no entanto, chamar os mencionados como paspalhos.Na minha opinião é conceito, quem é digno dessa consideração é o ex- presidente e senador eleito por Alagoas q exigiu a demissão do Lucas na Globo.Ele modera com muita eficiência e elegância o Programa Manhattan Connection, escreveu dois ótimos livros a respeito de NY - além de centenas de reportagens de grande excelência nas Tvs Culura e Record - além propriamente da Globo - e coberturas de grande repercussão como a de correspondente de guerra em El Salvador.Sendo considerado, pelos seus próprios colegas, o maior texto do telejornalismo brasileiro.Portanto, incapaz de ser paspalho.Todos os pianista q beberam na fonte de Bill Evans receberam diretamente - como o próprio - ou indiretamente, influencia de Bley - ele foi, contudo, mais ousado e original.O casal Bley inexiste há mais de 40 anos.Carla se separou de Paul no final dos anos sessenta - apesar de continuarem ótimos amigos - e casou com o trompetista Mike Mantler.No inicio dos anos 80 - num momento Contigo (rs,rs,rs) – passou a viver junto com o contrabaixista Steve Swallow em Oklahoma.Onde residem bem e felizes, pelo q sei, até hoje (rs,rs,rs).

Beto Kessel disse...

Comecei a desconfiar que o crítico talvez não seja tudo aquilo,quando ele esqueceu do 3º (Ah, era simplesmete Charlie Parker)...assisti o resto pois ja estava mesmo acordado...

Interessante é a questão Jazz at the Lincoln Center X Pequenos clubes de Jazz...o que é importante? é uma boa discussão.

Beto

Bene-X disse...

Veja bem, Edú: fiz questão de acentuar que a indigência está em apontar Bley como "key figure" do jazz, "em todos os tempos", habitando o mesmo Olimpo de Louis, Duke, Armstrong e mesmo Coltrane e Monk, por ele próprio, Ratliff, citados.

Bley pode ser um ótimo pianista, para quem assim acha. Pode ser um ótimo compositor, para quem acha. Pode ter influenciado, direta ou indiretamente, muitos músicos. Disto tudo não duvido, e, de certa forma, fiz essa ressalva em meu comentário original. Mas personalidade "fundamental" na história do jazz, isso, sinceramente, acho difícil afirmar Bley represente ou tenha algum dia representado.

Já Bill Evans, por v. citado, esse sim - nunca Bley - é e sempre será indispensável para os que querem entender a evolução do jazz.

A distinção é simples: ser, para muito além de "importante" ou "influente", um músico "fundamental" para o gênero, ok ? Era isto que estava em questão naquele momento da entrevista.

E quando disse que Ratliff "pouco ou nada sabe de jazz", expliquei no fim do comentário. É um jovem crítico que pouco viu, mas - isto é o pior - náo sabe COMO ouvir o jazz, não tem a perspectiva adequada, o domínio do conceito.

Saber ou entender de jazz, claro, não é decorar pencas de nomes de músicos e álbuns, ou ler manuais sobre a evolução do gênero.

O mesmo "swing", o mesmo "feeeling" exigido do jazzista, esse mesmo "sentimento" tem que ser a marca do jazzófilo. Só assim se aperfeiçoa a incomparável mão dupla do jazz, a simbiose improvável - mas genial - do artista que faz arte de verdade em tempo real, para o ouvinte ansioso exatamente por estes "glimpses" sagrados, compasso a compasso.

Abs.,

Roberto Murilo disse...

Dediquei-me a assistir a um DVD e me esqueci desse programa. Pelo visto não perdi grande coisa. Essa questão da "morte" do jazz é velha como o mundo. Durante certo tempo, dizia-se que a música barroca havia desaparecido da face da Terra. Pois bem, Bach foi redescoberto, influenciando multidões. O Jazz hoje está fazendo um inventário de sua história.Daí as celebrações e tributos a músicos, albuns, etc...Isso é cultura com C maiúsculo. Só a arte pura, eterna, é capaz de celebrar, hoje, grandes talentos que tiveram suas obras primas perpetuadas há 50 ou 60 anos.O Jazz evolui, talentos novos se consolidam, sempre haverá uma minoria ávida por esse tipo de arte. Se artistas e grupos de baixa qualidade se utilizam do termo "jazz", para se promoverem é porque ainda se trata de uma grife de valor, que dá status e abre portas. Abraços.

Roberto Murilo

Salsa disse...

O que chamou a minha atenção foi quanto a contribuição de Miles para o jazz: "valorizar uma única nota", "não se preocupar em encher um compasso com todas as notas possíveis", referindo-se, talvez, ao estilo cool. Ora, podemos dizer isso se se referir ao trompete. Antes dele, Duke e Basie sabiam como ninguém lançar aquela notinha que rouba completamente a cena; aquela nota que, sem nenhuma ginástica performática se destaca no meio da música e lhe dá uma coloração especial.

edú disse...

Caro David,
não repetiria a afirmação de Ratliff. No entanto, ela não se fez imprópria e nem despropositada diante de meu conhecimento prévio e respeito a obra,técnica e importância de Paul Bley no jazz.Vou localizar, se conseguir, a razão q levou Ratliff a proferir essa citação.Li, nos três anos, mais de 20 artigos de Ratliff no NYT, comprovando sua segurança e conhecimento a respeito do jazz.Comprei seu livro numa dessas descobertas casuais na Fnac Pinheiros.Não o li até agora pela ausência de oportunidade e priorizar alguns outros q se acaba comprando - antes e depois.Revi a entrevista essa noite.Ela cumpriu seu papel.Colocou uma interessante discussão entre nós a respeito dela e colocar 30 minutos de bate papo sobre o tema numa transmissão televisiva , mesmo a cabo, para um público bem mais amplo e "nada paspalho".Para informação de seu Murilo, a primeira resposta de Ratliff evoca q o jazz permanece bem vivo e em processo crescente de internacionalização.Ao sr Brasil, citaria os pianistas Allan Pasqua, John Taylor, Denny Zeitlin e Bobo Stenson.Para finalizar,Cjub sem a presença frequente de Bene X é uma "commodite" q sofre oscilação qualitativa no ambiente dos blogs.Estendo essa consideração tb ao seu Nelson Reis.Retribuo o abraço.

edú disse...

Prezado David,
reproduzo a menção original de Ben Ratliff sobre Paul Bley ocorrida na edição de 21 de maio de 2006 nas páginas no NYT.Para não comprometer o sentido - num texto bem curto - não adiciono a tradução por minha conta. “In the final reckoning, the pianist PAUL BLEY's influence over the last 50 years of jazz -- and it continues -- will be enormous. It includes figures as major as Keith Jarrett and Pat Metheny, and endless numbers of musicians who are still learning. Deeply original and aesthetically aggressive, Mr. Bley long ago found a way to express his long, elegant, voluminous thoughts in a manner that implies complete autonomy from its given setting but isn't quite free jazz. The music runs on a mixture of deep historical knowledge and its own inviolable principles”.Uma opinião a ser considerada, concordando ou não , e nenhum pouco “paspalha”.

llulla disse...

Os divulgadores da chamada sub-música sempre usaram o Jazz para se promover. O Jaz é eterno, porque é arte e não simplesmente música. Como diria Nelson Rodrigues,
é só.
abcs.
llulla

figbatera disse...

Eu não vi o programa; lendo aqui os comentários é como se o tivesse visto.
É muito bom o debate e as opiniões divergentes fazem parte de quaisquer discussões.

ps.: Ei, edú, o nick do cara é "BraGil" e não "Brasil"; vc tá de gozação com ele?
kkkkkk!

BraGil disse...

"Paspalhos" foi devido a minha irritação com o programa que não cumpriu as "chamadas" que foram postadas pelo Beto.
Lucas Mendes não conhece ou ouve Jazz, fez ums pesquisa que qualquer estagiario faria e por isso ficou refém do entrevistado.
O desdém com que tratou Parker e a elevação de Paul Bley ao patamar de Armstrong, Ellington etc..., desqualificam, p'ra mim, a opinião do Sr.Ratliff, crítico de música e não de Jazz do NY.Times.
Bley é muito bom pianista e um obscuro compositor. Só isso.
Dizer-se que Bill Evans e Keith Jarrett "beberam" em Bley, soa como uma heresia.
Bill era mais velho 3 anos e já nos meados dos anos 50 era reverenciado por músicos e ouvintes."Waltz for Debby" é de 56.
Ratliff parece ser devoto da ECM, achar que jazz mesmo é o europeu e odiar, òbviamente, o Marsalis.
Ou seja, "um paspalhão". rs,rs,rs.
BraGil ou Brasil, como queiram.

Beto Kessel disse...

Se o tal do critico do NY Times tivesse ao menos colocado Armstrong, Duke e Parker e citado Coltrane e Bill Evans...sem mencionar mais ninguem, nao correria o risco de escorregar...Estaria ai um quinteto de peso (tipo Dream Team)de gente que muito fez pelo Jazz...

edú disse...

Seu Olney,
o sr. Gilberto Brasil( q rogo tenha algum parentesco com uma linda e carismática sra. decoradora q tem um programa no GNT) tem como nick Bragil dentro da estrutura dos luminares do Cjub.Acho q todos tiveram oportunidade de expor seus argumentos .Alguns, sem melindres da elegância - diria.A pesquisa do programa foi equivocadamente atribuída a Lucas Mendes - quando - segundo os créditos e veracidade - esta á cargo de Delfim Lopes e o centro da documentação da Globo.Bill Evans jamais pode ser considerado um inovador no jazz.Mas consolidador de um sofisticado estilo q anteriormente já tinha sido abordado pelo pianista Richard Twardzik.Mas isso é assunto pra outro programa rs,rs,rs.Agradeço pelo privilégio e honra da troca de idéias.

Tenencio disse...

Que bom ver esse movimento todo aqui no CJUB. Cheguei atrasado.
Só vou dar um pitaco e é em relação a opinião de meu amigo Edú.
Esse pianista que voce citou,Richard Twardzik,pode com certeza ter influenciado Bill Evans,mesmo sendo um total desconhecido pra mim.O ponto é: Bill Evans foi um grande inovador no piano do jazz. Sua influencia se nota em praticamente 100% dos pianistas de jazz de qualquer nacionalidade a partir dos anos 60. Algumas inovações de Bill Evans:
1)tratamento harmonico para standards ,alguns ja então bem batidos,totalmente original . Evans tinha,alem do talento fantastico, um conhecimento gigantesco de musica,era formado em piano e composição(os dois cursos mais pesados,ao lado do de regencia, em qualquer escola de musica seria). Seu conhecimento de musica classica foi definitivo na formação de seu estilo.
2)Uma caracteristica pouco falada mas marcante em seu estilo:o ritmo. Nisso ele tambem foi muito original. Ha uma sofisticada forma de interpretar o tempo e o proprio swing que ninguem ,antes ou depois dele ,ousou.
3) O uso do modalismo. Evans gravou com George Russel no inicio da decada de 50 e é o primeiro instrumentista a aplicar as teorias de Russel sobre improvisação usando os modos. Alem de outras ideias de Russel que expandiam o vocabulario melodico do jazz que Evans se encarregou de explorar e foi,repito,o primeiro a faze-lo. Russel tem uma enorme importancia nessa historia mas sua contribuição é como compositor,arranjador e professor. Quem colocou pela primeira vez suas revolucionarias ideias em pratica,como vocabulario para solos foi Bill Evans.
Não quero ser o dono da verdade e esse é um assunto vastissimo. De todo modo estou curioso para ouvir o Richard Twardzik e posso sem nenhum problema rever minha opinião.
Abraço

Bene-X disse...

Caramba, BraGil, se o cara - o Ratliff - é crítico de música em geral, e não só de jazz, indigente não é ele, mas o próprio NYT !!!!!!!!!!!

Brincadeira, Edú, e, aliás, gratíssimo pelas suas bondosas - mas imerecidas - palavras ...

Vou reouvir o Bley pra ver se eu saco essa influência toda em que v. - acredito que abalisadamente - tanto insiste. Se restar convencido, dou o braço a torcer.

Mas, sinceramente, é impossível que algum dia eu possa concordar - nisto me desculpe, Edú, de coração - com a afirmação de que Bill NÃO tenha sido uma força ORIGINAL e DEFINITIVA na evolução e transformação do jazz.

Veja que Tristano, este sim - e que eu saiba ou conheça - só ele, usava empregava diccão diferenciada no piano, antes de Bill. E Tristano também é referência. Mas não como Bill, cujas inovações, todas, estão tecnicamente explicadas, com a autoridade e brilho de sempre, pelo nosso scholar da batera Tandetinha Tenêncio.

Mas essa semana volto ao Bley, para rever - ou não - meus conceitos sobre ele, ok?

Abs.,

edú disse...

Ok.Forte Abraço.

Tenencio disse...

Nada como uma discussão educada e inteligente pra levantar questões interessantes.
Um achado me fez pensar. No disco "Jaz In The Space Age " de George Russel,1960 consta o nome de dois pianistas participando da gravação. Quem são?
Bill Evans e.... Paul Bley.
Por tudo isso creio que devemos procurar dar uma ouvida,ou re-ouvida em Bley.
E o nosso Bene-X saiu da toca! Isso é que é digno de nota e comemoração. Davi ,meu camarada, somos todos fãs seus. Não nos abandone assim.
Abraços a todos