DA CERA AO RAIO LASER (4)
Nos anos de 1940 surgiu o processo de gravação magnética e em 1948 foi produzido, comercialmente e pela Columbia Records o 1º disco de longa duração o famoso LP - long play - termo consagrado mundialmente referindo-se à tecnologia de gravações em microssulcos com a velocidade de 33 1/3 rpm. Tal processo foi alavancado no pós-guerra com o desenvolvimento dos poliésteres plásticos ou simplesmente vinil. Os discos com este material foram chamados de inquebráveis (unbreakable) em comparação aos anteriores de 78rpm feitos em goma-laca (shellac), estes altamente quebráveis.Aliado ao novo material um novo processo mecânico permitiu aumentar a quantidade de sulcos (grooves) de 40 para 100 por centímetro desenvolvido por Peter Goldmark em 1947 passando a ser conhecido por microssulco. Com o vinil foi possível também introduzir um novo padrão de registro de frequências permitindo a gravação e reprodução de ampla faixa com muito pouco ruído de fundo. Naturalmente que os estúdios de gravações também foram modernizados empregando o registro sonoro através de fitas magnéticas e circuitos eletrônicos mais elaborados.
O primeiro LP comercial não era de música de Jazz, introduzido em 21/junho/1948 pela Columbia um 10 polegadas (ML 2001) com a Beethoven's 8th Symphony regida por Bruno Walter e a New York Philharmonic e logo a seguir o primeiro de 12pol também da Columbia (Col. ML 4001) cabendo ao magnífico Mendelssohn's Violin Concerto, com Nathan Milstein solista e a New York Philharmonic Orchestra regida também por Bruno Walter. O LP permitia fantásticos 30 minutos de música em cada lado e pode-se imaginar o que isto passaria a significar para os músicos de Jazz, agora bem mais livres daqueles 3½ minutos de duração de cada lado do 78rpm.
Então o primeiro LP de um músico de Jazz coube ao grande Duke Ellington um 10pol - The Liberian Suite (CL-6073-1948) gravado pela Columbia no New York's Liedenkranz Hall em 24/dez/1947, também lançado pela Prestige (P-24075).
Seguiram-se os discos compactos de 45rpm e 17,5cm conhecidos como EP (extended play) com pouca acolhida, depois a gravação magnética em multipistas a partir das experiências da RCA Victor desde 1954.
Ocorreu mais adiante o processo estereofônico em 1956 dando uma nova dimensão ao som reproduzido e o primeiro LP de Jazz editado no processo estereofônico coube à banda The Dukes of Dixieland, no álbum - You Have to Hear It To Believe It... vol. 1 pelo selo Audio Fidelity (AFSD 5823 - 1957). Sidney Frey fundador da Audio Fidelity andava por Las Vegas, como sempre procurando novos valores para seu selo quando ao perguntar a um barman se sabia de algo diferente na cidade lhe falou se já havia visto os Dukes of Dixieland que por ali se apresentavam e Sidney acabou por contratar o grupo, coincidindo com a recente instalação dos novos equipamentos e, assim se tornou a primeira banda de Jazz a gravar em estereofonia. A qualidade era impressionante, além da parte técnica de gravação, pela finura na espessura e leveza dos discos.
Ouçamos então o primeiro Jazz estereofônico em Darktown Strutters Ball (Shelton Brooks) com Frank Assunto (tp), Fred Assunto (tb), Papa Jac Assunto (tb e banjo), Harold Cooper (cl), Stanley Mendelson (pi), Roger Johnson (bat) e Bill Porter (bx).
Nenhum comentário:
Postar um comentário