Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ, 13: - CADÊ A FOTO ?

28 outubro 2006

Essa aconteceu em 1971 por ocasião da visita de Duke Ellington ao Rio de Janeiro, onde se apresentou com sua orquestra no Teatro Municipal, nos dias 16,17 e 18 de novembro. Claro que os "Saúvas" foram incorporados para a estréia, todos ansiosos de ver e ouvir a famosa orquestra do criador do "jungle style". No repertório, poucas novidades e entre elas um bonito tema de Duke intitulado "La plus belle africaine" com excelente solo de flauta de Norris Turney. Os vocalistas Nell Brookshire e Tony Watkins não impressionaram e os destaques em nossa opinião foram Johnny Coles(tp), Booty Woody(tb), Norris Turney(st), Harold "Money Johnson(tp) e o baterista Rufus Jones.
Os veteranos deram o seu recado. Cootie Williams, fora do naipe de trumpetes, como um desembargador, emitia pareceres quando consultado. Harry Carney sempre brilhante, com seus solos bem estruturados, ratificava seu "status" e ancorava com personalidade as palhetas. De resto, o número de humor com "Money" Johnson fazendo uma imitação de Louis Armstrong, o que anteriormente era feito por Ray Nance e o baterista Rufus Jones mostrando trabalho no tema "Rufus Kisses". O maestro regia sua orquestra e nos dava pequenas amostras de piano solos. Claro, a introdução de "Take The A Train" empolgou a todos, principalmente aos ouvintes da "Jazz Hour" que era apresentada por Willys Connover na "Voice of America" que tinha o tema como prefixo.

Terminado o concerto fomos para os camarins em busca dos preciosos autógrafos. Encontramos um ou dois músicos apenas e o grosso da orquestra não estava por ali. Saímos pela porta traseira do teatro e vimos o ônibus que transportava a orquestra, VAZIO. Onde estariam os músicos? Encontrei então Oswaldo Marques que me informou que estava havendo um coquetel no "foyer" do teatro, oferecido pela Embaixada Americana. Imediatamente tentamos retornar mas, um porteiro (sempre os porteiros) impediu a nossa entrada. Nem a informação de que acabáramos de sair do teatro o demoveu. Então, fiz uma coisa que nunca tinha feito antes e que reprovo terminantemente a quem faz. A famosa "carteirada". Cessaram os obstáculos e os "saúvas" rapidamente subiram as escadas e correram para o "foyer".

Alí encontrei muita gente conhecida e quem pontificava junto a Ellington era Paulo Santos e os irmãos McDowell. Reconheci o pianista e diretor do Festival de Newport, George Wein e imediatamente lhe arranquei um autógrafo. Luiz Orlando conversava com Joe Benjamin comentando a gravação de Sarah Vaughan (Shulie'bop), onde a divina, nos breaks, citava o nome dos músicos. O bom chá escocês rolava tranquilo e os canapés estavam deliciosos. (Ainda sinto o sabor de um de bacon com ameixa ).

Ellington autografou a "Encyclopedia of Jazz" após folheá-la vagarosamente e a cada foto sorria e fazia ligeiros comentários. Foi quando chegou o fotógrafo da Embaixada Americana. Imediatamente foi formado um grupo comandado pelo próprio maestro. Ele ao centro, abraçado a Paulo Santos e a mim. Nas extremidades os irmãos McDowell. Foram tiradas uma meia dúzia de fotos e a partir desse momento fui tomado por grande ansiedade. Tinha que ter uma cópia para o meu acêrvo, custasse o que custasse.

Perguntei ao fotógrafo como conseguiria cópias das fotos. Ele me informou que procurasse o Serviço de Divulgação da Embaixada Americana. Foi o que fiz algumas vezes sem sucesso. Ninguém sabia de nada, nem mesmo o saudoso amigo Álvaro Soledade Machado, funcionário da própria embaixada, a quem recorri.

Contei o caso a Arlindo Coutinho e ele simplesmente me informou que em muitas ocasiões o "flash" espouca mas a máquina está sem filme. Fiquei na saudade.

Para quem quiser anotar, aí vai a formação da banda:

Duke Ellington - Mercer Ellington, Cootie Williams, Harold "Money" Johnson, Johnny Coles, Ed Preston(tps), Booty Wood, Malcom Taylor e Chuck Connors (tbs)- Russell Procope, Harold Ashby, Paul Gonsalves, Harold Minerve, Norris Turney e Harry Carney(sxs)- Joe Benjamin (b), Rufus Jones(dm), Nell Brookshire e Tony Watkins(vo).

Por enquanto é só. Depois tem mais.
llulla

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