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TIM FESTIVAL 2006 (CLUB) - 27.10.2006 - JENNIFER SANON @@@@
28 outubro 2006
O valor "patrimonial" do ticket, quem diria, realizou-se na jóia de 24 anos que iluminou o palco, espremida, tal David entre dois Golias, pela nesga de tempo a ela imposta, sem piedade, pelas circunstâncias.
Sem discos ou outras referências de mercado, salvo o apadrinhamento - por poucos sabido - de Winton Marsalis, Jennifer Sanon era o patinho feio que, bastou entoar a primeira linha de, ironica e emblematicamente, Bye Bye Blackbird, revelou o cisne mais vistoso da estréia do Festival.
Seu quarteto de "residentes" - assim judiou um incauto (certamente atraído pelos blockbusters da noite) - mostrou porque, tal como futebolistas aqui, basta balançar uma árvore na América, para dela cairem, às pencas, músicos de jazz.
E que músicos! Seção rítmica impecável, entregue aos jovens e ilustres desconhecidos Fabian Almazan, pianista de técnica e inventividade refinados; Ben Williams, alternando linhas de baixo, ora em walking solidíssimo, ora ousadamente melódicas; e Simon Lott, autêntico relógio rítmico, "puxando" o trio sempre com raro senso de dinâmica e amplo conhecimento do histórico jazzístico do instrumento. À frente, outro "garoto", o coltraneano Matt Marantz, brilhante e fluente no tenor, solando ou fazendo contraponto à límpida assinatura de Ms. Sanon.
A cantora, trajando rosa de uma singeleza digna dos cultos batistas de domingo no Harlem, ou de uma apresentação no mítico Appolo Theatre, iluminou nossas mentes e atingiu o coração com petardos certeiros: My Favorite Things, Them There Eyes, Good Morning Heartache, Take the A-Train, além de um blues por ela letrado.
Timbre abençoado, dicção, entonação e emissão impecáveis, drive cativante e swing explosivo, improvisação corajosa e jamais hesitante, inclusive nos scats, tudo isto wrapped em sóbria mas magnética presença de palco, foram a dádiva dos anjos que o público carioca recebeu ontem e, o Jazz, estamos certos, para sempre.
A aparente timidez e o sorriso lindo e juvenil que jamais deixou de ostentar, escondem, na verdade, um leão que conquistará, seguindo a trilha certa, o mesmo mundo de que Ella, Sarah e Billie foram - são e sempre serão - Soberanas.
Ave Jennifer Sanon. Os Deuses do Jazz estão contigo. Obrigado pela injeção de esperança e pela verdade da sua música, sem parafernálias, invencionices, charts complicados ou incursões em ventos do além-jazz. Obrigado.
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