
Hábito fundamental das sextas - quase que fundamentalista - a busca pela coluna do
LOC no
Caderno B reveste-se de uma característica curiosa. Ao folhear as páginas, fico imaginando sobre o que, ou quem, nosso Mestre teria decidido escrever para a semana. Às vezes a surpresa fica por conta do seu acompanhamento dos artistas da vanguarda, os guerrilheiros do jazz, os experimentadores, que nem sempre - com algumas honrosas exceções, como sua recomendação dos jovens
Taylor Eigsti (piano) e
Julian Lage (guitarra) - são do meu gosto pessoal mas, antes, uma obrigação de conhecer para dizer que não gostei; outras, sobre artistas menos jovens mas cujas obras experimentalistas ou difusas ainda me soam difíceis, às vezes, inaudíveis, porém não menos importantes (como Ornette Coleman, Sun Ra, Andrew Hill); outras vezes a coluna versa, como a atual, sobre nomes consagrados e sobre cujas obras ainda se descobrem coisas, tanto material quanto estilisticamente.
Confesso sentir-me reconfortado quando a coluna fala sobre alguns de meus músicos prediletos - e talvez, da totalidade dos aficionados pelo
hard-bop - como a da semana. Sei que vou achar ali mais do mesmo, mas com alguma novidade até então despercebida. Essa é a minha predileta.
Nessa hora, voltam-me à cabeça algumas frases, não só deste como de outros Mestres, e muita coisa entra em seu devido foco. Uma, recorrente, versa sobre Gigi Gryce, ali mencionado, cuja obra e estilo não recebem a valorização que mereceria pela sua grandeza como compositor e executante de topo de linha.
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