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DIANA KRALL BRILHA EM NOVO DVD
RECOMENDADA PELO GRANDE OSCAR PETERSON
07 dezembro 2004
por Angela Pacienza, Canadian Press
7 de Dezembro de 2004
TORONTO - Quando Diana Krall tinha 16 anos, sua mãe lhe fez uma jaqueta de cetim azul para que a aspirante a pianista usasse num concerto de seu ídolo, Oscar Peterson.
Anos depois, foi Peterson quem a cumprimentou quando Diana lançou seu último DVD, "Diana Krall: Live at the Montreal Jazz Festival". A lenda do piano surpreendeu Krall escrevendo uma dedicatória para as "liner notes" da caixa do DVD. Ali, ele escreveu: "Adoro o calor de Diana, tanto como cantora quanto pianista, mas também adoro a verdade inegável de sua percepção jazzística na medida em que usa esses talentos para encantar seus ouvintes".
O vídeo foi filmado na noite de abertura do 25º aniversário do festival, no verão passado, diante de uma lotação - esgotada com meses de antecedência - de 15 mil pessoas. É seu segundo DVD, após o muito vendido "Live In Paris".
Com seu foco intenso, Krall está bem adaptada ao formato. Desta vez, sem a orquestra que a acompanhava no Live In Paris, o espectador tem mais tempo para fixar-se em sua destreza musical, da faixa inicial, a instrumental "Sometimes I Just Freak Out" até os momentos suaves da última sua interpretação, em "Departure Bay". As músicas foram tiradas, em sua maioria, do seu último disco "The Girl in the Other Room", em colaboração com o marido Elvis Costello.
"Senti uma boa vibração," lembra-se Krall, em recente entrevista dada numa parada de sua turnê pela Alemanha. "É um festival de jazz, e isso é que foi o mais importante para mim. Olhar para o chão e ver escrito Montreal Jazz Festival. Isso me deu permissão para tocar e não me preocupar com mais nada. Ela [a vibração] vinha de todos os lugares em volta, ali mesmo onde eu tinha começado".
A cantora, natural de Nanaimo, na Columbia Britanica, tem uma longa história relacionada com seu primeiro evento. Foi lá que ela começou a cantar as canções de Nat King Cole que lhe renderam a inspiração para o seu disco indicado ao Grammy, "All For You". Diana debutou no festival de 1995, num minúsculo teatro de comédias com apenas 150 pessoas. Acelerando para 2004, Krall recebeu 15.000 fiéis entalados numa arena de "hockey". "Fiquei abismada com aquilo tudo. Foi muito legal", ela disse.
Krall, aos 40, nota que ficou totalmente embevecida que alguém da estatura de Peterson a tivesse endossado publicamente. "No início, fiquei chocada quando soube. Mas depois fiquei tão feliz quando li suas palavras", desabafou Krall.
Ela usou isso como uma desculpa para telefonar para Peterson, tendo ligado umas nove vezes e desligado em seguida. "Finalmente ganhei coragem de discar e falar-lhe por um bom tempo, sobre (o compositor) Duke Ellington e (o baixista) Ray Brown. Foi simplesmente extraordinário." E fez questão de dizer-lhe como ele havia mudado sua vida quando, ainda adolescente, ela pôde ver sua performance com Ella Fitzgerald no Vancouver Orpheum.
"Legal que ele esteja apoiando artistas," disse do pianista de 79 anos nascido em Montreal. "Há gente assim de quem ainda podemos aprender. Sou sua discípula eterna, assim como minha banda".
Com seu material original, "The Girl in the Other Room" talvez tenha livrado Krall finalmente do estigma de "rosto bonito com boa voz" que tanto atrapalha sua carreira. Ela parece concordar. Lembra-se de uma recente resenha sobre um concerto seu, no qual o crítico parecia ter-se surpreendido favoravelmente com Diana, ao declarar "nós sempre achamos que [suas interpretações] eram algum tipo de embuste".
Ela disse: Caramba, demorou todo esse tempo? O que será que eles achavam que eu estava fazendo? E o pior é que eu mesma nunca imaginei que as pessoas estivessem pensando assim. Eu não estava tentando provar nada. Eu sei o que estou fazendo e apenas quero fazer as pessoas sentirem alguma coisa."
Diana Krall vai continuar seu tour até maio, com uma pequena pausa no Natal. Depois disso disse ter um par de idéias na manga. "Sinto que posso fazer o que quiser e que o mundo está aberto para mim. Não me sinto presa numa caixa", disse. No momento, está usando seu tempo vago estudando seus favoritos. E diz que seu IPod está abarrotado com as gravações, pela gravadora Capital, do trio de Nat King Cole.
"Voltei a ser uma louca pelo, e do jazz", termina com uma gargalhada.
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