O termo "jazz" hoje passa a ser referência de refinamento e glamour para certas casas noturnas que procuram frequentadores mais exigentes. Curitiba e São Paulo, por exemplo, usam e abusam da expressão para atrair os menos avisados. Mesmo assim, vale a máxima "fale bem ou mal, mas fale de mim".
As gravadoras seguem a mesma balada atualmente. Norah Jones, apesar da régia filiação, é vendida como cantora de jazz. Intérpretes de "soul" ou "rhythm & blues", em geral, idem - vide Lizz Wright. Mas o que seria da regra se não fosse a exceção? A norte-americana Dena DeRose, sem dúvida, é uma delas.
Desde criança foi apaixonada por Red Garland, sua primeira grande influência. Já aos 18 anos, dizia à mãe que ía com amigas a um shopping center, mas, enfrentando 4 horas de estradas, desaguava no Bradley's (village) para ouvir Hank Jones, Kenny Barron e Mulgrew Miller. E ainda, de volta para casa, praticava piano até a madrugada. Aos 20, por problemas físicos, foi obrigada a parar de tocar. E por aí descobriu que poderia também cantar. Em 2002, acabou selecionada pela Down Beat como uma "talent deserving wider recognition".
Dena tocou com Major Holley, Slam Stewart, Randy Brecker e Jacky Terrasson. Shirley Horn já disse sobre ela:"Dena interprets standards and hangs up time as strikingly and as originally as one of the best in her field". Ao contrário da própria Shirley, Dena também mostra extrema habilidade nos andamentos mais rápidos, com um sentido formidável de divisão. Contratada pela Sharp Nine, já tem 4 CDs:Introducing Dena DeRose(96), Another Word (99), I Can See Clearly Now (00) e Love's Holiday (02). Entre formações de trio e quinteto, todos os discos receberam ótimas cotações das mais categorizadas publicações do gênero, com destaque para o CD lançado em 2000. Dena DeRose é uma original intérprete de standards, o que torna ainda mais fácil a avaliação do seu talento. Basta conferir neste link.
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