Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

PARK AVENUE PETITE - A BALADA

05 maio 2008

A música Park Avenue Petite, escrita no final dos anos 50, é uma balada das mais bonitas e das menos conhecidas. O significado do seu título sempre foi um mistério. Mas foi aí que entra o colunista de jazz Marc Myers, que partiu para desvendar o mistério com um telefonema para o próprio autor da melodia, Benny Golson.

Golson acabou contando uma história surpreendente:

“A inspiração para Park Avenue Petite veio somente da minha imaginação, nada é real. Pensei em uma adorável jovem mulher solteira, vivendo nos luxuosos edifícios da Park Avenue. Todos os dias passava pelo porteiro, sem saber que ele nutria uma forte admiração por ela. Entretanto, ele nunca poderia aproximar-se, ou expressar seus sentimentos, por causa do seu trabalho e ela, pela sua alta posição na sociedade. A mulher era muito acima dele socialmente”.

“Tristeza, fracasso e desesperança o atingiam cada vez que ele, mecanicamente, abria a porta para ela, compartilhando somente de seu sorriso delicioso e cativante”.

Depois da explicação de Benny Golson, a melodia e o título agora fazem um sentido completo e o contexto dá um novo significado para a música.

Benny escreveu algumas das mais apreciadas melodias e standards. Sua caneta poética nos deixou I Remember Clifford, Stablemates, Along Came Betty, Whisper Not, Blues March, Five Spot After Dark, Killer Joe e Are You Real?. Sem levar em consideração muitas dúzias de hard bop e composições para o cinema.

Park Avenue Petite foi gravada poucas vezes, para escutar essa balada você deve se concentrar e escutar a linha melódica com sentimento. Cada músico que a gravou, criou um improviso com pequenas diferenças, porém, sem comprometer a parte básica da melodia. Foram os seguintes:

Blue Mitchell -- Blue Soul (1959). Esta foi a primeira gravação de Park Avenue Petite, Gravado para a Riverside Records, Blue Mitchell tem uma sonoridade como se ele estivesse tocando numa catedral, aparentando haver um enorme espaço em volta do seu trompete, parecendo que ele está sozinho. A gravadora Concord Records relançou Blue Soul como parte da sua Keepnews Collection, que foi remasterizada com perfeição. O CD inclui um bonus track de Park Avenue Petite (Take 1) que leva dois minutos a mais do que a versão definitiva.


Art Farmer -- Meet the Jazztet (Fevereiro 1960). Esta versão de Park Avenue Petite foi gravada no clássico Meet the Jazzte, com Benny Golson no tenor, Curtis Fuller no trombone, McCoy Tyner no piano, Addison Farmer no baixo e Lex Humphries na bateria. Farmer usa a surdina. Comparando com Blue Mitchel os sentimentos são bem diferentes, como de uma noite chuvosa para uma tarde de verão, no caso de Art Farmer. Como sempre, Farmer preenche os espaços com um fraseado perfeito, sem superioridades ou dominações.

Howard McGhee -- Dusty Blue (Junho 1960). McGhee toca com sua banda formada por: Bennie Green no trombone, Roland Alexander no sax tenor, Pepper Adams no sax barítono, Tommy Flanagan no piano, Ron Carter no baixo e Walter Bolden na bateria. A balada é menos solitária na execução, resultando na expressão coletiva do grupo, tocando-a como hard bop.



Brian Lynch -- Peer Pressure (1986). O trompetista Lynch traz um sentimento diferente para a balada, tocando-a com um maior brilho e nitidez nos tons. De forma interessante, ele propositadamente segura algumas notas, tornando a melodia melancólica.





Russell Gunn --Mood Swings (1999). Da mesma forma que Art Farmer, o trompetista Russell Gunn escolheu tocar a melodia com uma surdina. Gunn tem uma levada de Park Avenue Petite mais lenta do as outras versões, o que torna a música mais interessante. Seu grupo é formado por: Radam Schwartz no Hammond, Eric Johnson na guitarra, e Cecil Brooks III na bateria.


Eddie Henderson -- The Terminal (2004). Esta interpretação de Park Avenue Petite aparece no álbum de Benny Golson's, Terminal 1, inspirado no filme O Terminal , estrelado por Tom Hanks. Benny aparece no filme, bem como sua música. Acompanham Benny Golson, o trompetista Eddie Henderson, com uma característica mais aveludada do que as interpretações mais contemporâneas, Mike LeDonne no piano, Buster Williams no baixo, e Carl Allen na bateria.

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