Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

- XV CONCERTO DA SÉRIE CHIVAS JAZZ LOUNGE
HOMENAGEIA O LENDÁRIO SAXOFONISTA VICTOR ASSIS BRASIL -

28 setembro 2004

Um tributo a Victor Assis Brasil, apropriadamente interpretado pelo Quinteto Victor Assis Brasil, será a atração do 15º concerto do projeto CHIVAS JAZZ LOUNGE, patrocinado pela Pernod-Ricard do Brasil, fabricante do uísque Chivas Regal, com produção do grupo de amigos deste CJUB, quinta-feira, 30 de setembro, no Mistura Fina, às 21 horas.

Victor Assis Brasil (1945-1981) foi um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos. Sua brilhante trajetória como saxofonista influente, compositor, arranjador, organizador de conjuntos e animador incansável deu um enorme impulso ao jazz em nosso país, descobrindo e projetando inúmeros novos valores no cenário musical brasileiro e internacional. A discografia de Victor é a mais expressiva de todos os tempos no campo do jazz nacional, e até hoje seus discos são preciosas referências para músicos e conhecedores. Compositor prolífico, Victor não limitou sua inventiva ao jazz, mas também compôs suítes, trilhas para novelas e peças influenciadas por música clássica. Algumas de suas composições integram o repertório de vários músicos e conjuntos instrumentais brasileiros.

Neste concerto, a música imortal de Victor Assis Brasil será interpretada pelo quinteto que leva seu nome, integrado por Idriss Boudrioua (sax-alto), Alexandre Carvalho (guitarra), Fernando Martins (piano), Paulo Russo (baixo) e Xande Figueiredo (bateria). Cabe assinalar que Fernando Martins e Paulo Russo integraram o conjunto de Victor Assis Brasil.

O francês Idriss Boudrioua iniciou seus estudos, aos 11 anos, no Conservatório de Arpajon, na França. Em 1981 gravou um álbum com o pianista Jean Pierre Mas, ao lado do baixista brasileiro Cesário Alvim, Jean Louis Chautamps (sax-tenor) e Cláudio Roditi (trompete). Ainda em Paris, participou de jam sessions com Chet Baker, Bob Mover, Tânia Maria e outros.
Radicado no Brasil, sua categoria logo chamou a atenção de todos por seu estilo brilhante, sua sonoridade límpida e sem falhas, inventividade e domínio instrumental, sendo requisitado por inúmeros artistas, entre eles Toninho Horta, João Donato, Johnny Alf, Rosa Passos, Leny Andrade, Marcos Valle, Célia Vaz, Tito Madi, Fátima Guedes, Sílvio Cezar, Joana e Alexandre Pires. Também destacou-se em inúmeros contextos de música instrumental e jazz ao lado dos nossos melhores músicos.
Idriiss formou um quinteto de peso com o trompetista Claduio Roditi para apresentar-se no Free Jazz Festival de 1986. Integrou o sexteto do trompetista francês Jean Loup Longnon durante uma turnê na França, em 1992, e tocou com os saxofonistas Steve Grossman e Jim Snidero. Em 2001 participou do Festival de Jazz de Berna (Suiça) com Paquito D’ Rivera, Raul de Souza e Cláudio Roditi. Nesse ano foi uma das atrações do Festival de Jazz de Montreal (Canadá).
Com cinco discos em seu nome ("Esperança", "Jamal", "Central Park West", "Joy Spring" e "Paris-Rio") e dezenas de participações em gravações de outros artistas, além de comandar seus próprios conjuntos e fazer parte do excelente quarteto Saxophonia, Idriss deixou a marca do verdadeiro criador. Um dos seus inúmeros atributos é a regularidade, sendo um dos raros que pode orgulhar-se de jamais haver tocado um mau solo.
Idriss consolidou sua carreira há mais de 20 anos entre nós, contribuindo com sua execução impecável para abrilhantar a música de centenas de artistas nacionais, firmando definitivamente sua trajetória, sendo reconhecido internacionalmente como um dos mais completos músicos do seu instrumento.

O pianista Fernando Martins faz parte de uma família de músicos. Sua mãe, que foi assistente da célebre pianista Magdalena Tagliaferro, deu-lhe as primeiras lições do instrumento. Nos primeiros tempos ouvia música clássica e popular em geral. Só mais tarde teve contato com o jazz, ouvindo principalmente George Shearing, Oscar Peterson, Herbie Hancock e, a partir dos anos 70, Keith Jarrett, um dos seus grande favoritos.
Durante algum tempo estudou com João Carlos Assis Brasil, irmão gêmeo de Victor. Incentivado por Luiz Eça, tornou-se profissional tocando em bailes e festas. Depois integrou os conjuntos de Moacyr Silva, Zé Kéti, Radamés Gnatalli, Paul Winter e o quinteto de Victor Assis Brasil, edição 1966, juntamente com Claudio Roditi, Claudio Caribé e Luizão Maia.
Viajou para a Europa em 1967, em busca de novos horizontes, radicando-se em Paris, onde tocou com Baden Powell. Slide Hampton, Philly Joe Jones, Hank Mobley e Joe Henderson. Em Paris gravou com o quinteto do organista Eddy Louis, o Trio Câmara, que organizou com Nelson Serra de Castro (bateria) e Edson Lobo (baixo), Babik Reinhardt, o trombonista Gracham Moncur III, a cantora Christiane Legrand e o grupo Le Masque. Participou de vários programas da TV francesa, inclusive como convidado do cantor e guitarrista Sacha Distel. Também integrou o trio do baixista Gus Nemeth nos festivais de jazz de Liége, em 1971, e de Munique, em 1972..
De volta ao Brasil em 1976, tocou com os maestros Leonardo Bruno e Rogério Rossin, Paulo Moura, Nana Caymmi e, novamente, Victor Assis Brasil, com quem brilhou no I Festival de Jazz São Paulo-Montreux, em setembro de 1978. Participou dos álbuns “Victor Brasil Quinteto” e “Chama”, de Hélio Delmiro. Lançou seu primeiro disco em trio em 1997, e recentemente gravou o segundo, com um quarteto.
Um dos mais articulados e inventivos pianistas brasileiros de jazz, conhecedor como poucos de vasto repertório de jazz e música brasileira, cuja experiência na Europa ao lado de alguns expoentes do jazz amadureceu consideravelmente seu estilo, trazendo-lhe novas perspectivas musicais, Fernando é uma garantia de sucesso e qualidade para qualquer conjunto que integre.

Paulo Russo é um dos maiores nomes e uma grande influência do baixo no Brasil, com mais de 30 anos de sólida carreira no cenário nacional e internacional. Sua vocação musical nasceu quando ganhou um violão do seu pai, aos 11 anos, começando a tocar bossa nova de ouvido. Passou para o baixo aos 16 anos, incentivado pelo saxofonista Zito Righi, com quem atuou três anos e fez sua estréia em disco. Nos anos 70 integrou o grupo de Victor Assis Brasil, gravando três discos. Desde então vem atuando em concertos e festivais, dividindo o palco com nomes do calibre de Joe Carter, Pat Metheny, Hélio Delmiro, Toquinho, Richie Cole, Sadao Watanabe, Mauro Senise, Raul Mascarenhas, Jeremy Steig, Slide Hampton, Conrad Herwig, Raul de Souza, Clark Terry; Gilson Peranzzetta, Marinho Boffa, Fredrik Noren, Dom Um Romão, Ivan Conti, Jeannie Bryson, Spanky Wilson, Gal Costa, Nana Caymmi, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Ed Motta e Lucho Gatica.
Seus baixistas favoritos são Scott LaFaro, Ray Brown e Eddie Gómez, que influenciaram seu estilo. Sua concepção harmônica e técnica refinada despertaram a admiração dos jazzmen Tony Williams, Dave Liebman e Joe Farrell, dos críticos Leonard Feather, José Domingos Raffaelli e Tárik de Souza.
Da vasta discografia de Paulo, destacam-se "S O M A" (I.T.M. Records., da Alemanha) e "Baixo de Pau" (CID), seu primeiro álbum solo. Como um dos vértices do Rio de Janeiro Jazz Trio, com Dario Galante e Andrew Scott Potter, gravou três CDs, dos quais "Marakablu" concorreu ao Prêmio Grammy de 2001, na categoria Latin Jazz.
Outros álbuns importantes foram "Afinidade", com Marinho Boffa (piano) e Ivan Conti (bateria), eleito o melhor CD instrumental de 1995, "Sorrir", de Gilson Peranzzetta, e "Pressão Alta", de Mauro Senise-Raul Mascarenhas.
Em 1999, idealizou e produziu um tributo ao baixista Scott La Faro que apresentou nos principais palcos do Rio de Janeiro. Participou do Chivas Jazz Festival de 2001 com o quinteto de Mauro Senise.
Entre seus inúmeros compromissos, apresenta-se anualmente no International Cello Encounter, projeto do violoncelista inglês Dave Chew, que faz parte do calendário cultural oficial da cidade.Paulo Russo é, provavelmente, o baixista mais requisitado para concertos, shows e gravações no Rio de Janeiro, prova incontestável da sua categoria..

Alexandre Carvalho começou a estudar violão e guitarra em 1979. Seu batismo profissional foi numa turnê promovida pela gravadora Polygram, em 1983.. Um ano depois passou a integrar o conjunto de Idriss Boudrioua, com o qual gravou os discos “Esperança” e “Jamal”. Nesse ano, Alexandre foi um dos guitarristas mais requisitados do Rio de Janeiro, atuando, entre outros, com Jane Duboc, Célia Vaz, Tomás Improta, Barrosinho, Arthur Maia, Mauro Senise e Cláudio Roditi.
Estudou no Berklee College of Music, em Boston, a partir de 1985,sendo avaliado pelo corpo docente como um dos guitarristas mais cotados daquela instituição. Em Boston atuou com os trombonistas Mike Grey e Delfeayo Marsalis. Também tocou numa banda com Cláudio Roditi, o vibrafonista Victor Mendoza e o pianista Danilo Perez, sendo elogiado pelo crítico do Boston Globe: “....um músico maduro, que toca nos tempos acelerados com vivacidade e suas improvisações permanecem encantadoramente melódicas...”.
Em 1987 foi para New York a convite de Janet Grice (fagote), Tiger Okoshi (trompete) e Aidyn Esen (piano), integrando também a Thiago de Mello Orquestra.
De volta ao Brasil, dois anos depois, ministrou cursos e workshops no Rio de Janeiro e em outros estados. Contratado por Léo Gandelman, com quem gravou três discos e participou de turnês nacionais e internacionais, e apresentou-se no Free Jazz Festival. Ele co-produziu um álbum da cantora e compositora Célia Vaz, atuando também com Lyle Mays, Mike Stern, Claudio Nucci, Nelson Ângelo, Nivaldo Ornellas, Yuri Popoff e Paulo Sergio Santos, entre outros.
Alexandre fez três turnês mundiais com o cantor e compositor João Bosco, entre 1997 e 1999, lançando também seu primeiro disco, “Central Park West”, aclamado pela crítica especializada entre os melhores do gênero lançados no Brasil (verbete do livro “Guia de Jazz em CD” da editora Jorge Zahar). Participou dos songbooks de Tom Jobim, João Donato, Djavan e Chico Buarque para a Lumiar Records. Gravou os CDs “Joy Spring” e “Paris-Rio”,ambos com Idirss Boudrioua.
Foi um dos participantes do “Vilarejo Itaipava Jazz Festival com Mauro Senise, Marcio Montarroyos, Pascoal Meirelles, Nivaldo Ornellas e Idriss Boudrioua. Em julho de 2004 foi indicado para apresentar o shiow-palestra “A guitarra no jazz”, juntamente com o crítico de jazz José Domingos Raffaelli, no Leblon Lounge do Rio Design Center.

Xande Figueiredo começou a tocar bateria em 1981, aos 13 anos, atraído pela música popular brasileira. Suas primeiras atuações foram em festivais estudantis, casas noturnas e grupos de baile. Estudou com os bateristas Cláudio Wilner e Ronaldo Alvarenga, e percussão clássica com Joaquim Moraes Abreu .
Ao longo de 15 anos de carreira, tocou e gravou com os conjuntos Jazz Brasil e Duo Fênix, além de Maria Tereza Madeira, Tomás Improta, Jovino Santos Neto, Marcos Suzano, Armando Marçal, Leandro Braga, Léo Gandelman, Sivuca, Cazuza, João Bosco, Ed Motta, Elza Soares, Rosa Passos, Johnny Alf, Leny Andrade, Quarteto em Cy, Jair Rodrigues, Leila Pinheiro, Dudu Nobre, Edu Lobo, Fernanda Abreu, Wilson Moreira, D. Ivone Lara, Elton Medeiros, Nei Lopes, Dominguinhos e Paulinho da Viola.
Tocou com a cantora Simone em shows na América Latina e numa turnê nacional. Faz parte do grupo de Emílio Santiago, realizando shows no Brasil e na África. Com a cantora Paula Santoro fez duas turnês na Europa, e viajou com Nelson Sargento em turnê pela Escandinávia.
Atualmente integra os conjuntos Quinteto Victor Assis Brasil, Trato a Três e Pagode Jazz Sardinha's Club.
Xande tem um vasto currículo como professor, tendo lecionado na Escola Cenário, no CIGAM – Centro Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical, na UNI-RIO, além de cursos em Curitiba e Londrina. Entre suas inúmeras gravações, destacam-se as realizadas com os conjuntos Aquarela Carioca e Pagode Jazz Sardinha’s Club, Idriss Boudrioua, Tomás Improta, José Luiz Mazziotti, Totonho Villeroy, Balya, Ângela RoRo, Simone Guimarães, Telma Tavares, Barrosinho, Jan Dumee, Thata Menezes e outros.

O repertório será de composições de Victor Assis Brasil:

* Waltz for Phil
* Waltzin'
* Waving
* Tema pro Einhorn
* Balada pra Nadia
* Steps
* Arroio
* Blues for Mr. Saltzman
* Waltz for Trane
* Onix
* Samba Sem Nome
* Lydian Dreams

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