
Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna
FILO MACHADO - UM MUSICO COMPLETO
13 dezembro 2009
Por incrivel que pareca, e mais facil um musico de SP tocar na Europa, nos EUA ou no Japao, do que vir ao Rio de Janeiro.
Ainda assim, desde que conheci a voz, o balanco, o som da guitarra, as musicas, e as improvisacoes de Filo Machado (num show com Leny Andrade em meados dos anos em SP), procuro acompanhar a distancia o trabalho deste excelente musico, compositor e cantor, e procurar ouvi-lo ao vivo quando ele aparece por estas bandas cariocas.
Nos ultimos anos, ele vem lancando novos trabalhos e neste ano esteve no Rio homenageando JOHNNY ALF (o pianista e compositor se encontra hospitalizado em Santo Andre) no show GeniALF.
Dos cerca de 10 albuns ja lancados, CANTANDO UM SAMBA foi indicado para concorrer ao melhor album de Jazz ha alguns anos atras. O album e excelente.
Um dos temas mais conhecidos da lavra de Filo e JOGRAL.
Entendo que num blog de JAZZ & BOSSA,e sempre importante trazer musicos que tem no seu DNA sementes destas duas palavras.
Espero que gostem.
Obs. Fiquei impressionado com o jovem pianista que acompanha Filo (Acho que o nome e Fabio Leandro).
Beto Kessel
11 dezembro 2009
Um Panorama de 88 Teclas Mágicas
(A) EXPLICAÇÃO
(B) PREFÁCIOS
(C) ALGUMAS APRECIAÇÕES DE TERCEIROS
(D) INFLUÊNCIAS, ESTILO, SEGUIDORES
(E) LP’s LANÇADOS NO BRASIL
(E.1) Lista Seqüencial de Lançamento
(E.2) Apresentação Comentada dos LP’s - 1ª Parte
(E.3) Apresentação Comentada dos LP’s - 2ª Parte
(E.4) Apresentação Comentada dos LP’s - Final
(E.5) O Melhor de Garner
(F) MINI-BIOGRAFIA - 1ª Parte
(G) MINI-BIOGRAFIA - 2ª Parte
(H) MINI-BIOGRAFIA - 3ª Parte - Final
(I) BIBLIOGRAFIA
(J) FILMOGRAFIA
(K) DISCOGRAFIA EM CD’s - RESUMO
(L) SOBRE A APRESENTAÇÃO DE ERROLL GARNER NO TEATRO MUNICIPAL / RJ
(A) EXPLICAÇÃO
O “Retrato” de Erroll Garner terá uma apresentação seqüencial e de conteudo um pouco diferente dos 12 “Retratos” anteriores, em função do histórico de sua compilação e conforme a itemização acima.
Em realidade este “Retrato” é a versão simplificada de um “livro.piloto”.
Corria o ano de 1991 e mestre Luiz Carlos Antunes (Lula) e eu havíamos terminado de redigir o texto do livro “CHARLIE PARKER – GLÓRIA MUSICAL, ABISMO PESSOAL”, inclusive já calorosamente prefaciado pelo grande Luiz Orlando Carneiro: iniciávamos a, até hoje, penosa busca de editora.
Lula teve a idéia de escrevermos outro livro sobre os lançamentos discográficos nacionais das gravações de Erroll Garner, pianista por nós apreciado como um dos grandes, um “mágico das 88 teclas”. Lula possuía todas essas gravações, eu nem todas.
Mãos à obra e Lula (em Niterói/RJ) passou a escrever sobre os álbuns, assim como sobre a estada de Garner no Rio de Janeiro em meados de 1970, enquanto me coube (em São Paulo/SP) discorrer sobre a história de Erroll Garner. O resultado foi a montagem de um “livro.piloto”, com o título deste “Retrato”: ERROLL GARNER - UM PANORAMA DE 88 TECLAS MÁGICAS.
O que se segue é a prática totalidade do conteúdo desse “livro.piloto”, ligeiramente reordenado a atualizado, tanto quanto possível com o formato dos “Retratos” anteriores.
(B) PREFÁCIOS
PREFÁCIO (1)
Por Luiz Carlos Antunes
Minha admiração pela arte de Erroll Garner ocorreu no início da década de cinqüenta do século passado, quando o rádio ainda cumpria seu primordial papel de difusor cultural. Época também em que a música de cada país mantinha as suas naturais características, sem influências externas que pudessem alterar sua identidade.
Ouvia-se de tudo no rádio, do samba brasileiro, tango argentino, boleros mexicanos, valsas vienenses e francesas, canções napolitanas, às mais eruditas formas musicais como as sinfonias, concertos, óperas etc. Tudo, absolutamente tudo, ostentando um item importantíssimo: qualidade.
Os pianistas da época eram os ingleses Charlie Kunz e a dupla Ivor Moreton & Dave Kaye, com seus “Fox-Trots Medley” de sucessos; o alemão Peter Kreuder com os “pout pourris” de operetas em ritmo de “fox” e, mais tarde, já radicado no Brasil, gravando boleros e chorinhos; o argentino Heriberto Muraro que manteve programa de auditório, criando músicas com apenas 04(quatro) notas escolhidas pela platéia; o misterioso Armando Dominguez, que gravou apenas 01(um) disco de grande sucesso e desapareceu (? quem não se lembra de “Momentos de Amor” ?...); o também desconhecido Pepe Carrera, que fez 02(dois) 78 rotações para a "Continental", com 04(quatro) “Fox-Trots” de sua autoria, muito tocados no rádio: “Uma Sombra e Dois Cigarros”, “Pedras Brancas”, “Lua de Mel na Lua” e “Nossas Pequenas Coisas”.
No lado brasileiro preponderou a magnífica Carolina Cardoso de Menezes, recentemente falecida, a quem a música popular muito deve. Sua história tem início quando integrou o grupo de acompanhamento da gravação do clássico “Na Pavuna”, com o famoso Bando dos Tangarás (Braguinha, Almirante, Noel Rosa, Henrique Brito e Alvinho) e prosseguiu com gravações preciosas de sambas e choros do nosso populário, incluindo um álbum dedicado a Ernesto Nazareth que, segundo o maestro Radamés Gnatalli, teve em Carolina sua melhor intérprete. Sua atuação no rádio foi das mais brilhantes, liderando programa próprio em que era acompanhada por Garoto (violão), Vidal (contrabaixo) e Trinca (bateria). Ali ouvíamos suas belas composições, desde “Preludiando”(seu prefixo), a “Tudo Cabe num Beijo”, “Nosso Mal”, “Sempre Assim”, “Esquina da Vida”, “Baionando” e muitas outras.
Tivemos também o “piano de gafieira” do folclórico Gadé, cujo álbum gravado com o baterista Walfrido Silva foi bastante executado nas rádios. Começavam a surgir os famosos “Conjuntos de Boite” liderados por Robledo, Scarambone, Djalma Ferreira, Chuca Chuca, Waldir Calmon e a dupla “Fats” Elpídio e Leal Brito (“Britinho”). Dick Farney, já reconhecido como cantor, começava a aparecer como pianista.
Quanto aos americanos, ouvia-se muito Buddy Cole, Cy Walter, Eddie Duchin (cuja história romanceada foi levada às telas com Tyrone Power, Kim Novak e Victória Shaw, em “The Eddie Duchin Story”, no Brasil “Melodia Imortal”), Frankie Carle, Johnny Guarnieri, Stan Freeman, Joe Bushkin (que tocou no Copacabana Pálace / Rio de Janeiro acompanhando Bud Freeman), Barclay Allen, Carmen Cavallaro, Hazel Scott e alguns outros.
Certa tarde fui atraído para perto do rádio por uma música executada por um pianista de forma totalmente diferente do que habitualmente se ouvia. Colei os ouvidos no aparelho, aguardando o anúncio do locutor e fui premiado: - Ouvimos “Penthouse Serenade” com o pianista Erroll Garner.
Nessa época o comércio fonográfico ainda era incipiente, principalmente no que se referia a LP’s, então escassos. Após infrutíferas buscas, fui orientado por amigos a procurar as “Lojas Murray” (centro da cidade do Rio de Janeiro), onde Jonas Silva, mais tarde proprietário do selo “Imagem”, importava discos sob encomenda. Por sorte, lá estava o 10” da “Savoy” com o “Penthouse Serenade”, ainda hoje um de meus discos preferidos.
Daí para a frente, procurei adquirir tudo o que Erroll Garner gravou, principalmente os LP’s lançados no Brasil, alvo maior do trabalho que ora apresentamos.
Coletei o máximo possível de informações, organizando arquivo próprio com entrevistas, reportagens, “releases”, noticiário referente à estadia de Erroll Garner no Rio de Janeiro, quando se apresentou no Teatro Municipal em magnífica récita, ocorrida em 10 de julho de 1970 (viajou para São Paulo no dia seguinte, onde realizou 03 apresentações de 12 a 15 de julho, retornou ao Rio de Janeiro no dia 16 de julho, de passagem para temporada na Europa).
Para tanto contei com a inestimável colaboração de Pedro Cardoso, amigo fraterno que comunga comigo as mesmas idéias quando “O Assunto É Jazz”. Entusiasmado com o projeto, Pedro atirou-se ao trabalho de pesquisa em seus arquivos e no campo, reunindo farto material sobre Erroll Garner, desde a extensa biografia, a fatos importantes na carreira do pianista, coletando dados, visitando “sites” e organizando a cronologia do trabalho que ora sumetemos à apreciação dos Jazzófilos.
PREFÁCIO (2)
Por Pedro Cardoso
Ouvir, admirar e desfrutar a arte pianística de Erroll Garner é vício antigo, que vem dos anos 50 do século passado. Em que pese o habitual de qualidade à qual, então e via rádio, por regra geral, os ouvintes eram expostos, a sonoridade orquestral, o “swing” inusitado, a criatividade incessante e absolutamente lógica (ainda que sempre inesperada) de Garner, sempre se constituíram em exceção para os apreciadores da boa música, do bom JAZZ.
Difícil à época era conseguir as gravações de Garner: além de não termos as facilidades atuais de acesso e de encomendas, não possuíamos os meios de reprodução doméstica com que ora contamos (gravar discos de amigos em fita ou em CD, por exemplo), nem tampouco grande profusão de lojas com importados para compra; em conseqüência nossa busca era um incansável trabalho de garimpo, de procura em lojas, em "sebos" e de reuniões com amigos, felizes possuidores do escasso material que, também eles, escassa e raramente conseguiam. Enfim, uma odisséia que, sem nenhuma dúvida, era largamente recompensada quando um 78 ou um 331/3 rpm de Erroll Garner começava a rodar (“pérolas em forros de veludo”).
Por todo o exposto a idéia de Luiz Carlos Antunes, LULA, nosso mestre maior e companheiro de tantas e tantas jornadas, de escrever sobre os LP’s nacionais de Erroll Garner cumpre, no mínimo, 02(duas) tarefas importantes:
(1ª) historiar a obra, editada no Brasil em LP’s, de um artista excepcional, que nos legou beleza e uma incansável vontade de agradar seu público;
(2ª) evitar que outros ouvintes e admiradores da música de Garner sofram o que sofremos no passado, por falta de informação, disponibilizando-lhes um material de consulta permanente.
Para tentar enriquecer o trabalho sobre Garner, adicionamos à obra do LULA algumas anotações que, pensamos, podem ajudar o Leitor a conhecer o artista além da sua música e, também, facilitar-lhes a audição desse virtuoso; assim, incluímos:
- mini-biografia de Garner;
- mini-discografia de Garner em CD’s, além da discografia nacional em LP’s, elencada e comentada por LULA;
- filmografia básica (filmes, VHS e DVD com participação de Garner);
- bibliografia condensada referente a Garner;
- documentação sobre a apresentação de Garner no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (retirada dos “arquivos implacáveis" de mestre LULA).
Como em trabalho anterior que realizamos com Luiz Carlos Antunes, pensamos poder fornecer para o Leitor bons momentos de leitura sobre Garner mas, com absoluta certeza, os melhores momentos sobre esse músico notável serão desfrutados ouvindo-o e/ou assistindo-o ao vivo nos filmes que indicamos.
Ainda assim nos sentiremos recompensados se cada Leitor puder apreciar e utilizar nosso trabalho de alguma forma, tanto quanto agradeceremos qualquer informação adicional sobre a obra de Garner (correções, ampliações etc, para o endereço “apostolojazz@uol.com.br”).
Cabe, e muito, nosso agradecimento ao colega Luiz Carlos Nascimento e Silva, por suas observações e cuidados para que buscássemos “o melhor”.
(C) ALGUMAS APRECIAÇÕES DE TERCEIROS
O ator/comediante/pianista/escritor Dudley Moore (que inciou-se no piano aos 16 anos ouvindo as gravações de Erroll Garner), em seus apaixonados comentários para o encarte do CD “Solo Time” da "EmArcy Records", declara:
“.....uma experiência arrepiante – arrepiante no sentido de que ouve uma exceção, de se ouve um fenômeno....”
Nota: o CD “Solo Time”(1987) contem faixas de Garner em piano-solo, não lançadas até então, tendo sido gravadas originalmente para o selo “OCTAVE Records” (de propriedade de Garner e popularmente apelidado de Organization Celebranting, Touting, And Veneranting Erroll).
Para as notas de contra-capa do LP duplo “Paris Impressions”(Columbia C2L9), o crítico Ralph J. Gleason foi taxativo:
“.......Garner é um dos grandes músicos de Jazz e sua arte permanecerá para o mundo, com a de Armstrong e a de Ellington......”.
Segundo o pianista Billy Taylor:
“...........Erroll Garner é um verdadeiro gigante entre os pianistas de Jazz.....”.
Sidney Finkelstein em seu livro “Jazz: A People’s Music” (USA, 1948, página 228), escreve que:
“........de todas as maneiras, podemos dizer em definitivo que foram exatamente Parker, Garner, Gillespie, Monk e Dameron, que deram sólida contribuição (ao Bebop) como compositores e como intérpretes............”
Jorge Guinle em seu “Jazz Panorama” (Brasil, 2ª edição, página 118), comenta:
“.........outro pianista com estilo personalíssimo é Erroll Garner, um original que, apesar de não saber ler música, é possuidor de grande técnica e um estilo interessantíssimo....”.
Do livro de Whitney Balliett “The Sound Of Surprise” (USA, 1959, capítulo 4, “O Último dos Moicanos”, página 222), extraímos o seguinte trecho:
“.............Garner é uma lenda genuína......é fenomenal em um estúdio de gravação; em poucas horas e dominando o cenário, sem pausas ou regravações, executa uma dúzia ou mais de números, alguns com oito ou dez minutos de duração....”.
Nat Pierce, pianista que durante algum tempo foi “road manager” de Garner, fez a seguinte apreciação:
“......de fato Garner tinha técnica própria, que ele mesmo desenvolveu, inclusive parte dela com um só dedo; se você souber tudo do piano também poderá soar daquela maneira, ao invés de como seria com um aprendizado clássico.....”
De Johnny Mathis:
“..........o extraordinário em Garner e suas baladas, é que são completamente líricas.....”
O contrabaixista Brian Torf acrescenta:
“...........anunciava-se o tema Misty em si-bemol e Garner normalmente o executava em si-natural ou em sol; ele não tinha tonalidades preferidas, fazia o piano soar....”
De George Wein:
“.......a coisa é simples, Erroll Garner é um grande gênio musical.....”.
Ray Brown por outra parte afima que:
“..........um talento como Erroll Garner não tem receio de qualquer tonalidade, porque essa não é a sua referência....”.
Mary Lou Williams costumava dizer que:
“............devido à sensibilidade de Garner para as baladas, seu feeling era comparável apenas ao de Billie Holiday.....”
ou, ainda Mary Lou Williams na extensa entrevista para a edição de abril/junho de 1954 da revista Melody Maker (leia-se “Edgar Jackson”, seu fundador e primeiro editor, também dançarino profissional):
“..............Garner para mim é Billie Holiday no piano.........”.
Nas palavras de Joachim Ernst Berendt:
“...........não há nenhum outro pianista com a convergência de todos os elementos e de todas as correntes da história do piano no Jazz, de modo tão magistral, tão autônomo e tão bem humorado............”.
Segue em
(D) INFLUÊNCIAS, ESTILO, SEGUIDORES
ERROLL GARNER - 88 Teclas Mágicas
10 dezembro 2009
(B) PREFÁCIOS
(C) ALGUMAS APRECIAÇÕES DE TERCEIROS
(D) INFLUÊNCIAS, ESTILO, SEGUIDORES
(E) LP’s LANÇADOS NO BRASIL
(E.1) Lista Seqüencial dos Lançamentos
(E.2) Apresentação Comentada dos LP’s - 1ª Parte
(E.3) Apresentação Comentada dos LP’s - 2ª Parte
(E.4) Apresentação Comentada dos LP’s - Final
(E.5) O Melhor de Garner
(F) MINI-BIOGRAFIA - 1ª Parte
(G) MINI-BIOGRAFIA - 2ª Parte
(H) MINI-BIOGRAFIA - 3ª Parte - Final
(I) BIBLIOGRAFIA
(J) FILMOGRAFIA
(K) DISCOGRAFIA EM CD’s - RESUMO
(L) SOBRE A APRESENTAÇÃO DE ERROLL GARNER NO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
Jazz ao seu alcance

Com cerca de 600 endereços rigorosamente selecionados e comentados pelo autor, o leitor encontra de forma simples e organizada endereços de sites divididos em 13 categorias (revistas, rádios online, gravadoras, artistas, portais, festivais, premiações, jazz em português, música instrumental brasileira, jazz em espanhol, portais, Top 20 e lojas).
O lançamento será dia 14/12 em São Paulo, mais informações sobre o livro em http://nosreme73.multiply.com/reviews/item/59
Parabéns Emerson que tenha todo o sucesso merecido.
THE TOWN HALL – EDDIE CONDON'S CONCERTS – (FINAL)
06 dezembro 2009

NORMA TEAGARDEN ..........................................................................................................WINGY MANONE


.....JACK TEAGARDEN ............................................. EDDIE CONDON
Esta série apresentou trechos de concertos de Dixieland Jazz produzidos por Ernest Anderson e dirigidos por Eddie Condon, diretamente do Town Hall e do Ritz Theatre na cidade de New York em transmissões pela NBC-National Broadcasting Corporation Radio – Blue Network Broadcast Series.
A abertura se dá com trecho do tema tradicional Teaser também conhecido como Makin' Friends.
O primeiro número apresentado é o clássico dixieland ― I Found A New Baby onde se destaca o barítono de Ernie Caceres, o trombone de Jack Teagarden, e a ensemble sustentada por Pee Wee, Kaminsky, Lesberg, Jackson, Wettling e naturalmente por Condon.
O locutor Robbins chama Condon ao microfone e este Jack Teagarden para anunciar sua irmã a pianista Norma (1911-1996), uma das quatro figuras musicais da família começando pela mama Helen Teagarden pianista de ragtime e professora de música e os irmãos Charlie trompetista, Clois "Cubby" Teagarden baterista todos texanos de Vernon. O tema executado é Little Rock Getaway e Norma apresenta excelente solo, ótima pianista que era.
O próximo destaque é para Jack Teagarden com seu velado e melodioso trombone em Memories Of You outro clássico composto em 1930 pelo grande pianista Eubie Blake. Norma segue ao piano.
Encerrando o concerto o blues improvisado ― Impromtu Ensemble quando Condon chama o trompetista Wingy Manone a juntar-se ao grupo. Teagarden e Manone iniciam com vocal, solo fantástico de Manone e depois Condon vai anunciando os demais solistas.
Os temas foram:
I Found A New Baby (Jack Palmer – Spencer Williams)
Little Rock Getaway (Carl Sigman – Joe Sullivan)
Memories Of You (Andy Razaf – Eubie Blake)
Impromtu Ensemble
Nesta audição o grupo era formado por: Eddie Condon (gt e lider), Max Kaminsky (tp), Bobby Hackett (cornet), Jack Teagarden (tb), Ernie Caceres (sax bar), Cliff Jackson (pi), Pee Wee Russel (cl), Jack Lesberg (bx) e George Wettling (bat). Convidados: Norma Teagarden (piano) e Wingy Manone (tp e vocal)
Gravação original: 2/dezembro/1944 – Ritz Theatre, New York City
Fonte: CD Jazzology – JCE1014 -1991 – EUA
Eddie Condon foi um dos pioneiros no uso da guitarra tenor de 4 cordas e a consolidar as concepções rítmicas dos chicagoanos na década de 1920, sempre mantendo a pulsação, o swing dos grupos em que atuou e jamais solando. Seria talvez um músico obscuro se não possuísse um espírito tão lider ao formar grupos e a empreender concertos que se tornaram memoráveis tal a qualidade dos músicos arregimentados. Nestas 7 séries postadas muito pode-se avaliar da importância de Condon na formação do Jazz, do Dixieland.
Tempo total: 18:46min
NO AR O TRIBUTO AO MILES, PELOS 50 ANOS DO KIND OF BLUE
05 dezembro 2009

VITTOR SANTOS & ORQUESTRA - RAZAO DE VIVER
04 dezembro 2009
Sei apenas que numa noite com inumeros craques (Dario Galante, Paulo Russo, Rafael Barata, Idriss Boudrioua, Jesse Sadock e Daniel Garcia, Vittor Santos), sai do Mistura impressionado com o talento e criatividade daquele trombonista.
Passeando pelas inumeras oportunidades que o youtube nos oferece de revisitar momentos e conhecer outros, acabei parando num tema que considero belissimo.
A composicao e RAZAO DE VIVER, composta por Eumir Deodato e Paulo Sergio Valle, e a orquestra e liderada por Vittor Santos.
Aproveitem...
Abracos e HEXAudacoes Rubro Negras
Beto Kessel
CALEIDOSCÓPIO
03 dezembro 2009

"Caleidoscópio", na Modern Sound, nesta ultima segunda
feira, dia 30 de novembro de 2009.
O Sazinho tinha falado bem do CD e afirmou que iria ao
lançamento, mas por motivos profissionais ficou retido no escritório.
Encontrei o Antonio sozinho numa mesa e sentei com ele.
Erasto e Cesar passaram por lá, indo embora em seguida.Tomamos nossa cervejinha gelada, batendo papo, esperando o evento começar.
Às oito o Toninho subiu ao palco e chamou a banda. Na
platéia muitos familiares, amigos dos músicos e alguns músicos amigos.
A primeira impressão da banda: Henrique Band e mais seis jovens, isso mesmo, quatro deles eu nunca tinha visto tocar.
O saxofonista Daniel Garcia estava acompanhado da sua filha, cujo marido era o baterista.
Sabem como é, segunda feira, cansado do trabalho, eu poderia ouvir algumas músicas e ir pra casa descansar.
QUE NADA! Quando a banda começou a tocar "Caleidoscópio", larguei o copo e fiquei atento, impressionado com o desempenho e os arranjos de todos os músicos.
Foi assim do começo ao fim, olho no palco, silêncio total, um trabalho primoroso e a revelação dos jovens e bastante talentosos músicos.
Os temas tinham vida, com arranjos cuidadosos e sofisticados, um misto de música brasileira e jazz.
Band tocou flauta, sax soprano e sax baritono, esse é magistralmente dominado por ele e foi usado na maioria das músicas.
No teclado nosso conhecido Adriano Souza, na bateria Cassius Theperson, no baixo acústico Pedro Aune, na percussão o excelente Mafram do Maracanã, no trompete Wellington Moura e no trombone Everson Moraes.
A vibração era grande, o projeto de Band digno de muitos aplausos.
Saí com o CD debaixo do braço e assim que cheguei em casa pude escuta-lo com alegria.
NOSSO PONTA-DE-LANÇA EM LONDRES MANDA NOTÍCIAS
01 dezembro 2009
(cliquem para ver a escalação completa)
Estando no velho continente para cumprir compromissos profissionais, reservo os três últimos dias para estar em Londres e alcançar os últimos acordes do London Jazz Festival.
Na sua 17ª. Edição, que aconteceu entre 13 e 22 de novembro, originou-se de uma tradicional semana de jazz que era parte de um festival de musica de Camden, no norte de Londres, o festival tomou força a partir de 92 quando passou a contar com o ativo apoio do Arts Council England e da radio BBC 3, tornando-se um dos mais conhecidos festivais da Europa.
Durante dez dias promoveu-se uma serie de programas jazzisticos e de ritmos de outras origens ensejando a participação de músicos do Reino Unido, da União Européia e consagrados jazzmen do cenário internacional tais como Branford Marsalis, Chick Correa, Sonny Rollins, Tomazs Stanko e artistas de outras tendências musicais, como Gilberto Gil.
As apresentações espalham-se por toda a cidade, acontecendo em pequenos bares ou teatros, restaurantes, passando por casas que costumeiramente acolhem grandes espetáculos como o Royal Albert Hall, o Barbican, o Southbank Centre e o novíssimo King’s Place, chegando, é claro, às tradicionais casas de jazz como o Ronnie Scott’s e o Pizza Express Jazz Club.
Na primeira noite vou conhecer o King’s Place, moderníssimo complexo que abriga centro de conferências, andares para escritórios, espaços para exposições de arte, dois bares, um restaurante e duas espetaculares salas de musica, onde, na moderníssima Sala 1 toda revestida de madeira clara e de acústica irrepreensível, aconteceu o concerto de Bollani.
Uma fundação musical e de arte com as rendas de bilheteria, patrocínios e doações movimenta os espaços durante todo o ano.
Situa-se este complexo a poucos metros da estação King’sCross/St.Pancras, local de partida e chegada dos Eurostar e integrada às principais linhas do metrô, constituindo-se no maior hub terrestre de passageiros da União Européia.
Apresenta-se Stefano Bollani com o quinteto I Visionari para uma sala com seus quase 400 lugares totalmente lotada e na maioria por italianos residentes em Londres e arredores. Ao longo de dois sets de quase duas horas, ele exibe toda sua versatilidade ao percorrer ritmos de diversas origens. Nos temas de sua autoria, que foram a maioria, foi suave e melodioso nos tempos lentos, foi impetuoso, percussivo e vertiginoso nos up-tempos. Invocou a tarantela nos temas onde apareciam compassos repetidos e rápidos.
Em peça que está compondo para um filme, quando tocou em ensemble com seus parceiros, deu à musica uma grandeza e dramatismo que pareciam sair de uma composição do grande Morricone. Tocou sentado (como se supõe ser), tocou em pé nos momentos de maior vigor, usou por breves momentos as cordas do piano, constantemente afastava-se para ouvir os solos dos seus músicos, com quem trocava idéias e direções na musica e
Brilhou em “Outra Coisa” de Moacyr Santos que apresentou num ritmo samba-bolero e no encore que por sinal foi solo, e não poderia ter sido melhor: um delicioso “Apanhei-te Cavaquinho” que terminou de forma vertiginosa levando a platéia ao êxtase total.
Integrando esse visionário quinteto, um grupo de primeiro time: Stefano Senni, no baixo acústico; Cristiano Calcagnille, bateria; Nico Gori, clarinete e o ótimo Mirko Guerrini, sax tenor, músico de formação clássica e integrante da Orquestra Sinfônica de Florença, que responderam sempre à altura às provocações do líder Bollani. Enfim, uma apresentação espetacular !
Termino minha curta temporada conhecendo finalmente o Ronnie Scott’s, também no SOHO, tradicional e mais famosa casa de jazz do Reino Unido e talvez de toda a Europa, que foi fundada e leva o nome dessa lenda e sem duvida o maior jazzman da Inglaterra, Ronnie Scott (1927/1996) e a quem Mingus, em 61, chegou a comparar com Zoot Sims.
Apresentava-se o quarteto do veterano e competentíssimo baterista cubano Ignacio Berroa, um dos muitos músicos projetados pela banda United Nations do grande Dizzy Gilespie, acompanhado pelos jovens e emergentes na cena novaiorquina Robert (p) e Ricardo Rodriguez (b), que podem ser ouvidos no belo CD Force of Four, de Joe Locke – Origin 82511. Completando, o sax tenor de David Sanchez, que mais uma vez encantou-me por sua exuberante técnica, o belíssimo som e grande criatividade.
Sanchez foi apresentado por Berroa como um dos maiores sax tenor da atualidade, com o que modestamente concordo.
Com a vibração própria dos ritmos latinos, o quarteto brilhou em temas originais do pianista Robert e em Matrix de Corea entre outros, mas o melhor da noite ficou por conta da maravilhosa interpretação de uma das pérolas de Jobim, “Eu sei que vou te amar”. Com suave base pelo piano e o baixo dos Rodriguez, Sanchez pode exibir toda a sua sensibilidade e bom gosto musicais ao ritmo lento de uma balada. Tão suave e delicada sua musica que ao acompanhá-lo, o líder Berroa, certamente inspirado pela beleza do tema, usava as escovas mais parecendo que acariciava as caixas e os pratos de sua bateria. Extasiante!
Valeu muito a pena a noite do Ronnie Scott’s!
Será em 10 de dezembro a apresentação de Adriano Giffoni no Velho Armazém.

MORREU O BATERISTA BILLY JAMES
RIP
26 novembro 2009
“Little Giant” or “Jazz Giant” ? ? ?
(B) BIBLIOGRAFIA
Todas as publicações do gênero “Enciclopédias de Jazz” e “Dicionários de Jazz” dedicam verbetes a Johnny Griffin: trata-se de músico obrigatório em qualquer publicação séria. A seguir algumas indicações, além das que constam da “Biografia”.
A “Enciclopédia” original de Leonard Feather, assim como suas re-edições relativas aos anos 60 e 70 (com Ira Gitler) reservam espaço para Griffin.
O "Guia de Jazz em CD" de Luiz Orlando Carneiro e José Domingos Raffaelli também inclui destaque para o “Little Giant”.
O "Guia do Jazz - Iniciação à História e Estética do Jazz" de Jean Wagner (1989, Portugal), reserva verbete para Griffin no capítulo dedicado ao “hard bop”.
O "Dictionnaire du Jazz" da autoria de Philippe Carles, André Clergeat e Jean-Louis Comolli, reuniu cerca de 50 colaboradores para os diversos verbetes, sendo que François-René Simon (colaborador da revista francesa “Jazz Magazine”) redigiu o verbete dedicado a Johnny Griffin (Editions Robert Laffont S.A., Paris, 1988).
A "Gran Enciclopédia Del Jazz" da Editora SARPE, com Chefia de Redação a cargo de Gabriela Costarelli, Madrid, 1980, reservou generoso verbete para Johnny Griffin.
(C) FILMOGRAFIA
Os registros de Johnny Griffin em filmes, VHS’s e DVD’s são escassos e dificilmente disponíveis, obrigando os que gostam desse músico e de JAZZ a boas doses de paciência, tempo e coragem para conseguí-los. Os a seguir indicados são os que conheço e conseguí, restando-me a permanente esperança que os demais Colaboradores do CJUB possam complementar essa relação.
(01.) Appunti Per Um Film Su Jazz, Itália, 1965, 35 minutos, direção de Gianni Amico. Gravado durante “Bologna Jazz Festival”, reunindo Griffin a, entre outros, Steve Lacy, Mal Waldron e Don Cherry.
(02.) Max Roach / Cine Jazz, França, 1967, 20 minutos, direção de François Leduc. Realizado durante estada em Paris de Max Roach, com sua esposa Abbey Lincoln.
(03.) Jazz Is Our Religion, Inglaterra, 1972, 50 minutos, direção de John Jeremy. Cerca de 03 dúzias de músicos tocando e falando sobre JAZZ; contem precioso solo de Johnny Griffin em “Now’s The Time”.
(04.) Dês Enfants Gates, França, 1977, 113 minutos, direção de Bertrand Tavernier (“remember” a direção de “Por Volta da Meia Noite” com Dexter Gordon, indicação de “Melhor Ator” para Dexter Gordon e Oscar de “Trilha Sonora” para Herbie Hancock).
(05.) Quinteto de Johnny Griffin, Alemanha, 1986, 20 minutos, da série “Cologne Jazz House", com Griffin liderando Woody Shaw / trumpete (solos espetaculares, mas já definhando fisicamente com evidentes sinais da moléstia que o liquidou em mais 03 anos), John Hicks (pianista em estado de graça), Reggie Johnson / baixo e Alvin Queen / bateria. Local intimista, com público “ligado” e bela atuação do quinteto.
(06.) Straigh No Chaser, U.S.A., 1988, 90 minutos, produção da Malpaso Productions de Clint Eastwood, com direção musical de Dick Hyman. O documentário é um dos mais importantes sobre a obra de Thelonius Monk, contendo cenas de ensaio e apresentações de grupo sob a liderança de Monk ao piano, com as presenças dos saxes.tenor de Johnny Griffin e Charlie Rouse, do sax.alto de Phill Woods, Ray Copeland / trumpete, Jimmy Cleveland / trombone, Larry Gales / baixo e Ben Riley / bateria (“Epistrophy” e “Evidence” são os temas em destaque).
(07.) Quarteto de Johnny Griffin, USA, 1978 (edição de 2003), 30 minutos, direção de Ben Sidran. Filmado no “Village Vanguard”, New York, com Griffin ao tenor secundado por Ronnie Mathews / piano, Ray Drumond / baixo e Kenny Washington / bateria. Bela atuação do grupo, com destaque para os longos e concisos solos de Griffin, além de uma belíssima introdução de Ronnie Mathews emulando Monk no tema de Griffin “A Monk’s Dream” (uma homenagem de 13’34” a Thelonius Monk). À época (17/10/1978) Griffin gravou em Berkeley / Califórnia (Fantasy Studios) e para o selo Galaxy, com a mesma formação (na bateria Keith Copleland substituiu Kenny Washington), uma série de clássicos: “Autumn Leaves”, “Monk’s Dream”, “I Should Care” entre outros.
(08.) One Night With Blue Note, USA, 1985, 115 minutos, produção de Stephen Reed. Johnny Griffin está presente no clássico de Bobby Timmons “Moanin’”, ao lado de Freddie Hubbard / trumpete, Curtis Fuller / trombone, Walter Davis, Jr. / piano, Reggie Workman / baixo e Art Blakey / bateria (10’49”).
(D) DISCOGRAFIA
A enorme discografia de Johnny Griffin não foi bem distribuida no Brasil, com o cenário piorado para o que “Little Giant” gravou pós-1990.
Todavia as indicações que se seguem são uma pequena amostra de um músico superior e no auge de suas condições técnica e de criação. Citamos a primeira gravação apenas por sua importância histórica, já que ele não é ouvido em solo (de resto e em raros casos qualquer músico teve destaque nas gravações das formações de Lionel Hampton, montadas como cenário para o líder).
A primeira participação de Johnny Griffin em gravação ocorreu em Los Angeles no dia 01 de dezembro de 1945, na formação da banda de Lionel Hampton e em meio a um time de “craques”: ademais do líder no vibrafone, alinharam Jimmy Nottingham, Wendell Culley, Joe Morris, Dave Page e Lammar Wright (trumpetes), Michael Wood, Al Hayse, Andrew Penn e Jimmy Wormick (trombones), Ben Kynard e Bobby Plater (saxes.alto), Johnny Griffin e Arnett Cobb (saxes.tenor), Charlie Fowlkes (sax.barítono), Milt Buckner (piano), Billy Mackel (guitarra), Charlie Harris (baixo) e George Jenkins (bateria). Os temas “Slide, Hamp, Slide” e “Hey-Ba-Ba-Re-Bop” (estávamos então no tempo das “bolachas” de 78rpm, 02 faixas em cada disco, lados “A” e “B”) foram editados pelos selos MCA e DECCA.
01. Selections From Lerner & Loewe, 1957, RCA.
02. Night in Tunisia, 1957, RCA
03. Jazz Connection, 1957, Atlantic.
04. Full House (com Wes Montgomery), 1957, Riverside
05. Introducing Johnny Griffin, 1957, Blue Note.
06. A Blowing Session, 1957, Blue Note, disco obrigatório em qualquer discoteca de JAZZ
07. The Johnny Griffin Sectet, 1958, Riverside / Milestone
08. Blue Stroll, Delmark,1959, em que Griffin sola os registros alto, tenor e barítono.
09. The Little Giant, 1959, Riverside / Milestone (imperdível).
10. Big Soul Band, 1960, Riverside / Milestone, “big.band” com Griffin inspiradíssimo nos temas “Deep River” e “Panic Room Blues”.
11. The Man I Love, 1967, Black Lion, soberbos solos de Griffin no clássico de Ellington, “Sophisticated Lady”, e na faixa.título, com o apoio perfeito de Kenny Drew.
12. The Cat, 1990, Antilles, com um desempenho acima de superior de Griffin na balada “Woe Is Me” (notas do encarte pelo grande Frank Foster).
13. Dance of Passion, 1992, Antilles, tenteto em belos arranjos.
No Brasil tivemos a distribuição de uma mesmíssima gravação de Johnny Griffin por 03 editores; trata-se de “Woe Is Me” (Flórida, 04 e 05 de maio de 1988, Griffin ao lado de Michael Weiss no piano, Dennis Irwin na baixo e Kenny Washington à bateria), que foi distribuída pela MoviePlay dentro da coleção “A Jazz Hour With....”, tempos depois como número 54 da série “Os Grandes do Jazz“, assim como número 29 da série “The Jazz Masters – 100 Anos de Swing”.
Segue em 13. ERROLL GARNER
Um Panorama de 88 Teclas Mágicas
MUSEU DE CERA # 65 - SÉRIE VINIL (3)
21 novembro 2009


JIMMY YANCEY............................................................NATTY DOMINIQUE..............................................FRANK TESCHEMACHER
Série dedicada a LPs reeditados digitalmente em computador.
ÁLBUM: HISTORY OF CLASSIC JAZZ – RIVERSIDE (RLP 12-1131- 1956)
O Boogie é uma variação pianística do Blues originada no início do século 20 que se tornou muito popular na década de 30 ultrapassando os limites do piano para ser reproduzido até por orquestras inteiras. Nesta coleção 5 faixas foram gravadas por exímios pianistas de Boogie e escolhemos um dos clássicos do repertório ― The Fives da dupla texana George & Hersal Thomas publicado em 1922 e executado pelo excelente Jimmy Yancey (1898 -1951) um dos mais autênticos intérpretes dos Blues e boogies ao piano.
Do volume VI – South Side Chicago:
South Side representa para Chicago o que o Harlem é para New York, um bairro negro e o Jazz ali executado pertenceu ao estilo levado àquela cidade pelos músicos negros de New Orleans na debandada de Storyville a partir de 1917. O que escolhemos deste álbum foi o que se pode chamar de estilo low down, ou seja expressão usada como gíria pelos negros cantores e instrumentistas de Blues significando interpretar uma canção de maneira lenta, desanimada quase desprezível, no caso magnificamente alcançada pelo trompete assurdinado de Dominique e o "chalumeau" de Jimmy O'Bryant. O tema com título irônico é ― Mama Stayed Out the Whole Night Long (But Mama Didn't Do No Wrong) ― "mamãe passou a noite toda fora, mas não fez nada de errado".
Do volume VII – Chicago:
Bem, se os negros em Chicago tiveram seu estilo os músicos brancos de lá também adotaram a hot-music criando um o qual foi denominado de Dixieland.
O que escolhemos foi China Boy um clássico dixie. O grupo é liderado por Charles Pierce pouco conhecido, um saxofonista amador com profissão de açougueiro. Pierce tocava saxofone alto e tenor e de 1927 a 30 liderou pequenos grupos para gravações em Chicago. O conjunto tem boa sustentação garantida pelo trompete de Spanier e pelo clarinete de Teschemacher. A parte rítimca conta com Muller no estilo slap bass, literalmente bofetada ou tapa e vem nomear um velho estilo dos contrabaixistas de Jazz que usavam percutir as cordas na madeira do instrumento quase que estapeando-as, ou seja exagerando no pizzicato. É um estilo surgido em New Orleans a partir do trabalho desenvolvido por Bill Johnson e muito bem empregado por Mueller.
1. THE FIVES (George & Hersal Thomas) – JIMMY YANCEY - piano solo
Gravação original (Solo Art 12008 – mx R2418) – 4/maio/1939 – Chicago
2. MAMA STAYED OUT (Daniel Wilson / Andy Razaf) – BARRELHOUSE FIVE – Natty Dominique (tp), Jimmy O'Bryant (cl), Jimmy Blythe (pi) e Jasper Taylor (bat).
Gravação original (Paramount 12851 – mx 1515) – março /1928 – Chicago
3. CHINA BOY (Dick Winfree / Phil Boutelje) - CHARLES PIERCE ORCHESTRA – Muggsy Spanier e Dick Feige cornets, Frank Teschemacher (cl), Ralph Rudder (st), Charlie Pierce (sa), Danny Lipscomb (pi), Stuart Branch (gt), Johnny Mueller (bx) e Paul Kettler (bat).
Gravação original (Paramount 12619 – mx 20399-1) – fevereiro / 1928 – Chicago
Tempo total: 9min
DOWNBEAT READERS POLL 2009
20 novembro 2009

Saiu o resultado da Downbeat. Mais uma vez o grande vencedor foi Sonny Rollins e alguns resultados são questionáveis.
Vejam os 3 mais votados por categoria.
Hall da Fama : Freddie Hubbard - Chick Corea - B.B.King.
Artista do Ano : Sonny Rollins - Herbie Hancock - Chick Corea.
Gravadora : Blue Note - ECM - Verve.
Disco do Ano : Road Show Vol.1 / Sonny Rollins - Earfood / Roy Hargrove - Pass it On / Dave Holland.
Disco Histórico : Kind Of Blue 50th Anniv.Edition / Miles Davis - Sunday at The Village Vanguard / Bill Evans - The Anthology / Return to Forever.
Grupo : Pat Metheny Trio - Keith Jarrett Trio - Branford Marsalis Quartet.
Big Band : Maria Schneider - Count Basie - Mingus Big Band.
Compositor : Wayne Shorter - Maria Schneider - Dave Brubeck.
Cantor : Kurt Elling - Tony Bennett - Bobby McFerrin.
Cantora : Diana Krall - Cassandra Wilson - Ithamara Koorax.
Trumpete : Wynton Marsalis - Roy Hargrove - Dave Douglas.
Trombone : Robin Eubanks - Wycliffe Gordon - Steve Turre.
Sax Barítono : James Carter - Gary Smulyan - Ronnie Cuber.
Sax Tenor : Sonny Rollins - Wayne Shorter - Joe Lovano.
Sax Alto : Kenny Garrett - Phil Woods - Ornette Coleman.
Sax Soprano : Wayne Shorter - Branford Marsalis - Dave Liebman.
Clarinete : Paquito D'Rivera - Don Byron - Anat Cohen.
Flauta : Hubert Laws - James Moody - Charles Lloyd.
Piano : Herbie Hancock - Keith Jarrett - Brad Mehldau.
Teclados : Chick Corea - Herbie Hancock - Lyle Mays.
Órgão : Joey DeFrancesco - Dr.Lonnie Smith - Larry Goldings.
Baixo Acústico : Christian McBride - Ron Carter - Dave Holland.
Baixo Elétrico : Stanley Clarke - Christian McBride - Steve Swallow.
Guitarra : Pat Metheny - Bill Frisell - John McLaughlin.
Vibrafone : Gary Burton - Bobby Hutcherson - Stefon Harris.
Bateria : Jack DeJohnette - Roy Haines - Brian Blade.
Percussão : Poncho Sanchez - Airto Moreira - Zakir Hussain.
Miscelânea : Bela Fleck (Banjo) - Toos Thielemans (Gaita) - Regina Carter (Violino).
BraGil
“Little Giant” or “Jazz Giant” ? ? ?
(A) BIOGRAFIA - 3ª PARTE, FINAL
Com 72 anos e em Paris, nos dias 28, 29 e 30 de maio de 2000, Johnny Griffin grava ao lado de Steve Grossman, para a etiqueta “Dreyfus Jazz”.
Volta a gravar com Steve Grossman em quinteto, para o selo Dreyfus.
Em 2003 é lançado o album “Johnny Griffin & The Great Danes”, com Griffin coadjuvado por músicos da Europa Central.
Pela Riverside e em 2004, o duo Johnny Griffin e Eddie “Lockjaw” Davis grava o antológico album: “Pisces”.
São clássicos do JAZZ e do populário levados a improvisações estonteantes, com belas releituras = “Midnight Sun”, “Willow Weep For Me”, “Yesterdays” e “Sophisticated Lady”, entre outros, integram essa gravação “top”.
Uma preciosidade é a gravação de 2007, selo JVC, “Left Alone: For Billie Holiday”.
Johnny Griffin compôs, tocou e gravou até praticamente seu falecimento, motivado por súbito ataque cardíaco: era pessoa respeitada e querida por seus vizinhos, na calma cidade interiorana de Mauprevior / França.
“Philips”, “EmArcy”, “Atlantic”, “Mythic Sound”, “Esoldun”, “Philology”, “Green Line”, “Polydor”, “Black Lion”, “Trio”, “Prestige”, “MPS/BASF”, “Columbia”, “Muse”, “Unique Jazz”, “Affinity”, “Heart Note”, “Campi”, “Moon”, “Holiden”, “Lotus”, “Vogue”, “VeraBra Records”, “Supraphon”, “America”, “Jugoton”, “SteepleChase”, “Horo”, “Pablo”, “Fantasy”, “Timeless”, “Hvhaast”, “Telefunken”, “Four Leaf Clove”, “Galaxy”, “Jeton”, “MCA”, “DECCA”, “Uptown”, “Mediartis”, “Elektra/Musician”, “Amigo”, “Blue Note”, “Sonet”, “Alfa Jazz”, “Orange Blue”, “Who’s Who In Jazz”, “Verve”, “Antilles”, “Dreyfus Jazz”, são alguns dos selos que registraram e distribuiram gravações de Johnny Griffin, num quase interminável caleidoscópio de marcas para a totalidade da música gravada do “Little Giant”.
Johnny Griffin foi saxofonista de lirismo bem incisivo, com som elegante, cálido e ainda assim com acentuada dose de “acidez”, fogoso e brilhante. O “Little Giant” foi executante de tessitura plena de contrastes, suportada por uma técnica altamente superior à média dos tenoristas, que nos faz descobrir toda a dimensão da sonoridade do sax.tenor. Uma “tentativa” de descrição de seus solos, pode basear-se em que ataca as notas por baixo ou de acordo com sua inspiração do momento, mudando frequentemente de registro, mas com permanente precisão nos agudos, registro que prefere; vai “moendo” as frases em improvisações densas, inventando-as e reinventando-as, em um discurso sempre coerente e com soberba técnica de respiração que lhe permite encadeá-las em legatos, nos tempos ultra-rápidos que é capaz de intercalar mesmo nas baladas mais lentas e nos “blues”.
Seu duo com Eddie “Lockjaw” Davis resgatou, em certa medida, o espírito das “chases” de palhetas no esplendor de Kansas nos anos 30 e 40 do século passado, duelos de tradição projetados posteriormente por “Dexter Gordon X Wardell Gray” e “Sonny Stitt X Gene Ammons”.
O crítico Ralph J. Gleason declara que “....Johnny Griffin, inquestionavelmente toca mais rápido que qualquer outro músico vivo; mas ele joga com essa velocidade “gerenciando” seu sopro por mais tempo do que normalmente seria considerado possível, sendo capaz de produzir intermináveis choruses....”.
Segundo Gérald Arnaud e Jacques Chesnel (“OS GRANDES CRIADORES DO JAZZ”, 1ª Edição, 1989, tradução de original francês de 1985, Portugal, página 118), Johnny Griffin “.....saltando de uma oitava para outra, vindimando os seus cachos de tercinas num tempo infernal, utiliza na totalidade uma paleta expressionista com uma generosidade por vezes um pouco prolixa, mas de uma eficiência incomparável.....”.
Sérgio Karam em seu “Guia do Jazz” (L&PM Editores, 1993, página 128) define Johnny Griffin como “.....um sax.tenor na melhor tradição do hard bop. Considerado um dos saxofonistas mais hábeis em tempos rápidos, sua imaginação melódica está à altura desse extraordijnário domínio técnico do instrumento....”
Johnny Griffin sempre acreditou que “tocar para o público” (essencial) e “gravar em estúdio” (condição comercial) constituiam a mais elaborada universidade para o JAZZ: “....os músicos de hoje saem das universidades, de Berkeley, conhecedores de um mundo fantástico de técnicas e habilidades para ler e para praticar; quando me profissionalizei, mesmo sendo músico, aprendí com Eddie “Lockjaw” Davis, Dexter Gordon, Wardell Gray, gente que me ensinou JAZZ - que não se aprende na escola - mas tocando em público, na rua, em praças, em clubes esfumaçados, em “big.bands”, interagindo com outros músicos, com uma audiência que te crie personalidade musical e te faça criar, que te faça sair para fora de tí mesmo pelas vibrações que emite; prefiro ver pessoas a ver microfones em estúdios de gravação; os jovens saem da escola de música instruidos da mesma maneira, com um “padrão”, o que não é bom para eles e nem para o JAZZ; a situação deles se torna ainda mais restrita, porque atualmente os espaços para viver o JAZZ foram rareando, já que quando fui para a Europa em 1963 tínhamos clubes do Harlem até o Brooklin, enquanto que hoje são 04 ou 05 clubes, o que significa que esse músicos tecnicamente maravilhosos não têm onde tocar, o que é uma pena....”
Sem concessões comerciais e como músico de JAZZ na mais perfeita acepção do gênero, Johnny Griffin, o “Little Giant”, o “Jazz Giant”, é citado em mais de 100 (cem) obras escritas sobre o JAZZ - enciclopédias, biografias etc – deixando-nos extenso e precioso legado da mais alta qualidade que, com certeza, atravessará gerações culturais.
(B) BIBLIOGRAFIA, (C) FILMOGRAFIA e (D) DISCOGRAFIA