Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

14 agosto 2007





FESTIVAL DE JAZZ DE NEWPORT

A Manchete da Semana veio de Steve Greenlee, jornalista do Boston Globe:

NEWPORT, R.I. -- News bulletin: Major theft this weekend at Fort Adams State Park during the JVC Jazz Festival. Description of subject: Elderly gentleman, white hair, thick glasses, walks and speaks slowly, but plays piano like a madman. Date of birth: 12-6-20. Item stolen: the show.

Greenlee estava descrevendo Dave Brubeck, com 86 anos, tocando virtualmente todos os anos no Newport jazz festival, mantendo sua classe e seu estilo imutável não afetado por todos esses anos.

Mas os festivais de jazz, em todo o lugar, estão querendo arrecadar cada vez mais. Desta forma, o jazz está perdendo para bandas com outros estilos. O Newport Jazz incluiu vários nomes que nada tem a ver com o jazz, como: B.B. King -- motivo de ter vendido 7500 ingressos ao custo de US$70,00. Também disputaram o palco principal Al Green e outros tocando blues e R&B.

No palco principal além de Brubeck tocaram: Joshua Redman e Branford Marsalis. Para palcos secundários foram os jazzistas: Ben Riley's Septet tocando a música de Thelonious, Eliane Elias com um tributo a Bill Evans, Harry Allen e o Trio da Paz fazendo Getz e Jobim.

O festival transcorreu em paz, num clima ideal e não se protagonizou o acontecido em Umbria.

O que se espera é que nos próximos festivais as bandas de rock ainda fiquem de fora.

JAZZ DE PRIMEIRA
Foi muito boa a abertura do Jazz Festival 2007 no Rio. Um evento que procura preservar o Jazz de qualidade, ainda livre das terríveis influências e tendências que acabam irremediavelmente na odiosa “batida funk” .
Então o que fizeram os “All-Stars” com a presença do trombonista australiano Dan Barnett e mais tarde a excepcional pianista Judy Carmichael foi mostrar o que se chama “mainstream” ,o que fizeram com extrema competência.
Dan Barnett é um formidável trombonista e um excelente cantor, interpretando com autoridade os clássicos como “Dinah”,”It had to be you”, “Panama”, “Mood Indigo”, After you’ve gone”, “In a mellowtone” , um medley com “St.James Infirmary e Bourbon Street Parade” e arrematando com um blues “Little Joefrom Chicago”.
Outro elemento da banda que chamou a atenção foi o saxofonista e clarinetista
Nik Payton. Bela sonoridade ao tenor trilhando os caminhos traçados por Ben Webster.
Judy Carmichael é elétrica,cheia de vida e de conhecimento sobre a obra de Fats Waller. Trouxe um quarteto competente onde o saxofonista Michael Hashim teve
grande destaque. Seus improvisos são bem construídos, e sua sonoridade mostra que visitou a obra dos mestres do instrumento. Judy “deitou e rolou” improvisando com maestria clássicos como “Ain’t she sweet”, “Lulu’s back in town”, “I got rhythm”
“Portrait of a Lion”, “Lazy River” entre outros, mostrando que o “stride piano” é uma fascinante vertente para se ouvir. Interessante o casal de sapateadores Melissa Giattino e Richard Schwartz, competentes e alegres profissionais da difícil arte.
E tivemos cejubianos presentes. Coutinho , Mestre Major,Mario e Tolipan aplaudiram de pé o espetáculo.
llulla

KEITH JARRETT "BOCA DE TROMBONE"

11 agosto 2007

Das histórias às noticias atuais, o jazz tem seus bons (a maioria) e também maus momentos. O vídeo abaixo é constrangedor e logo protagonizado por um embaixadores do jazz atual, Keith Jarrett. Aconteceu no famoso festival de Umbria, na Itália, há poucos dias atrás.
A arrogancia de um músico com seu talento tem limites, não se pode dirigir-se ao público daquela forma, afinal é deles que Jarrett vive. É o registro de um mau momento para o jazz.
Veja também a entrevista do jornalista que cobriu o evento para uma turma do grupo do Gilberto Gil sobre os acontecimentos. Excentricidades absurdas do Keith, como mandar todos sairem do restaurante e ser servido por uma garçonete que não fumasse há pelo menos 3 meses, etc.
Keith não tocou a última parte do concerto e foi-se embora sob vaias e gritos de "va fanc..." Clique aqui para ver a entrevista.
Vergonha Keith!

TRIBUTO A JEROME KERN


Jerome David Kern (1885/1945) nasceu em Nova Iorque, descendente dos primeiros judeus alemães que partiram para os EUA. O pai, que era comerciante, jamais aceitou a idéia de Kern viver profissionalmente de música. Por coincidência, dois pianos foram parar na casa de Kern. E isso provocou a decisão final de se tornar músico. Para evitar qualquer conflito familiar, Kern mudou-se para Londres, onde começou a ensaiar algumas experiências em musicais e até mesmo em operetas. Lá casou-se com uma inglesa, sua grande incentivadora, e que ficou com ele até o final de sua vida. Kern foi vítima de um derrame cerebral. Já na Broadway, em parceria com Oscar Hammerstein II, escreveu seu maior sucesso, Show Boat, em 1927. Seu trabalho também foi explorado por Hollywood – ele ganhou um Oscar pela melhor canção original, The Way You look Tonight, do filme Swing Time, de 1936. Os temas de Kern sempre foram modernos melodicamente para a sua época e, por isso, muito investigados pelos jazzistas, daí um tributo mais do que procedente feito esta semana pelo Londrina Jazz Club, a ser rodado amanhã (domindo) às 17 horas (Radio Universidade Fm Londrina, 107.9, via internet). Segue o play-list. E também um aperitivo via Marilyn Scott em Yesterday's, destaques para Brian Bromberg (baixo), Dan Higgins (flauta), Vinnie Colauita (bateria), Ray Fuller (guitarra), Rick Baptist (trumpete) e George Duke (piano). Interessante notar como uma única "jogada" harmônica dá um super refresh a esse lindo tema.

01. Smoke Gets In Your Eyes – Kurt Elling
02. The Way You Look Tonight – Keith Jarrett Trio
03. Yesterday’s – Marilyn Scott
04. The Song Is You – Tom Scott
05. Long Ago And Far Away – Johnny Hartman
06. All The Things You Are – Alan Pasqua Trio
07. The Folks Who Live On The Hill – Charlie Haden & Shirley Horn
08. The Last Time I Saw Paris – Sonny Rollins
……………………………………………………………………………………
PS. Na foto, Oscar Hammerstein II ao lado de Jerome Kern, esse ao piano.

Som na caixa !
Marilyn Scott - Yesterday's


marilyn scott yest...

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 22

10 agosto 2007


A DANÇA E O JAZZ (parte 1)


O Jazz foi criado sobre um tipo de música extremamente dançante dentro da tradição afro e de seu berço a cidade de New Orleans, incrivelmente alegre, festiva até mesmo nos funerais!
Podemos notar que as escolas de Jazz produziram música com característica dançante indissociável. Mesmo o bebop, cuja essência de complexidades rítmicas desviava-se bastante daquela que induzia à dança, teve também seus adeptos.
Na era bebop (a partir de 45) as casas de espetáculos passaram a ocupar as pistas de dança com mesas para aumentar a audiência, já que o público passou a se interessar mais em apreciar os grandes solistas em suas extensas e livres improvisações do que arriscar passos com tal ritmo. A esta época iniciou-se a dissociação do Jazz com a dança e foi quando o Jazz passou a ser executado para ser “ouvido” realmente. A dança ficou mais associada à música “suingante” das grandes orquestras e à escola dixieland.
Tal dissociação se concretizou com o free-Jazz onde qualquer tentativa de se dançar, expressa pelo que se pode designar como tal, deva ser frustante.
A tradição africana da dança acompanhou passo a passo todo o processo pelo qual passou a música americana e suas influências européias até se formar o Jazz. Foi no ambiente do minstrell-show que surgiu a tap-dance, que conhecemos como sapateado, sendo utilizada de maneira inteiramente improvisada antecedendo ao próprio Jazz. Tal estilo de dança, tipicamente negra, acabou por ser vinculada estreitamente à música de Jazz.
Todos conhecemos o sapateado até porque os filmes musicais americanos dos anos 30, 40 e 50 o reverenciava nos pés de exímios dançarinos como Gene Kelly, Fred Astaire e Sammy Davis Jr, apesar de um tanto abastardado. Os verdadeiros exímios do tap-dancers foram Bill "Bojangles" Robinson, John W. Bubbles, Jack Wiggins, Donald "Baby" Laurence e outros "hoofers".
HOOFER é uma gíria aplicada aos sapateadores (tap dancers) que emitem ruídos semelhantes aos cascos (hoof) de um cavalo. Nos anos 30 existiu no Harlem um Hoofer’s Club que reunia dia e noite sapateadores em busca de “batalhas” ou somente para apresentar seus shows em troca de gorjetas.
Em New Orleans surgia no início dos anos 1900 o SLOW DRAG uma música de inspiração latino-americana de rítmo arrastado e acompanhada de uma dança lasciva muito apreciada pelas prostitutas negras que ficavam dançando para despertar e atrair os fregueses. O SLOW DRAG era muito comum nas espeluncas de Storyville e o pianista Jelly Roll Morton, um dos pioneiros do Jazz em New Orleans era exímio executante do SLOW DRAG (e provavelmente das moças também!)
Por volta de 1929 o SLOW DRAG tornou-se a primeira dança social afro-americana, sendo introduzida em espetáculos da Broadway escandalizando os críticos de raça branca os quais julgavam ameaçar a ordem moral e social pela sensualidade apresentada e logicamente se tornou muito popular também no Harlem.
Um dos mais conhecidos contrabaixistas de New Orleans, Alcide Pavageau (1888-1969) até 1927 atuava como guitarrista e tornou-se famoso também como dançarino ganhando o apelido de Slow Drag.
Podemos obter a idéia do que seja o slow drag na execução do tema ― Mr. Jelly Lord com o próprio autor e pianista Jelly Roll Morton acompanhado pelos irmãos Dodds, Johnny ao clarinete e Baby à bateria em gravação de 6/out/1927 - Chicago, Victor -21064-B.


Mr Jelly Lord.mp3

08 agosto 2007

RETRATOS
05. STAN GETZ (A)
Do Início ao Retorno aos U.S.A. em Janeiro/1961

Little Getz, Big Apple
Stanley Getz, STAN GETZ, nasceu na Filadélfia / Pensilvânia em 02/Fevereiro/1927, no seio de família israelita de classe média. Em Junho/1931, Getz contando então 04 anos, sua família passou a residir no Bronx / Nova York, onde mais tarde o menino freqüentou a escola secundária “James Monroe High Scholl” (que marca suas aulas iniciais no contrabaixo). Desconhecemos se por erro de tradução, no fascículo dedicado a Stan Getz da coleção “Gigantes do Jazz”, Abril Cultural, 1980, o texto de Leonard Feather assinala que Getz “....não tinha ainda 10 anos quando seus pais se transferiram para Nova York...”.
Vivendo a infância em bairro pouco tranqüilo em que as brigas de rua e o preconceito anti-judeu de outros grupos étnicos eram o dia-a-dia, Getz endureceu personalidade forte, orgulhosa, desafiadora.
Desde cedo revelou forte inclinação para a música, iniciando seus estudos pelo contrabaixo e pelo fagote, bem antes de adotar, aos 13 anos, o sax.tenor como seu veículo musical e sua paixão permanente. Como “anedota” a biografia assinala que foi sua mãe que buscou para ele um professor vizinho no Bronx, Mister Yvon, que por U$ 1.00 / hora dava as aulas na residência dos Getz; no primeiro dia o professor tirou a boquilha do instrumento, colocou uma nova palheta e disse para o então já rapaz: “Sopra...”. À obediência de Getz seguiu-se um ruído bem desagradável e Mister Yvon sentenciou para a mãe: “Senhora Getz, o seu filho tem talento”. Por adulação ou por instinto o mestre acertou, assim como Stan Getz acertou durante sua carreira musical em escolher novos talentos para acompanhá-lo; para a grande maioria desses talentos Getz foi a primeira e ansiada oportunidade, mas que os fez recordar seu temperamento difícil, duro, sarcástico e que os contratava por baixa remuneração.

Estréia, Estrada e Um Senhor Tutor
Aos 15 anos estreou na “All City Orchestra”, durante férias de verão tocou na banda de bailes de Dick “Stinky” Rogers e, sucessivamente, atuou com as bandas de Dale Jones, Bob Chesterton, Jack Teagarden – seu tutor legal para que pudesse atuar como músico profissional e em função de ser menor de idade (banda na qual situa-se sua primeira gravação, no Texas e em 18/Agosto/1943 aos 16 anos), Stan Kenton (banda na qual teve seu primeiro contato com a música brasileira, em função da gravação de “Tico-Tico” de Ary Barroso em 28/Novembro / 1944), Jimmy Dorsey, Benny Goodman, Randy Brooks, Buddy Morrow, Herbie Fields e outras, até conseguir sua primeira gravação como “líder”, em quarteto, aos 19 anos (Nova York, 31/Julho/1946, acompanhado por nada menos que Hank Jones/piano, Curly Russell/baixo e Max Roach/bateria - aqui mais uma discordância em relação à tradução do texto de Leonard Feather no “Gigantes do Jazz”, Abril Cultural, 1980”, já que a data correta é 31/Julho e não 13/Julho/1946, além do fato de que Terry Gibbs não participou da formação - as 04 faixas gravadas foram efetivamente da Savoy, que as editou em vários albuns).
Somente a partir dessa primeira gravação como líder Stan Getz poude mostrar a absorção da linguagem do “bebop” (com som “duro” e influenciado por Dexter Gordon e outros tenoristas), já que até então e nas formações de “big bands” suas limitações eram mais que evidentes em função dos arranjos e destaques para os líderes das mesmas. Considerando, ainda, a personalidade complexa de Getz, essas limitações causavam-lhe transtornos assim como para os líderes das bandas em que atuava; é interessante assinalar que o “manager” da banda de Benny Goodman, Popsie Randolphe, sempre se manifestou sobre o jovem Stan Getz como orgulhoso, presunçoso, de difícil relacionamento, chegando ao ponto de Goodman pensar em dispensá-lo, voltando atrás em função dos apelos do próprio Getz e de sua mãe; essa dispensa foi temporariamente protelada, já que pouco depois Getz escreveu frases impróprias no verso de uma partitura, voltada para o palco, e Goodman teve que dispensá-lo.
Deixando Benny Goodman mas ainda em New York e já em 1947, Stan Getz gravou ao tenor com Gene Roland (trombone), Vido Musso (sax.tenor), Skip Nelson e Lynne Stevens (vocais) e uma “big band” não identificada no álbum lançado.
Passou a atuar na Califórnia, próximo a Hollywood, em combo liderado por Butch Stone.

A Semente dos “Four Brothers”
Formou seu próprio trio atuando no “Swing Club” de Hollywood, logo disperso para atuar com Gene Roland, trumpetista e arranjador, que formou um grupo experimental com 04 saxes.tenor: Stan Getz, Zoot Sims, Jimmy Giuffre e Herbie Steward, já então com o som “cool” do naipe. Essa formação apresentou-se com a banda do trumpetista Tommy De Carlo no “Pete Pontrelli’s Figueroa Ballroom” de Los Angeles (em cujo repertório os “mambos” eram habituais), onde foram vistos por Woody Herman que, num feliz encontro de interesses, contratou o naipe, sendo que Jimmy Giuffre como arranjador.
Como é sabido, Herman teve sua “big band” cunhada como “The Band That Plays The Blues”, constituída por seus “herds” (rebanhos). Tendo já marcado presença perante o público com seu “first herd”, Herman passou ao “second” com grande destaque para o naipe de palhetas então arregimentado que ficou perpetuado como os “Four Brothers”: Stan Getz, Zoot Sims e Herbie Steward nos tenores e Serge Chaloff no barítono. Para esse grupo é que Jimmy Giuffre compôs “Four Brothers” em Setembro/1947, que tornou-se um clássico e uma referência para o som “cool”.
Mais tarde Herman montaria mais um “herd”, tendo no naipe de palhetas Getz, Al Cohn, Allen Eager e Brew Moore.
Stan Getz grava pela primeira vez com a banda de Woody Herman na Califórnia e em 07/Maio/1947, seguindo-se durante 1947 gravações em 22, 24, 27 e 30/Dezembro, já então com Stan Getz, Zoot Sims, Herbie Steward (saxes.tenor) e Serge Chaloff (sax.barítono), isto é, com os denominados “Four Brothers”. O tema de mesmo nome de Jimmy Giuffre para o quarteto foi gravado na sessão de 27/Dezembro contando, além dos “irmãos”, com Stan Fishelson, Bernie Glow, Marky Markowitz, Shorty Rogers e Ernie Royal (trumpetes), Bob Swift, Earl Swope e Ollie Wilson (trombones), Woody Herman (sax.alto, clarinete e vocal), Sam Marowitz (sax.alto), Fred Otis (piano), Gene Sargent (guitarra), Walter Yoder (baixo) e Don Lamond (bateria).

O Máximo De Genialidade Em Um Mínimo De Solo
Mas foi somente em 30/Dezembro/1948 que a banda de Herman gravou “Early Autumn” contando com os “brothers” e mais Stan Fishelson, Bernie Glow, Red Rodney, Shorty Rogers e Ernie Royal (trumpetes), Bob Swift, Earl Swope, Bill Harris e Ollie Wilson (trombones), Woody Herman (sax.alto, clarinete), Sam Marowitz (sax.alto), Terry Gibbs (vibrafone), Lou Levy (piano), Chubby Jackson (baixo) e Don Lamond (bateria), em arranjo de Ralph Burns. Essa gravação com apenas 3’08” eternizou o notável solo de Stan Getz: extremamente curto, lindamente inspirado, lírico e lógico, testemunhando a excelência de Getz e a diplomação pública desse músico, já transpondo o limite do bebop para acenar com todo um futuro de baladista (ainda que sempre mesclando, em alguns momentos, suas raízes). O sucesso do solo de Getz em “Early Autumn” levou-o à fama nacional e internacional, propiciou-lhe o codinome de “The Sound” e alinhou-o, se mantivermos perspectiva histórica, com os revolucionários Coleman Hawkins, Lester Young, Coltrane e Sonny Rollins, tenoristas que revelaram novos e autônomos idiomas no instrumento.
A sessão de gravação de 30/Dezembro/1948 marcou, também, a última de Stan Getz com a banda de Woody Herman, já que a partir de 1949 ele gravou em Março com grupo liderado por Terry Gibbs, em Abril no octeto sob seu nome e com arranjos de Gerry Mulligan (Mulligan foi o arranjador e Getz gravou também no sax.barítono), com Al Haig e Gene Roland para, já em 1950, liderar quarteto com Al Haig, Tommy Potter e Roy Haynes.
No início de 1950 (10/Janeiro) destaca-se a importante participação de Stan Getz na gravação do “Metronome All Stars” (arranjos de Pete Rugolo e Lennie Tristano para os temas “Double Date” e “No Figs”) e com os “eleitos” da revista Metronome de 1949: Dizzy Gillespie (trumpete), Kai Winding (trombone), Buddy DeFranco (clarinete), Lee Konitz (sax.alto), Serge Chaloff (sax.barítono), Lennie Tristano (piano), Billy Bauer (guitarra), Eddie Safranski (baixo) e Max Roach (bateria).

Com Miles Davis e Horace Silver
Em Fevereiro desse ano de 1950 e com transmissão pela rádio WNYC diretamente do “Birdland”, Stan Getz alinhou com Miles Davis em sexteto para gravação editada pela “Fresh Sound” e pela “Kings Of Jazz”; com os dois estavam J.J. Johnson (trombone), Tadd Dameron (piano), Gene Ramey (baixo) e Art Blakey (bateria).
Em 1950 e sempre em New York Stan Getz realiza mais 03 sessões de gravações: em 14/Abril para a Prestige e em 17/maio e 10/Dezembro para a Roost. Nessa 3ª sessão inicia-se a mútua colaboração entre Getz e Horace Silver, que lhes permitirá seguidas apresentações em clubes e já exibindo Getz com permanente lirismo.
1951 é iniciado para Getz com gravação em New York para a Roost e com Horace Silver. Na mesma data (23/Janeiro) volta a gravar com o “Metronome All Stars”: Miles Davis (trumpete), Kai Winding (trombone), John LaPorta (clarinete), Lee Konitz (sax.alto), Serge Chaloff (sax.barítono), Terry Gibbs (vibrafone), George Shearing (piano), Billy Bauer (guitarra), Eddie Safranski (baixo) e Max Roach (bateria), nos temas “Early Spring” e “Local 802 Blues”, com arranjos de Ralph Burns.

O Primeiro Contato Com A Europa
Em seguida Getz excursiona pela Europa com o guitarrista Jimmy Raney e, em Estocolmo (23 e 24/Março), grava com músicos locais; entre as 08 faixas registradas destaca-se “Dear Old Stockholm”, que se tornou um clássico do Jazz. Estes registros foram editados pelos selos “Roost” e “Metronome”(sueco), este tendo como título seu codinome: “Stan Getz – The Sound”.
Em Agosto e já tendo retornado a New York Getz volta a gravar em quinteto, presente na formação Horace Silver e com Jimmy Raney na guitarra. Em Boston e pelo selo “Roost” Getz tem registradas 19 faixas, todas ao vivo no “Storyville” em 28 e 29/Outubro, com versões imperdíveis, entre outras, dos clássicos: “Thou Swell”, “The Song Is You”, “Pennies From Heaven”, “Everything Happens To Me”, “Yesterdays” e, com Billie Holiday no vocal, “You're Driving Me Crazy” e “Lover Come Back To Me”.
1952 aponta enorme seqüência de gravações de Stan Getz: 11/Março, 05/Abril, 31/Maio e 07-09-12-14-16-19/Agosto todas em New York, sendo que as de Agosto tomadas ao vivo no “Birdland”, seguindo-se ainda ao vivo no "Tiffany Club" de Los Angeles em 14/Setembro, de volta a New York em 09/Novembro, no “Birdland” em 13/Novembro, no “Carnegie Hall” em 14/Novembro, novamente no “Birdland” em 18/Novembro e 02/Dezembro e, ainda em New York, em 12-19-29/Dezembro.
Encontramos na página 327 do livro “JAZZ – Das Raízes ao Pós-Bop” de Augusto Pellegrini (2004, F-QM Editores Associados Ltda – CODEX), a informação de que nesse ano Getz teria conhecido e gravado com Lionel Hampton “Cherokee” e “Jumpin’ At The Woodside”, assim como peças mais modernas com Conte Candoli e Shelly Manne. Por toda a discografia, bibliografia e informações que possuímos e as demais consultadas, nada disso aconteceu; Getz não gravou em 1952 com Lionel Hampton / Conte Candoli / Shelly Manne; não gravou nesse ano “Jumpin’ At The Woodside” e suas gravações do clássico “Cherokee” de Ray Noble ocorreram com outras formações em 05/Abril (selo “ALTO”, com o título de “Parker 51”), em 14/Novembro (selo “Fresh Sound”) e em 18/Novembro (selo “Natasha Imports”, também com o título de “Parker 51”). O registro existente de “Cherokee” de Getz com Hampton data de 1956 e saiu pela edição inglesa do selo “Spotlite”, uma verdadeira obra-prima em “up.tempo”.

Sucesso, Metronome, VERVE, Duke Ellington, Bob Brookmeyer
É em 1952 que Getz grava a balada “Moonlight In Vermont” em 02 oportunidades, sucesso de audiência nas rádios americanas: em 11/Março com a participação do guitarrista Johnny Smith e em 14/Novembro com Duke Jordan ao piano. Por essa época Getz já era uma unanimidade de público e de crítica (“Metronome” e “Down Beat”), tendo assinado contrato com Normal Granz (leia-se “JATP = Jazz At The Philharmonic”, VERVE, PABLO, NORGRAN), participado das suas excursões e trabalhado para os estúdios da NBC em New York; esse vínculo permaneceu por 20 anos.
Em 1953 Getz grava com a orquestra de Duke Ellington (09/Fevereiro) e inicia a colaboração com Bob Brookmeyer com o qual grava pela primeira vez em 08/Março, ao vivo e no “Hi-Hat Club” de Boston; em Julho e Agosto em Los Angeles os dois voltam a gravar juntos em quinteto, após Getz ter feito temporada e gravado (31/Maio) no “templo” de Hermosa Beach, o “Lighthouse Club” (presente no contrabaixo, evidentemente, o mentor maior do espaço, Howard Rumsey), assim como se apresentado e gravado ao lado de Chet Baker no "The Haig" (Hollywood / Califórnia, em 12/Junho). Ainda na Califórnia, Los Angeles, Stan Getz participa em 03/Agosto de gravação produzida por Norman Granz com uma plêiade de estrelas: Harry "Sweets" Edison (trumpete), Buddy DeFranco (clarinete), Benny Carter e Willie Smith (saxes.alto), Wardell Gray (sax.tenor), Count Basie e Arnold Ross (pianos), Freddie Green (guitarra), John Simmons (baixo) e Buddy Rich (bateria). A última gravação de Getz nesse ano ocorre em Dezembro e tomada de apresentação no rádio com formação estelar: Dizzy Gillespie (trumpete), Oscar Peterson (piano), Herb Ellis (guitarra), Ray Brown (baixo) e Max Roach (bateria), desfilam “Girl Of My Dreams”, “It Don't Mean A Thing”, “Exactly Like You” e outros temas.
O ano de 1954 marca a gravação de um dos mais apreciados trabalhos de Stan Getz: com Bob Brookmeyer (trombone de válvula), John Williams (piano), Bill Anthony (baixo) e Art Mardigan (bateria), no "Shrine Auditorium" (Los Angeles, 08/Novembro), grava para a VERVE os clássicos “Polka Dots And Moonbeams”, “It Don't Mean A Thing”, “Flamingo”, “Lover Man”, “I'll Remember April” e outros. Mas é também um ano terrível para Stan Getz: já usuário de heroína há tempos (ainda que felizmente com freqüentes períodos de abstinência) assaltou uma farmácia em Seattle para obter a droga, dizendo-se armado; fugiu quando todos os presentes perceberam que estava desarmado, telefonou para a farmácia desculpando-se, teve o telefone localizado, foi preso e levado à cadeia, onde tentou o suicídio ingerindo barbitúricos. Remeteu carta para a “Down Beat” auto-acusando-se e declarando que “sua ação prejudicava o Jazz e era uma degeneração mental por ausência de senso moral e carência de personalidade”.
Enfermidade, Europa, Recuperação, Êxodo, Retorno e Uma Nova Realidade Musical
Em 1955 e com complicações pulmonares ficou internado para repouso e recuperação durante 04 meses em hospital de Estocolmo, seguindo em repouso por mais 02 meses na África.
Em 1956 e retornando aos Estados Unidos apresenta-se em Setembro com quarteto na televisão (Chicago), desempenho que foi gravado pela “Raretone”, em Outubro e com formação “top” no rádio (Hollywood) com gravação pela VERVE (Dizzy Gillespie / trumpete, Sonny Stitt / sax.alto, John Lewis / piano, Herb Ellis / guitarra, Ray Brown / baixo e Stan Levey / bateria), em Novembro e novamente no rádio em formação “West Coast” e encerra suas gravações em 1956 com a “Buddy Bregman Orchestra” e em quarteto (com Dick Katz / piano, Oscar Pettiford / baixo e Shelly Manne / bateria) no "Basin Street Cafe".
Além das gravações Getz participa em 1956 no filme “The Benny Goodman Story”.
Em 1957 e até meados de 1958 Getz é incorporado ao “Jazz At The Phillarmonic” de Norman Granz, para cujo selo VERVE já havia realizado gravações em 1953, mas então e em 1957 registra seguidamente participações em preciosos álbuns, em estúdio e ao vivo: 26/Junho, 12/Julho, 01 e 12/Agosto, 10, 11, 12, 15, 19 (no Opera House de Chicago), 20 (também no Opera House) e 25/Outubro (Shrine Auditorium de Los Angeles).
Com a única exceção do final de 1958 / início de 1959 (gravação em Los Angeles com a “Buddy Bregman Orchestra” formada com integrantes do “Jazz West Coast”), de 01/Maio/1958 até 22/Novembro/1960, Stan Getz somente gravou na Europa: França (trilha sonora para o filme “Les Tricheurs” em 01/Maio, L’Olympia, Salon Du Jazz), Inglaterra (Manchester em 17/Maio), Alemanha, Suécia, Dinamarca, Noruega e Polônia. Sua vida transcorreu na Europa, fixando-se como residente na Dinamarca.
Então com longa estrada, a essa altura Stan Getz já era um baladista ímpar, improvisador individualista melódico linear que elevou temas muitas vezes simples à condição de tesouros, assim como abordou todos os tipos de escolas, andamentos, melodias e harmonias com vigor e solidez que já o colocavam, sem dúvida, como o tenorista por excelência da fase moderna do Jazz.
O retorno à terra natal ocorreu em Janeiro/1961, com Getz imaginando permanecer até meados do ano, mas essa permanência tornou-se definitiva ainda que em cenário musical e social aparentemente adverso para sua liderança musical, inconteste por quase toda a década precedente e, então, arrebatada nas votações da revista “Down Beat” por John Coltrane.

Continua em (B) - Do Retorno aos U.S.A. em Janeiro/1961 ao Final

SAL MOSCA

07 agosto 2007

No final dos anos 40, algo inusitado acontecia com o piano jazz. Por muito tempo o piano foi meramente utilizado em saloons e para marcar ritmo em big bands. Nessa época o piano começou a emergir como um instrumento que passou a inspirar músicos a formarem seus grupos e partir para uma nova etapa no jazz. E Sal Mosca, que morreu recentemente em 28 de julho, estava lá.

Fats Waller, Art Tatum e Earl "Fatha" Hines e outros, começaram a cativar a audiencia de muitos quando começaram a utilizar o piano no final dos anos 30. Mas esses pianistas eram membros da velha escola de stride masters, tinham uma técnica poderosa e cativante, esses não eram músicos, eram mágicos.

Com o advento do Bebop em meados dos anos 40, uma nova onda de pianistas apareceu - interpretes que se destacavam em meio a sua banda, criando estilos individuais quando estavam solando. Dentre eles se encontram Erroll Garner, Bud Powell, Al Haig, John Lewis, Duke Jordan e Thelonious Monk.

Com os anos 40 passando e os segredos iniciais da técnica do Bebop sendo desmistificados e popularizados por um crescente número de músicos, um novo estilo de piano surgiu, algo bem academico e menos instintivo, necessitando de muitas horas de estudo e prática de teoria musical.

Na frente dessa nova escola de piano estava Lennie Tristano, utilizando uma técnica intensiva e uma mistura de influências modernas e clássicas. Ao invés de modificar as melodias dos standards para criar novas músicas, como muitos dos pioneiros do Bebop faziam, Tristano usava escalas modais - sempre sobre os standards - um novo conceito nascido nos conservatórios de música. Parecia que era um swing tocado de trás pra frente.

Foi então que surgiu Sal Mosca, um dos mais ardentes discipulos de Tristano, que muitas vezes o substituia quando Tristano não podia comparecer, ou não queria.

A maior contribuição de Mosca para o jazz aconteceu entre os anos 1949 e 1951, onde ele revolucionou a técnica do piano e abriu caminho para Dave Brubeck, Bill Evans, Herbie Nichols e quase todos os pianistas líderes que se utilizavam da fórmula do bop.

Mosca foi um pianista de jazz onde o abtrato e a transparência tiveram mérito. Veja sua biografia e ouça algumas de suas músicas em MP3 no website: http://salmosca.com/Index_new.htm

TRIBUTO A VAN HEUSEN


Nada como um dia após o outro, diria nosso grande filósofo contemporâneo Renan Calheiros. Algumas vezes aqui revelei meus 5 compositores norte-americanos preferidos. Por ordem cronológica, são Jerome Kern, Irving Berlin, Cole Porter, George Gershwin e Richard Rodgers. Se o foco é jazzístico, tanto Berlin, em escala maior, e Porter, pouco menos, ficam em plano inferior. E se a abordagem é jazz, o mais novo intruso, Jimmy Van Heusen (Edward Chester Babcock, 1913/1990), entra na turma com folga. Se a graduação for por Oscars (melhor canção original), ele até sai na frente de todos – ganhou 4 . Portanto, mão à palmatória, resolvi fazer um tributo a Van Heusen no meu programa Londrina Jazz Club pela Radio Universidade FM de Londrina (107.9, via internet) e, com surpresa, verifiquei o quanto os temas por ele compostos foram gravados por vários jazzistas de alta qualificação. Segue o set-list. Mais tarde, quando o programa for editado, colocarei aqui para a apreciação dos nossos ecléticos e fogosos cejubianos. Como aperitivo, aí vai Swingin' On A Star, um dos Oscars de Van Heusen, numa versão super agradável do pianista Oliver Jones (plus big band), arranjo de Rick Wilkins e participações especiais do baixista Jim Vivian e do trumpetista Guido Basso.

01. All The Way – Tierney Sutton
02. All My Tomorrows – Shelly Berg Trio
03. But Beautiful – Ray Brown & Nancy King
04. Like Someone In Love – Joe Lovano
05. Nancy – Karrin Allyson
06. Here’s That Rainy Day – Christian Jacob Trio
07. I Thought About You – Norman Kubrin
08. Swingin’ On A Star – Oliver Jones
09. It Could Happen To You – Shirley Horn

Som na caixa !
Oliver Jones,
Swingin’ On A Star

oliver jones swing...

BENNY CARTER

06 agosto 2007

Benny Carter nasceu em Nova York em 8 de Agosto de 1907 - esta é a semana do seu centenário e um momento perfeito para refletir com relação a sua perfeição musical.
Dentre os gigantes do jazz, Carter era certamente o mais prendado. Ele fez a complexa arte parecer impossivelmente fácil, impressionando seus seguidores a cada nota.
Benny morreu com 95 anos, em 2003, deixando um vasto oceano de músicas.
Os mais significativos artistas de jazz tiveram um período de criação genial entre 5 e 10 anos - 20 anos no máximo. "King" Carter criou maravilhosamente por 80 anos.
Hoje em dia, Carter não é mais conhecido do que Charlie Parker, Coltrane ou Miles Davis - provavelmente porque ele estava menos interessado em reinventar a arte, focando mais em aperfeiçoar o que ele já conhecia.
Ele era um gigante virtuoso do jazz. Na sua carreira foi: arranjador, maestro, compositor, letrista, trompetista, clarinetista, pianista, trombonista e saxofonista alto. Era um mestre em todos os instrumentos que tocava.
É fácil redescobri-lo, Carter tem uma discografia enorme entre LPs e CDs e todo jazzista deverá ter muitos em sua coleção.
O centenário comemorativo de Benny Carter terá um concerto no Hoolywood Bowl e o lançamento de 2 CDs.

ALEGRIA PURA

Depois que terminei de baixar para um Ipod as músicas que vinha colecionando, uma de minhas boas distrações é ir tentando adivinhar em meio a estas, quem está tocando, baseado exclusivamente na percepção musical dos timbres, ritmos, estilos, pegadas, swing, e o que mais seja possível para identificar do músico.

Isso vale para pianistas, saxofonistas, trompetistas e guitarristas, e, em muito menor escala, para contrabaixistas e bateristas. Cantores e cantoras são bem mais fáceis de reconhecer vez que os timbres peculiares de cada um dão pistas mais seguras para essa agradável tarefa. Ainda aproveito todas as audições para ir marcando com estrelas (de 1 a 5, uma das funções do aparelhinho) aqueles temas que me deixam mais (ou menos) feliz com o que escuto, sendo uma mísera estrela o sinal fatídico, o de que a faixa será ceifada sem piedade, na atualização seguinte.

Nessa brincadeira, pude notar que todas as vezes em que entrava um certo pianista, antes mesmo dos trinta primeiros segundos da execução eu já ficava muito mais feliz, com o espírito elevado. Foi assim desde a primeira vez em que dei-lhe 5 estrelas (o que corresponderia, aqui no blog, às por todos até agora economizadas @@@@@).

Depois de atribuir-lhe a cotação máxima pela terceira vez, decidi obter o máximo de discos de Junior Mance. E confesso-lhes que, se até o ano passado Mance era um completo desconhecido para mim, hoje já é um dos meus pianistas prediletos. Fala-me alto ao coração, com sua mistura de acordes inteligentes e muito swing. Mance pauta a sua belíssima carreira de 37 discos lançados pela interpretação sofisticada, em sua esmagadora maioria, de blues. Que tão bem tocados, como Junior Mance o faz, afastam climas sombrios ou melancólicos. Seu vigor e inventividade fazem, pelo menos a mim, um bem danado.
LEONARD G. FEATHER, um dos maiores escritores e críticos, editor da Enciclopédia do Jazz, diz sobre Mance, hoje com 79 anos:

"…there is in his work at all times a joy of creation, a sense of spontaneity and pleasure that most jazz enthusiasts still feel must be a part of any meaningful performance."

Ou seja, em livre tradução, que: “há em seu trabalho, em todos os momentos, uma alegria na criação, um senso de espontaneidade e prazer que a maioria dos entusiastas do jazz ainda pensa que devam fazer parte de qualquer apresentação relevante”.

A biografia do pianista, assim como a sua discografia completa e datas de apresentação, além de outras informações, podem ser encontradas no seu site, em www.juniormance.com

A faixa abaixo, I Got My Mojo Workin', clássica, pertence ao disco Groovin’ Blues.

i got my mojo work...

LANÇADO NOVO CD DE MARIA SCHNEIDER

05 agosto 2007

Finalmente está disponível no mariaschneider.com o novo cd da consagrada maestra. São cinco novas composições cujos arranjos mais uma vez privilegiam os solistas da orquestra. Como minha cópia chegou há três dias, ainda estou degustando-a para futuros comentários.
Veja a capa aí ao lado.
Outra notícia é a participação de Maria Schneider encerrando o festival "Tudo é Jazz" em Ouro Preto, dirigindo uma orquestra de músicos mineiros que tocarão suas composições.
O festival será de 13 a 16 de setembro com um elenco internacional de peso.
Joshua Redman Trio, Wallace Roney Sextet, Aaron Goldberg Trio, Ingrid Jensen Quartet, Omer Avital Quintet, Madeleine Peiroux e mais J.Donato & B.Shank, Oscar Castro Neves Quinteto, Mauro Senise Quarteto e SambaJazz Trio. Informações e maiores detalhes em tudoejazz.com.br
Bragil

MORRE ART DAVIS

04 agosto 2007


LOS ANGELES , 4 ago 2007 (AFP) - O contrabaixista de jazz americano Art Davis, que tocou junto com John Coltrane, Thelonious Monk e Duke Ellington, faleceu aos 73 anos, na Califórnia (oeste), informou o jornal "Los Angeles Times" nesse sábado. Davis sucumbiu a uma crise cardíaca, em 29 de julho, em sua casa de Long Beach (40 km ao sul de Los Angeles), disse ao jornal seu filho Kimaili Davis. Davis conheceu Coltrane no final dos anos 50, no Harlem, um bairro de Nova York, e os dois se tornaram amigos. Seu contrabaixo é ouvido em vários discos do
saxofonista.Também tocou com músicos renomados como Dizzy Gillespie, Louis Armstrong, Count Basie, Quincy Jones ou Bob Dylan. De gosto eclético, interessou-se pela música clássica e colaborou com prestigiosas orquestras, como as filarmônicas de Nova York e de Los Angeles. Art Davis, que antes de se instalar na Califórnia obteve tardiamente (em 1982) um doutorado de psicologia da Universidade de Nova York, administrava em paralelo suas carreiras de músico e de terapeuta.

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PS. Davis é detentor de um dos solos mais fascinantes de contrabaixo que já ouvi, em apenas 56 segundos. O álbum (Inception/1962/Impulse) - está entre os que eu levaria para uma ilha deserta - é igualmente deslumbrante, liderado por McCoy Tyner e que tinha ainda Elvin Jones. A faixa em questão é Effendi (Tyner). Segundo Ahmad Jamal, Davis foi um gênio não reconhecido, talvez por ter sido um "blacklisted" no início dos anos 70 em razão de suas posições sempre firmes contra o racismo nos EUA.




CJUB DIVULGA - AGENDA MAURO SENISE PARA AGOSTO



VINTE ANOS SEM DICK FARNEY

03 agosto 2007


A 4 de agosto de 1987 falecia um dos maiores músicos nascido em terras brasileiras em 14/nov/1921 no Rio de Janeiro, deixando um legado de que o Jazz em sua expressão universal está ao alcance de todos desde que se tenha talento para tal, não precisando ser negro nem norte-americano.
O valor de Dick Farney como pianista de Jazz é inestimável possuidor que era de um toque sutil e ao mesmo tempo vigoroso, um excelente improvisador, capaz de incríveis variações harmônicas e rítmicas conseguindo dar a um simples trio uma dimensão orquestral. Gostava de brincar com os estilos conseguindo imitar propositalmente vários grandes pianistas.


Dick Farney foi escolhido nosso patrono no CJUB e agora nesta homenagem pouco mais teríamos a acrescentar a não ser ouvir trechos do memorável programa — O Assunto É Jazz produzido pelo nosso confrade Luiz Carlos Antunes que foi ao ar pela Rádio Fluminense FM no mesmo dia da triste notícia. (tempo total 18:30min)

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SAVASSI FESTIVAL, EM BH

02 agosto 2007

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