Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

21 novembro 2018



Série   PIANISTAS  DE  JAZZ
             Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
58ª Parte  I

(50) (a) BARRY HARRIS      Pianista, Professor, PhD em Bud Powell..........


Barry Doyle Harris, artisticamente BARRY HARRIS, pianista, compositor, maestro, arranjador e professor norte-americano, vive uma vida totalmente dedicada ao JAZZ.
O INÍCIO
Nasceu em 15 de dezembro de 1929 em Detroit, Michigan, tendo como professora e iniciante no JAZZ sua mãe, pianista de Igreja; quando o menino tinha apenas 04 anos, ela perguntou se ele queria tocar a música de igreja ou JAZZ e ai começou a formação desse que tornou-se um expoente do piano na “música dos músicos”.
Anos de estudo, de aperfeiçoamento técnico, de audição do trabalho de Thelonius Monk e, principalmente, de Bud Powell, conduziram BARRY a posicionar-se no estilo de Powell, que ele tanto admirava e que definia como a “síntese” do JAZZ, conforme entrevista aos 73 anos durante “workshop” em Verona (Centro Regionale Veneto Di Formazione Jazzistica, 27/abril a 01/maio/2002) para o articulista Angelo Leonardi inserida na revista italiana “Musica Jazz”, 2002 (Ritrati – Barry Harris – La Vecchia Scuola Ci Rende Liberi):
                                                AL - Prima ha citato alcuni pianisti che l’hanno particolarmente influenzato. Bud Powell è stato il più importante, supongo.
                                                    BH - Si, la influenza nei miei confronti è stata enorme. Ascoltavo anche Art Tatum ma la mia attenzione era catalizzata da Bud Powell. Tatum ha avuto una grande influenza su colleghi più grande di me, come Jaki Byard o Hank Jones, che erano “teenagers” negli anni Trenta e ascoltavano soprattutto “stride piano”, lo invece lo sono stato nei Quarenta, quando il bebop cambio radicalmente le forme musicali. Considero tuttora Bud Powell il migliore pianista in assoluto per quanto riguarda la fantasia, la creatività. Naturalmente como tutti i giovani musicisti di allora amavo moltissimo Charlie Parker, Dizzy........
Com não mais de 17 anos e por ser um ouvinte dedicado às citadas gravações de Monk e de Powell (sendo que este era por BARRY reproduzido no piano à perfeição), tornou-se um cultor do “bebop”.
Com essa idade e um grupo de aficionados BARRY participou de um concurso musical e venceu.
Tocou em salões de baile, locais públicos e clubes, até converter-se em músico profissional com 22 anos e em 1951.

MATURIDADE PROFISSIONAL
A partir de 1954 (25 anos) e como pianista residente do “Bluebird Club” de Detroit BARRY teve oportunidade de acompanhar as então maiores estrelas do JAZZ: Charlie Parker(este já em fase quase terminal, mas que nunca gravou com BARRY), Lester Young, Miles Davis, Thad Jones e Sonny Stitt, entre outros. Em diversas ocasiões nos anos de 1954/1955 substituiu Junior Mance no grupo de Gene Amons
O grande baterista Max Roach o recrutou em 1956 para substituir Richie Powell (irmão mais novo de Bud Powell e falecido em acidente de automovel), com ele realizando temporada durante esse mesmo ano.
A partir de 1960 e movimentando-se profissionalmente entre sua cidade natal (onde atuava com trio próprio) e New York, BARRY atuou com Roy Eldridge, Lee Konitz e o quinteto de “Cannonball” Adderley, com o qual participou de temporada na televisão.
Em New York BARRY foi pianista para apresentações e gravações de Hank Mobley, Dexter Gordon, Yusef Lateef e Ilinois Jacquet. 
Pode-se afirmar que a essa altura BARRY já havia alcançado nivel pleno de excelência e de reconhecimento pelos músicos, pelo público e pela crítica.
INICIA O PROFESSORADO
Nessa década BARRY iniciou sua atividade de professorado e mudou-se em definitivo para New York, atuando no grupo comandado por Yusef Lateef, em seguida em trio sob sua liderança e depois, regularmente, com Coleman Hawkins no “Village Vanguard”.
Nos anos 1970 BARRY viveu em Weehawken, New Jersey, com Thelonius Monk, na casa da Baronesa Pannonica de Koenigswarter, Nica, destacada “padroeira” de tantos e tantos músicos de JAZZ.
Com Monk e em 1974 BARRY participou dos ensaios para a “New York Jazz Repertory Company”.

PIANISTA E PROFESSOR PELO MUNDO
Na segunda metade dessa década de 1970 BARRY liderou grupo em temporada por cidades européias e do Japão, onde teve a oportunidade de atuar por dois dias em Tóquio no “Yubin Chokin Concert Hall”. Os concertos nessa ocasião foram preservados em LP da etiqueta Xanadu.
No retorno aos U.S.A. BARRY atuou regularmente com Charles McPherson(saxofone tenor, Joplin, Missouri, 24/julho/1939), mas o mais importante em sua trajetória a partir do início da década de 1980 e por cinco anos (1982 a 1987), foi o fato de ter assumido a liderança do “Jazz Cultural Center”.
Essa instituição, um teatro, foi criada em New York 1982 por BARRY, Larry Ridley, Frank Fuentes e Jim Harisson, ocupando uma loja localizada no 368 da Oitava Avenida entre as ruas 28 e 29 de Manhattan, apresentando durante esses cinco anos importantes músicos e vocalistas atuantes na cena do JAZZ, em “jam sessions” e em grupos: os próprios BARRY HARRIS e Larry Ridley, Charles McPherson, Mickey Tucker, Ted Dunbar, Bill Hardman, Jack Wilson, Peter Leich, Junior Cook, Tommy Turrentine, Clifford Jordan, Mark Elf, Lou Donaldson, Leroy Williams, Vernel Fournier, Jamill Nasser, Chris Anderson, Walter Davis, Jr., Michel Weiss, além de muitos e tantos outros, ai incluido o biógrafo de Bud Powell, Francis Paudras e com a permanente presença da Baronesa “Nica”, com seu Bentley prateado na porta do "Center".
Nesse local BARRY ministrava aulas de música para instrumentistas e vocalistas, além de alí terem sido gravados diversos álbuns.
Em 14 de agosto de 1987 o aluguel do espaço foi drasticamente aumentado e BARRY permaneceu com seu professorado em muitos outros locais, não apenas em New York, mas também na Europa e no Japão, sempre com aumento crescente de estudantes interessados, muitos dos quais e aos poucos se profissionalizaram.

TUDO PELO JAZZ
Também em 1987 BARRY esteve na França pela primeira vez e participou de homenagem a Bud Powell no Festival de Boulogne-Billancourt, onde foi aplaudido com entusiasmo.
A partir do final dessa década de 1980 BARRY tornou-se assíduo frequentador do território espanhol, atuando em diversos clubes de JAZZ e ministrando a “Arte Popular Maior” em seminários e aulas.
Desde a década de 1990 BARRY colaborou, em Toronto no Canadá, com o pianista Howard Rees, ambos criando planilhas, roteiros e diversos vídeos para o ensinamento do JAZZ.
Os arquivos de BARRY foram bastante explorados por Frans Elsen, que os editou em uma coletânea de 54 vídeos para o Conservatório Real de Música, em Haia.
Quando não está viajando, pelos U.S.A. ou pelo restante do mundo, para apresentar-se ao piano ou para lecionar JAZZ, BARRY ministra sessões de ensino em oficina de música em New York dirigidas para alunos de piano, de outros instrumentos ou para cantoras(es).

Seguiremos com BARRY HARRIS

 



Nenhum comentário: