Até a "chegada" de
Serge Chaloff, o único saxofonista barítono de nota no jazz era Harry Carney.
Chaloff foi o primeiro exponente do seu instrumento no jazz moderno. Depois
dele viria Gerry Mulligan, Pepper Adams e um punhado de outros que podem ser
considerados "grandes". Serge Chaloff, filho de dois pianistas
clássicos, era um músico excepcional altamente avaliado por seus colegas. Ele
fazia parte da seção de saxofone da orquestra Woody Herman, onde se tornou um
dos lendários ─ "Four Brorthers" (vide nota).
Serge Chaloff nasceu em 24 de
novembro de 1923 em Boston, Massachusetts, aprendeu piano de ambos os
pais entre seis e doze anos, e também tomou aulas de clarinete com Manuel
Valerio da Boston Symphony. No início da década de 1940, ele estava tocando o
saxofone tenor profissionalmente com uma grande banda de Boston, liderada por
Tommy Reynolds, mas ele se comprometeu com o barítono logo depois. Ambos, Harry
Carney e Jack Washington, que tocaram saxofone barítono com a banda Count Basie
na década de 1930, foram influências iniciais sobre Chaloff enquanto trabalhava
como sideman em várias bandas, incluindo as lideradas por Jimmy Dorsey, Shep
Fields e Boyd Raeburn. Chaloff estava demonstrando o que havia aprendido de
Charlie Parker e a revolução do bebop, que na época tinha apenas alguns anos. Estava
atuando com o conjunto de George Auld na lendária 52nd Street de New York
quando recebeu o convite para ingressar na nova orquestra de Woody Herman, que
estava se formando em Los Angeles. Este grupo tornou-se conhecido como Herman’s
Second Herd, cujas posições incluíam Red Rodney, Shorty Rogers, Oscar
Pettiford, Gene Ammons, Stan Getz, Jimmy Giuffre, Al Cohn, Zoot Sims e Shelly
Manne. A fama de Chaloff, se deveu, principalmente, às transmissões de rádio
dos “Herds” de Woddy Herman e apresentações ao vivo. Ele estava ganhando nas pesquisas
em revistas de música como saxofonista superior do barítono e, no início de
1950, liderava um quinteto que incluía o trombonista Earl Swope e o pianista
Bud Powell. Chaloff gravou boa produção entre 1951 e 1954.
Ele continuou a visitar cidades
em todo o país com combos e bandas diferentes, retornando à Costa Oeste em
1956, onde gravou o que muitos acreditam ser sua obra-prima, o “Blue Serge” uma variação prolongada do tema
Cherokee. Com uma grande profundidade nas improvisações, que inclui entre suas
muitas gemas, “Stairway to the Stars”
e, especialmente, “Thanks for the Memory”,
cuja invenção melódica coloca dentro das melhores performances da balada da
década.
Foi em algum momento em L.A. que
Chaloff foi diagnosticado com câncer na coluna vertebral. Apesar de debilitado
por doença terminal se forçou a trabalhar em cadeira de rodas ou muletas,
Chaloff continuou a tocar, gravando um encontro dos Four Brothers com Al Cohn, Zoot
Sims e Howard Steward alguns meses antes de morrer em Boston em 16 de julho de
1957.
No seguinte vídeo o ouvimos em
1955 com várias ilustrações.
Serge Chaloff- sax baritono,
Boots Musulli- sax alto, Herb Pomeroy trompete, Ray Santisi piano, Everett
Evans baixo e Jimmy Zitano-bateria.
"BOB THE ROBIN" (Boots Mussulli)
(traduzido e adaptado do blog
Noticias de Jazz)
NOTA: FOUR BROTHERS
literalmente quatro irmãos, porém a expressão
marca uma estética de sonoridades individuais de saxofones arranjadas em
ensembles. Sua origem vem do tema de mesmo nome de autoria e arranjo de Jimmy
Giuffre gravado pela banda de Woody Herman em 27/dez/1947 (Columbia 38304) no
qual sobressaíam-se coletivamente e como solistas os músicos: Stan Getz, Zoot
Sims e Herbie Steward nos saxofones tenor e Serge Chaloff no sax-barítono. Uma
formação inusitada até então e que fez enorme sucesso pela justaposição de
timbres e sucessão de choruses.
Um comentário:
Amigo Mario
Realmente um ícone do Jazz. Grande musico.
Valeu pelo post
Forte abraço
Postar um comentário