Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

GREGORY PORTER ARRASADOR

09 outubro 2017

Noite inspiradíssima no Vivo Rio para a apresentação do cantor Gregory Porter no projeto "Jazz We Can".

A abertura da noite foi com o grupo do saxofonista Sergio Galvão, acompanhado pelo guitarrista Lupa Santiago, o contrabaixista Bruno Aguilar e o baterista Antonio Neves. Alternando entre o tenor e soprano, Sergio Galvão apresentou temas do seu disco "Phantom Fish", homenageou o também saxofonista Ion Muniz, interpretou Caymmi (Doralice) e Baden (Vou deitar e rolar), e mostrou composições inéditas que estarão no próximo disco, entre elas a fusão de um "samba-árabe" e um tema em reverência a João Donato.
Tem que destacar o baterista Antônio Neves, filho do saxofonista Eduardo Neves, mostrando uma pegada impressionante, com levadas e pontuações precisas e contagiantes - excelente músico.

Gregory Porter subiu ao palco com seu estilo muito particular, vestindo seu habitual boné abotoado até o pescoço, voz calorosa, imponente e um timing perfeito, mostrando-se cada vez mais singular em meio a tão poucas surpresas que surgiram nos últimos anos.
Acompanhado por Jahmal Nichols no contrabaixo, o excelente Chip Crawford no piano, Tivon Pennicott no sax tenor e Emanuel Harrold na bateria, apresentou basicamente o repertório dos seus 4 discos lançados - "Water" (2010), "Be Good" (2012), "Liquid Spirit" (2014) e "Take me to the Alley" (2016).
Abriu o show de forma arrebatadora com "Holding on" e "On my way to Harlem", já deixando a audiência em calorosa. Deu destaque às belíssimas baladas "Take me to the Alley", "Hey Laura" e a atmosfera muito particular de "Don't lose your steam", com intervenções quase poéticas do pianista Chip Crawford. Saindo das baladas e dando outra dinâmica ao repertório, o contrabaixista Jahmal Nichols incendiou um improviso solo na introdução de um clássico da Motown - "Papa was a Rollin' Stone", emendando com "Musical Genocide".
"Be Good", particularmente, era uma das mais esperadas, e Chip impõe sua percepção erudita ao tema. Em "Liquid Spirit", Porter envoca um spiritual, puxa as palmas do público e, literalmente, a casa vai abaixo contagiada pela condução e efervescência do tema. O calor do repertório dá uma pausa e repousa em "Water under bridges", em que Porter faz duo com o piano de Chip Crawford em um diálogo primoroso; e segue com "No Love Dying", para, novamente, o público cantar junto.

Porter cantou, recitou, fez da voz um elemento percussivo e aproveitou para citar outras vozes como James Brown, Stevie Wonder, Milton Nascimento, Ella Fitzgerald e Nat King Cole, esta, sua grande influência.
Fechou a apresentação com "1960 What" em uma verdadeira celebração, com direito até a uma citação para "Mas que Nada" (Jorge Ben).
Não podia faltar o bis, que veio com "Free".

Sem dúvida, Gregory Porter é um artista extraordinário, não à toa figura em destaque desde 2013 na lista do Critics Poll da revista Downbeat e já arrebatou 2 Grammys com os discos "Liquid Spirit" e "Take me to the Alley".
Seu próximo trabalho - "Nat King Cole & Me" - é um tributo a Nat King Cole, a quem tem profunda admiração e influência, e tem previsão de lançamento no final de outubro.

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