Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

30 setembro 2017

Série   “PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
40ª Parte
ALBERT  BOVER         A Permanente Influência de BILL EVANS

BOVER nasceu na capital da Catalunha, Barcelona, em 17 de janeiro de 1964, iniciando seu estudo de piano com professores particulares sómente com 13 anos. 
Com 15 anos “descobriu” o JAZZ, ouvindo inicialmente discos de Chick Corea, depois os de Bill Evans, paixão indelével que se refletiu para sempre em sua arte.
Completou formalmente os estudos de harmonia e piano clássico no biênio 1983/1984, no instituto “Aula de Música Moderna y Jazz de Barcelona”.
Com 20 anos atuou seguidamente em grupos amadores, até estrear profissionalmente com 22 anos em 1986, integrando os primeiros discos do lider Perico Sambeat, já então e simultaneamente lecionando no quadro de professores do “Taller de Musics” de Barcelona, aderindo ao magistério com dedicação e sendo atualmente professor de piano na área de JAZZ, tanto na “ESMUC” (Escuela Superior de Música de la Universidade de Cataluña), quanto no “Conservatorio del Liceo”.
Tocou com Guy Lafite, Art Farmer, Marc Johnson, Oliver Jackson, Bill Berry, Jack Walrath, Wallace Roney e Ranee Lee.
Gravou com o grupo “A-Free-K” (“A-Free-K & Jack Walrath”, 1986), como convidado de Jack Walrath.
Em 1990 BOVER foi premiado na “Muestra Nacional para Jóvenes Intérpretes” como membro do quarteto de Perico Sambeat, além de prêmio no “Concurso Del Festival de Getxo” (vide “NOTA” no rodapé).
Nesse mesmo ano conseguiu uma bolsa e matriculou-se na “New School” de New York. Estudou então com Kenny Barron, Barry Harris, Fred Hersch, Jackie Byard e Sal Mosca, o que, convenhamos, é uma pós-graduação incomparável.
Tocou com Harold Land, Art Farmer, Mark Turner, Al Foster, Eddie Henderson, Oliver Jackson, Kenny Wheeler, Roy Hargrove, Ralph Moore, Jeff Ballard, Guy Lafitte, Ed Thigpen, Sonny Fortune, Idris Muhammad, Julian Arguelles e Scott Hamilton, vale dizer, quilômetros de aprendizado prático na estrada do JAZZ.
Participou de todos os festivais de JAZZ da Espanha (Barcelona, Vitoria, Madrid, Terrassa etc) e inúmeros programas de televisão.
Acompanhou o excelente sax.alto Jesse Davis em 1993 e Jean Toussaint em 1994 em suas temporadas espanholas.
Atuou com muitos e muito músicos espanhóis de JAZZ: Javier Colina, Chano Dominguez, Javier Vercher, Albert Sanz, Guillermo McGill, além do já citado anteriormente Perico Sambeat.
Participou de projetos na música flamenca e na música andaluz.
Realizou temporadas como líder ou como “sideman” pela Europa, no Japão, nos U.S.A. e no Marrocos.
Seguidor reconhecido de Bill Evans, BOVER pretende acompanhar os passos do grande Tete Montoliu, com filosofia de JAZZ similar ainda que com estilos bem diversos: enquanto Tete é pleno de swing, sinuoso, beirando o barroco, BOVER é mais contido no swing com “doçura” no fraseado, em que predominam as frases em “legato” entremeadas por notas intuídas, lógicas e diálogos com baixo/bateria (isto é, a mais pura escola “Bill Evans”).
Atualmente atua esporadicamente em trio com Gary Willis e Gergo Borlai, a par de manter trio próprio com o contrabaixista Masa Kamaguchi e o baterista David Xirgu. 
Além da gravação já indicada anotamos:
- “Punto de Partida”, Perico Sambear, 1991
- “Es La Historia de um Amor”, Eládio Reinón, 1992
- “Confidencial”, Arturo Lerra, 1992
- “Dr. Jeckill”, José Luis Gámez, 1993.
Mas foi nas gravações como líder que BOVER ganhou gradativa e reconhecida projeção junto ao público e crítica, destacando-se os álbuns “Ao Vivo en Bilbao”, “Esmuc Blues” e “Viver no Jamboree”, esses 03 em trio, além de “Velha Garrafa, Vinho Novo” em piano.solo.
Para o cinema BOVER foi o compositor e o intérprete da trilha sonora do filme de José Luis Guerin “Tren de Baixar”.

Nota sobre “Getxo” - GETXO é um município localizado no Pais Basco espanhol entre Santurtzi e Portugalete, a 20 minutos de carro do Aeroporto “La Paloma” de Bilbao (projeto de Santiago Calatrava). No festival de JAZZ de 2017 registra-se a presença de “Andrzej Olejniczak Quartet”, “Christian Scott Quintet”, “Bill Evans & Dean Brown Band”, “Dianne Reeves” e “Chucho Valdés” entre outras atrações.

  Retornaremos nos próximos dias com o norte-americano ALLAN GUMBS
ANIVERSARIANTES  DO  MÊS    -  JAZZ  &  OUTROS (67)
Outubro 01 a 03
01     Dave Holland, contrabaixo, Inglaterra, 1946
         Sherwood Mangiapane, contrabaixo / souzafone, Louisiana, 1912
         Andre Paquinet, trombone, França, 1926
         Ann Richards, vocal, California, 1935
02     Bob Corwin, piano, New York, 1933 
Django Bates, piano, Inglaterra, 1960
Howard Roberts, guitarra, Arizona, 1929
Phil Urso, saxofone.tenor, New Jersey, 1925
03           Johnny Burke, letrista, California, 1908
Von Freeman, saxofone.tenor, Illinois, 1922
Ronnie Laws, flauta / saxofones, Texas, 1950
Manuel Manetta, piano, Louisina, 1889
Booker Pitman, saxofone.alto, Maryland, 1909
George Wein, produção / piano,  Massachusetts,1925

  Retornaremos

UM OBSTINADO CONTRABAIXISTA

A definição do tema título do novo trabalho do contrabaixista Lipe PortinhoObstinado, revela, de fato, a vontade, persistência e paixão de um músico que sempre coloca a arte musical em primeiro plano.
Lipe é um dos protagonistas da nossa música instrumental, um empreendedor do movimento musical carioca, e que, para nossa alegria, não desiste nunca. Um apaixonado, assim como o público da música instrumental brasileira e do jazz. Ainda adolescente, com os olhos e ouvidos para o rock e o progressivo, encontrou no também contrabaixista Steve Rodby e no Metheny Group um veículo de transição para o mundo do jazz; até que viu pela TV os contrabaixistas Ray Brown e Rufus Reid, e o jazz definitivamente incorporou-se na sua linguagem musical. As aulas com o mestre Sandrinho Santoro o fez entender a música clássica e conhecer de verdade o que seus ídolos do jazz também ouviram e estudaram. Formou-se pela escola de música da UFRJ, integrou a Orquestra Petrobrás Sinfônica, tocou em grupos de Càmara e dirigiu e produziu centenas de espetáculos por todo o país em mais de 3 décadas vivenciando o mundo da Música, da Música de verdade.
Entre vários dos seus projetos, destacam-se o quarteto de contrabaixos Gravíssimo, ao lado de Augusto Mattoso, Tarcisio Silva e Lise Bastos; o quarteto Tutti, com o sax de Daniel Garcia, o piano de Ana Azevedo e a bateria de Andre Tandeta, em que fazem novas leituras do repertório de concerto com abordagem jazzística; e o Corda, quinteto que traz os búlgaros Nicolay Sapoundjrev e Emilia Valova, violino e violoncelo, Ana Azevedo e Andre Tandeta, reconstruindo a música de Piazzolla.

Lipe Portinho apresenta mais um excelente trabalho - Obstinado - com repertório autoral, resgatado de seu acervo ao longo de toda a sua carreira. Ao seu lado, o piano de Natan Gomes, o sax de Daniel Garcia, a guitarra de Fernando Clark, a bateria de Fermin Merlo, além das participações de Emilia Valova no cello e Ana Azevedo no piano. Formação exemplar da nossa Música Instrumental e um verdadeiro passeio musical.

Obstinado

O modelo da capa do disco é seu simpático cão Bley.
No repertório, uma homenagem ao cartunista Bill Waterson no tema "Haroldo", a quem também dedica para Daniel Garcia, que faz um belo e rasgado improviso. Traz ainda a influência de Villa-Lobos à liberdade de improvisão nos dois momentos de "Sem Dormir", com belos desenhos no contrabaixo de Lipe e no piano de Ana.
"Intuitiva" coloca um momento quase intimista, ilustrado por uma melodia nostálgica, quase melancólica, desenhada pelo cello de Emilia, com destaque também para o improviso na guitarra de Clark. Bach também se faz presente em "Presto Bach" e "Isto não é Bach", esta gravada com o grupo Tutti. Destaca-se aqui o jovem e talentoso baterista argentino Fermin Merlo e o solo de arco do contrabaixo de Lipe, e quando o tema se desenvolve em andamento rápido sobressaem os improvisos de Daniel e Natan. Fermin Merlo é filho do contrabaixista Hernan Merlo.
Dois momentos em trio - em "Triangulos Amoroso na Catedral", tema também gravado com o grupo Gravissimo, e mais uma vez um belo solo de arco de Lipe; e em "Deolinda", bela composição em homenagem à sua avó paterna, tema arranjado inicialmente para orquestra. O arco de Lipe novamente em foco na melodia e um contagiante improviso de Natan.
Emilia volta com seu cello em "Francesinha", homenagem ao seu irmão, destacando-se aqui o improviso de Clark; e o disco fecha com "Persecucion y Tango", uma fusão do clássico, jazz e a música de Piazzolla, e, a pedido de Lipe, Emilia exibe uma "alma portenha" na composição.

Mais um trabalho obrigatório na discografia instrumental brasileira.

Com a palavra, o contrabaixista Lipe Portinho -

Obstinado traz uma formação diferente dos seus projetos anteriores.
Conte-nos como surgiu a ideia deste trabalho.
Por incrível que pareça, OBSTINADO é o mais antigo de todos os projetos, são só músicas autorais. Se você observar vai identificar todas músicas com datas de composição entre os anos 80 e 90, algumas poucas mais recentes. São obras que esperaram na gaveta por décadas, sobrepujadas pelas necessidades de sobrevivência do músico. Passei boa parte de minha vida orquestrando, arranjando e acompanhando para outros artistas, e resolvi esse ano dispensar toda essa energia para reler, compilar, rearranjar, reestruturar o que achei de melhor em meus arquivos pessoais. Descobri montanhas de idéias esquecidas, muitas delas boas, muitas delas precisando de meu entendimento artístico atual. O resultado foi realmente surpreendente até para mim mesmo.
Quanto à formação eu posso dizer que foi a mais simples possível, com os melhores músicos que conheço - Daniel Garcia, Natan Gomes, Ana Azevedo, Fernando Clark e Emília Valova -  para que o CD possa ter vida longa e logística descomplicada. Uma das novidades foi poder contar com a participação do baterista argentino Fermin Merlo, que resultou num sincretismo único do JAZZ.
Viva los hermanos!

O título do disco - Obstinado - serve como reflexão de comportamento para o músico brasileiro em relação à música instrumental, jazz e clássico?
Sim, com certeza. A música instrumental está em sua época mais difícil desde que me entendo por músico, e já se foram 31 anos de profissão, 36 de música e mais de duas décadas como produtor. Só OBSTINADOs podemos continuar a registrar nossa produção artística, nossa obra, e é exatamente sobre isso esse CD. Nada de fórmulas marqueteiras, nada de "pitacos" sobre tendências idiotas que garantirão "retorno de venda", às favas com essa baboseira hipócrita. OBSTINADO é o que eu penso musicalmente sobre as minhas próprias idéias artísticas. Tenho certeza que só assim uma obra pode refletir a verdade estética de um compositor e por fim "tocar" o ouvinte, pelo menos àqueles que buscam arte verdadeira e o JAZZ na concepção mais ampla de liberdade de expressão musical. Só assim poderemos pleitear a sobrevivência de nosso ofício, dando longa vida à essas peças e, PRINCIPALMENTE, sobrevivendo ao descaso artístico e ignorância institucionalizada.

Bach também é improviso?
Sim, com certeza. A família Bach toda era de "jazzistas", do barroco ao clássico. A improvisação morreu às voltas do período romântico pela arrogância e a prepotência de alguns compositores e principalmente da platéia, que queria ouvir sempre os mesmos solos. Daí em diante as chamadas cadências, seção de improviso na música erudita. passaram a ser escritas para que aplacassem à compulsividade neurótica da audiência. Hoje alguns solistas eruditos ainda improvisam de fato. São poucos, mas vem ganhando espaço no mercado. Enfocam a estética do "momento singular", onde aquela platéia será "dona" de um momento que não se repetirá mais (ao vivo pelo menos), EXATAMENTE o que o JAZZ está "careca" de fazer, VIVA o JAZZ! O maior representante do espírito clássico.

Lipe Portinho

O Clássico e o Erudito sempre são referências na formação musical. Essas escolas musicais estão, hoje, em segundo plano pela quantidade de conteúdo disponível pela tecnologia?
Não vejo exatamente assim. O Erudito vem se enfraquecendo em sua renovação de criadores. Mas para os repetidores dos MESMOS compositores "clássicos" ainda há um mercado feito de ilusões e arrogantes roupagens de obras que todos já cansaram de interpretar e escutar.
Não é que não haja mais compositores NOVOS, o que não há são muitos ouvintes interessados no NOVO, seja ele Erudito ou no JAZZ, cada vez menos. Aqui no Brasil vejo isso como resultado CRUEL da tríplice aliança quase "imaculada" das políticas culturais - ECAD sem regulamentação, LEI ROUANET servindo à partidos políticos e deixando NADA para fomentação da produção genuína de cultura, e idéias sindicalistas arqueológicas que diminuem ainda mais os mercados agonizantes da música. Hoje mesmo recebi a notícia de mais um grande músico e professor carioca que começa a seguir outra carreira. Por que isso acontece? Porque ele sai para tocar e não tem ninguém para ouvir. Porque ele cada vez tem menos trabalho com pagamentos dignos que garantam a sua sobrevivência, porque sua estética é cada vez mais desacreditada até mesmos por seus semelhantes que tentam respirar como peixes em uma lagoa desoxigenada. Os que eu ainda posso ver hoje com destaque são habilidosos instrumentistas que cada vez mais tem que dispor da "pirotecnia" malabarística para "aparecerem" aos olhos e não aos ouvidos da audiência.
NADA SERÁ COMO ANTES AMANHÃ (que já é hoje).

Você é um inovador na nossa Música Instrumental, e isso é muito evidente nos trabalhos com o Quarteto Gravísssimo e com os Grupos Tutti e Corda. Como vê o cenário musical atual? 
Obrigado pelo INOVADOR. Não me vejo exatamente assim, diria mais que sou CORAJOSO. Coragem que me custa algumas dificuldades e por outro lado tem me tornado mais singular SIM. Muitos e muitos hoje buscam a reinvenção da roda, mas ela já existe. Tento usá-la para expor minha arte, digamos assim.
O Gravíssimo Bass Ensemble por exemplo não é algo novo, mas ÚNICO. Pelo menos no Brasil nenhum Bass Ensemble sobreviveu até o CD, ainda mais tocando Jazz e Erudito. O TUTTI é uma pérola do jazz (modéstia à parte) totalmente incompreendida hoje pela grande maioria e o CORDA, que emocionou até a viúva do próprio Piazzolla, toca muito menos que deveria - digamos assim. Sem dúvida esses grupos trazem o frescor que seus integrantes buscam, são parte dos peixes asfixiados que estão TEIMANDO em colocar a cabeça fora d'água.
O cenário musical atual é SOMBRIO, muito cinza mesmo. Desculpe me repetir essa "letra" sempre em tom de "blues", mas quando você se depara com músicos de carreira sólida sem lugar para sequer tocar e leis de incentivo voltadas para o ENTRETENIMENTO DE MASSA e ASSISTENCIALISMO MEDÍOCRE E VULGAR apenas não aparece a tal da luz no fim do túnel, provavelmente porque estamos numa enorme e reeleita curva dentro desse túnel.
A verdade é que a Música renasce onde menos se espera. A onda musical vem vindo da Baixada e São Gonçalo. Lá a liberdade quase total da expressão artística é o que parece acabar com esse maldito túnel de ignorância cultural. Lá verdadeiros exércitos de jovens ávidos para se entregarem à grande arte descobrem o que a Zona Sul há tempos esqueceu - como a música boa faz bem e como o diálogo musical livre engrandece a existência aqui nesse planeta. Tenho certeza que a Onda Musical virá daí. Os políticos e os clérigos "atiraram no que viram e acertaram no que não viram", esses com certeza não vão entender nada quando essa Onda chegar.

Tutti Gravissimo Corda Ana Azevedo Trio

Empreender em Música de qualidade por aqui é dificil. Voce é um dos grandes responsáveis pela divulgação da nossa Música Instrumental, principalmente na formação de novos públicos. Voce acredita que as Leis de Incentivo são pouco flexiveis e dificultam mais do que ajudam em promover a cultura musical?
As leis de Incentivo falharam, TODAS. Não servem para o que se prestariam. Li e ouvi recentemente que a lei Rouanet enfim será mudada, só que para pior, definitivamente. Como foi criada para ser temporária, deveria se retirar do cenário definitivamente, pois na verdade é um CÂNCER e um desserviço à cultura de verdade nesse país. Por não depender de mérito artístico e sim de apadrinhamentos corretos, por tentar mas não fomentar platéia e nem depender da mesma, os projetos não são só inócuos ou tendenciosos, eles simplesmente DESTRUÍRAM COMPLETAMENTE o mercado formal da cultura: a bilheteria. Hoje o trabalho do artista NÃO VALE NADA, só se ele estiver apadrinhado por um projeto dentro de uma ideia que foi preconcebida NÃO por ele. Então, onde está a  verdade artística desse princípio? Na figura do CURADOR apadrinhado de um partido? No partido político que detém o controle do patrocinador? Ou no futuro poder absoluto do FUNDO NACIONAL de CULTURA administrado pelo partido que estiver no governo?
A maioria das pessoas se "benzem" quando ouvem me falar da necessidade do FIM dessas leis "destruidoras de lares", exatamente como saiam correndo dos cometas há 150 anos, achando que era o fim do mundo. O fim do mundo cultural é ninguém passando na bilheteria, ou a meia entrada "paga" com o bolso do artista.
MORTE às Leis de incentivo que só servem para engordar os partidos políticos e corromper a arte!
MORTE à meia entrada com o dinheiro do músico - o governo não promove meio tributo, por exemplo!
VIVA a música pela sua beleza, sua promoção social natural e sublimação única!

Falta direcionamento sobre Gestão na grade curricular de formação do músico nas universidades?
Sim. A Escola de Música vem apontando para esse caminho na UFRJ sob a batuta inteligente de seu diretor André Cardoso. Mas uma unidade dentro de uma Federal sozinha "não pode fazer todo o verão". Hoje o músico tem ser empreendedor, arranjador, produtor, entender de sonorização, luz, fotografia e marketing. É uma questão de simples sobrevivência. Se o próximo ministro da cultura e/ou da educação olharem a música e a formação de músicos com menos interesses partidários e mais inteligência a música poderá renascer por si própria, ela é maior que a burrice crônica dos políticos que a manipulam. Se não atrapalhassem já seria um grande passo, mas esse(s) político(s) vai(ão) precisar ser OBSTINADO(s), CORAJOSO(s) e ter ideias próprias para tal.
Vamos pagar para ver. A música merece coisa melhor!

Para adquirir o disco envie e-mail para contato@orquestradebolso.com.br
www.orquestradebolso.com.br/

Obrigado Lipe Portinho, e sucesso.



Confira o documentário Vida de Músico, dirigido por Lipe Portinho e José Schiller, um relato sobre a inspiração de ser Músico -

Mexendo na discoteca

29 setembro 2017

Certa vez eu vi na tv uma entrevista do Ed Mota e lá pelas tantas a repórter começa a falar sobre uma das paixões dele que são seus vinis. Ele conta que toda vez que viaja para o exterior, o Japão, por exemplo, costuma trazer de 200 a 300 lps. Contou também que diariamente, antes de dormir e aleatoriamente, ele retira um vinil da discoteca coloca no toca-discos e ouve pelo menos uma faixa pois as vezes chega em casa já pela madrugada mas não falha um dia sequer. Resolvi fazer quase a mesma coisa, ou seja, não vou mexer na discoteca na madrugada e nem todo dia, mas aqui começo esta série de “achados esquecidos” da minha discoteca.
O primeiro vinil que puxei da estante foi um Lp do Cy Touff chamado Touff Assignment do selo Argo e com o Cy Touff Quintet.
A ficha técnica do Lp:
Título: Touff Assignment
Selo: Argo Records LP 641
Faixas: 01-Soulville/02-Cyril´s Dream/03-How Long Has This Been Going On/04-Kissin´Cousins/05-Keeping Out Of Mischief Now/06-I Let A Song Go Out Of My Heart/07-The Lamp Is Low/08-Tough Touff.
Musicos: Cy Touff (Tp baixo) Sandy Mosse (st) Eddie Higgins (pn) Bob Cranshaw (b) Marty Clausen (dm).
Data da gravação: 28 e 29 de Agosto de 1958.
Dados biográficos resumido:
Cyril James Touff (4 de março de 1927, Chicago - 24 de janeiro de 2003, Evanston, Illinois) foi um trompetista de jazz. Ele era um dos poucos músicos de jazz conhecidos como trompetista de trompete baixo. Ele também foi associado ao jazz da costa oeste apesar de ter passado a maior parte de sua vida em Chicago.
Ele começou no piano aos 6 anos e passou a tocar xilofone e saxofone antes de se estabelecer no trompete. Ele serviu no exército dos Estados Unidos de 1944 a 1946 e nos militares ele tocou trombone. Após a guerra, ele trocou o trompete baixo e trabalhou com Woody Herman e Sandy Mosse entre outros. Ele ingressou na banda de Herman em 1953 e em 1954-55 tocou com uma versão reduzida da banda que também incluiu Richie Kamuca.
Selecionei uma faixa deste vinil intitulada “The Lamp Is Low” e espero que vocês gostem. Breve mexerei na discoteca novamente e vou postar também aqui.

Forte abraço turma.

Mais munição chegando.

Aos 74 anos de idade ouvindo, pesquisando e divulgando o Jazz por 62 anos, por vezes, até achava que já sabia tudo sobre este maravilhoso gênero musical. Nunca parei nestes anos todos com estas atividades. Sempre foi uma danada de cachaça mesmo. Desde o início, aos 12 anos de idade, sentado junto ao meu querido pai ouvindo pelo rádio o “The Jazz Hour” do Willis Conover na The Voice Of America, eu fui me apaixonando pelo Jazz. O tempo foi passando e eu cada vez mais envolvido pelo som inebriante do Jazz. Chegou um tempo que eu me senti na obrigação de divulga-lo. E sempre tive o apoio de amigos como Lula Antunes, Raffaelli e outros. Estes dois me deram muita ajuda e suporte quando escrevi uma discografia de Lps de Jazz de 10 polegadas Editados no Brasil. Mantenho Também um canal no Youtube com os programas que criei e ainda crio e alguns “pitacos” em sites de Jazz.
Por que esta introdução? Simples. Eu aqui na minha “trincheira” atirando Jazz para todos os lados recebo com grande surpresa do meu querido e fraterno amigo Sylvio Lago Junior quatro livros escritos por ele e que certamente me deram muita “munição” para mais aprendizado, fonte de pesquisa e para aprimorar minha divulgação. Com muita pesquisa, informação e didática, Sylvio nos traz uma fonte de consulta de grande relevância. Dos quatro livros, dois foram intitulados de Universos do Jazz (volume um e dois) e os outros dois de Jazz–Músicos da Tradição e Modernismo (volume um e dois). Na apresentação do volume um em Universos do Jazz ele escreve: “Este livro é destinado aos que se interessam pela música de Jazz e na essência e como na forma, é fruto de décadas de audições, leituras, pesquisas e análises, dedicados à compreensão de seus vários significados, estilos, formas e expressões”. Sylvio dedica este livro a Celso Bulhões de Carvalho da Fonseca, Mariozinho de Oliveira, Jean François Villetard, Estevão Herman e Lulla Lassance Antunes. Incluído Também neste volume um texto de apresentação do crítico, pesquisador e escritor Roberto Muggiati. No volume dois em Universos do Jazz ele nos apresenta: “Este livro é um estudo sobre o Jazz e seus universos, com algumas abordagens particulares que não esgotam os assuntos tratados, pois seria impensável examinar e desenvolver teorias e análises definitivas a respeito de um tema tão amplo e uniforme”. No livro Jazz-Músicos da Tradição e Modernismo, no volume um, ele escreve: “Este livro é a expressão da vitalidade de uma arte original que teve individualidades extraordinárias e que pode ser considerado um dos maiores fenômenos musicais dos séculos XX e XXI, tanto na amplitude quanto na rica diversidade” e, no volume dois do mesmo título: “Este livro é a continuação dos dois volumes anteriores do Universo do Jazz e trata dos principais músicos desta arte afro-americana de A-Z, seguindo um critério de classificação e indexação histórica e estética”. Sabem o verbete de quem eu encontrei lá? De um clarinetista por mim há muito tempo esquecido, Lorenzo Tio. E este é um pequeno exemplo dos materiais que são encontrados nas obras escritas e publicadas por ele nos dando fartos subsídios para o estudo, pesquisa e divulgação da música de Jazz. Foi com um enorme prazer, e felicidade mesmo, que tive ao ler estas publicações do meu querido amigo. São obras como estas que nós, os cultivadores desta arte única e envolvente que é o Jazz, devemos ter num lugar muito especial em nossa biblioteca junto aos outros grandes escritores que se dedicaram a estudar, analisar e divulgar este gênero de musica. Cabe aqui citar que a editora destas obras foi a Editora Biblioteca 24horas.
Deixo aqui registrado meu profundo agradecimento ao amigo Sylvio Lago por lembrar-se deste que vos escreve e de ter a gentileza de me enviar suas últimas obras que, certamente, serão de grande utilidade para serem usadas para o que propõe. CQD.
Forte abraço Sylvio.

Forte abraço turma.




P O D C A S T # 3 8 1

RYAN TRUESDELL 

MATT "STEM" WILSON



CY TOUFF





PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO USAR O LINK ABAIXO:
http://www16.zippyshare.com/v/LFw1JlYf/file.html

REEDIÇÕES INCLUEM DAVIS, EVANS, MINGUS, TRISTANO E OUTROS

27 setembro 2017


Queremos lembrar que  o rótulo Warner Jazz editou 50 relançamentos no formato de CD de álbuns de jazz famosos gravados nas últimas décadas. Todos sofreram um processo de melhoria acústica com tecnologias digitais. Alguns deles foram impossíveis de se obter nos últimos anos e outros só foram publicados em formato de vinil há muito tempo.
Dentre os álbuns cujas gravações foram reeditadas estão:
Bill Evans’s New Conversations, Charles Mingus’s Something Like a Bird, Dee Dee Bridgewater’s - Dee Dee Bridgewater, Donald Byrd’s - Donald Byrd and 125th Street – N.Y.C, Freddie Hubbard’s Ride Like the Wind, Lennie Tristano’s The New Tristano, Miles Davis’s Live Around the World e dois álbuns do Chico Hamilton Quintet, Gongs East! e The Three Faces of Chico.
Este projeto foi realizado pela subsidiária japonesa da Warner Jazz e o preço dos álbuns é mais do que razoável, menos de 8 dólares cada. Vale a pena conferir.

(traduzido e adaptado do blog Noticias de Jazz)

26 setembro 2017

Série   “PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
39ª Parte   -   2ª parte, final
AL HAIG    Piano na Linguagem de PARKER e GILLESPIE

Retornamos a 1945 quando AL HAIG atuou na orquestra de Charlie Barnet para, no final desse ano, incorporar-se ao sexteto de Dizzy Gillespie / Charlie Parker em Hollywood e no “Billys Berg’s”, conforme gravação já indicada anteriormente (29 de dezembro de 1945), o que constituiu a primeira incursão do “Bebop” na Costa Oeste.
A essa altura AL HAIG era o pianista mais assíduo no acompanhamento de Parker, mas também requisitado em ocasiões por Gillespie, com quem gravou em 1946 os temas “Dynamo A”, “’Round Midnight”, “Night In Tunisia” e “One Bass Hit, Part I”.
Foi o pianista titular de Parker de 1948 a 1950, como já assinalado anteriormente.
Em 21 de janeiro de 1949 ele formou no piano ao lado de Miles Davis (trumpete), Kai Winding (trombone), Junior Collins (trompa), Bill Barber (tuba), Lee Konitz (saxofone.alto), Gerry Mulligan (saxofone.barítono), Joe Schulman (contrabaixo) e Max Roach (bateria), para as primeira gravações do histórico “The Complete Birth Of The Cool”, nos temas “Jeru”, “Move”, “Godchild” e “Budo”. 
É bastante claro que AL HAIG, ao lado de Bud Powell, foi o pianista que melhor soube compreender, assumir e adaptar-se às melodias e harmonias de Parker e Gillespie. Tocava com uma característica bem marcante - a mão esquerda acompanhando a direita duas oitavas abaixo, em muitos momentos interrompendo o trabalho com a mão direita e a esquerda “comentando”, como se fosse um diálogo entre as duas mãos. 
Em definição bem precisa, o autor Sylvio Lago em sua excelente obra “Arte do Piano” (“Algol Editora Ltda”, 751 páginas, 1ª edição, 2007) assinala que “HAIG e seus companheiros da renovação do "bop" criaram uma nova forma de expressão jazzística ousada, exigente de virtuosismo técnico, com ritmos intrincados, harmonias complexas e pouco usuais, melodias sinuosas, partes vocais em scat, temas sem qualquer sujeição ao gosto comum, paráfrases muitas vezes encobrindo as melodias temáticas e improvisos liberando extraordinária energia”. 
Sem dúvida e com esse lastro AL HAIG já ocupava o posto de intérprete mais importante no “novo gênero”, sendo continuamente requisitado pelos músicos. Tocou com Coleman Hawkins, Ben Webster e Eddie Lockjaw Davis.
Entre os anos 1956 a 1957 integrou de passagem a banda de Dizzy Gillespie, ficou meses sem atuar, mas voltou a tocar com Gillespie ainda em 1957, seguindo-se atuação em Montreal / Canadá com René Thomas.
Entre 1960 e 1980 AL HAIG foi pianista.solista em diversos clubes de New York (os artigos e revistas da época o classificavam como “pianista de salão”, estilo “cocktail”) , apresentou-se em concerto no Carnegie Hall em 1974 com Jimmy Raney e realizou diversas apresentações com o sexteto de Gillespie (“Be-Bop Reunion”).
Em 1969 AL HAIG foi absolvido de acusação de homicídio; teria estrangulado “Bonnie”, sua terceira esposa, em 09/10/1968 na residência de ambos em New Jersey, mas ficou evidente que ela, bêbada, morreu em queda de escada. 
Paralelamente e durante a década de 1970 ele gravou para diversas etiquetas, em trio ou em piano.solo (“Choice”, “Interplay”, “Musica” e “Spotlite”).
Convidado pelo proprietário da etiqueta “Spotlite Records” do Reino Unido, Tony Williams, AL HAIG realizou temporada em 1974 com grande sucesso na Inglaterra; no retorno gravou em trio o álbum “Convite” para o selo do mesmo Tony Williams (Bibi Rovére no contrabaixo e Kenny Clarke, “Mr. Clock”, à bateria), com sucesso de crítica e de público, motivando seu contínuo retorno ao Velho Continente até 1980 (Inglaterra, França, Suécia, Bélgica e Dinamarca), gravando inclusive para etiquetas japonesas.
HAIG morreu por ataque cardíaco em 16 de novembro de 1982, contando 58 anos, em New York.
AL HAIG legou-nos belo catálogo discográfico como titular; como “sideman” citamos algumas obras importantes, entre as quais: “Dizzy Gillespie – The Complete RCA Victor Recordings – Bluebird, 1937/1949”, “Stan Getz Quartets – Prestige 1949/1950”, “The Young Bloods – Phil Woods/Donald Byrd, Prestige/1956”.
Como titular e além dos já citados no texto:
- “Al Haig Trio”, selo Counterpoint, 1954
- “Al Haig Today !”, selo Hortelã, 1965
- “Um Retrato de Bud Powell”, selo Interplay, 1977
- “Un Poco Loco”, selo Spotlite, 1978
- “Bebop Live”, também Spotlite, 1982.
Mas sem dúvida o melhor lançamento de gravações de AL HAIG está incluído no lançamento “inteligente” de 1979 da CBS, álbum duplo “I Remember Bebop”, gravações em 2 a 5 de novembro de 1977, New York, reunindo 08 pianistas/mestres do teclado, cada um aplicando sua técnica e seu “feeling” em temas do “Bebop”, todos atuando no mesmo piano “Steinway” e no mesmo estúdio.
- Al Haig Plays Gillespie, temas “A Night In Tunisia”, “Con Alma”, “BeBop” e “Salt Peanuts”
- Duke Jordan Plays Tadd Dameron, temas “Lady Bird” e “Casbah”
- John Lewis Plays John Lewis, temas “Afternoon In Paris”, “Django”, “Sacha’s March” e “Mirjana Of My Heart”
- Sadik Hakim Plays Charlie Parker, temas “Yardbird Suite”, “My Little Suede Shoes” e “Now’s The Time”
- Walter Bishop Jr. Plays Charlie Parker, temas “Star Eyes”, “Au Privave” e “Ornithology”
- Barry Harris Plays Thelonius Monk, temas “Epistrophy”, “In Walked Bud”, “52nd Street Theme” e "Ruby, My Dear”
- Tommy Flanagan Plays Bud Powell, temas “Strictly Confidential”, “Dance Of The Infidels”, “Bouncing With Bud” e “I’ll Keep Loving You”
- Jimmie Rowles Plays Miles Davis Nonet, temas “Jeru”, “Venus de Milo”, “Godchild”
Nas notas internas de Henri Renaud nesse LP duplo “I Remember Bop”, John Lewis declara que “desde a morte de Bud Powell AL HAIG permanece de forma indiscutível como o mais importante pianista de Bebop” - o que mais dizer ? ? ! !

  Retornaremos nos próximos dias com o espanhol ALBERT BOVER
ANIVERSARIANTES  DO  MÊS    -  JAZZ  &  OUTROS (66)
Setembro 28 a 30
28      Kenny Kirkland, piano, New York, 1955
         Mike Osborne, saxofone.alto, Inglaterra, 1941
         Lamar Wright, trumpete, Missouri, 1927
29      Freddie Keppard, trumpete / líder, Louisiana, 1889
         Jean-Luc Ponty, violino, França, 1942
30      Bill Johnson, saxofone.alto, Florida, 1912
         Johnny Mathis, canto, Texas, 1935
         Steve McCall, bateria, Ilinois, 1933
         Oscar Pettiford, contrabaixo, Oklahoma, 1922
         Buddy Rich, bateria, New York, 1917

  Retornaremos

ÚLTIMAS GRAVAÇÕES DE DAVIS E COLTRANE JUNTOS

25 setembro 2017

O rótulo ACROBAT possui uma coleção de 4 CD’s de gravações da longa turnê europeia do quinteto Miles Davis em 1960, marcando o fim da parceria fértil com John Coltrane que havia começado cinco anos antes.
No quinteto também atua a seção ritmica lendária (conhecida na segunda metade do século como "LA rhythmic section") integrada por Wynton Kelly, piano; Paul Chambers, contrabaixo e Jimmy Cobb, bateria.
A coleção inclui gravações realizadas em transmissões de rádio europeias, apresentações em concertos de jazz e gravações privadas. Algumas dessas peças musicais históricas foram publicadas antes mas de forma esporádica.  Esta é a primeira vez que uma seleção completa é reunida em quatro CDs.
Entre as seis faixas do primeiro disco inclui uma entrevista feita a John Coltrane por Carl-Eric Lindgren.
A seleção abrange seis horas de gravações de som tecnicamente aprimoradas e inclui um folheto de 36 páginas escrito pelo comentarista e saxofonista Simon Spillett, e também inclui excelentes fotografias.

(traduzido e adaptado do blog Noticias de Jazz)

CRÉDITOS DO PODCAST # 380

LIDER
EXECUTANTES
TEMAS / AUTORES
GRAVAÇÃO  LOCAL / DATA
ROBERTA GAMBARINI
Roberta Gambarini (vcl) acc por Freddie Hendrix (tp), Jimmy Heath (st), Jeb Patton (pi), Ed Cherry (gt), David Wong (bx) e  Albert "Tootie" Heath (bat)
THE THUMPER (Jimmy Heath)
New York,  2015
NEW PICTURE (Jimmy Heath)
MARY LOU WILLIAMS 
Dizzy Gillespie, Bobby Hackett (tp), Mary Lou Williams (pi), George Duvivier (bx) e Grady Tate (bat)
WILLOW WEEP FOR ME (Ann Ronell) 
Live at "Overseas Press Club", New York, 31/janeiro/1971
MY MAN
(Jacques Charles / Channing Pollack / Albert Willemetz uilemetz / Maurice Yvain)
DAVE HOLLAND
Duane Eubanks, Earl Gardner, Alex Sipiagin (tp,flh), Robin Eubanks, Andre Hayward, Josh Roseman (tb), Mark Gross (sa), Chris Potter (st),  Gary Smulyan (sbar), Steve Nelson (vib), Dave Holland (bx) e Billy Kilson (bat)
THE RAZOR'S EDGE (Dave Holland) 
New York, janeiro/ 2001
UPSWING (Dave Holland)
JOÃO DONATO
Donato (pi), Tião Neto (Sebastião Costa Carvalho Neto) (bx),  Milton Banana (bat) e Amaury Rodrigues (bongô)
RIO (Ronaldo Bôscoli / Roberto Menescal)
Rio de Janeiro, 1962
O MORRO NÃO TEM VEZ
(Antônio Carlos Jobim / Vinícius de Moraes)
LEO PARKER
Dave Burns (tp), Bill Swindell (st), Leo Parker (sbar), Johnny Acea (pi), Al Lucas (bx)  e Wilbert Granville T. Hogan (bat)
MUSIC HALL BEAT  (Illinois Jacquet)
Englewood Cliffs, N.J., 20/outubro/1961
STUFFY  (Coleman Hawkins) 
RENÉE MANNING
Renée Manning (vcl), Ron Jackson (gt) e Jerome Harris(bx)
BABY TAKE A CHANCE (Charles Mingus) 
New York,  2011
YES SIR, THATS MY BABY (Walter Donaldson / Gus Kahn)
SONNY CLARK
Art Farmer (tp), Jackie McLean (sa), Sonny Clark (pi, ldr) Paul Chambers (bx) e Philly Joe Jones (bat)
DEEP NIGHT
(Charles Henderson / Rudy Vallée)
Hackensack, N.J., 5/janeiro/1958

UM TRIBUTO PARA DON ALIAS

24 setembro 2017

Don Alias foi um do grandes percussionistas da era do jazz-rock. Esteve presentes em sessões históricas de registros de Miles Davis, Weather Report, Carla Bley, Joni Mitchel, Jaco, Santana, entre outros; e colocou a percussão em primeiro plano, em um universo em que a descarga elétrica era a principal protagonista. Don Alias nos deixou em 2006, mas ficou seu legado e sua influência para as gerações seguintes.

O baterista Alfredo Dias Gomes celebra a memória do percussionista Charles “Don” Alias em Tribute to Don Alias, resgatando seu repertório ao longo de sua trajetória em composições como "Sweetie-Pie", "Samba De Negro", "Uncle Jemima" e "Vaya Mulatto" e "On the Foot Peg", registros do grupo Stone Alliance, esta última composta pelo trompetista Marcio Montarroyos; e "Creepin", clássico tema de Stevie Wonder (Fulfillingness' First Finale, 1974), também gravado pelo grupo. Para fechar o disco, um registro solo de Alfredo Dias Gomes em homenagem a quem teve o privilégio de conhecer e ter aulas de bateria quando Don Alias estava no Brasil.


"Don Alias foi o meu grande professor de jazz e jazz fusion. A pegada forte e a maneira de tocar aprendi com ele, foi uma grande inspiração e um grande incentivador do meu trabalho", diz Alfredo Dias Gomes, que tem ao seu lado nesta sessão Widor Santiago no sax tenor, Yuval Ben Lior na guitarra, Lulu Martin nos teclados, Berval Moraes no baixo e a participação do percussionista Marco Lobo.

Com a palavra, Alfredo Dias Gomes -

Don Alias esteve presente em formações pioneiras do jazz-rock. 
Foi o grande precursor da percussão no estilo?
Sim, junto com outros grandes percussionistas como os brasileiros Airto Moreira e Don Um Romão.
Don Alias participou do álbum marco do jazz fusion “Bitches Brew” do Miles Davis, não só como percussionista mas também dividindo as baterias com Jack deJohnette.

O grupo Stone Alliance foi um marco importante na carreira de Don Alias como líder e compositor. 
Como deu-se a escolha do repertório para este tributo?
Eu dei preferência para as músicas que assisti eles tocando ao vivo, eu queria muito gravá-las. E inclui duas músicas do álbum Heads Up de 1980 - "Uncle Jemima" e "Georgia O".

Você teve a oportunidade de tocar com o "general" Marcio Montarroyos, que inclusive protagonizou um disco ao lado de Don Alias. Foi nessa época que você teve o encontro com Don Alias? Como foi essa experiência?
Profissionalmente eu só toquei com o Márcio mais tarde, mas o conheci com 14 anos de idade quando ele era professor de trompete do meu irmão Guilherme.
Eu virei um seguidor do Márcio, andava de cima e para baixo com ele, fazíamos jam sessions na minha casa, gravações experimentais e conhecia todo o repertório dele.
Quando O Stone Alliance veio ao Brasil pela primeira vez eu tinha 16 anos, e foi por intermédio do Márcio que eu comecei a ter aulas de bateria com o Don Alias. A primeira levada que o Don Alias me ensinou foi da música “Miles Runs the Voodoo Down” do álbum Bitches Brew”. Eu me saí muito bem porque tinha o disco em casa.
Foram muitas vindas do Stone Alliance ao Brasil que eu nem lembro mais quantas foram. Numa dessas vindas eles estavam ensaiando na casa da família do Márcio, no Recreio dos Bandeirantes, meus pais também tinham casa lá, nós éramos vizinhos e nessa época uma casa no Recreio era como uma casa de campo. Alguma coisa aconteceu, faltou água ou luz na casa do Márcio e eles não podiam ensaiar, então o Márcio me perguntou se eles podiam continuar os ensaios na minha casa. Não posso descrever a minha felicidade. Um dia, os ensaios já rolando na minha casa, o Don Alias ainda não tinha chegado e estavam ensaiando somente o Gene Perla, Steve Grossman e o Márcio. Certa hora o Márcio vira pra mim e fala: "Alfredo, vamos ensaiar a minha música On the Foot Peg! Essa você sabe, toca aí!". Quando acabou a música todos me cumprimentaram e eu nunca esqueci este momento. Dei uma canja no ensaio com o Stone Alliance!

Ao seu lado nesse tributo está a mesma formação base dos últimos trabalhos - "Looking Back" e "Pulse". Como é essa sinergia do grupo no resgate do movimento jazz-rock?
Na verdade são músicos que tiveram, de uma forma ou de outra, uma passagem pelo fusion. Todos tem seus trabalhos, outros estilos, mas todos conhecem a onda muito bem.
O Widor também viveu essa época e sempre tocou comigo ao vivo e nos meus discos; o Yuval é de outra geração, mas estudou em Los Angeles com o Scott Henderson; o Lulu Martin nos conhecemos há tanto tempo que nesse disco chegamos ao ponto de dividir a mesma música nos teclados; e tem ainda a participação do Marco Lobo que, assim como o Widor, tocam com o Billy Cobham.

Obrigado Alfredo Dias Gomes, e sucesso.
Você pode adquirir o disco nas principais plataformas digitais - iTunes, Spotify e CDBaby.

"Tributo to Don Alias" tem a produção de Alfredo Dias Gomes, foi gravado e mixado no ADG Studio por Thiago Kropf e masterizado em Magic Master por Ricardo Garcia. O design gráfico é da REC Design.
Assessoria de Imprensa é da Tempo3 Comunicação.


ANIVERSARIANTES  DO  MÊS    -  JAZZ  &  OUTROS (65)
Setembro 25 a 27
25      Alex Bigard, bateria, Louisiana, 1899
Albert Mangelsdorff, trombone, Alemanha, 1928
Billy Pierce, saxofone.tenor, Virginia, 1948
Sam Rivers, piano / saxofone.tenor, Oklahoma, 1930
John Taylor, piano, Inglaterra, 1942
Shadoow Wilson, bateria, New York, 1919
26      Gary Bartz, saxofone.alto, Maryland, 1940
George Gershwin, composição / piano,  New York, 1898
Julie London, vocal, California, 1926
Romano Mussolini, piano, Italia, 1927
27      Red Mitchell, contrabaixo, New York, 1927 (ou dia 20 ? ? ? )
         Bud Powell, piano / composição, New York, 1924
         Red Rodney, trumpete, Pensilvania, 1927
         Nat Shapiro, escrita / produção, New York, 1922

  Retornaremos

P O D C A S T # 3 8 0

22 setembro 2017

MARY LOU WILLIAMS
RENÉE MANNING
JOÃO DONATO
LEO PARKER






PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO CLICAR NO LINK ABAIXO:
http://www102.zippyshare.com/v/y4EkoYxR/file.html

21 setembro 2017

ANIVERSARIANTES  DO  MÊS    -  JAZZ  &  OUTROS (64)
Setembro 22 a 24
22             Dave Dreyer, composição, New York, 1894
Rio De Gregori, piano, Suiça, 1919
John Munford, trombone, Inglaterra, 1940
23             Bardu Ali, líder / vocal, Louisiana, 1910
Albert Ammons, piano, Illinois, 1907
Tiny Bradshaw, líder, Ohio, 1905
Ray Charles, vocal / piano, Georgia, 1930 (ou 1918???)
John Coltrane, saxofone.tenor, Carolina do Sul, 1926
Frank Foster, saxofone.tenor, Ohio, 1928
Les McCann, piano / vocal, Kentucky, 1935
24             Isadore Barbarin, saxofone.alto, Louisiana, 1872
Jimmy Butts, contrabaixo, New York, 1917
John Carter, clarinete, Texas, 1929
James Costanza, conga / bongo, Illinois, 1922
Bill Connors, guitarra, California, 1949
Wayne Henderson, trombone, Texas, 1939
Fats Navarro, trumpete, Florida, 1923

  Retornaremos