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NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
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30 setembro 2017
UM OBSTINADO CONTRABAIXISTA
Lipe é um dos protagonistas da nossa música instrumental, um empreendedor do movimento musical carioca, e que, para nossa alegria, não desiste nunca. Um apaixonado, assim como o público da música instrumental brasileira e do jazz. Ainda adolescente, com os olhos e ouvidos para o rock e o progressivo, encontrou no também contrabaixista Steve Rodby e no Metheny Group um veículo de transição para o mundo do jazz; até que viu pela TV os contrabaixistas Ray Brown e Rufus Reid, e o jazz definitivamente incorporou-se na sua linguagem musical. As aulas com o mestre Sandrinho Santoro o fez entender a música clássica e conhecer de verdade o que seus ídolos do jazz também ouviram e estudaram. Formou-se pela escola de música da UFRJ, integrou a Orquestra Petrobrás Sinfônica, tocou em grupos de Càmara e dirigiu e produziu centenas de espetáculos por todo o país em mais de 3 décadas vivenciando o mundo da Música, da Música de verdade.
Entre vários dos seus projetos, destacam-se o quarteto de contrabaixos Gravíssimo, ao lado de Augusto Mattoso, Tarcisio Silva e Lise Bastos; o quarteto Tutti, com o sax de Daniel Garcia, o piano de Ana Azevedo e a bateria de Andre Tandeta, em que fazem novas leituras do repertório de concerto com abordagem jazzística; e o Corda, quinteto que traz os búlgaros Nicolay Sapoundjrev e Emilia Valova, violino e violoncelo, Ana Azevedo e Andre Tandeta, reconstruindo a música de Piazzolla.
Lipe Portinho apresenta mais um excelente trabalho - Obstinado - com repertório autoral, resgatado de seu acervo ao longo de toda a sua carreira. Ao seu lado, o piano de Natan Gomes, o sax de Daniel Garcia, a guitarra de Fernando Clark, a bateria de Fermin Merlo, além das participações de Emilia Valova no cello e Ana Azevedo no piano. Formação exemplar da nossa Música Instrumental e um verdadeiro passeio musical.
O modelo da capa do disco é seu simpático cão Bley.
No repertório, uma homenagem ao cartunista Bill Waterson no tema "Haroldo", a quem também dedica para Daniel Garcia, que faz um belo e rasgado improviso. Traz ainda a influência de Villa-Lobos à liberdade de improvisão nos dois momentos de "Sem Dormir", com belos desenhos no contrabaixo de Lipe e no piano de Ana.
"Intuitiva" coloca um momento quase intimista, ilustrado por uma melodia nostálgica, quase melancólica, desenhada pelo cello de Emilia, com destaque também para o improviso na guitarra de Clark. Bach também se faz presente em "Presto Bach" e "Isto não é Bach", esta gravada com o grupo Tutti. Destaca-se aqui o jovem e talentoso baterista argentino Fermin Merlo e o solo de arco do contrabaixo de Lipe, e quando o tema se desenvolve em andamento rápido sobressaem os improvisos de Daniel e Natan. Fermin Merlo é filho do contrabaixista Hernan Merlo.
Dois momentos em trio - em "Triangulos Amoroso na Catedral", tema também gravado com o grupo Gravissimo, e mais uma vez um belo solo de arco de Lipe; e em "Deolinda", bela composição em homenagem à sua avó paterna, tema arranjado inicialmente para orquestra. O arco de Lipe novamente em foco na melodia e um contagiante improviso de Natan.
Emilia volta com seu cello em "Francesinha", homenagem ao seu irmão, destacando-se aqui o improviso de Clark; e o disco fecha com "Persecucion y Tango", uma fusão do clássico, jazz e a música de Piazzolla, e, a pedido de Lipe, Emilia exibe uma "alma portenha" na composição.
Mais um trabalho obrigatório na discografia instrumental brasileira.
Com a palavra, o contrabaixista Lipe Portinho -
Obstinado traz uma formação diferente dos seus projetos anteriores.
Conte-nos como surgiu a ideia deste trabalho.
Por incrível que pareça, OBSTINADO é o mais antigo de todos os projetos, são só músicas autorais. Se você observar vai identificar todas músicas com datas de composição entre os anos 80 e 90, algumas poucas mais recentes. São obras que esperaram na gaveta por décadas, sobrepujadas pelas necessidades de sobrevivência do músico. Passei boa parte de minha vida orquestrando, arranjando e acompanhando para outros artistas, e resolvi esse ano dispensar toda essa energia para reler, compilar, rearranjar, reestruturar o que achei de melhor em meus arquivos pessoais. Descobri montanhas de idéias esquecidas, muitas delas boas, muitas delas precisando de meu entendimento artístico atual. O resultado foi realmente surpreendente até para mim mesmo.
Quanto à formação eu posso dizer que foi a mais simples possível, com os melhores músicos que conheço - Daniel Garcia, Natan Gomes, Ana Azevedo, Fernando Clark e Emília Valova - para que o CD possa ter vida longa e logística descomplicada. Uma das novidades foi poder contar com a participação do baterista argentino Fermin Merlo, que resultou num sincretismo único do JAZZ.
Viva los hermanos!
O título do disco - Obstinado - serve como reflexão de comportamento para o músico brasileiro em relação à música instrumental, jazz e clássico?
Sim, com certeza. A música instrumental está em sua época mais difícil desde que me entendo por músico, e já se foram 31 anos de profissão, 36 de música e mais de duas décadas como produtor. Só OBSTINADOs podemos continuar a registrar nossa produção artística, nossa obra, e é exatamente sobre isso esse CD. Nada de fórmulas marqueteiras, nada de "pitacos" sobre tendências idiotas que garantirão "retorno de venda", às favas com essa baboseira hipócrita. OBSTINADO é o que eu penso musicalmente sobre as minhas próprias idéias artísticas. Tenho certeza que só assim uma obra pode refletir a verdade estética de um compositor e por fim "tocar" o ouvinte, pelo menos àqueles que buscam arte verdadeira e o JAZZ na concepção mais ampla de liberdade de expressão musical. Só assim poderemos pleitear a sobrevivência de nosso ofício, dando longa vida à essas peças e, PRINCIPALMENTE, sobrevivendo ao descaso artístico e ignorância institucionalizada.
Bach também é improviso?
Sim, com certeza. A família Bach toda era de "jazzistas", do barroco ao clássico. A improvisação morreu às voltas do período romântico pela arrogância e a prepotência de alguns compositores e principalmente da platéia, que queria ouvir sempre os mesmos solos. Daí em diante as chamadas cadências, seção de improviso na música erudita. passaram a ser escritas para que aplacassem à compulsividade neurótica da audiência. Hoje alguns solistas eruditos ainda improvisam de fato. São poucos, mas vem ganhando espaço no mercado. Enfocam a estética do "momento singular", onde aquela platéia será "dona" de um momento que não se repetirá mais (ao vivo pelo menos), EXATAMENTE o que o JAZZ está "careca" de fazer, VIVA o JAZZ! O maior representante do espírito clássico.
O Clássico e o Erudito sempre são referências na formação musical. Essas escolas musicais estão, hoje, em segundo plano pela quantidade de conteúdo disponível pela tecnologia?
Não vejo exatamente assim. O Erudito vem se enfraquecendo em sua renovação de criadores. Mas para os repetidores dos MESMOS compositores "clássicos" ainda há um mercado feito de ilusões e arrogantes roupagens de obras que todos já cansaram de interpretar e escutar.
Não é que não haja mais compositores NOVOS, o que não há são muitos ouvintes interessados no NOVO, seja ele Erudito ou no JAZZ, cada vez menos. Aqui no Brasil vejo isso como resultado CRUEL da tríplice aliança quase "imaculada" das políticas culturais - ECAD sem regulamentação, LEI ROUANET servindo à partidos políticos e deixando NADA para fomentação da produção genuína de cultura, e idéias sindicalistas arqueológicas que diminuem ainda mais os mercados agonizantes da música. Hoje mesmo recebi a notícia de mais um grande músico e professor carioca que começa a seguir outra carreira. Por que isso acontece? Porque ele sai para tocar e não tem ninguém para ouvir. Porque ele cada vez tem menos trabalho com pagamentos dignos que garantam a sua sobrevivência, porque sua estética é cada vez mais desacreditada até mesmos por seus semelhantes que tentam respirar como peixes em uma lagoa desoxigenada. Os que eu ainda posso ver hoje com destaque são habilidosos instrumentistas que cada vez mais tem que dispor da "pirotecnia" malabarística para "aparecerem" aos olhos e não aos ouvidos da audiência.
NADA SERÁ COMO ANTES AMANHÃ (que já é hoje).
Você é um inovador na nossa Música Instrumental, e isso é muito evidente nos trabalhos com o Quarteto Gravísssimo e com os Grupos Tutti e Corda. Como vê o cenário musical atual?
Obrigado pelo INOVADOR. Não me vejo exatamente assim, diria mais que sou CORAJOSO. Coragem que me custa algumas dificuldades e por outro lado tem me tornado mais singular SIM. Muitos e muitos hoje buscam a reinvenção da roda, mas ela já existe. Tento usá-la para expor minha arte, digamos assim.
O Gravíssimo Bass Ensemble por exemplo não é algo novo, mas ÚNICO. Pelo menos no Brasil nenhum Bass Ensemble sobreviveu até o CD, ainda mais tocando Jazz e Erudito. O TUTTI é uma pérola do jazz (modéstia à parte) totalmente incompreendida hoje pela grande maioria e o CORDA, que emocionou até a viúva do próprio Piazzolla, toca muito menos que deveria - digamos assim. Sem dúvida esses grupos trazem o frescor que seus integrantes buscam, são parte dos peixes asfixiados que estão TEIMANDO em colocar a cabeça fora d'água.
O cenário musical atual é SOMBRIO, muito cinza mesmo. Desculpe me repetir essa "letra" sempre em tom de "blues", mas quando você se depara com músicos de carreira sólida sem lugar para sequer tocar e leis de incentivo voltadas para o ENTRETENIMENTO DE MASSA e ASSISTENCIALISMO MEDÍOCRE E VULGAR apenas não aparece a tal da luz no fim do túnel, provavelmente porque estamos numa enorme e reeleita curva dentro desse túnel.
A verdade é que a Música renasce onde menos se espera. A onda musical vem vindo da Baixada e São Gonçalo. Lá a liberdade quase total da expressão artística é o que parece acabar com esse maldito túnel de ignorância cultural. Lá verdadeiros exércitos de jovens ávidos para se entregarem à grande arte descobrem o que a Zona Sul há tempos esqueceu - como a música boa faz bem e como o diálogo musical livre engrandece a existência aqui nesse planeta. Tenho certeza que a Onda Musical virá daí. Os políticos e os clérigos "atiraram no que viram e acertaram no que não viram", esses com certeza não vão entender nada quando essa Onda chegar.
Empreender em Música de qualidade por aqui é dificil. Voce é um dos grandes responsáveis pela divulgação da nossa Música Instrumental, principalmente na formação de novos públicos. Voce acredita que as Leis de Incentivo são pouco flexiveis e dificultam mais do que ajudam em promover a cultura musical?
As leis de Incentivo falharam, TODAS. Não servem para o que se prestariam. Li e ouvi recentemente que a lei Rouanet enfim será mudada, só que para pior, definitivamente. Como foi criada para ser temporária, deveria se retirar do cenário definitivamente, pois na verdade é um CÂNCER e um desserviço à cultura de verdade nesse país. Por não depender de mérito artístico e sim de apadrinhamentos corretos, por tentar mas não fomentar platéia e nem depender da mesma, os projetos não são só inócuos ou tendenciosos, eles simplesmente DESTRUÍRAM COMPLETAMENTE o mercado formal da cultura: a bilheteria. Hoje o trabalho do artista NÃO VALE NADA, só se ele estiver apadrinhado por um projeto dentro de uma ideia que foi preconcebida NÃO por ele. Então, onde está a verdade artística desse princípio? Na figura do CURADOR apadrinhado de um partido? No partido político que detém o controle do patrocinador? Ou no futuro poder absoluto do FUNDO NACIONAL de CULTURA administrado pelo partido que estiver no governo?
A maioria das pessoas se "benzem" quando ouvem me falar da necessidade do FIM dessas leis "destruidoras de lares", exatamente como saiam correndo dos cometas há 150 anos, achando que era o fim do mundo. O fim do mundo cultural é ninguém passando na bilheteria, ou a meia entrada "paga" com o bolso do artista.
MORTE às Leis de incentivo que só servem para engordar os partidos políticos e corromper a arte!
MORTE à meia entrada com o dinheiro do músico - o governo não promove meio tributo, por exemplo!
VIVA a música pela sua beleza, sua promoção social natural e sublimação única!
Falta direcionamento sobre Gestão na grade curricular de formação do músico nas universidades?
Sim. A Escola de Música vem apontando para esse caminho na UFRJ sob a batuta inteligente de seu diretor André Cardoso. Mas uma unidade dentro de uma Federal sozinha "não pode fazer todo o verão". Hoje o músico tem ser empreendedor, arranjador, produtor, entender de sonorização, luz, fotografia e marketing. É uma questão de simples sobrevivência. Se o próximo ministro da cultura e/ou da educação olharem a música e a formação de músicos com menos interesses partidários e mais inteligência a música poderá renascer por si própria, ela é maior que a burrice crônica dos políticos que a manipulam. Se não atrapalhassem já seria um grande passo, mas esse(s) político(s) vai(ão) precisar ser OBSTINADO(s), CORAJOSO(s) e ter ideias próprias para tal.
Vamos pagar para ver. A música merece coisa melhor!
Para adquirir o disco envie e-mail para contato@orquestradebolso.com.br
www.orquestradebolso.com.br/
Obrigado Lipe Portinho, e sucesso.
Confira o documentário Vida de Músico, dirigido por Lipe Portinho e José Schiller, um relato sobre a inspiração de ser Músico -
Mexendo na discoteca
29 setembro 2017
Mais munição chegando.
P O D C A S T # 3 8 1
RYAN TRUESDELL |
MATT "STEM" WILSON |
CY TOUFF |
PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO USAR O LINK ABAIXO:
http://www16.zippyshare.com/v/LFw1JlYf/file.html
REEDIÇÕES INCLUEM DAVIS, EVANS, MINGUS, TRISTANO E OUTROS
27 setembro 2017
26 setembro 2017
ÚLTIMAS GRAVAÇÕES DE DAVIS E COLTRANE JUNTOS
25 setembro 2017
CRÉDITOS DO PODCAST # 380
LIDER
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EXECUTANTES
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TEMAS /
AUTORES
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GRAVAÇÃO LOCAL / DATA
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ROBERTA GAMBARINI
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Roberta Gambarini (vcl) acc por Freddie Hendrix
(tp), Jimmy Heath (st), Jeb Patton (pi), Ed Cherry (gt), David Wong (bx)
e Albert "Tootie" Heath
(bat) |
THE THUMPER (Jimmy Heath)
|
New York, 2015
|
NEW PICTURE (Jimmy Heath)
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MARY LOU WILLIAMS
|
Dizzy
Gillespie, Bobby Hackett (tp), Mary Lou Williams (pi), George Duvivier (bx) e
Grady Tate (bat)
|
WILLOW WEEP FOR ME (Ann
Ronell)
|
Live at "Overseas Press Club", New York, 31/janeiro/1971
|
MY MAN
(Jacques Charles / Channing
Pollack / Albert Willemetz uilemetz / Maurice Yvain)
|
|||
DAVE HOLLAND
|
Duane
Eubanks, Earl Gardner, Alex Sipiagin (tp,flh), Robin Eubanks, Andre Hayward,
Josh Roseman (tb), Mark Gross (sa), Chris Potter (st), Gary Smulyan (sbar), Steve Nelson (vib),
Dave Holland (bx) e Billy Kilson (bat)
|
THE RAZOR'S EDGE (Dave
Holland)
|
New
York, janeiro/ 2001
|
UPSWING (Dave Holland)
|
|||
JOÃO DONATO
|
Donato (pi), Tião Neto (Sebastião Costa Carvalho
Neto) (bx), Milton Banana (bat) e
Amaury Rodrigues (bongô)
|
RIO
(Ronaldo Bôscoli / Roberto Menescal)
|
Rio de Janeiro, 1962
|
O
MORRO NÃO TEM VEZ
(Antônio
Carlos Jobim / Vinícius de Moraes)
|
|||
LEO
PARKER
|
Dave Burns (tp), Bill Swindell (st), Leo
Parker (sbar), Johnny Acea (pi), Al Lucas (bx) e Wilbert Granville T. Hogan (bat)
|
MUSIC HALL BEAT (Illinois Jacquet)
|
Englewood
Cliffs, N.J., 20/outubro/1961
|
STUFFY (Coleman Hawkins)
|
|||
RENÉE
MANNING
|
Renée Manning (vcl), Ron Jackson (gt) e Jerome
Harris(bx)
|
BABY TAKE A CHANCE (Charles
Mingus)
|
New
York, 2011
|
YES SIR, THATS MY BABY (Walter
Donaldson / Gus Kahn)
|
|||
SONNY CLARK
|
Art
Farmer (tp), Jackie McLean (sa), Sonny Clark (pi, ldr) Paul Chambers (bx) e
Philly Joe Jones (bat)
|
DEEP NIGHT
(Charles Henderson / Rudy Vallée)
|
Hackensack, N.J., 5/janeiro/1958
|
UM TRIBUTO PARA DON ALIAS
24 setembro 2017
O baterista Alfredo Dias Gomes celebra a memória do percussionista Charles “Don” Alias em Tribute to Don Alias, resgatando seu repertório ao longo de sua trajetória em composições como "Sweetie-Pie", "Samba De Negro", "Uncle Jemima" e "Vaya Mulatto" e "On the Foot Peg", registros do grupo Stone Alliance, esta última composta pelo trompetista Marcio Montarroyos; e "Creepin", clássico tema de Stevie Wonder (Fulfillingness' First Finale, 1974), também gravado pelo grupo. Para fechar o disco, um registro solo de Alfredo Dias Gomes em homenagem a quem teve o privilégio de conhecer e ter aulas de bateria quando Don Alias estava no Brasil.
"Don Alias foi o meu grande professor de jazz e jazz fusion. A pegada forte e a maneira de tocar aprendi com ele, foi uma grande inspiração e um grande incentivador do meu trabalho", diz Alfredo Dias Gomes, que tem ao seu lado nesta sessão Widor Santiago no sax tenor, Yuval Ben Lior na guitarra, Lulu Martin nos teclados, Berval Moraes no baixo e a participação do percussionista Marco Lobo.
Com a palavra, Alfredo Dias Gomes -
Don Alias esteve presente em formações pioneiras do jazz-rock.
Foi o grande precursor da percussão no estilo?
Sim, junto com outros grandes percussionistas como os brasileiros Airto Moreira e Don Um Romão.
Don Alias participou do álbum marco do jazz fusion “Bitches Brew” do Miles Davis, não só como percussionista mas também dividindo as baterias com Jack deJohnette.
O grupo Stone Alliance foi um marco importante na carreira de Don Alias como líder e compositor.
Como deu-se a escolha do repertório para este tributo?
Eu dei preferência para as músicas que assisti eles tocando ao vivo, eu queria muito gravá-las. E inclui duas músicas do álbum Heads Up de 1980 - "Uncle Jemima" e "Georgia O".
Você teve a oportunidade de tocar com o "general" Marcio Montarroyos, que inclusive protagonizou um disco ao lado de Don Alias. Foi nessa época que você teve o encontro com Don Alias? Como foi essa experiência?
Profissionalmente eu só toquei com o Márcio mais tarde, mas o conheci com 14 anos de idade quando ele era professor de trompete do meu irmão Guilherme.
Eu virei um seguidor do Márcio, andava de cima e para baixo com ele, fazíamos jam sessions na minha casa, gravações experimentais e conhecia todo o repertório dele.
Quando O Stone Alliance veio ao Brasil pela primeira vez eu tinha 16 anos, e foi por intermédio do Márcio que eu comecei a ter aulas de bateria com o Don Alias. A primeira levada que o Don Alias me ensinou foi da música “Miles Runs the Voodoo Down” do álbum Bitches Brew”. Eu me saí muito bem porque tinha o disco em casa.
Foram muitas vindas do Stone Alliance ao Brasil que eu nem lembro mais quantas foram. Numa dessas vindas eles estavam ensaiando na casa da família do Márcio, no Recreio dos Bandeirantes, meus pais também tinham casa lá, nós éramos vizinhos e nessa época uma casa no Recreio era como uma casa de campo. Alguma coisa aconteceu, faltou água ou luz na casa do Márcio e eles não podiam ensaiar, então o Márcio me perguntou se eles podiam continuar os ensaios na minha casa. Não posso descrever a minha felicidade. Um dia, os ensaios já rolando na minha casa, o Don Alias ainda não tinha chegado e estavam ensaiando somente o Gene Perla, Steve Grossman e o Márcio. Certa hora o Márcio vira pra mim e fala: "Alfredo, vamos ensaiar a minha música On the Foot Peg! Essa você sabe, toca aí!". Quando acabou a música todos me cumprimentaram e eu nunca esqueci este momento. Dei uma canja no ensaio com o Stone Alliance!
Ao seu lado nesse tributo está a mesma formação base dos últimos trabalhos - "Looking Back" e "Pulse". Como é essa sinergia do grupo no resgate do movimento jazz-rock?
Na verdade são músicos que tiveram, de uma forma ou de outra, uma passagem pelo fusion. Todos tem seus trabalhos, outros estilos, mas todos conhecem a onda muito bem.
O Widor também viveu essa época e sempre tocou comigo ao vivo e nos meus discos; o Yuval é de outra geração, mas estudou em Los Angeles com o Scott Henderson; o Lulu Martin nos conhecemos há tanto tempo que nesse disco chegamos ao ponto de dividir a mesma música nos teclados; e tem ainda a participação do Marco Lobo que, assim como o Widor, tocam com o Billy Cobham.
Obrigado Alfredo Dias Gomes, e sucesso.
Você pode adquirir o disco nas principais plataformas digitais - iTunes, Spotify e CDBaby.
Assessoria de Imprensa é da Tempo3 Comunicação.
P O D C A S T # 3 8 0
22 setembro 2017
MARY LOU WILLIAMS |
RENÉE MANNING |
JOÃO DONATO |
LEO PARKER |
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http://www102.zippyshare.com/v/y4EkoYxR/file.html