Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho)*in memoriam*; David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels)*in memoriam*,, Pedro Cardoso (o Apóstolo)*in memoriam*, Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge), Geraldo Guimarães (Gerry).e Clerio SantAnna

05 junho 2017

RESGATE  CULTURAL
O SESC, mais uma vez, lança livro da maior importância cultural;   em 228 páginas que são absorvidas em poucos momentos pelo texto tão bem lapidado por dois autores, o Professor universitário, advogado e consultor em formação profissional, JOSÉ ILDEFONSO MARTINS, ao lado de JOSÉ PEDRO SOARES MARTINS, este jornalista e escritor (obras sobre história, cidadania, meio ambiente e cultura), o livro “BIG BANDS PALISTAS” resgata a memória e a história das principais bandas  do interior paulista.
Assim, Jaboticabal, Jau, Rio Claro, Tupâ, São José do Rio Preto, Catanduva, Espírito Santo do Pinhal, Franca e Guararapes, desfilam a imensa maioria da história das “BigBands” que floresceram no Brasil em terreno e época mais férteis, descendendo diretamente das melhores americanas (Count Basie, Glenn Miller, Benny Goodman, Tommy Dorsey, Duke Ellington, Harry James etc).
Os Autores estabeleceram “critérios” para elencar as bandas escolhidas:   (01) orquestras “de baile”, (2) localização geográfica, distantes mais de  200 quilômetros da capital, (3) época e longevidade, isto é, maior tempo de duração a partir de 1940  e (4) acervo encontrado, disponível, consistente, ainda que sejam também citadas outras orquestras, não incluídas exatamente pela falta de  material dessa natureza.
Como resultado foram finalmente incluídas no livro “Arley e Sua Orquestra”, “Orquestra Cacique”, “Orquestra Laércio de Franca”, “Pedrinho e sua Orquestra”, “Sul América”, “Orquestra Continental”, “Blue Star”, mais as de São José do Rio Preto (“cidade das orquestras”) e  “Orquestra Tupã”.
Sobre essas formações, garimpadas entre dezenas de outras, os Autores nos traçam um panorama “vivo” em fotos, referências, comentários e muitos, muitos detalhes, na exata medida em que colheram depoimentos, entrevistaram, conseguiram a cessão de fotos e documentos, enfim, “exumaram” toda uma história que sem a dedicação deles estaria fadada ao esquecimento, como tantas e tantas vezes lamentamos testemunhar, em particular quando focamos a “Arte”, a “Cultura”.
Importante é a panorâmica do contexto nacional como moldura para as “Big Bands”, que percorre a época Getúlio Vargas (ditadura e pós-ditadura), o crescimento do otimismo nacional, a era Juscelino, a industrialização com deslocamento da população para os centros urbanos mais populosos, enfim, toda uma transição geográfica, econômica e cultural, que determinou a quase extinção da “era e dos ciclos de bailes” que exigia a presença das “Big Bands” (bailes de formatura, de debutantes, de concursos de “miss”, os casamentos, o inicio de cada primavera, os “réveillons” etc etc).
Ao longo do trabalho encontramos generosas referências e espaços sobre Gregório Barrios, sobre o grande, soberbo e místico Casé (José Ferreira Godinho Filho) e outros ícones.
Em resumo, temos em mais este lançamento editorial do SESC uma obra  obrigatória para todos aqueles que são brasileiros e que se interessam pelo BRASIL e, nesse cenário, incluímos logicamente todos os nossos confrades “CJUBIANOS”.
Agradeça-se aos Autores pelo seu inestimável trabalho de pesquisa, de cuidado e de amor pela memória nacional, pela inclusão de toda uma era na qual aqueles que viveram a delicia de dançar ao som de uma “Big Band” jamais poderão esquecer.
É conferir.

São Paulo, 06/2017, Pedro Cardoso, apostolojazz@uol.com.br

Um comentário:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Pedro deve ser ótima resenha, realmente em inúmeras cidades tivemos grandes orquestras, às vezes nem tão grande em tamanho de músicos mas grupos animando os bailes, e outros eventos. Hoje certamente não mais existem e passou-se a era das "bandas rock" e paticubum .... Lembro aqui no Rio dos formidáveis bailes de formatura e tinhamos a Tabajara, Carioca, Nelsinho trombone, Sylvio Mazzucca, Oswaldo Borba, Simonetti em São Paulo, enfim uma maravilha. Vamos atrás desta publicação, valeu.