Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

24 abril 2017

Série   “PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
34ª Parte   -   Módulo III
(34)(c)  BUD POWELL         “O”  Bebop                      (Resenha longa, 05 módulos)

FILMOGRAFIA
São poucos os documentários com a presença de BUD POWELL mas, felizmente, todos eles com atuações ao vivo.    Listamos os 05 (cinco) que nos permitem apreciar a técnica pianística e o “feeling” desse extraordinário mestre do “Bebop”.
01.    Cootie Williams And His Orchestra
        1944, U.S.A., 10 minutos.
        Solos de BUD POWELL, Cootie Williams, Sam Taylor e Eddie Vinson
        Dois números:   “Wild Fire”  e  “Theme”.
02.    Bud Powell  -  Série “Vintage Jazz Collection”.
         1959, Blue Note (de Paris), França
         BUD POWELL(piano), Lucky Thompson(sax.tenor), Jimmy Gourley(guitarra), 
         Pierre Michelot (baixo) e Kenny Clarke (bateria).   
         Temas apresentados:  “Get Happy”,  “John’s Abbey”  e  “Anthropology”.
         1959, Club Saint.Germain, França
   BUD POWELL, Barney Wilen(sax.tenor), Clark Terry(trumpete), Pierre Michelot(baixo) e Kenny Clarke(bateria).
          Temas apresentados: “Crossin’ The Channel”, “No Problem”, “Pie High”, “52th Street Theme”,  “Blues In The Closet”  e  “Miguel’s Party”.
03.    Stopforbud.
         1963, Dinamarca, 12 minutos, direção de J.J.Thorsen, J.Poulsen e A.J.Leth.
          BUD POWELL (piano), Niels.Henning  Ørsted Pedersen (baixo) e baterista não identificável.     Apresentação em trio com comentários de Dexter Gordon.
04.    Piano  Legends  -  Série  “Naipes  do  Jazz”.
         1981, U.S.A., 63 minutos, escrito e dirigido por Burrill Crohn.
          BUD POWELL em 1962 com acompanhantes não identificados, apresentação com comentários de Chick Corea.
05.     Jazz I Montmartre  -  Via Internet pelo site “jazzworld”.
          (?) ano, 5’21”,   BUD POWELL(piano), Niels.Henning  Ørsted Pedersen(baixo) e Jorn Elniff (bateria).    Execução em “up.tempo” do clássico de Parker e Gillespie “Anthropology”, demonstrando a incrível fluência técnica e musical  de Bud nesse andamento.

BIBLIOGRAFIA
Extensas são as referências em livros sobre BUD POWELL, seja pela sua supremacia musical enquanto pianista do “bebop”, seja por representar, ao lado de Charlie Parker, Dizzy Gillespie e poucos mais, a origem da revolução dessa forma a partir do início da década de 40 do século passado.   Sintetizamos a seguir essas referências, com base no que entendemos como mais qualitativo sobre BUD POWELL.
01.     THE  NEW  EDITION  OF  THE  ENCYCLOPEDIA  OF  JAZZ (Leonard Feather, 1ª Edição, 1956 / reimpressão de 1960, U.S.A.), THE  ENCYCLOPEDIA  YEARBOOK  OF  JAZZ (Leonard Feather   &   Ira Gitler, 1ª Edição, 1957, Inglaterra),  THE  ENCYCLOPEDIA  OF  JAZZ  IN  THE  60’s (Leonard Feather, 1ª Edição, 1960 / reimpressão de  1976, U.S.A.) e THE  ENCYCLOPEDIA  OF  JAZZ  IN  THE  70’s (Leonard Feather   &   Ira Gitler, 1ª Edição, 1976 / reimpressão de 1978, U.S.A.).          Toda a coletânea de Leonard Feather (parte da qual com a colaboração de Ira Gitler), dedica verbetes a BUD POWELL, destacando-o como o mestre maior do “bebop” no piano.
02.     A  HISTÓRIA   DO  JAZZ (Barry Ulanov, 1ª Edição no Brasil em 1957, tradução de original americano de 1952), destaca BUD POWELL nas páginas 348/349 iniciando seu relato com o fato dele “tornar o piano parte integral do bop”.
03.     A  HISTÓRIA  DO  JAZZ (Marshall Stearns, 1ª Edição no Brasil em  1964, tradução de original americano de 1962), desfila nas páginas 232/256 um panorama bem vívido do nascimento e do desenvolvimento do “bebop”, com citações sobre BUD POWELL.
04.     O  JAZZ  DO  RAG  AO  ROCK (uma infelicidade de tradução para o título), (Joachim E. Berendt, 1ª Edição no Brasil em 1975, tradução de original alemão de 1971, nas páginas 217/218 pontua que “...No jazz moderno a pianística vem de Art Tatum, mas de BUD POWELL vem o estilo.  Tatum deixou para o JAZZ um estandarte pianístico inalcançável, mas Bud criou uma escola....”
05.     GRAN  ENCICLOPEDIA  DEL  JAZZ (04 volumes da Ed. SARPE, 1ª Edição, 1980, Espanha) dedica as páginas 1189 a 1191 a um bom histórico da vida e da obra de BUD POWELL.
06.     O  PIANO  NO  JAZZ (Roberto Muggiati, 1ª Edição, 1982, Brasil) tece um retrato de BUD nas páginas de 20 até 23, arrematando com o fato de que “..Raros pianistas fizeram tantos seguidores no JAZZ como BUD POWELL, nos Estados Unidos e  no resto do mundo, e seria pura perda de tempo enumerar todos eles...”.
07.     OBRAS  PRIMAS  DO  JAZZ (Luiz Orlando Carneiro, 1ª Edição, 1986, Brasil), relata nas páginas 73/77 as qualidades técnicas e as “obras primas” de BUD, assinalando que    “...BUD POWELL..... foi quem realizou, de modo admirável, a complexa operação de dotar o piano jazzístico de uma linguagem “bop fluente, tão eloqüente como a de Parker no saxofone e a de Dizzy Gillespie no trompete....”.
08.    LA  DANSE  DES  INFIFÈLES, Francis  Paudras, 1ª Edição, Editora L’Instant, 1986, 409 páginas, Paris França.   Prefácio de Bill Evans, texto e fotos (cerca de 1.050) em P&B:   introdução, 56 capítulos (cada um deles com o título de tema de BUD POWELL e “coda”.   De todos os livros escritos sobre JAZZ este é um dos mais importantes  pelo histórico, pela iconografia, pela paixão do autor pelo JAZZ e pelo que significou na vida de BUD POWELL  =  recuperação enquanto esteve na França, vida nova com sucesso e respeito do público, preparo e retorno aos U.S.A.  É importante assinalar que este livro, por seu material temático e  fotográfico, foi a “chave” visual e de roteiro para o filme de Bertrand Tavernier  “Por Volta da Meia Noite”, que rendeu a indicação de Dexter Gordon para o Oscar de melhor ator e o Oscar/1986 de trilha sonora para Herbie Hancock. 
Graças ao nosso amigo “cjubiano” ARLINDO COUTINHO fomos agraciados com convite do Serviço de Divulgação e Relações Culturais dos U.S.A. e da Warner  para assistir à “avant.premiere” dess filme (20 de agosto de 1987, 20 horas, auditório do Consulado Americano no Rio de Janeiro, Av.Presidente Wilson 147), o que fizemos ao lado do COUTINHO e do saudoso Mestre LULA.
09.   THE  MAKING  OF  JAZZ:  A  Compreensive History (James Lincoln Collier, 1ª Edição, 1987, U.S.A.,  reimpressão do original de 1978, Inglaterra), é laudatório sobre a carreira e a influência de BUD POWELL enquanto criador de escola, dedicando-lhe as páginas 387/391.
11.      THE  GREAT  JAZZ  PIANISTS (Len Lyons, 1ª Edição, 1989, U.S.A.), farta-se de citações (assinaladas em 43 páginas) sobre BUD POWELL por todos os grandes pianistas:  sua influência, sua carreira, seus métodos  
12.      JAZZ  HOT  ENCYCLOPÉDIE  -  Bebop (Jacques B. Hess, 1ª Edição, 1989, França) é importante pela abordagem “musical” do “bebop” e pelas páginas 75/77 sobre BUD POWELL, destacando que  “....Sa virtuosité, son attaque d’une puissance terrifiante, son drive irrésistible que donne en tempo ultra-rapide l’impression qu’il pourrair jouer encore plus vite sans rien perdre de son aisance, ...”.
13.     OS  GRANDES  CRIADORES  DO  JAZZ (Gérald Arnaud   &   Jacques Chesnel, 1ª Edição em Portugal em 1989, tradução de original francês de  1985), classifica BUD na página 47 como o estilista perfeito do piano “be-bop” (.....tinha uma necessidade quase obsessiva de exprimir completa e fielmente as idéias musicais que jorravam de seu cérebro...).
14.    LOS  100  MEJORES  DISCOS  DEL  JAZZ (Jorge Garcia,  Federico G. Herraiz,  Federico Gonzales,  Carlos Sampayo, 1ª Edição, 1993, Espanha), destaca BUD POWELL como um “Jazz Giant”: “…fue la encarnación absoluta e irrepetible del piano moderno….”.  O album “Jazz Giants” é um dos 100 recomendados pelos autores, com inteira procedência.
16.     OS  GRANDES  DO  JAZZ   -   05  volumes  +  72  CD’s (Edições del Prado S.A., 1ª Edição mal traduzida para o português em 1996/1997, original da  Espanha), traz no 3º volume as páginas 109/120 com alentada biografia e discografia recomendada de BUD.  O CD agregado à edição contem 12 faixas com boa qualidade técnica de gravação e ótimo repertório (“Tea For Two”, “Lover Come Back To Me”, “Um Poco Loco”, “Glass Enclosure” etc etc).
17.     A  CENTURY  OF  JAZZ  -          A  Hundred  Years  Of  The  Greatest  Music  Ever  Made (Roy Carr, 1ª Edição, 1997, Inglaterra), é uma edição de luxo que nas páginas 58/81 aborda o “bebop”, evidentemente com destaque para BUD POWELL, Parker e Gillespie.
18.   GLOSSÁRIO  DO  JAZZ (Mário Jorge Jacques, 1ª Edição, 2005, Brasil), páginas 247/248, encerra o verbete piano sentenciando que “.....Contudo foi no “bebop” que o piano adquiriu total independência quanto ao acompanhamento da mão esquerda atingindo sua apoteose com BUD POWELL e Thelonius Monk....”.

Retornaremos nos próximos dias com o “Módulo IV”

4 comentários:

Nelson disse...

Mestre Pedro,

Obrigado pela excelente e esclarecedora resenha preparada para o "gênio pianístico" de B.Powell

Um abraço
"Nels"

pedrocardoso@grupolet.com disse...

Estimado NELSON:

Mais 02 "módulos" e termino o foco sobre BUD POWELL.
Abraços,

PEDRO CARDOSO

Nelson disse...

Obrigado Mestre

Saudações.
Um forte abraço

"Nels"

MauNah disse...

Maravilha de artigo/compilação/bibliografia. Folgo ao saber que nosso bom CJUB está em nível top em termos de qualidade de informação, graças ao trabalho de nossos Mestres residentes.

Mais uma vez Pedro, parabéns pela grandeza e profundidade do trabalho sobre os pianistas e em particular sobre o "papa".

Abraço,