Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

ELIANE ELIAS LANÇANDO NOVO CD "MADE IN BRAZIL" COM AUXÍLIOS LUXUOSOS

31 março 2015



Segundo matéria online da Jazz Corner, é hoje o lançamento, pela Concorde Jazz, de "Made in Brazil", o novíssimo disco da louraça de dedos endiabrados sobre o teclado (a definição é minha).

Depois de 30 anos fora do Brasil, é seu primeiro disco gravado no país e onde, além de ter feito tudo isso acima, atuou ainda como letrista e produtora, ao lado de seu baixista Marc Johnson e de Steve Rodby, como co-produtores.

Segundo a matéria, ela recrutou no país os demais músicos: os guitarristas Roberto Menescal e Marcus Teixeira, o baixista (elétrico) Marcus Mariano, os bateristas Edu Ribeiro e Rafael Barata e ainda os percussionistas Mauro Refosco e Marivaldo dos Santos para, juntos com as vozes de Mark Kibble e o Take 6, de sua filha cantora/compositora Amanda Brecker (fruto da sua união com Randy) e Ed Motta.

A longa matéria relata boa parte da carreira e influencias positivas recebidas por Eliane, a escolha cuidadosa do repertório (7 das 12 faixas foram gravadas inicialmente no Abbey Road Studios, em Londres, sobre arranjos de Rob Mathes para orquestra e remasterizadas em SP).

Recomendo a leitura do original, pois há ali muita informação sobre o CD. Só não diz quando estará disponível no Brasil.

P O D C A S T # 2 5 0 (funcionando)

PARA OUVIR O PROGRAMA FAZER DOWNLOAD DO ARQUIVO USANDO O LINK ABAIXO:

http://www.divshare.com/download/26911857-85c

LUZ NO FIM DO TÚNEL PARA OS PODCASTS

28 março 2015

Recebí um e-mail da Divshare com o seguinte: "O serviço  estará de volta em linha com as principais funcionalidades restauradas. Os embed players   serão restaurados nos próximos dias - para os arquivos. Ao longo das últimas duas semanas a nossa equipe vem trabalhando o tempo todo para re-localizar em um novo datacenter e recuperar qualquer coisa possível após as falhas no disco rígido, que resultaram em alguns dados que estão perdidos ou danificados. Estamos trabalhando para recuperar tudo o que pudermos para todos os usuários. Indo para a frente no entanto podemos prometer que o nosso novo datacenter está muito melhor equipado para lidar com todos os arquivos do usuário, e nós já implementamos redundância, por isso estamos a fazer o backup de todos os dados do usuário a partir de agora"
Bem vamos acreditar e torcer para que seja só isso.

PODCAST

27 março 2015

Amigos, infelizmente o provedor DIVSHARE continua, sem maiores explicações, fora de operação. Dia 23 postaram no facebook que retornariam em 24h, mas até agora nada. Reclamações existem às centenas. Alegaram problemas técnicos porém pelo tempo já teria sido resolvido e algumas pessoas desconfiam de que não deve ser.  Há inclusive até suspeitas que estejam indo à falência (??). Bem, só nos resta esperar e torcer pelo retorno dos nossos programas.
Até lá amigos....

26 março 2015


 Série   PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
7ª Parte

ALGUMAS   NOTAS  MAIS  SOBRE  O  PIANO  (C)
O piano é dos mais recentes instrumentos de teclado, com 88 teclas dispostas horizontalmente que quando percutidas atuam sobre elementos de madeira forrados com feltro, que vão golpear as cordas extendidas sobre um tear, gerando o som.    Esses elementos são providos de “rebote”, de tal sorte que a corda (ou cordas, até 03 por tecla afinadas em uníssono) deixe de vibrar tão logo a tecla deixe de ser pressionada, evitando o abafamento do som (que pode ser mantido pelo executante  mediante acionamento do pedal direito). O “rebote” permite, ainda, a repetição de toques na mesma tecla, imediatamente “disponível” após cada toque.
A diferença essencial entre o piano e seus predecessores (cravo, espineta) é o fato do executante graduar a força, a intensidade de percussão sobre as teclas, desde o “pianíssimo” até o “fortíssimo” (dai a  denominação original de “pianoforte” para o piano).
Como citado anteriormente e após  Bartolomeo Cristofori muitos aperfeiçoamentos foram sendo introduzidos no piano original (o alemão Gottfried Silbermann, o inglês Broadwood, o francês Erard), até chegar-se à conformação atual:  o piano de cauda (“grand piano”) com tear horizontal e 88 teclas  e o piano vertical (“upright piano”) com tear vertical e 85 teclas.
O “grand piano”, piano de cauda, mede de 120 a 290 centímetros sendo utilizado em concertos e estúdios de gravação (no JAZZ e na música clássica) e em apresentações mais especiais, revestidas de aspectos solenes.  As 88 teclas abrangem 07 oitavas e um pouco mais, sendo as teclas diatônicas brancas enquanto que as em sustenido são pretas, num total de 12 notas por oitava (7 x 12  =  84  e mais 04).
Com todas as melhorias que o piano atual incorporou em sua gama de recursos, de matizes e de nuances, também passou a exigir do executante um preparo muito acima de simplesmente “teclar” notas:   o aprendizado cada vez mais sistematizado, seja pelo profissional, seja pelo músico amador, a técnica superiormente dominada paralelamente à expressão tornaram-se inseparáveis.
Os estudos, os métodos, os exercícios e os demais recursos para aprendizado surgiram ao longo de muitas décadas objetivando o domínio do instrumento com a prática quase obsessiva e diária, o fortalecimento das mãos e sua posição correta no teclado com maior ou menor abertura entre os dedos, a independência na articulação destes, a execução simultânea de acordes, a intensidade e o ritmo com uniformidade, enfim, toda uma gama de técnicas voltadas para a excelência do executante com a justa medida de estilo, de estética e de expressão.
 
 
(09)      MONTY  ALEXANDER    -  Da Jamaica, Porque Não ! ! !   (Resenha longa)
O excelente pianista Montgomery Bernard Alexander, artisticamente MONTY ALEXANDER,  nasceu em Kingston, Jamaica, no dia 06 de junho de 1944 e já com a idade de 04 anos “golpeava” calipsos e boogies no piano.
Com 06 anos iniciou os estudos de piano clássico e aos 14 anos ouviu gravações de Louis Armstrong e de Nat “King” Cole, apaixonando-se pelo JAZZ e a ele aderindo.
Com 16 anos formou no colégio sua primeira “orquestra” com o título de “Monty And The Cyclones”, para atuar em bailes;  o grupo, mais adiante, gravou com o título de “The Skatalites”.
Todas as noites freqüentava os clubes onde atuavam músicos de JAZZ e, entre outros e que o influenciaram, destacava-se o guitarrista Ernest Ranglin, com quem anos mais tarde MONTY viria a gravar.
Com 18 anos e em 1961 mudou-se com a família para os U.S.A., mais precisamente para Miami, atuando em clubes noturnos.
“Descobriu” e tornou-se amigo de Wynton Kelly, ouviu sucessivamente a Bill Doggertt, a George Shearing e a Eddie Heywood.
Em 1963 MONTY atuou com a banda de Art Mooney em Las Vegas, onde chamou a atenção de Frank Sinatra, amigo de Jilly Rizzo, proprietário do clube  “Jilly’s” de New York.   Foi o passo imediato para ingressar no “Jilly’s” acompanhando Sinatra e outros músicos.
Alí conheceu os integrantes do “Modern Jazz Quartet”, em particular o vibrafonista Milt Jackson que o apresentou ao baixista Ray Brown;   com esses 02 ícones MONTY viria a atuar e a gravar mais adiante e vezes sem conta.
Em seguida à sua atuação no “Jilly’s” passou a tocar no “Playboy Club” de New York, ao lado de Les Spann, alí permanecendo por 02 anos.
Gravou para a “World Pacific Records” os álbuns “Alexander The Great” e “Spunky”.
Atuou em trio por uma temporada no “Playboy Club” de Los Angeles, ao lado de Victor Gaskin (contrabaixo) e Paul Humphrey (bateria).
Atuou também com Ray Brown e com Milt Jackson, com quem tocou seguidamente e gravou ao vivo no “Shelly’s Manne Hole” (Hollywood, Califórnia) em 01 e 02 de agosto de 1969 para o selo “Impulse”, devidamente escoltados por Teddy Edwards no sax-tenor e Dick Berg à bateria.   Foram gravados 06 temas entre os quais o magnífico “Here’s That Rainy Day” da dupla Johnny Burke e Jimmy Van Heusen, que MONTY / Ray Brown / Milt Jackson voltariam a apresentar e gravar ao vivo no “Jazz In Montreux” de 1977, ao lado dos trumpetistas Dizzy Gillespie (então líder do sexteto) e Jonathan “Jon” Faddis, mais o baterista Jimmy Smith.   Nesse “Montreux” o sexteto apresentou um “medley” com os temas “Once In A While” (solo de Gillespie), “But Beatiful” (maravilhoso, antológico solo de Milt Jackson) e “Here’s That Rainy Day” (solo de Jon Faddis);  felizmente essa espetacular apresentação ficou perpetuada em DVD dentro da série “Norman Granz Jazz In Montreux”. 
Aconselhado pelo grande Oscar Peterson o produtor Don Schlitten do selo “MPS” interessa-se por MONTY e o contrata.  Aqui um parênteses já que vale lembrar que o produtor americano Don Schlitten havia fundado anteriormente em conjunto com Harold Goldberg e Julles Colomby o selo “Signal Records” (gravou Gigi Grice, Duke Jordan e Red Rodney até o final da década de 1950, quando vendeu a marca para a “Savoy Records”), passando Schlitten a trabalhar como “free” para selos como “Prestige Records”;   fundou o selo “Cobblestone Records” com Joe Fields em 1972 (gravou Sonny Stitt e as  apresentações do “Newport Festival” de 1972), depois atuou para as etiquetas “Muse Records” e “Onyx Records” e, ainda, fundou a etiqueta “Xanadu Records” (gravou Barry Harris, Al Cohn, Charles McPherson e muitos mais).
No ano de 1974 MONTY realiza temporadas pelos U.S.A. e em abril de 1975 sua primeira incursão européia, iniciada em Londres nada menos que no “Ronnie Scott’s".
A partir de então o jamaicano instala-se na plataforma onde mais se destaca, seja nas  apresentações em clubes, em concertos e em gravações:  o trio com piano / baixo / bateria ou guitarra.  Herb Ellis e Ray Brown são seus parceiros nessa formação, assim como vez por outra Mads Vinding no baixo e Ed Thigpen à bateria.
MONTY não deixa de atuar em diversos contextos (metais, solo, quarteto, quinteto), ou de contracenar em trio com Reggie Johnson, Robert Thomas Jr. (percussão), Eugene “Gene” Wright, Emily Remler, Paul Werner (baixo), Steve Williams e outros.
A inclinação de MONTY pela fórmula “trio” é marcante, até mesmo por suas claras influências ancoradas em Oscar Peterson (durante muitos anos MONTY foi considerado o “novo Peterson” pelas semelhanças de timbre e fraseado o que, convenhamos, não é pouco, tendo trabalhado com diversos acompanhantes do canadense, como Herb Ellis, Ray Brown e Ed Thigpen, por exemplos) e em Ahmad Jamal;   ainda mais, seu pianismo transita por Art Tatum, Wynton Kelly e Nat “King” Cole.
Gravou e atuou com inúmeros músicos e artistas ligados ao JAZZ, entre outros Frank Sinatra, Ray Brown, Dizzy Gillespie, Sonny Rollins, Clark Terry, Quincy Jones, Ernest Ranglin, Barbara Hendricks, Sly Dunbar, Robbie Shakespeare e muitos mais, assim como atuou e gravou em inúmeros gêneros, formações e estilos, citando-se como exemplos seu acompanhamento a Natalie Cole no álbum “Unforgetable” (07 Grammy’s) em tributo ao pai Nat “King” Cole, sua atuação em “Rhapsody In Blue” de Gershwin sob a direção de Bobby McFerrin e sua atuação na trilha sonora do clássico longa-metragem “Bird”, sob o comando de Clint Eastwwod.
Em agosto de 2000 MONTY foi agraciado pelo governo jamaicano como “Commander” da “Order Of Distinction” por seus relevantes serviços de embaixador musical por todo o mundo.
MONTY tem mantido rigorosa e intensa programação de apresentações em clubes de JAZZ, em salas de concertos, em gravações (cerca de 06 dúzias de álbuns nos mais diversos e importantes selos) e em participações em festivais de JAZZ (Montreux, África do Sul, Japão, Austrália e outros).
Em 2008 MONTY foi convidado por Wynton Marsalis para a produção e a direção,  dentro do “Jazz At Lincoln Center”, do programa “Lords Of The West Indies” transmitido nacionalmente pela “BETJ”.
Em 2009 e novamente pelo “Jazz At Lincoln Center” um novo programa por MONTY, “Harlem Kingston Express”, mostrando as interações entre o JAZZ clássico com os ritmos jamaicanos.
No ano de 2011 MONTY teve lançadas 02 coletâneas de suas apresentações ao vivo por todo o mundo:  “Uplift” pela “JLP Records” e “Harlem-Kingston Express” pelo selo “Motema Music”.
Com todas as numerosas influências arrebanhadas por MONTY, que soube aproveitar muito bem e amadurecer em estilo próprio, ele sempre nos brinda com uma música de alta qualidade, agradável, plena de “swing”, alguns toques caribenhos, total domínio nos acordes blocados e um “colorido” bem especial.
É longa a discografia de MONTY ALEXANDER, como já citado cerca de 06 dúzias, e alguns dos títulos dessas muitas gravações são:  “Uplift”, “Harlem-Kingston Express Live”, “Monty Alexander”, “Straight Ahead”, “Stir It Up:  Music Of Bob Marley”, “Impressions In Blue”, “Calypso Blues:  Songs Of Nat King Cole”, “Steaming Hot”, “Ray Brown / Monty Alexander / Russell Malone”, “Live At Iridium”, “Goin Yard”, “The Good Life:  Monty Alexander Plays The Songs Of Tony Bennett”, “Rocksteady”, “Alexander The Great !”, “Echoes Of Jilly’s”, “Monty Meets Sly & Robie”, “The Paris Concert”, “Solo”, “Soul Fusion”, “Ballad Essentials”, “Caribbean Circle”, “Monty Alexander’s Ivory & Steel / Island Grooves” e “Yard Movement”.
Dentre esses e tantos outros títulos são destaques:
-        Montreux Alexander Live !”, que nos presenteia MONTY com John Clayton no baixo e Jeff Hamilton na bateria (então futuros acompanhantes da canadense Diana Krall), gravado ao vivo em 10 de junho de 1976 e para o selo “MPS” (no qual ingressou por indicação de Oscar Peterson para o produtor Don Sclitten), em que os temas “Nite Mist Blues” de Ahmad Jamal e o tradicional e de domínio público “Battle Hymn Of The Republic” (uma “pérola” em diversos andamentos) receberam tratamento de verdadeiros estudos de “JAZZ-piano”;
-        Soul Fusion”, gravação pelo selo “Pablo” em 01 e 02 de junho de 1977, atuando MONTY ao lado de Milt Jackson no vibrafone, John Clayton no baixo e Jeff Hamilton à bateria, com destaque para o magnífico tema “Compassion” de Milt Jackson, novamente gravado por MONTY em 30 de novembro de 1985 em Milão, no álbum “Threesome” para o selo “Soul Note”, desta feita comandando trio com Niels-Heening Ørsted Pedersen no baixo e Grady Tate à bateria e vocal;
-        Facets” para o selo “Concord” em 1980, com MONTY ao lado de Ray Brown no baixo e de Jeff Hamilton na  bateria, com destaque para o tema de Louis Lambert “When Johnny Comes Marching Home”, repleto de citações à “Gerra da Secessão” e em diversos andamentos.
-        Overseas Special” gravado ao vivo no “Satin Doll Club” em março de 1982 para o selo “Concord”, com MONTY ao lado de Ray Brown no baixo e de Herb Ellis na guitarra, presenteando-nos com 06 temas em longas execuções e destaque para os clássicos “But Not For Me” de Gershwin e “C.C.Rider” da grande Gertrude “Ma” Raney;
-        Duke Ellington Songbook”, selo “MPS” gravado em 29 de março de 1983, com MONTY ao lado de John Clayton no baixo, com destaque para o clássico “Sophisticated Lady” de Ellington / Irving Mills / M.Parish;
-        The River” gravado em outubro de 1985 em Maryland para o selo “Concord”, ao lado de John Clayton no baixo e de Ed Thigpen na bateria;  nesse álbum MONTY gravou 10 temas que acostumou-se a ouvir e a tocar em sua terra natal, Jamaica, em reuniões familiares e como tradição religiosa, como “Stand Up, Stand Up For Jesus”, “Ave Maria” (a de Franz Schubert), “What A Friend We have In Jesus” e outros, incluindo de sua autoria o tema “The Serpent”;
-        Full Steam Ahead” com 09 temas tomados em 1985 para o selo “Concord”, trazendo-nos MONTY ao lado de Ray Brown no baixo e de Frank Gant na bateria;  foram gravadas verdadeiras jóias de desempenho do trio e desfile de hiper-clássicos, tais como “Freddie Freeloader” (Miles Davis), “Once I Loved” (Tom Jobim), “Ray’s Idea” (Ray Brown), “Happy Talk” (Rodgers & Hammerstein), “Hy-Fly” (um pérola de Randy Weston anteriormente  imortalizada por Dexter Gordon no LP “Gotham City”) e muito mais;
-        Steamin” “ gravado em 14 e 15 de setembro de 1994 para o selo “Concord”, sendo MONTY coadjuvado por Ira Coleman no baixo e Dion Parson na bateria, com 13 temas e destaque para o clássico de Nikolaus Brodsky e Sammy Cahn “I’ll Never Stop Loving You”;
-        Echoes Of Jilly’s” gravado em 20 e 21 de dezembro de 1996 para o selo “Concord”, ao lado de John Patitucci no baixo e de Troy Davis na bateria, com 13 temas em que MONTY recorda seus tempos no “Jilly’s” onde foi “descoberto” por Frank Sinatra, ao qual agradece no texto do encarte, de sua autoria.
MONTY pode ser apreciado em alguns DVD’s, tais como o já citado “Jazz In Montreux” de 1977, tendo MONTY ao lado dos trumpetistas Dizzy Gillespie e Jon Faddis, mais Milt Jackson no vibrafone, Ray Brown no baixo e Jimmy Smith na bateria e, também, no DVD da “EMI” “Barbara Hendricks – A Tribute To Duke Ellington”, comandando trio com Ira Coleman no baixo e Ed Thigpen na bateria, em gravação tomada ao vivo durante o “Montreux Jazz Festival” de 1994 (dias 17 e 18 de agosto);  durante cerca de 01 hora 08 temas do repertório de Ellington são tributados com classe, elegância, bom gosto e muito JAZZ.
Prosseguiremos  nos  próximos  dias

20 março 2015


Série   PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
6ª Parte

(07)      KENNY  BARRON    -   Um Mestre Que Nos Visitou          (Resenha curta)
Kenneth Barron, KENNY BARRON, pianista e compositor norte-americano, nasceu no dia 09 de junho de 1943 na Filadélfia, estado da Pensilvânia (estado do Leste norte-americano e cuja capital é Harrisburgh,  contando com 342 cidades, sendo as mais conhecidas Newport. Pittsburgh, Carlisle, Gettysburgh, Hermitage e Indiana, cidade homônima do estado de Indiana, localizado mais a Oeste da Pensilvânia e entre Ohio e Illinois).
BARRON é irmão mais novo do saxofonista tenor e soprano, compositor e professor de música  Bill Barron (27 de março de 1927 a 21 de setembro de 1989) e iniciou suas lições de piano aos 12 anos com a irmão do grande pianista Ray Bryant (Raphael Hommer Bryant, também da Filadélfia e nascido em 24 de dezembro de 1931)
Com mais 02 anos de lições, muita prática e contando 14 anos em 1957, BARRON experimenta sua primeira participação profissional na banda de Mel Melvin, por indicação do irmão que já tocava no grupo de Melvin.
Seguidamente atuou nas formações de Philly Joe Jones e de Yusef Lateef, para depois mudar-se para New York com o irmão, ambos trabalhando juntos com Ted Curson (03 de junho de 1935, trumpete, flugelhorn e composição), da terra natal de ambos, mais novo que Jimmy Barron e mais velho que KENNY BARRON.
Logo após BARRON colabora com James Moody, com Lee Morgan e com Lou Donaldson;   estamos em 1961, BARRON havia completado nada mais que 18 anos e já podíamos considerá-lo um “veterano”, em função daqueles com quem havia tocado.
Em 1962 BARRON toca com Roy Haynes para, por recomendação de James Moody, substituir Lalo Schiffrin no quinteto de Dizzy Gillespie;  nesse grupo a exposição de BARRON para o público e a crítica é bem mais evidente, carreando-lhe prestígio.
KENNY BARRON participou do documentário “Dizzy Gillespie” (U.S.A., 1965, 22 minutos, dirigido por Les Blank), em que Gillespie fala sobre sua trajetória e apresenta-se em quinteto com James Moody / sax.tenor, KENNY BARRON / piano, Chris White / baixo e Rudy Collins / bateria;  a apresentação ocorreu em Hermosa Beach, paraíso dos “Lighthouse”
Ainda assim e em 1966 BARRON deixa Gillespie para tocar seguidamente com Freddie Hubbard, Jimmy Owens e Stanley Turrentine .
Em março de 1970 BARRON passa a fazer parte do quarteto de Yusef Lateef, para depois atuar com Milt Jackson, com Jimmy Heath e, no período de 1974 a 1975, com Stan Getz.
Em 1972 BARRON, então com apenas 29 anos, já dava aulas de piano no “Jazzmobile Workshop” e, desde 1973, ministrava aulas práticas e de teoria musical na “Rutgers University”, magistério que se prolongou por 25 anos !
Também ministrou aulas e palestras no “Juilliard School Of Music” (alguns de seus mais destacados alunos foram Aaron Parks, Earl MacDonald, Harry Pickens e Noah Baerman).
No início de 1976 integra a banda de Buddy Rich em curta permanência, da qual se desliga para uma união bastante duradoura com Ron Carter que perdurou até 1980.
Nesse intervalo ele graduou-se em 1978 como “Bacharel em Artes” pelo “Metropolitan Center” de New York.
Em 1981 BARRON foi co-fundador ao lado de Charlie Rouse do grupo “Sphere”, destinado a difundir e a perpetuar a obra do grande Thelonius “Sphere” Monk;  o grupo permaneceu o mesmo e íntegro até sua dissolução.
Também foi integrante do então denominado “Classical Jazz Quartet”.
Ainda assim e em 1984 BARRON trabalhou com e vibrafonista Bobby Hutcherson, além de acompanhar a muitos outros músicos, tal como Stan Getz na temporada européia do verão de 1987.    Também com Stan Getz BARRON gravou inúmeros álbuns no período de 1987 até 1991, voltados para a “bossa nova”, podendo citar-se como mais destacados “The Lost Sessions” e “Serenity” (gravado ao vivo em 06 de julho de 1987 no “Café Montmartre” em Copenhaguem para o selo “EmArcy”, em que ao lado de Rufus Reid e Victor Lewis os dois desfilam pérolas como “On Green Dolphin Street” e “I Remember You”, além de mais 03 faixas). 
A discografia de KENNY BARRON é mais que alentada, contando com mais de 70 gravações como acompanhante (de 1961 e até 1987) e, a partir de 1973, como líder.
O estilo e a trajetória de BARRON mantém, com as devidas proporções, certo paralelismo com as de Hank Jones e de Tommy Flanagan, já que acompanhou a dezenas de músicos, foi capaz de adaptar-se aos diferentes contextos com eficiência e eficácia, sem jamais “personalizar-se” ante esses músicos acompanhados.
Basta que o ouçamos acompanhar Freddie Hubbard “a la Herbie Hancock”, assim como apoiar o mesmo Hubbard e a Joe Henderson “a la McCoy Tyner” ou, ainda, a Ray Anderson “a la Oscar Peterson” e, principalmente, mostrar-se “monkiano” ao lado de Charlie Rouse / sax.tenor, Buster Williams / contrabaixo e Ben Riley / bateria no clássico de Thelonius Monk “Trinkle Tinkle” gravado em Perugia / Itália em 14 de julho e 1986, quando desfila ao longo de 11’16” toda a sintaxe de Monk.    Com tudo isso é bem capaz de mostrar-nos sua “descendência” de Dizzy Gillespie enquanto “bopper”.
A partir do início da década de 1980 BARRON, em certa medida, converteu-se para a crítica e o público em depositário da já atingida “tradição” do piano-jazz moderno, na “mainstream” do JAZZ, dedicando-se de maneira clara à sonoridade, ao desenvolvimento harmônico refinado com exploração de aspectos rítmicos pouco visitados por seus pares, mas sem jamais desprender-se do mais acentuado “swing”.
BARRON esteve no Brasil apresentando-se no “Mistura Fina” em 13 e 14/dezembro de 2002, ao lado de nosso Mauro Senise ao sax-soprano, Romero Lubambo à guitarra, Nilson Matta no contrabaixo e Duduka da Fonseca na bateria.  
As premiações recebidas por KENNY BARRON ao longo de sua trajetória são testemunho evidente do reconhecimento do público, da crítica e de organismos da mais alta importância, principalmente a partir dos seus mais de 30 anos de carreira:  foi indicado em 09 ocasiões para o “Grammy Awards” na década de 1990, foi indicado para o “American Jazz Hall Of Fame”, tornou-se em 1999 o vencedor da enquete entre os críticos promovida pela revista”Down Beat” na categoria de “melhor pianista” (47º “Annual Critics Poll”), foi considerado o melhor pianista no “Jazz Awards” nesse mesmo ano (votado por centenas de  críticos e jornalistas de JAZZ, músicos e figuras da indústria do JAZZ), foi nomeado “Fellow” para a “American Academy Of Arts And Sciences”, para citar alguns exemplos.     
Entre as principais gravações de KENNY BARRON como líder,  além das já citadas no texto anterior e restringido-nos a umas poucas (já que sua discografia é imensa), indicamos:
-          “Sunset To Dawn”, selo “Muse Records”, 1973
-          Innoncence”, selo “Wolf”, 1978
-          “Green Chimneys”, selo “Criss Cross’, 1983
-          “Scratch”, selo “Enja”, 1985
-          “Live At Fat Tuesdays”, selo “Enja”, 1988
-          “Rhythm-a-ning”, selo “Candid”, 1989
-          “The Only One”, selo “Reservoir”, 1990
-         “Other Places”, selo “Verve / Gitanes”, 1993 (nessa gravação temos BARRON ao lado de Ralph Moore/saxes alto e soprano, Bobby Hutcherson/vibrafone, Rufus Reid/biaxo, Victor Lewis/bateria e Mino Cunelu/percussão em 09 temas, dos quais 06 da autoria de BARRON)
-          “Canta Brazil”, selo “Sunnysville”, 2002
-          “Minor Blues”, selo “Venus Jazz”, 2009.
A participação de BARRON como “sideman” é gigantesca, destacando-se as gravações com Ron Carter, Charles Davis, Booker Ervin, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Joe Henderson, Ron Holloway. Bobby Hutcherson, Freddie hubbard, Marvin Peterson e Tyrone Washington, entre outros.
Aos 68 anos em 2011 KENNY BARRON seguia seu percurso na “estrada”, já com apresentações comprometidas até 20 de maio de 2012, esta última no “Topeka Ramada Hotel” em Topeka.
Somente no mês de julho de 2011 sua agenda apontava:
-        07/julho      Em trio na “Wesleyan University” em Middletown / Conecticut
-        11/julho       Em piano-solo na “The Schooner Room” e como parte do “Halifax Jazz Festival” no Canadá
-        16/julho      Em trio no “Chateau De Beaupre” em Beaupre / França
-        20/julho      Na “92nt St Y em New York.
BARRON recebeu o Doutorado Honorário da “Berklee College Of Musica” em 2011 e da “Sunny Empire State” em 2013,  além do “Legacy Award” da “Mid-Atlantic Arts Foundation”, passando a integrar o “American Jazz Hall Of Fame” e recebendo a “MAC Lifetime Achievement Award” em 2005.  A Associação de Jornalistas de Jazz dos USA nomeou-o o “Melhor Pianista” em 06 ocasiões.
Vida longa e muito JAZZ é o que lhe desejamos.
 
 
(08)      MARIAN  McPARTLAND    -  Maestria Completa          (Resenha curta)
Marian Margaret Turner, pianista, compositora, arranjadora e diretora de orquestra naturalizada norte-americana e artisticamente conhecida como MARIAN McPARTLAND, nasceu na cidade de Windsor na Inglaterra no dia 20 de março de 1920(algumas poucas fontes indicam 1918) em uma família de músicos, vindo a falecer aos 93 anos em 20 de agosto de 2013 em Port Washington, Nova  Iorque.
Foi “menina-prodígio”  já que aos 03 anos de idade executava algumas peças ao piano (valsas de Chopin), mas inicialmente estudou violino durante 05 anos com professores particulares para, em seguida, ingressar nos cursos da “Guildhall School Of Music And Drama” em Londres, onde estudou música clássica e piano.
Durante muitos anos enfrentou algumas discussões familiares em função de seu precoce encantamento pelo JAZZ e por músicos americanos, como “Fats” Waller, Duke Ellington, a grande Mary Lou Williams, Teddy Wilson e muitos outros.
Para desgosto da família em 1938, aos 20 anos, MARIAN deixou a “Guildhall” para unir-se ao grupo “Billy Mayerl’s Claviers” (grupo de “vaudeville” com 04 pianistas), adotando o nome de “Marian Page” e excursionando pela Europa durante a IIª Guerra Mundial para entreter as tropas aliadas contra o nazismo, integrando grupo musical  organizado pelo U.S.O. 
Durante turnê na Bélgica e Alemanha em 1944 conheceu o cornetista Jimmy  McPartland (James Douglas McPartland, 15/março/1907 Chicado/Illinois a 13/março/1991 New York) e os dois vieram a casar-se na base militar dos aliados na Alemanha.  MARIAN passou a adotar o sobrenome do marido, mantendo o  mesmo após a futura separação de ambos no início dos anos 1960.
Com o termino da IIª Gerra Mundial MARIAN foi para Chicago com a família do marido Jimmy e em 1949 o casal passou a residir em Manhattan, no mesmo edifício das “Nordstrom Sisters”.  
Aqui um pequeno parênteses sobre as “Nordstrom Sisters”, que atuaram em cabarés de 1931 até 1976, ocasião em que faleceu a mais nova das irmãs, Dagmar (1903/1976), compositora / pianista / arranjadora do duo e autora do sucesso de 1940 “Remembering You”;    a outra componente, Sigfred (1893/1980), casou-se em 1919 e enviuvou em 1931 com o falecimento do marido Samuel Ferebee Williams.
Inicialmente MARIAN atuou em quarteto com o marido Jimmy e em quinteto “dixieland” no “Brassrail Lounge” de Chicago.
Já residindo na “maçã” e encorajada pelo marido MARIAN passou a apresentar-se em trio no clube de JAZZ “Hickory House” (um dos mais famosos e importantes da “Rua 52”, tão emblemática para o “bebop”, situado entre as avenidas “Seventh” e ”The Americas”), permanecendo ali longo período (1952 a 1960). O trio formou inicialmente com MARIAN ao lado de Max Wayne (baixo) e Mousie Alexander (bateria) e mais adiante com o baixo por conta de Bill Cow e tendo como baterista o grande Joe Morello, antes deste unir-se ao seminal quarteto de Dave Brubeck, onde fez sucesso.   
O trio chegou a atuar, também, no “The Embers”, restaurante e “night club” que funcionou de 1950 a 1960 na 161 East 54th Street entre a 2nd e a Lexington Avenue, onde atuaram músicos da talha de Ralph Watkins, George Shearing, Jonah Jones e Red Norvo.
No biênio 1953/1954 MARIAN foi presença regular no programa “Judge For Youself” dirigido por Fred Allen e apresentado por Dennis James.
O início da década de 1960 não foi favorável a MARIAN, não apenas pela separação do até então marido Jimmy, mas também pela “crise” geral que atingiu o JAZZ com a invasão da sub-música.  Ainda assim ela chegou a atuar durante pouco tempo em 1963 contratada por Benny Goodman, realizou temporadas na Inglaterra, gravou seguidamente para as etiquetas “Argo”, “Savoy”, “Dot”, “Capitol”, “Time” e  “Sesac”, até fundar em 1969 sua própria gravadora, “Halcyon Records” (pela qual gravaram Earl Hines, Teddy Wilson e Dave McKenna), ademais de posteriormente manter longa associação com a “Concord Jazz” do então fundador e presidente Carl Jefferson, que renderam mais de 50 gravações, inclusive ao lado do ex-marido Jimmy McPartland em formação “dixieland” e do grande trumpetista “Hot Lips” Page (Oram Thaddeus Page, 27/janeiro/1908 Dallas/Texas a 05/novembro/1954 New York).
Anteriormente e em 1964 MARIAN iniciou novo veio de atividade na rádio “WBAI-FM” de New York, com um programa semanal em que apresentava gravações e entrevistava convidados.  A rádio “Pacifica” da Costa Oeste passou a transmitir esse programa semanal, que abriu caminho para o posterior programa “Marian McPartland’s Piano Jazz”, série transmitida pela “NPR” (“National Public Radio”) e iniciada em  04 de junho de 1978;    esse é considerado o programa “cultural” de mais longa permanência no ar, em uma rádio pública. 
MARIAN atuava ao piano e recebia convidados para entrevistas e atuação, habitualmente pianistas, sendo que boa parte desses programas foi gravada em CD pela etiqueta “Concord”, a que já nos referimos anteriormente.
Durante a década de 1980 MARIAN manteve-se em seu programa radiofônico mas dedicou-se, simultaneamente com muita vontade, ao ensino musical.
Ao completar 25 anos do  programa em 2003, MARIAN o irradiou do “Kennedy Center” tendo como convidado Peter Cincotti.   Em 2009 o pianista Ramsey Lewis foi o convidado do programa.
Enquanto compositora MARIAN legou-nos muitas e muitas peças, com destaque para as belas "Ambiance", "There'll Be Other Times", "With You In Mind", "Twilight World" e  "In The Days Of Our Love", sendo que diversas composições suas foram gravadas por Tony Bennett, Peggy Lee e muitos outros.
A partir de 1983 MARIAN foi indicada e recebeu muitos e muitos prêmios e homenagens por sua obra, podendo citar-se como exemplos o “Peabody Award” em 1983, a indicação para o “International Jazz Association Of Jazz Education Hall Of Fame” de 1986, em 1991 o “ASCAP-Deems Taylor”, em 2000 o “NEA JAZZ Masters”, em 2001 os prêmios “Gracie Allen” (“American Woman In Radio And Television”) e “American Eagle” (pelo “National Music Council”), em 2004 e pela “Recording Academy” o “Grammy Trustees”(por sua obra como escritora, educadora e apresentadora do mais longo programa de rádio em emissora pública, o “Marian McPartland’s Piano Jazz” na “NPR”), em 2006 a indicação para o “Long Island Music Hall Of Fame” e em 2007 o “National Radio Hall Of Fame”.
Os títulos honorários recebidos por MARIAN também impressionam, seja pela quantidade, seja pelo nível das instituições outorgantes:  Ithaca College, Hamilton College, Union College, Bates College, Bowling Green University, University of South Carolina, Eastman School of Music, Berklee College of Music e City University of New York, como exemplos.
Em vias de completar 90 anos MARIAN compôs e apresentou a sinfonia “A Portrait Of Rachel Carson” (27/05/1907 a 14/04/1964, bióloga, zoóloga, ambientalista e escritora americana, autora da obra “Silent Spring”, pioneira no enfoque sobre o movimento global de preservação do meio ambiente), comemorando o centenário de nascimento dessa figura.   Em 2010 MARIAN foi agraciada pelo “OBE” (“Officer Of The Order Of The British Empire”).
MARIAN possui um conhecimento enciclopédico do JAZZ, abordando ao piano e  com propriedade os “standards” e os estilos mais variados da “Arte Popular Maior”, graças aos longos anos de “estrada” e à longa atuação em seu programa de rádio, em que recebeu e contracenou com os mais diversos ícones do “piano-jazz”.    Seu estilo pode ser definido como flexível e complexo, com improvisação muito inventiva tanto harmônica quanto rítmica e não centrado em uma única escola (percorre com fluidez desde o “dixieland” até o “bebop”), sempre com “swing” subjacente e sem afetação.
Entre as publicações importantes com a obra de MARIAN inclui-se “The Artistry Of Marian McPartland” (coletânea de transcrições editada pela “Columbia Pictures Publications”) e “Marian McPartland’s Jazz World: All In Good Time” (publicação da “University Of Illinois Press”).
Entre as dezenas e dezenas de gravações importantes de alta qualidade de MARIAN apontamos “As The Hickory House – 1952/1953”, “Personnal Choise” de 1982 e o tratamento impressionista em “Willow Creek” em 1985.

Prosseguiremos  nos  próximos  dias
 

P O D C A S T

ATÉ O MOMENTO O PROVEDOR DIVSHARE QUE HOSPEDA OS ARQUIVOS DE ÁUDIO ENCONTRA-SE INOPERANTE E ALEGA MOTIVOS TÉCNICOS. ESTAMOS  AGUARDANDO A SOLUÇÃO.

COREA E HANCOCK JUNTOS DEPOIS DE 37 ANOS

19 março 2015



A última vez que tocaram um dueto foi em 1978, depois de performances lendárias em vários pontos do planeta. Agora, os pianistas Herbie Hancock e Chick Corea dois "titãs" do teclado jazz reuniram-se novamente em uma turnê que abrange uma série de cidades dos Estados Unidos, após o que, vão para a Ásia, Austrália, Nova Zelândia e Europa, incluindo o Reino Unido.


─ “Chick Corea e eu sempre tivemos a porta aberta para a possibilidade de voltar em turnê", disse Herbie Hancock. 

─ "Nós dois sentimos que havia passado tempo suficiente desde a nossa última grande turnê em 1978, e considerando todas as experiências que tivemos na música e na vida, esta foi a oportunidade de voltar a cruzar por aquela porta."

Corea e Hancock também foram membros do famoso Miles Davis Quintet a partir da década de 1960, e tocaram juntos nos  inovadores álbuns de fusion-jazz do trompetista, "In a Silent Way" e "Bitches Brew".

Suas carreiras nas últimas 4 décadas floresceram e ambos têm a seus créditos inúmeros prêmios e honrarias internacionais.

(Adaptado do Noticiero de Jazz)


Mestre LOC fala dos novos clubes de NY

http://www.jb.com.br/jazz/noticias/2014/12/13/novos-clubes-de-jazz-em-manhattan/

16 março 2015


Série   PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
5ª Parte

(05)      GERRY  WIGGINS    -   Clássico, Popular ou JAZZ ?     (Resenha curta)
O pianista americano Gerald Foster “Gerry” Wiggins nasceu em New York no dia 12 de maio de 1922.
Cursou inicialmente música clássica na “Martin Smith Musical School” e   posteriormente na “High School Of Music & Art”.
Jovem ainda passou a apreciar todos os músicos de JAZZ da década de 1930.
Iniciou-se profissionalmente muito jovem, atuando com Stepin Fetchit por 01 ano, com Les Hite por 06 meses e com apenas 16 anos teve sua primeira experiência profissional importante, trabalhando durante 01 ano com Louis Armstrong (!!!...).
Em seguida trabalhou com Benny Carter, com o qual realizou temporada pelo Leste americano, até que com 22 anos e em 1944 foi incorporado às Forças Armadas.
Durante o serviço militar em Fort Lewis atuou com a banda militar local,  até 1946.
Após desligar-se retornou ao grupo de Benny Carter, com o qual realizou inúmeras temporadas.
Acompanhou a cantora Lena Horne (os mais belos dentes do cinema) de 1950 a1951 em temporada pela Europa.
Foi durante essa temporada com Lena Horne que Wiggins realizou suas primeiras gravações em trio, para o selo “Vogue”.
Ao regressar Wiggins fixou-se em Los Angeles, onde montou seu trio ao lado de Joe Comfort e de Bill Douglas, para apresentações em clubes noturnos, ao mesmo tempo em que gravava com Francis Faye, Ella Mae Morse e Lex Baster em diverso estúdios da “cidade dos anjos”.
A partir de 1956 e até 1958 Wiggins trabalhou com Spike Jones e com Helen Grayco, ao mesmo tempo em que tocou para Kay Starr.
É dessa época e em 1959 sua participação em filmes, destacando-se “Les Girls” com a linda Mitzy Gaynor ao lado de Gene Kelly e “Quanto Mais Quente Melhor” (“Some Like It Hot”, grande sucesso com Marilyn Monroe, Tony Curtis e Jack Lemmon, direção de Billy Wilder).
Nesse ano de 1959 foi contratado por Harry Janes, para posteriormente passar a trabalhar como “freelance” para estúdios de gravação e cinematográficos.
Após essa atividade Wiggins atuou em Las Vegas com Teddy Edwards, Com Dinah Washington, com Leroy Vinnegar, além de com Eartha Kitt e com Helen Humes, simultaneamente com suas participações em festivais (destacando o de Nice no final dos anos 70 do século passado) e em concertos.
Wiggins é pai de Gerald Jr. (“J.J.”), nascido em 15 de abril de 1956, trombonista e contrabaixista.
Gerald Wiggins é pianista extremamente versátil, de toque sutil e, com certeza, remetendo-nos a Nat “King” Cole” e de certa forma a Errol Garner, atuando no JAZZ e na música mais comercial sem nenhum problema de adaptação, talvez até por sua formação clássica e seu ecletismo de parceiros (imagine-se o que é tocar com Spike Jones e com os “Supremes”);  se esse caleidoscópio de atuações pode por um lado garantir-lhe presença em cenários distintos, por outra parte e com certeza não lhe granjeou ao longo do tempo claro sucesso para o público jazzístico.
Wiggins gravou com Rusty Bryant, Paul Horn, Nat “King” Cole, Kay Starr, Joe Morello, Lou Rawls, Ernie Andrews, Harry “Sweet” Edison e Sam Fletcher, entre outros, o que mostra um panorama bem abrangente.  
Entre suas gravações com certo destaque apontamos (01) “Wiggin’ With Wig” de 1950, (02) “Wiggin’ Out” de 1960 (em órgão com Harold Land),  (03) “Relax And Enjoy It” de 1961 e (04) “A Beatiful Friendship” de 1977.
 
 
(06)      JIMMY ROWLES   -   Rica história,  belo legado       (Resenha longa)
James George Rowles, JIMMY ROWLES, pianista, cantor, compositor e, por “hobby’, caricaturista norte-americano (como será relatado mais adiante e em função de episódio quando de sua estada no Brasil), nasceu em 19 de agosto de 1918 na cidade de Spokane, estado de Washington situado no extremo noroeste norte-americano (cuja capital é a cidade de Olympia e que conta com mais 114 outras cidades, ai incluídas as de Arlington, Kirkland, Seatttle, Vancouver, Tacoma, Aberdeen, Langley e outras).  Não confundir o estado de Washington com a cidade de Washington ou Distrito de Columbia, capital dos U.S.A., estas Washington e Columbia co-existentes e com governo municipal único, cuja construção foi iniciada em 1792 e inaugurada em 1800, originalmente formada por terras cedidas pelos estados de Maryland e de Virginia.
ROWLES veio a falecer em vias de completar 78 anos no dia 28 de maio de 1996, em conseqüência de acidente cardiovascular, na cidade de Burbank, estado da California,.
Inicialmente e por conta própria dedicou-se ao canto, mas logo passou ao piano com professores particulares;  tocou em bandas de Seattle enquanto era estudante na  “University of Washington”. 
Em 1940 mudou-se com a família para Los Angeles e com a idade de 22 anos realizou temporadas com orquestras de baile (Garwood Wam e Mouse Marsalino),  para logo em seguida conseguir suficiente projeção para atuar em formação liderada por Lester Young e com ninguém menos que Ben Webster e Tony Bennett, este em  estúdio de gravação, seguindo-se seu trabalho como acompanhante de Slim Gaillard e da “Lady Day”, Billie Holiday, isso já em 1941. No ano seguinte tocou por 05 meses com Benny Goodman e no biênio 1942/1943 atuou na formação de Woody Herman, sendo em seguida convocado para o serviço militar e retornando a trabalhar com Herman no biênio 1946/1947, logo após seu desligamento do exército.
Se esses alinhamentos com “estrelas” e em diferentes estilos não foi toda uma formação superior, onde mais ROWLES poderia ter estudado ? ? ?
Desligando-se da formação de Woody Herman ROWLES trabalhou sucessivamente com Les Brown, com a banda de Tommy Dorsey, em 1947 com Butch Stone e na formação de Benny Goodman e com Bob Crosby em seus programas radiofônicos (“Fitch Bandwagon” e transmitidos desde o “Club 15” com Crosby como “Mestre de Cerimônias”) de 1947 até 1951.
Lembramos que na formação de Bob Crosby, que tinha como prefixo “Summertime”  atuaram, entre outros e ao longo do tempo, Matty Matlock, Ray Bauduc, Bob Haggart, Billy Butterfield, Jess Stacy e Mugsy Spanier, tendo como arranjadores Paul Weston, Henry Mancini e Ray Conniff, além de vocalistas do porte de Doris Day e Anita O’Day.
Após essa larga contribuição para Crosby e seus “Bob Cats” ROWLES mudou-se para a Califórnia e passou a trabalhar como “freelance”.
Em 05 de novembro de 1952 ROWLES atua em apresentação na “University Of Oregon” ao lado de grupo formado por Charlie Parker, Chet Baker, Carson Smith e Shelly Manne, atuação que foi gravada e eternizada no estojo “BIRD”, CD número 17, com 03 temas:  “Ornithology”, “Barbados” e “Cool Blues”, este último em longa versão com 5’33”.
ROWLES teve uma filha, Stacy Rowles, executante de flugehorn (11 de setembro de 1954 a 30 de outubro de 2009). 
Teve a oportunidade de acompanhar músicos da estatura de Stan Getz, Benny Carter, Zoot Sims e muitas cantoras, entre as quais Carmen McRae, Julie London, Peggy Lee, novamente com Billie Holiday e a “Divina” Sarah Vaughan, além de atuar em trio e liderando diversas formações.
Em 1956 e 1957 ROWLES gravou para o selo “VERVE” acompanhando Billie Holiday em 02 albuns excelentes,  “Stormy Blues”  e  “Body And Soul”, este com um time de primeira grandeza:  Harry “Sweet” Edison (trumpete), Ben Webster (sax.tenor), Barney Kessell (guitarra), Red Mitchell (baixo) e Alvin Stoller e Larry Bunker à bateria, em conjunto com ROWLES nos proporcionam a beleza de “Body And Soul”, “They Can’t Take That Away From Me”, “Darn That Dream”, “Embraceable You” e outras pérolas.
ROWLES acompanhou também a grande Ella Fitzgerald (Ella Jane Fitzgerald,  Newport News, 25 de abril de 1917 a Beverly Hills, 15 de junho de 1996, a “First Lady of Song”), com “estréia” no “Mocambo” de Hollywood no final de 1956, assim como participou de gravações dela nesse final de ano.  Essa colaboração com Ella foi repetida anos depois, conforme relatado mais adiante.
ROWLES trabalhou para diversos estúdios cinematográficos, podendo citar-se RKO, 20th Centuty Fox e Universal, assim como para a televisão durante os anos de 1960 (rede “NBC”).      Foi pianista para atrizes que praticavam o canto, entre elas e destacadamente Marilyn Monroe.
ROWLES participou do “Newport Jazz Festival” de 1973, após o que mudou-se para New York, passando a liderar formações com músicos de ponta, a realizar inúmeras gravações e a atuar em eventos dos mais importantes, como no “Festival de Monterey” e na “Grande Parada de Nice” em 1978.
No excelente livro “The Great Jazz Pianists” (Len Lyons, 1ª edição em 1983, 320 páginas, talvez um dos melhores já escritos na área do JAZZ), após uma primeira parte com belo resumo sobre a história do “piano no JAZZ”, o Autor transcreve as entrevistas que manteve com 27 dos grandes pianistas de JAZZ, entre eles JIMMI ROWLES  -  páginas de 151 até 157  -  entrevista realizada em 1977 por ocasião de gravação de ROWLES com Ray Brown na “Concord Jazz”:  técnica, prática, influências, carreira, enfim, um belo panorama do músico, que vale a pena conhecer em detalhes.
Mestre LULA, Luiz Carlos Antunes, produtor e apresentador do programa radiofônico “O Assunto É Jazz” (Rádio Fluminense-FM, Niterói / RJ, iniciado em 06 de dezembro de 1958 e encerrado em 27 de setembro de 1995, contabilizando a incrível soma de 2.457 programas),  publicava aqui no “CJUB” de tempos em tempos suas “Histórias do Jazz”, em que relatava momentos que viveu ou dos quais foi testemunha ou citação, como no artigo do “Jornal do Brasil” de 20 de setembro de 1978 da autoria do jornalista José Nêumane Pinto, que relatou com fidelidade o ocorrido numa tarde feliz em pleno bar do Hotel Eldorado/Higienópolis, São Paulo.   Eis o texto:
“Art Tatum é uma nuvem, cujas mãos habilíssimas baixam ao teclado e executam obras inesquecíveis. George Shearing toca de costas para o piano especialmente construído para ele. Oscar Peterson devora o instrumento com garfo e faca.  E Erroll Garner é uma coleção de enciclopédias musicais de vários países do mundo, com mãos ágeis e sensíveis.  Assim, um grande pianista da historia do Jazz vê quatro de seus companheiros e os define entre os maiores de todos.   A definição é feita mais nos traços de um desenho simples e direto do que mesmo por palavras, mas JIMMY ROWLES, o homem que emocionou o público do Palácio das Convenções do Anhembi em São Paulo, semana passada, fazendo Debussy baixar em pleno I Festival Internacional de Jazz com seu solo de “The Peacocks”, também fala (aqui abrimos parênteses na narração de Mestre LULA, para lembrar que “The Peacocks”, essa composição famosa de ROWLES, foi incluída no longa metragem de 1986 “Round Midnight”, que valeu o “Oscar” de trilha sonora para Herbie Hancock).    Rosado, cabelos alvos, inquieto, o velho passeia nervosamente pelo bar do Hotel Eldorado Higienópolis quando nota o chamado de uma mesa.   Luiz Carlos Antunes,  expert em JAZZ no Rio de Janeiro, vê que ele quer companhia e, mesmo não falando bem inglês, o convida a se sentar.   Insone por excesso de cansaço durante as 48 horas anteriores em que permanecia no Brasil, uma das sete grandes atrações do Jazz At The Philarmonic - JATP - de Norman Granz, senta-se sem se fazer de rogado e beberica meia cerveja, enquanto se embala de recordações.  O trombonista Frank Rosolino senta-se ao seu lado.   O assunto da mesa é o piano na história do JAZZ.   Quem conta a história é JIMMY ROWLES, verbete da famosa Enciclopédia do Jazz de Leonard Feather, conhecido como o músico preferido pelos músicos, cujo álbum “The Peacocks”, com Stan Getz e a família Hendricks (Jon, Judy e Michelle) está sendo lançado no Brasil, agora, pela CBS.   O primeiro tema é o cego George Shearing, que, como disse o já citado Leonard Feather, bebeu água da fonte de Lennie Tristano, pianista que tinha seu próprio som caracterizado pelo uníssono de guitarra, vibrafone e piano e foi influenciado pelo homem dos acordes em bloco, Milt Buckner.   Para ROWLES, Shearing é o maior de todos os pianistas solo. Comenta isso, entre um gole de cerveja e um golpe rápido de caneta hidrográfica preta no papel branco que LULA lhe estende.  Luiz Carlos Antunes comenta que agora Shearing não quer mais saber de JAZZ e só grava comercialmente, com cordas e tudo.  ROWLES desenha o cego de costas para o piano e escreve a marca do instrumento:  para o cego, limitada.  O desenho quer dizer que Shearing não é cego em música, disse LULA.   E não para de desenhar quando o apresentador do programa de JAZZ da Rádio Difusora Fluminense do Rio fala em Art Tatum, o pianista que ele mais admira e admira tanto que fez questão de que isso constasse do verbete escrito sobre ele por Feather - Art Tatum é o gigante do piano. Ninguém sabe ou soube mais do que ele em termos de instrumento, enquanto desenha a nuvem com as mãos.   A mesa começa a ter mais participantes e Luiz Carlos Antunes se vê obrigado a explicar que Art Tatum era um músico vaidoso, que ele desafiava outros solistas com sua extraordinária habilidade técnica.  Ele chegava a tocar duas horas o mesmo tema em todos os tons maiores e menores da música  -  comenta LULA, que ainda explica: Tatum foi um dos reis do swing, um elo perfeito entre o stride piano de Earl Hines, entre outros da fase pioneira, e a linha mais moderna de um Bud Powell, por exemplo.  Erroll Garner é um dos pianistas preferidos de LULA e, por isso, seu nome surge na conversa, então já na descontração total.   Mais um papel é arrancado da pasta “O Assunto É Jazz”; mais um desenho brota das mãos do pianista.    Ele se lembra que Garner sempre tocou sentado sobre uma lista telefônica de Nova Iorque em cima da banqueta e, para demonstrar que o autor de “Misty” reúne influencias musicais do mundo inteiro, sendo até enciclopédico, desenha vários livros grossos com os nomes de vários países. Deles sai a mão que vai ao teclado.   O expert em JAZZ define JIMMY ROWLES como o músico dos músicos, pelo seu estilo diferente ao que foi apresentado logo no início da carreira, no trio do grande clarinetista Benny Goodman.    A conversa está animada quando aparece Benny Carter para se despedir.   ROWLES se levanta e beija o velho instrumentista duas vezes na face.    Quando Benny Carter sai não ouve o comentário do pianista:  - Esse é um dos maiores músicos da história do JAZZ. Vale a pena ouvi-lo quantas vezes for possível.  ROWLES, autor de “Ballad of Thelonius Monk” (ele é um baladista por excelência, segundo os críticos) é assim definido por Feather no verbete que lhe é dedicado na Enciclopédia.  Muito conhecido como o acompanhante favorito de todas as cantoras com quem trabalhou, é um artista de uma consumada imaginação harmônica. Por muitos anos ele se especializou em criar um repertório baseado nas composições de Duke Ellington e Billy Strayhorn.  Sua obra mais conhecida é a executada em solo, no Anhembi, “The Peacocks”, definida pelo critico de Jazz Dan Mogerstern (diretor de Estudos de Jazz da Universidade Rutgers e autor de “Jazz People” com Olé Brask) como:  não um original de JAZZ mas uma autêntica peça de música com ambiência impressionista de um prelúdio de Debussy”.
Claro que Mestre LULA conservou os desenhos feitos por ROWLES.
Em 1978 a “CBS” lançou entre nós o LP duplo “I Remember Bebop”,  uma feliz idéia e produção de Henri Renaud, reunindo 08 mestres do teclado, cada um deles lembrando um músico de JAZZ criador ou ligado às raízes do “bebop”.  As gravações com os pianistas foram realizadas em New York, de 02 e até 05 de novembro de 1977, nos estrúdios da “CBS”.
Assim, Al Haig aborda Dizzy Gillespie em 04 temas, Duke Jordan homenageia Tadd Dameron em 02 faixas, John Lewis se auto-dedica em 04 faixas, Sadik Hakim e Walter Bishop, Jr. em 06 temas recriam o clima de Charlie Parker, Barry Harris encanta com suas citações de Thelonius Monk em 04 temas, Tommy Flanagan assume a tarefa de mostrar-nos a obra de Bud Powell em 04 temas e, finalmente, JIMMI ROWLES fica encarregado de focar o noneto de Miles Davis em 03 temas do “The Complete Birth Of The Cool’ (“Jeru”, “Vênus de Milo” e “Godchild”).
O extenso texto das 02 contra-capas internas da autoria do produtor Henri Renaud  comenta um pouco sobre cada um desses mestres do teclado.  No tocante a JIMMI ROWLES ele escreve:
JIMMI ROWLES é aqui o responsável pela reedição de diversas peças gravadas pelo noneto de Miles Davis, onde os pianistas eram John Lewis ou Al Haig.  Dois dos temas “Jeru”(apelido de Gerry Mulligan) e “Vênus de Milo” são da pena de Gerry Mulligan enquanto que “Goodchild” de George Wallington, é aqui tocada na íntegra como no original, até o final da primeira parte (George é um brilhante pianista que lamentavelmente parou de tocar como profissional há alguns anos atrás).   JIMMI é um versátil pianista de JAZZ.  Ele pode tocar em solo com um espantoso trabalho “stride” da mão esquerda, além de ser um soberbo acompanhador (de Sarah Vaughan e de Alberta Hunter por exemplos) ou ainda integrando um quinteto ou uma grande orquestra.  Ele também é um completo pianista de trio, como se observa pelo seu trabalho, sublinhando a pulsação do contrabaixo (tocado por Rufus Reid, baixista regular da “Thad Jones & Mel Lewis Big Band”) e a bateria (Mickey Roker, atualmente com Dizzy Gillespie).  No final da década de 40, quando esteve na Califórnia, JIMMY tocou com Charlie Parker.   Ele começou na carreira musical com Lester Young e Billie Holiday, quando contava seus 20 anos.  Casualmente um outro pianista já tinha acompanhado Lester Young antes dele em 1934:  um jovem de 14 anos chamado John Lewis !”
ROWLES chegou a acompanhar sua filha Stacy Rowles e novamente a grande Ella Fitzgerald em 1980, sucedendo o pianista Paul Smith e com ela permanecendo por 02 anos.    Com ela esteve na gravação do álbum “The Best Is Yet To Come” de 1982, sob a direção musical de Nelson Riddle, assim como do seminal “Baby, Don’t You Quit Now” com canções de Johnny Mercer, além de seu álbum final, “All That Jazz”, de 1989 (prêmio “Grammy” de “Melhor Performance Vocal Feminina de Jazz”).
Em 1983 ROWLES trabalhou com Diana Krall em Los Angeles, logo após ela vir do Berklee College of Music de Boston, buscando desenvolvê-la em suas habilidades ao piano e encorajando-a a adicionar o canto ao seu repertório.
Ele retornou à Califórnia, sendo homenageado em Los Angeles em 1986 com a declaração do dia 14 de setembro como o "Jimmie Rowles Day".
Em 1994 ROWLES acompanhou, com temas de sua autoria, a cantora  de JAZZ Jeri Brown na gravação do album “A Timeless Place”.
ROWLES gravou com algumas dezenas de músicos importantes além dos já assinalados anteriormente, podendo citar-se Teddy Edwards, Barney Kessel, Scott Hamilton, Joe Pass, Pepper Adams, Charles Mingus, Dexter Gordon, George Auld, Bill Harris, Bud Shank, Shorty Rogers, Gerry Mulligan, Buddy Rich, Louie Bellson, Al Cohn, Bob Brookmeyer, Conte Candoli, Red Norvo, Gerald Wilson, Marty Paich e seu “Jazz Piano Quartet”, Harry Babasin, Buddy DeFranco, Ray Brown, Jimmy Giuffre, Lee Konitz, Bill Holman, Ben Webster, Sonny Stitt, Johnny Hodges e muitos mais.  
Em função dessa profusão de companhias em gravações a discografia de JIMMY ROWLES é bem alentada, contando-se às dezenas e entre as quais destacamos o que se segue.
-        “Rare, But Well Done”, com Art Mardigan e Red Mitchell, 1954
-        “Casa De Luz”, com Bud Shank e Shorty Rogers, 1954
-        “Stormy Blues”, com Billie Holiday, VERVE, 1955
-        “Body And Soul”, com Billie Holiday, VERVE, 1957
-        “Let's Get Acquainted with Jazz (For People Who Hate Jazz)”, com Barney Kessel, Harold Land, Mel Lewis, Red Mitchell, Pete Candoli e Larry Bunker, 1958
-        “Weather in a Jazz Vane”, 1958
-        “Upper Classmen”, 1959
-        “Problems”, com Jimmy Giuffre, 1959
-        “Our Delight”, 1968
-        “Some Other Spring”, 1972
-        Sarah Vaughan with The Jimmy Rowles Quintet”, 1974
-        “The Special Magic of Jimmy Rowles”, 1974
-        “Jazz Is a Fleeting Moment”,  piano-solo, 1974
-        “Grand Paws”, 1976
-        “Music's the Only Thing That's on My Mind”, 1976
-        “Heavy Love”, piano-solo, 1977
-        “The Peacoks”, 1977
-        “Scarab”, 1978
-        “Nature Boy”, 1978
-        “We Could Make Such Beautiful Music Together”, 1978
-        “Isfahan”, piano-solo, 1978
-        “Shade and Light”, 1978
-        “Jimmy Rowles Trio on Tour”, gravado ao vivo, 1978
-        “Tasty !, com Ray Brown, gravação em 1977, lançamento em 1979
-        “Paws That Refresh”, 1980
-        “Plays Ellington and Billy Strayhorn”, piano-solo, 1981
-        “Bill Evans: A Tribute”, 1982
-        “how Deep Is The Ocean”, 1982
-        “With the Red Mitchell Trio”, 1985
-        “Sometimes I'm Happy, Sometimes I'm Blue”, 1988
-        “Trio With Red Mitchell And Donald Bailey, 1988
-        “Lilac Time”.
Para o cinema e a televisão ROWLES teve a oportunidade de colaborar em muitas ocasiões, destacando-se:
-        “The Powers Girl”, longa metragem norte-americano de 1942, dirigido por Norman McLeod, 94 minutos, apresentando muitos músicos de JAZZ (Benny Goodman e sua orquestra em diversos números), entre eles ROWLES;
-        “Hit Parade Of 1947”, longa metragem norte-americano dirigido por Frank McDonald, 90 minutos, com a presença da banda de Woody Herman incluindo JIMMY ROWLES ao piano;
-        “M Squad”, série norte-americana para a televisão que se prolongou por 117 episódios (1957 até 1960) com a média de 26 minutos cada um, tendo Lee Marvin como protagonista, trilha sonora com músicos “west coast”, entre os quais ROWLES;
-        “The Swingin’ Singin’ Years”, documentário produzido para a televisão norte-americana, 1960, 52 minutos, dirigido por Barry Shear, apresentando pelo menos meia centena de músicos de JAZZ, como os das bandas de Woody Herman, de Ella Mae Morse, Charlie Barnet e Stan Kenton, pessoal da “west coast” e JIMMY ROWLES entre todos;
-        “Too Late Blues”, longa metragem norte-americano de 1961, 103 minutos, dirigido pelo grande John Cassavetes e com trilha sonora do autor do clássico “Laura”, David Raksin, incluindo números de JAZZ com a participação de ROWLES, Benny Carter, Shelly Manne e outros;
-        “War Hunt”, longa metragem norte-americano de 1961 com tema sobre a guerra, 83 minutos, dirigido por Denis Sanders, com trilha sonora a cargo dos músicos “west coast”, entre os quais ROWLES;
-        “Mark Murphy”, mini-take para a televisão norte-americana com o cantor Mark Murphy acompanhado por quinteto liderado por ROWLES, direção de Steve Binder, 1962, 25 minutos, incluído na série de Oscar Brown “Jazz Scene USA”;
-        “The Sammy Davis Show”, apresentação produzida para a televisão norte-americana em 1962, 25 minutos, com Sammy Davis acompanhado por quarteto  -  JIMMY ROWLES / piano, Victor Feldman / vibrafone, Bob Whitlock / baixo e Kenny Dennis / bateria;
-        “Arabesque”, longa metragem norte-americano dirigido por Stanley Donen, 1966, 105 minutos, trilha sonora de Henry Mancini executada por grupo “west coast”, tendo ROWLES ao piano;
-        “Wait Until Dark”, longa metragem norte-americano de 1967, 108 minutos, dirigido por Terence Young, tendo ROWLES ao piano na trilha sonora;
-        “Gunn”, longa metragem norte-americano dirigido por Blake Edwards, 1967, 94 minutos, trilha sonora em JAZZ de Henry Mancini executada por grupo “west coast”, tendo ROWLES ao piano.
JIMMY ROWLES foi influenciado, com certeza e em seu início, pelo piano refinado de Teddy Wilson e pela concepção orquestral do piano de Art Tatum. Sua infindável esteira de colaborações nos mais diversos “estilos” e “escolas” fizeram-no um dos grandes acompanhantes do “pós-IIª Guerra Mundial”, ao lado de Hank Jones e de Tommy Flanagan, seja pelo seu vasto conhecimento de repertórios, seja pelo talento ao piano.  Gosta de cantar, ainda que os recursos vocais não sejam sua “linha de frente”, mas ainda assim e como “a la Nat King Cole”, intimista e expressivo.
Em suma, JIMMY ROWLES foi um mestre das “88” que nos deixou magnífico legado para desfrutar “ad perpetum” ! ! !
Prosseguiremos  nos  próximos  dias