Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MESTRE LOC NO JB DE 20/9/14

25 setembro 2014

O nosso Mestre resenha em sua coluna do sábado passado, a mágica que David Feldman - que fez um concerto inesquecível numa das jazz nights que o CJUB promoveu no finado Mistura Fina - imprime ao seu instrumento.


David Feldman reaparece em álbum solo

Por Luiz Orlando Carneiro

O novo CD solo de David Feldman intitula-se simplesmente piano. “Assim mesmo, com 'p' minúsculo, pois não se refere apenas ao seu instrumento, mas é a verdadeira tradução da sonoridade impressa a este disco, que traz um clima intimista, sereno e suave”, conforme se lê no release do álbum, que tem show de lançamento marcado para o próximo dia 14 de outubro, no Espaço Tom Jobim, lá no Jardim Botânico.

No entanto, não se deve concluir que esse recital de 10 peças, gravado em outubro do ano passado, tenha algo a ver com smooth jazz ou background music. Ou que esteja limitado ao termo piano como notação musical segundo a qual determinada partitura – ou parte dela – tenha de ser tocada suavemente em termos de volume.

Já escrevi neste espaço que David Feldman, hoje com 36 anos, alia a uma postura concertística e a uma técnica apurada – buriladas na New School of Jazz and Contemporary Music, Nova York – aquela ideia de que o jazz é basicamente o “som da surpresa”. Mestre Paquito D'Rivera dele disse: “Desde o início, sempre notei o refinado timing, a bela concepção lírica e o impecável pianismo de David Feldman. É muito fácil apaixonar-se por sua extraordinária musicalidade”.

Com duração total de 56 minutos, piano tem como temas seis originais do pianista e quatro joias do cancioneiro brasileiro: Primavera(3m40), Carlos Lyra/Vinicius de Moraes; Sabiá (6m45), Tom Jobim/Chico Buarque; Conversa de botequim (4m45), Noel Rosa/Vadico; Tristeza de nós dois (4m55), Maurício Einhorn/Durval Ferreira.

Estas peças são interpretadas com o toque delicado e meditativo que pedem, mas com a sutileza melódico-harmônica que caracteriza a arte de Feldman. A exceção, é claro, é a versão, com irresistível balanço (ou swing) da Conversa, de Noel Rosa, gravada em overdub (duo do pianista com ele mesmo, em gravações sobrepostas).

O macete do overdub é repetido em Esqueceram de mim no aeroporto (5m05), original do ás do teclado bem apimentado por inesperadas e saborosas dissonâncias.

As demais composições de David Feldman são: O latido do cachorro (5m15), de concepção bem original, assimétrica, com referências explícitas e implícitas a Rhythm-a-ning, um dos hipnóticos temas de Thelonious Monk; Chobim (4m30), um “prelúdio” chopiniano em homenagem a Tom Jobim; a balada Tetê (5m25); a mais especulativa Bad relation (7m), um marcante tema que vai e volta com obstinação; Intro/Sliding ways (8m25), a peça romântica, piano, mais longa do disco.


As faixas já estão à venda no iTunes.

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