Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

29 maio 2012

ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A

GUITARRA E OS GUITARRISTAS   -  21

James Elbert Raney, artisticamente JIMMY RANEY, guitarrista norte-americano nascido no dia 20 de agosto de 1927 em Louisville no estado de Kentucky, faleceu em sua cidade natal a ponto de completar 68 anos, em 10 de maio de 1995.
Sua mãe, guitarrista, desde cedo levou-o às primeiras noções do instrumento; em seguida estudou guitarra clássica com A.J.Giancola e, posteriormente e com 13 anos, com Hauden Causey, músico de Louisville que “apresentou” RANEY ao JAZZ e, mais especificamente, à música do grande Charles Christian.
Com 17 anos RANEY teve oportunidade de substituir seu ex-professor Hauden Causey na “New York Band” de Jerry Wald e, felicidade, tocar ao lado do grande Al Cohn, saxofonista, arranjador e compositor, então com 19 anos. Nessa época RANEY ouviu intensamente Charlie Parker (com o qual nunca chegou a gravar), Art Tatum e Dizzy Gillespie.
Lembramos que Jerry Wald havia iniciado sua “big-band” pouco antes, em 1941 e em New York, com formação que chegou a incluir Larry Elgart (irmão de Les Elgart) e a atuar com arranjos de Ray Conniff e de Jerry Gray.
A partir de então e até seus 21 anos, RANEY atuou em Chicago com os pianistas Max Miller e o grande Lou Levy, além de com Lee Konitz e Jay Burkhart.
Retornou a New York para ingressar na “big-band” de Woody Herman, onde atuou de 1947 a 1948, a par de tocar com Al Haig e no sexteto de Buddy DeFranco.
De 1949 a 1950 RANEY atuou na formação de Artie Shaw, seguindo-se participações com Terry Gibbs e, de 1951 a 1953, destacou-se no quinteto de Stan Getz (que incluía Al Haig, Teddy Kotick e Tiny Khan, uma grandeza).
Esteve na formação do vibrafonista Red Norvo em 1954, com o qual e também com Billie Holiday, excursionou durante janeiro e fevereiro desse ano à Europa no “Jazz Club USA”.   Em Paris e no dia 10/fevereiro RANEY gravou o excelente LP “Visit Paris”.
Em março desse ano com RANEY na guitarra, Red Mitchell no contrabaixo e Red Norvo no vibrafone, foi gravado para o selo Fantasy o excepcional álbum “Red Norvo Trio”, nos estúdios United Sound Services, em Detroit.
Nesse ano de 1954 RANEY liderou um quarteto em gravação considerada um “clássico” do JAZZ para a etiqueta “New Jazz” (absorvida tempos depois pela Prestige) = RANEY dobrou em 02 vozes à guitarra, acompanhado por Hal Overton/piano, Teddy Kotick/baixo e Art Mardigan/ bateria.
Ainda em 1954 atuou nas formações de Les Elgart e de Teddy Charles, para em seguida unir-se ao pianista Jimmy Lions no “Blue Angel” de New York de 1955 até 1960.
É importante assinalar que de toda a geração das décadas de 1940 e 1950 de guitarristas pós-Charles Christian (que incluiu gênios do instrumento como Tal Farlow, Barney Kessel, Billy Bauer, Sal Salvador, Johnny Smith, Herb Ellis, Irving Ashby, Mundell Lowe e outros), RANEY é um “pós-graduado” em harmonia, podendo afirmar-se que foi um “up-grade” de Christian, com rica valorização dos acordes, particularmente nos de passagem.
RANEY atuou na Broadway com quarteto liderado por Don Elliott, no musical “Thurber Carnival”.
Em 12 de dezembro de 1952 gravou ao lado de Stan Getz e para o selo VERVE de Norman Granz (Duke Jordan / piano, Bill Crow / baixo e Frank Isola / bateria), o hiper-clássico "Body And Soul".
Em 1955 atuou no “Blue Angel” de New York, com o trio de Jimmy Lions. Atuou seguidamente no rádio, na televisão e em gravações (com Stan Getz, Jim Hall, Bob Brookmeyer e outros).
Nos anos de 1954 e de 1955 RANEY foi o vencedor da votação de melhor guitarrista da revista “Down Beat”.
Estudou com afinco violoncelo e composição com Hal Overton em 1959.
Passou a acompanhar cantores = Andy Williams, Tony Bennett e Anita O’Day foram contemplados em suas gravações próprias com o toque mágico de RANEY.
Esteve afastado da cena musical de 1964 até 1972, em grande parte por seu pavor de viajar em aviões, retornando após esse período para apresentações em clubes, concertos e gravações, muito bem acompanhado por seu filho Doug Raney, também excelente guitarrista. Com o filho realizou temporada na Europa.
Passou a participar de inúmeras sessões de gravação, destacando-se as com Herbie Steward, Buddy DeFranco, Ralph Burns, Teddy Charles, Al Cohn, Bill Perkins, Richie Kamuca, Tommy Flanagan, Martial Solar, Jim Hall, John Lewis, Eric Dolphy e tantos outros, vale dizer, em “todas as praias”.
RANEY foi, também, prolífico compositor, destacando-se em seu portfólio peças como “Signal”, “Motion”, “Parker 51”, “Lee” e “Five”, apenas para citar as mais conhecidas.
Destaca-se em RANEY sua elegância, sua classe em cada nota, cada uma delas com uma importância no contexto de seus solos e/ou acompanhamentos. Trata suas notas com “profundidade”, com sensibilidade para a totalidade do discurso melódico; equilíbrio, “finesse” em uma digitação impecável mas sem aparência de virtuosismo ou proezas técnicas.
RANEY é um dos mais importantes guitarristas da história do JAZZ, sem nenhuma dúvida.
Entre suas muitas e muitas gravações, destacamos as diversas com Stan Getz:
- “Parker 51” e “Signal”, de 1951;
- “Yesterday” de 1953;
- “Cherokee”, 1954.
Citamos ainda algumas das gravações de RANEY como “sidemen”:
- com Billie Holiday = “Billie’s Blues”, 1954;
- com Al Haig = “Marmaduke”, 1974;
- com Barry Harris = “Night In Tunisia”, 1976;
- com Martial Solal = “Motion”, 1981.

Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo
apostolojazz@uol.com.br



2 comentários:

MARIO JORGE JACQUES disse...

É UM EXCELENTE GUITARRISTA E VERIFIQUEI QUE SÓ PROGRAMEI EM UM PODCAST O 54 VOU PROGRAMÁ-LO MAIS, PRINCIPALMENTE PELA DIVERSIDADE COM QUEM TOCA. VALEU UM ABRAÇÃO

llulla disse...

Meu caro Apóstolo,
Mais um excelente capítulo de um provavel livro. Continue mostrando ao povão os que conhecem os segredos das seis cordas.
abração,
llulla