Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

STACEY KENT NO RIO

10 agosto 2011

Como a maioria aqui acho que sabe, sou fã de Stacey Kent. Já a havia visto num pretérito festival de jazz aqui mesmo no Rio de Janeiro e apesar de ter gostado muito da sua voz, alguma coisa ficara faltando naquele momento. Daí, fui reconferir a apresentação da moça, ontem à noite, na Plaza dos Correios, no Centro do Rio, local escolhido para a série de concertos chamada "I Love Jazz", um lugar interessante para palco de apresentações para quantidade média de pessoas.

E cheguei à conclusão que adoro a Stacey. Porém, prefiro ouvi-la em CDs, IPods ou quaisquer outros "tocadores de música".

O fato é que a cantora, dona de bela voz, timbre peculiar e suave e romantica, não me agrada no palco. Fica impossível achá-la interessante ali. Talvez num club, para um limite de 100 pessoas a coisa funcione. Acho que o motivo é que os seus sets se baseiam numa interpretação delicadíssima, não apenas standards escolhidos a dedo mas com composições feitas para ela, sob medida para seu estilo. Assim, não há como se ter um concerto "exuberante" de Kent, vez que a moça, para minha total infelicidade, tem a expressão corporal de uma cadeira "bergère". Ou seja, não empolga, ao vivo e para muita gente.

O conjunto que a acompanha, liderado pelo marido saxofonista e compositor Jim Tomlinson (ts), esteve correto, sem nenhum destaque especial, enquanto eu tive paciência de ver/ouvir. Devo ter presenciado quatro músicas.

Fui então "expulso de campo" por mim mesmo, por conta da própria irritação com a algazarra promovida do lado de fora, na rua, pelo povo que não conseguiu ingressos e cuja conversa impedia maior concentração no que rolava no palco. Restou curioso constatar como as pessoas que estavam fora das grades e que poderiam ouvir perfeitamente todo o concerto se fizessem silêncio, optaram pela barulheira dos papos descontraídos com os amigos ao invés de apenas irem embora para outras paradas.

A notar, a grande afluência de público, de todo o tipo, talvez pelo fato do festival ser gratuito. E a organização geral do evento. A distribuição dos ingressos no CCBB começou pontualmente às 20 hrs., como anunciada, com uma longa fila bem organizada. E o espetáculo iniciou-se às 21 hrs. em ponto, coisa muito rara.

O que nos leva a uma reflexão imediata: serão os aficionados por jazz uns pãos-duros?

10 comentários:

llulla disse...

Meu caro Maunah,
Já havia chamado a atenção sobre os festivais de Jazz ao ar livre, ou seja , no meio da rua. O que ocorre é justamente o que vc presenciou. Sendo boca livre
vai todo o mundo, quem gosta e quem não gosta. Vai a turma do "yu hu " os uivadores de plantão e até marginais que tentam aproveitar a ocasião. O ambiente para se ouvir e sentir o Jazz, que como dizia Billy Taylor "é uma arte de expressão individual ", não pode ser no meio da rua. Assim, o "I love Jazz" para mim, que estou beirando os oitenta, deixou de interessar. Uma pena.
abcs.
llulla

Anônimo disse...

Bem....."cantamos a pedra" desde o início, mas .....como ainda estou com 70, vou "tentar", os "shows" de sábado, e/ou domingo, que são mais sedo,com inícios previstos às 4 da tarde. Ontem,deu até "sequestro de ônibus" com tiroteios, começando na Preça XV (perto do local onde os shows se realizam), com gente atingida e, "o escambáu" mas.....que seja tudo em prol da "nobre arte"

Abçs.

"Nels"

Anônimo disse...

Por favor, leiam CEDO, e não "sedo". Isso já corre por conta dos 70 e, deste "copy desk" que já tem "tempo de casa" e - mesmo assim - não demito.

Desculpem e,

Abçs.

"Nels"

Mario disse...

Ja no Tim Festival, Stacey não convenceu devido ao volume da tenda. Cantora intimista, vai bem em clubes com pequena audiência. Continuo ouvindo usando a eletrônica.

APÓSTOLO disse...

O Rio de Janeiro merece muito e a turba que nada aprendeu acaba com qualquer tentativa de fazer o bom.

Bene-X disse...

Desculpem, mas vou dar razão, acreditem, ao bordão do Fausto Silva: "Quem sabe faz ao vivo". E usando, caprichosamente, da expressão que o próprio MauNah, em tom de piada, claro, adora usar vez por outra, Stacey Kent, sorry, é "muito péssima", em qualquer contexto. Ser afinado não é virtude nem mérito; é obrigação de qualquer músico, cantores até mais. Ela e sua banda não passaram do pífio, no festival a que assistimos e, pelo relato até de um fã seu declarado, nosso Pres., agora repetiu a dose. Quanto a não ser "boa de palco", ou "empolgante ao vivo" em razão de seu som mais "intimista", respeitosamente, não vejo relação entre uma e outra coisa. Fosse assim, todos "dormiriam" nos concertos da saudosa Shirley Horn ou nos do vivíssimo João Gilberto. Mas, ao contrário, o que se vê, p.e., no caso dos dois (poderia citar outros nomes, como Abdullah Ibrahim, etc.), é exatamente o oposto, um efeito de platéia magnetizada, não entendiada. Conclui-se, assim, que carisma não se mede pelo "tipo", pela "onda", do som do artista, mas simplesmente pela excelência, ou não, de sua arte. Abs.,

I-Vans disse...

Bene-X,
sábias palavras!
Abraço,
Ivan Monteiro

Bene-X disse...

Nada como um elogio do atual Norman Granz brasileiro !

RENAJAZZ disse...

BEM SENHORES EU SOU PATO NOVO NESSA HISTORIA MAS TB FICO NA DUVIDA SE SÃO PÃO-DUROS OU NÃO POIS NO CASO DESTE LOCAL NOS CONVIVEMOS COM TODOS ESSES PB CITADOS A CIMA POREM A CASA ESTA VA CHEIA FUI EM OUTROS LOCAIS QUE TINHA UM CERTO COMFORTO SILENCIO ERA PAGO COMO OS SHOWS DA SALA BADEN POWELL AI TINHA POUQUISSIMAS PESSOAS ......GOSTARIA DE CONVIDA-LOS PARA FAZEREM UMA VISITA NO MEU BLOG http://renajazz.blogspot.com/JAZZ COMO NÓS GOSTAMOS.... COMO ESTOU INCIANDO UM TRABALHO GOSTARIA DE CONTAR COM AS CRITICAS E ORIENTAÇÕES DE QUEM SABE MAIS... UM ABRAÇO A TODOS E DESDE JA MUITO OBRIGADO

Anônimo disse...

Bené-X,
se vc. acha Stacey péssima, eu a adoro. Veja, então, a princípio, a distancia que separa nossas opiniões - ambas sagradas, diga-se. O relato se ateve, no entanto, a como ela não rende bem ao vivo, e sobre o ambiente de modo geral. Para mim continua sendo uma ótima cantora, e não há hoje melhor trilha sonora para um romance, coisa impossível de se manter, no entanto, com o Abdullah Ibrahim (de quem gosto muito também) ao fundo. Com ele, provavelmente a eleita
foge antes mesmo do Flamengo entrar em campo...
João Gilberto é sempre uma dúvida, mas até acho que dá certo.
Abs.
P.S.: dar razão a Faustão significa que vc. o assiste. Sem comentários.
Mau Nah