Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

02 maio 2011

ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS - 03



Mitchell Herbert Ellis, HERB ELLIS, nasceu no Estado do Texas, na pequena cidade de Farmesville em 04 de agosto de 1921 e faleceu em vias de completar 90 anos no dia 28 de março de 2010, em Los Angeles.


Sua carreira como guitarrista foi intensa, voltada para o JAZZ e marcada por uma qualidade indiscutível.


Sabendo-se que o sul americano, particularmente o Texas, gerou uma série de outros guitarristas de JAZZ de renome (Eddie Durham, Oscar Moore, Charlie Christian, “Lightnin’ Hopkins, como exemplos), é natural que o estilo de ELLIS tivesse toques de “hillbilly” e, notadamente, de “blues”.


E tocando “blues” HERB ELLIS sempre se destacou pela habilidade e um claro “feeling”, seja como exímio acompanhante, já seja como solista de imaginação fértil para as improvisações, sempre sutis, elaboradas com refinamento e permanente swing.


Interessante notar que aos 5 anos de idade iniciou-se na harmônica, passando logo em seguida pelo banjo e somente aderindo à guitarra aos 20 anos, quando ingressou no “North Texas State University”, local de estudos de uma série de futuros grandes músicos de JAZZ, podendo citar-se, entre outros, Gene Roland, Harry Babasin e Jimmy Giuffre.


Com 23 anos foi incorporado à “Casa Loma Orchestra” do band-leader Glen Gray.


No ano seguinte, 1945, e pelos próximos 3 anos atuou na banda de Jimmy Dorsey (irmão de Tommy Dorsey), onde podemos ouvir seus primeiros solos gravados nas faixas “Perdido”, “J.D.'s Jump”, “JD's Boogie Woogie”, “Super Chief” e “Sunset Strip”.


Montou e comandou durante 5 anos o “The Softwinds”, trio instrumental e vocal.


O mais marcante dessa fase foi seu trabalho como compositor, que gerou alguns clássicos do JAZZ, tais como “Detour Ahead” e “I Told Ya I Love Ya Now Get Out”, ambos gravados pelo selo Majestic.


Foi no período de 1953 a 1958, em que substituiu o guitarrista Barney Kessel para integrar o trio do pianista canadense Oscar Peterson, que a carreira de HERB ELLIS efetivamente decolou em termos de projeção para o grande público e a crítica especializada.

Nesse contexto de trio HERB ELLIS foi impulsionado pela suprema habilidade técnica do pianista Oscar Peterson, assim como pelo estilo adotado, com os músicos em permanentes “diálogos” e em tempos de difícil sustentação.


A partir de 1959 diversos eventos marcantes pontuaram o trabalho de HERB ELLIS. Em primeiro lugar sua atuação como acompanhante da “primeira dama do JAZZ”, Ella Fitzgerald (1959 a 1963).


Ao longo dessa atuação e em 1960 teve oportunidade de gravar bela homenagem a uma de suas grandes influências, Charles Christian (“Thank You Charlie Christian”).


Em seguida destacou-se sua incorporação à “crew” do empresário e produtor de JAZZ Norman Granz (criador das etiquetas VERVE, Pablo, Norgran), passando a fazer parte das apresentações do “JATP” (Jazz At The Philharmonic).

Nos estúdios de gravação, nas apresentações e temporadas do “JATP” , nos U.S.A. e no mundo inteiro, HERB ELLIS gravou e apresentou-se ao lado de todas as grandes figuras do JAZZ: Lionel Hampton, Louis Armstrong, Dizzy Gillespie, Stan Getz, Joe “Flip” Phillips, Ben Webster, Jimmy Giuffre, Tony Harper, Freddie Green, Bil Berry, Laurindo de Almeida, Russ Tompkins, Remo Palmieri e tantos e tantos outros.


Concomitantemente trabalhou ao lado da cantora Julie London, com o saxofonista Al Cohn, assim como apresentou-se e gravou com a banda de Toshiko Akiyoshi.


A partir de 1961 e com 40 anos HERB ELLIS instalou-se em Hollywood, trabalhando para a televisão e estúdios de gravação.

Acompanhou Joey Bishop, Della Reese e Mary Griffin.


Ainda assim e no biênio 1964/1965 atuou em combo com Terry Gibbs.


Na televisão participou do famoso “Steve Allen Show”, integrando a banda de Don Trenner que animava o programa.
Foi contratado pela etiqueta do empresário Carl Jefferson, a Concord Jazz, atuando nos festivais dessa gravadora e deixando registrados diversos álbuns, entre os quais aqueles em que atuou ao lado do pianista Monty Alexander e do contrabaixista Ray Brown, emulando o trio com Oscar Peterson.


Por esse mesmo selo e ao lado dos também excelentes guitarristas Barney Kessel e Charlie Byrd, atuou no grupo “Great Guitars”.

Nos anos 70 do século passado tocou em duo com o guitarrista Joe Pass.


Voltou a apresentar-se ao lado de Oscar Peterson e tendo como baterista Jeff Hamilton, para reviver o famoso trio, em apresentação que ficou gravada no documentário de 1992 “In The Key Of Oscar - Trio e História”, um primor de produção em matéria de história, música e emoção.
O legado discográfico e filmográfico de HERB ELLIS é, felizmente, bem extenso e entre tantos outros considerados “clássicos” do JAZZ, podemos elencar:

- “56nd Street”, sob a titularidade de Oscar Peterson, 1956;
- “Ellis In Wonderland”, 1956 (mesmo título de gravação de 2006);
- “Nothing But The Blues”, 1957;
- “Meets Jimmy Giuffre”, 1959;
- “Thank You Charlie Christian”, 1960;
- “Softly, But With That Feeling”, 1961;
- “It Don’t Mean A Thing”, 1962;
- “The Midnight Roll”, “Three Guitars In Bossa Nova Time”, “Herb Ellis And Stuff Smith And Charlie Byrd”, todos esses albuns entre 1962/1963 e pelo selo CBS;
- “Man With A Guitar”, 1965 (DOT);
- “Hello Herbie”, 1969 (MPS);
- “Jazz / Concord”, “Seven Come Eleven” e “Soft Shoe” pelo selo Concord Jazz entre 1973/1974;
- “Hand B Guitar Boogie”, com os “Great Guitars”, 1974;
- “At Montreaux”, 1979;
- “At The Winery”, também com os “Great Guitars”, 1980;
- “But Not for Me”, com Monty Alexander, 1982.

Todas as etiquetas discográficas de prestígio no JAZZ gravaram HERB ELLIS: Columbia, CBS (atual SONY), Dot, VERVE, Epic, MPS, Pablo, Concord, a japonesa Atlas etc.

Repetimos aqui parte do parágrafo final da postagem 02 desta série sobre “Guitarristas”, para assinalar que no Brasil e em edição nacional a “MPO Vídeo” distribuiu, em VHS e dentro da série “O Melhor do Jazz”, o vídeo “Great Guitars”, em que HERB ELLIS apresenta-se ao lado de Barney Kessell e de Charlie Byrd, em clássicos como “Outer Drive”, “Favela”, Tangerine”, “Alfie”, “The Days Of Wine And Roses”, “On Green Dolphin Street”, “Meditation” e outros, sendo importante comparar as diferenças de estilo entre os 3 guitarristas, cada qual com suas características e técnica.


Ouvir as gravações e as apresentações que ficaram documentadas de HERB ELLIS é sempre um prazer para os ouvidos, os olhos e os sentidos, em função da sensação de perfeição técnica e de sentimentos que transmite.


Retornaremos ao "Guitarristas" em próximo artigo (04).
apóstolojazz@uol.com.br

4 comentários:

Anônimo disse...

Mestre Apóstolo,
desculpe a interferencia deste editor desastrado! Eu quis eliminar os parágrafos vazios, para diminuir a amplitude vertical do seu post e desconfigurei a parada! Ainda bem q vc. consertou...
Mas o conteúdo, aliás, a série, que é o que de fato importa, está sensacional!
Sorry de novo e prometo não me meter a "editar", mesmo que espaços em branco, hahaha!
Abração.
Mau Nah

pedrocardoso@grupolet.com disse...

Prezado ANONIMO:

Sem problemas e talvez até que os espaços maiores servissem para complementos pelos cjubianos.
Abraços.

renajazz disse...

http://hotfile.com/list/1277911/2b4c287

caro pedro cardoso comfesso realmente nunca tive vontade de ouvir nada sobre herb ellis porem apos a sua brilhente discrição sobre o mesmo sair em campo e logo descobri esse excelente disco do mesmo HERB ELLIS MEETS JIMMY GIUFFRE de cara eu gostei e ai estou mandando o link do disco desde ja muitop obrigado pela s informações sobre o mesmo

renajazz disse...

me perdoe os erros confesso e brilhante