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COLUNA DO LOC
19 abril 2011
por Luiz Orlando Carneiro
A gravadora Impulse! (o ponto de exclamação é parte da logomarca) nasceu há 50 anos, com a proposta de documentar a “new wave (nova onda) do jazz”. E cumpriu a missão de maneira notável, a começar pelo núcleo da obra revolucionária de John Coltrane – de Africa/Brass a Interstellar space, passando pelas sessões ao vivo do Village Vanguard e pela inefável suíte A love supreme.
E também ao registrar obras-primas de Charles Mingus (The black saint and the sinner lady, Mingus Mingus Mingus), de Archie Shepp (Fire music,Mama too tight) e de Albert Ayler (Live in Greenwich Village). Mas a etiqueta fundada por Creed Taylor como um ramo da ABC-Paramount (hoje parte do Grupo Verve) não se destacou, apenas, por ser A casa que Coltrane construiu (tradução do título do livro de Ashley Kahn sobre a Impulse, de 2006) e repositório de marcos do jazz de vanguarda. Seu catálogo é um tesouro de joias de artistas tão diferentes como Gil Evans, Ray Charles, Jay Jay Johnson, Oliver Nelson e Sonny Rollins. Por tudo isso, a Verve está lançando uma edição de luxo intitulada First Impulse: The Creed Taylor collection/ 50th. Anniversary. São quatro CDs que contêm os seis primeiros discos gravados pelo selo cor de laranja, entre os dois últimos meses de 1960 e junho de 1961: The great Kai e JJ; The incredible Kai Winding trombones; Ray Charles: Genius + soul=jazz; Gil Evans Orchestra: Out of the cool;Oliver Nelson: The blues and the abstract truth; Africa/Brass, do quarteto de John Coltrane e orquestra conduzida por Eric Dolphy.
Os dois primeiros álbuns são registros dos grandes trombonistas J.J. Johnson e Kai Winding no auge de suas carreiras, mas não são obrigatórios numa antologia tipo os 100 melhores discos de jazz de todos os tempos. Os de Ray Charles, Evans, Nelson e Coltrane-Dolphy entram, sem dúvida, nessa lista.
Meio século depois, vale a pena reapreciar o disco mais jazzístico de Ray Charles (piano, órgão e vocal em apenas três faixas), liderando a admirável big band de Count Basie (a do Segundo Testamento), em arranjos de Quincy Jones e Ralph Burns. E o que dizer de Stolen moments, Butch and Butch e das outras quatro peças do saxofonista- compositor Oliver Nelson (1932-75) por ele interpretadas em The blues and the abstract truth, ao lado de Eric Dolphy, Bill Evans, Freddie Hubbard, Paul Chambers e Roy Haynes? Pura beleza, “a joy forever”, como diria Keats. A mesma beleza que emana da escrita impressionista-pantonal de Gil Evans para a sua orquestra, nas cinco partes de Out of the cool, com realce para o lírico trompete de Johnny Coles (1926-97) em La nevada e Stratusphunk – esta uma composição bluesy de George Russell. Finalmente, Africa/Brass – álbum que inclui Africa (16m25), Blues minor (7m20) e Greensle - eves (9m55). O quarteto de Coltrane (saxes tenor e soprano), com McCoy Tyner (piano), Elvin Jones (bateria) e Reggie Workman (baixo) – reforçado pelo baixo de Art Davis nas duas primeiras peças – atua em meio à espessa e misteriosa sonoridade produzida pelos metais (nada menos de quatro trompas) e um pouco das palhetas do orquestrador Eric Dolphy.
Na edição dos 50 anos da Impulse, há ainda três faixas inéditas gravadas nessas sessões de maio/junho de 1961.
Um comentário:
Prezado LOC:
Ave IMPULSE !
Feliz texto que nos remete a uma "instituição" dourada, que CREED TAYLOR criou para nos legar tantas jóias.
O catálogo da gravadora é uma viagem de pura beleza.
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