E como nós, cariocas, estávamos precisando de um evento dessa magnitude, quase ousado se analisarmos pela ótica das opções de espaço que temos hoje na cidade. Presságio de um novo ano muito musical para todos nós.
E estávamos lá - eu, Sazinho e Gilberto Brasil.
Um show memorável em 1 hora de apresentação. O grupo, muito entrosado, não deixou espaço em branco com temas originais e standards desfilados com muita pressão e muito improviso.
A abertura do festival nos deu uma atmosfera coltraneana, aquela marcação constante do contrabaixo com os acordes em bloco de Rafael Vernet regidos pelas baquetas de feltro de Tandeta empurrando o tema sob a melodia do sax de Daniel Garcia. Nós, atentos, nos perguntávamos – que tema é esse ?! Era Eu e Nós (Daniel Garcia). Já era prenúncio de que o festival promete.
E veio a homenagem a Bud Powell com Dance of the Infidels para Rafael Vernet largar as mãos mantendo o pique para Confirmation (Charlie Parker). E nem tudo é uptempo e a balada So por Amor (Baden Powell) traz uma atmosfera mais intimista ao espetáculo e daí pra frente o couro comeu. Mais um tema de Daniel Garcia com um groove impressionante regido pela base do contrabaixo de Matoso e a bateria precisa de Tandeta, ao melhor estilo fusion na praia de Michael Brecker. Aliás, Matoso tocando um absurdo, e em destaque o belo som do contrabaixo no teatro.
E mais standards em cena - Moment´s Notice (Coltrane), Evidence (Monk) e como bem frisou Tandeta ao final – não há jazz sem blues – e encerraram com Billie´s Bounce e Au Privave (Parker).
Um show cinco estrelas !
E fica nosso agradecimento ao Lipe Portinho e Ana Azevedo pela iniciativa e a certeza de que a Sala Baden Powell tornou-se a principal fonte da nossa boa música e cuja responsabilidade de manter esse padrão é compartilhada por todos nós como audiência.
E o festival continua !
5 comentários:
Boa Gusta,
Comentário preciso e indicando exatamente o que rolou.
Sazz
Viva o Rio, viva a Sala Baden Powell, viva a música de qualidade ! ! !
Isso é bom para todos nós, que ficamos com a alma em festa.
Ótima abertura para um festival que promete muito. Quatro grandes músicos com destaque para o nosso Tenêncio que estava mais a vontade que "pinto no lixo".rs,rs,rs
JAZZ com letra maiúscula.
No mais o Guzz já disse tudo.
Bragil
Obrigado ,Amigos do CJUB,Guzz, Sazinho e Bragil, pela presença e pelos comentarios elogiosos.
E' verdade, Bragil, me sinto muito bem tocando com esses super musicos e com esse repertorio de verdadeiras obras primas do jazz. Mas da um trabalhão se divertir assim. E tem um lado educativo : escutei muito as gravações originais (Parker,Bud Powell,Coltrane, Monk), absolutamnete indispensaveis pra se aprender a "LINGUAGEM JAZZISTICA".
Espero que voces e mais os outros amigos daqui continuem prestigiando o Festival que tem uma incrivel programação, fica num lugar muito bacana , Sala Baden Powell e vai ate' o fim do mes.
Abraços
Tive a satisfação de ver a apresentação inspirada do quarteto a convite de meu querido primo Sasinho, e a sorte de voltar para ver o quarteto de Idriss.
Dois shows igualmente geniais.
Tive a impressão que este festival vai crescer ano após ano, de tão agradável e de altíssimo gabarito.
Músico profissional de São Paulo que sou fiquei encantado não só com os músicos maravilhosos mas com duas coisas que vem se tornando cada vez mais raras...
A primeira: O delicioso sistema de som da sala , a qualidade impecável do som.
E a segunda: O "ambiente" de Jazz, o clima , um "mood" bacana que na minha opinião o "Jazz" precisa para acontecer... e no festival me parece que está sobrando !
Eu, que como muitos, sempre fui apaixonado pelo Rio, agora tenho ainda mais um motivo: O Festival !
Autêntico, divertido e especial !!
Obrigado Sasinho !
Alvaro Fernando
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