Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC

16 janeiro 2011

Caderno B, JB, 16 de janeiro
por Luiz Orlando Carneiro

Um músico hiperativo e hipercriativo

A cover story da edição deste mês da Downbeat trata do agora setentão Herbie Hancock, que comemorou mais um ano de sucesso comercial com o CD The imagine project. Mas a matéria mais relevante da revista, assinada por Ted Panken, é dedicada ao saxofonista Dave Liebman, mestre do sax soprano (e também do tenor, e até da flauta de bambu), músico hiperativo e hipercriativo, finalmente agraciado com o Jazz Masters Award do National Endowement for the Arts – honrosa distinção concedida pela agência cultural americana.
Desde 1982, a NEA premiou gigantes do jazz do porte de Count Basie, Art Blakey, Sonny Rollins, Dizzy Gillespie e Dave Brubeck. E, finalmente, chegou a vez desse unsung hero van-guardista de 64 anos, que explica, na reportagem-entrevista a sua paixão pelo sax soprano:
“Amo o tenor (…), mas encontrei minha voz no soprano. Tem algo a ver com minhas raízes no deserto, beduínas, semitas. Não sinto isso no tenor. No tenor, é Trane (John Coltrane), é Sonny (Rollins), é Wayne (Shorter). É (puro) jazz! Pra mim, o soprano é um instrumento universal (world instrument). É um vocalista, um cantor. É Miles! É indiano!”.
A arte densa e irrequieta desse mestre pode ser (re)apreciada em pelo menos cinco álbuns lançados neste ano que passou: As always/Live/ The Dave Liebman Big Band(Mama); Quest for freedom/Richie Beirach & Dave Liebman with Frankfurt Radio Big Band (Sunnyside); Turna-round, the music of Ornette Coleman/The Dave Liebman Group (Jazzwerkstatt); Contact/Five in one (Pirouet); Quest/Searching for the new sound of be-bop (Storyville).
As always – gravações ao vivo de 2005-07 – tem Liebman à frente de uma big band de 17 músicos do primeiro time de Nova York: cinco palhetas, quatro trompetes (Dave Ballou é o realce), quatro trombones (Sam Burtis em destaque) e seção rítmica, com o excelente Vic Juris na guitarra.
Gunnar Mossblad, saxofonista e diretor da orquestra, escreve nas notas do disco:
“O som único da DLBB é também devido à facilidade com que o grupo atravessa a linha entre tonalidade e atonalidade; à execução de dramáticas mudanças estilísticas; e, principalmente, ao fato de criar colaborações entre música improvisada e composições tão bem alinhadas que é difícil dizer o que é e o que não é improviso”.
Estas características são também as de Quest for freedom, em que a RBB de Frankfurt e os arranjos de Jim McNeely reanimam peças escritas pelo saxofonista e pelo pianista Richard Beirach para o antológico quarteto Quest, na década de 80, como Pendulum(Beirach) e Vendetta(Liebman). Em Turna-round, o líder disseca de maneira bem free – como não podia deixar de ser, mas com extrema personalidade – a faixa-título e outros nove temas de Ornette Coleman, em quarteto com Juris, Tony Marino (baixo) e Marko Marcinko (bateria).
O álbum duplo da Storyville reúne registros de 1985, em Copenhague, do duo que gerou o Quest, tocando jazz standards como Naima, Oleo, Round midnight e On green dolphin street, mais gravações feitas em 1986-87, também na Dinamarca, com o grupo completo (Ron McClure, baixo; Billy Hart, bateria) interpretando originais. Five in one – CD já objeto de review nesta coluna (12/9/2010) – é do novo quinteto Contact, de caráter cooperativo, que junta outros parceiros de Dave Liebman, também no topo de suas carreiras: John Abercrombie (guitarra), Marc Copland (piano) e Drew Gress (baixo).

Um comentário:

Palmeira disse...

Extensa matéria sobre Dave Liebman no All About Jazz website, em ....

http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=38488