Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

10 novembro 2009

RETRATOS
11. TETE MONTOLIU
Superação e Qualidade em JAZZ: da Catalunha para o Mundo ! ! !

(B) FILMOGRAFIA
Como não temos informações sobre produtos (DVD’s, VHS’s) com Tete ao vivo, indicamos a seguir 05(cinco) trechos dele que podem ser apreciados via Internet, endereço (http://www.nme.com/artists/tete-montoliu), em diversos contextos / formações, ainda que de pouca duração mas que nos permitem assistir um músico exponencial.
(1) Tete Montoliu / Jackie McLean Quartet, 6’16”
(2) Joan Manel Serrat & Tete Montoliu, “Paroules D’Amor”, 3’55”
(3) Tete Montoliu & Friends, Playing Jazz, 1’15’
(4) Tete Montoliu, “Speak Low”, 4’22” (trecho sómente de audio, extraido de gravação da VERVE, “Swinging Jazz Piano”, que reúne gravações com Oscar Peterson, Monty Alexander e outros)
(5) Tete Montoliu Trio, “If I Should Lose You”, 9’11” (Kerbie Lews/ baixo e Billy Higgins/bateria)

(C) BIBLIOGRAFIA
As melhores publicações tipo “Enciclopédia/Dicionário de Jazz” trazem alentados verbetes sobre Tete Montoliu.
Destacamos apenas 02(duas) dessas publicações por suas concisões e fidelidades históricas, ainda que insuficientes para o todo da carreira do pianista catalão.
(1ª) "Dictionnaire du Jazz", da autoria de Philippe Carles, André Clergeat e Jean-Louis Comolli, que reuniram cerca de 50 colaboradores para os diversos verbetes (Xavier Prévost redigiu o verbete dedicado a Tete Montoliu), Editions Robert Laffont S.A., Paris, 1988.
(2ª) "Gran Enciclopédia Del Jazz" da Editora SARPE, com Chefia de Redação a cargo de Gabriela Costarelli, Madrid, 1980.

(D) DISCOGRAFIA
Considerando a imensa discografia de alta qualidade de Tete Montoliu, optamos por indicar as primeira e última gravações, seguidas de 07(sete) indicações que, pelo menos para nós, exibem um pianista em plena forma ao longo das várias etapas de seus anos de trabalho.
(1) Primeira Gravação
Entre junho e setembro de 1954, na Holanda e para o selo Philips Tete Montoliu gravou os temas “Píntame de Colores Pa Que Me Llamen Superman” e “No, No, No”.

(2) Última Gravação
Em 21 de março de 1997, no “Palau de La Música Catalana”, Barcelona, Espanha, Tete apresentou-se em piano.solo, com temas próprios, de Ellington/Strayhorn, Dexter Gordon, Coltrane e Monk. Essa apresentação foi devidamente registrada para o selo DiscMedi, com as seguintes faixas:
01 Feelings
02 My Way
03 Au Privave
04 Muntaner 83A
05 Jo Vull Que M'Acariciis
06 Pont Aeri-Acuarela
07 T'Estimo Tant...
08 Come Sunday
09 It Don't Mean A Thing
10 In A Sentimental Mood
11 Take The "A" Train
12 Sophisticated Lady
13 Cotton Tail
14 Come Sunday
15 Cheese Cake
16 Society Red
17 Soul Sister
18 Naima
19 I Want To Talk About You (Billy Eckstine, “Mr. B”)
20 Lush Life
21 Giant Steps
22 Monk's Dream
23 Ask Me Now
24 Misterioso
25 Apartment 512

(3) 1ª Indicação
Em 2005 a “Radiotelevisión Española” (RTVE) edita um primoroso CD duplo sob o título “Jazz Em España - Tete Montoliu”. É o primeiro de uma série de resgates de JAZZ promovidos pela corporação espanhola, dedicado exatamente a Tete Montoliu. Extensas notas de encarte por José Ramón Rippol, que inicialmente nos remetem ao “Jazz subterrâneo” na Espanha franquista, para logo rememorar a largos traços um pouco da carreira de Tete Montoliu.
Em um dos CD”s temos 17 faixas de Tete em piano.solo, reunindo composições próprias, além de clássicos de Victor Young (“When I Fall In Love”), Roger “Ram” Ramirez (“Lover Man”), Bill Evans (“Waltz For Monika”), Cole Porter + Tadd Dameron (“What Is This Thing Called Love?” / “Hot House”), Duke Ellington (“Sophisticated Lady”) e outros. As gravações constantes do gigantesco acervo da RTVE foram realizadas em 17/fevereiro/1973 e em 24/março/1982.
No outro CD temos 08 faixas com Tete Montoliu em trio (David Thomaz ao baixo e Peer Wyboris à bateria), gravadas em 22/março/1982. A primeira faixa de autoria de Tete intitula-se “Blues”, levando-nos a todo um perfeito discurso da linguagem de raiz. Segue-se um “Days Of Wine And Roses” com claras e sublimes referências ao pianismo de Bil Evans. Charlie Parker é revisitado em “Confirmation”, Coltrane em “Giant Steps” e Monk/Cootie Williams em versão primorosa de “Round About Midnight”.

(4) 2ª Indicação
Com Pedro Diaz /tumbadoras, Miguel Angel Lizandra/bateria e Alberto Moraleda / baixo, Tete montoliu gravou em Barcelona (16/agosto/1963) o LP, reeditado em CD pela “Discos Ensayo”, “Temas Hispano-americanos”. São “medleys” de clássicos do bolero, todos em linguagem jazzística e repletos da técnica de frases em legato, perfeitas divisões de fraseados, digitação superior, enfim, um disco para ouvir sempre.
Juntam-se a “Frenesi / Contigo En La Distancia / Maria Elena”, outros como “Tres Palabras / Amor Mio / Siempre En Mi Corazón” e “Perfidia / No Me Platiques / Bésame Mucho”.

(5) 3ª Indicação
Ainda na linha dos “boleros”, mas então com temas individuais tomados dos clássicos do gênero, Tete gravou em 1975 e também em quarteto (ele mais Rogelio Juarez / tumbas, Manuel Elias / contrabaixo e Peer Wyboris / bateria), o LP, reeditado em CD pelo mesmo selo “Discos Ensayo” de Barcelona, sob o título de “Boleros” e com linguagem jazzística, os temas “Somos”, “Sabra Dios”, “Siboney”, “Somos Novios”, “Sabor a Mi”, “Poinciana” e mais 04 temas que completam os 10 do álbum.

(6) 4ª Indicação
O CD “Tete Montoliu Em El Teatro Real” foi gravado diretamente do “Teatro Real” de Madrid em 02 de fevereiro de 1988, em piano.solo e contitui-se, em sua parte inicial, em ode á obra de Thelonius Monk. A 1ª faixa do CD ocupa nada menos que 42’30” sob o título de “Monkiana”, em que a esfinge é totalmente decifrada pela execução inspirada, decodificada e até com a sonoridade e o fraseado de Monk: “Straight, No Chaser”, “Reflections”, “Misterioso”, “Well, You Needn’t” e semi-trechos de outros clássicos monkianos desfilam para o prazer sensorial da audição. É coisa de “gente grande” para todo o sempre.
Mais 03 faixas completam os 64’22” do CD: “Don’t Smoke Anymore, Please” (seria uma premonição das leis estaduais do momento???...), “Jo Vull Que M’acaricis” e “Apartment 512”.
Excelente texto do encarte por Paco Montes, com bom retrospecto da carreira de Tete e qualidade superior de gravação, tornam esse CD um precioso documento.

(7) 5ª Indicação
“Tete Montoliu & Orquestra Taller de Músicos de Barcelona” foi CD gravado em 25 e 26 de junho de 1988 em Barcelona, reeditado em 2003.
05 trumpetes, 04 trombones, 02 saxes.alto, 02 saxes.tenor, 01 sax.barítono, piano (Tete Montoliu), guitarra, baixo e bateria, sob a condução de Zé Eduardo (também autor de 02 dos 07 temas do CD), mostram-nos uma “big.band” alentada, com belos arranjos e temas muito bem escolhidos, inciando-se pela faixa 1, o clássico “C.T.A.” de Jimmy Heath, incluindo “All Of Me” (soberbo solo de Tete Montoliu), “Second Race” de Thad Jones com arranjo do próprio, “Recordarme” de Joe Henderson (arranjo de Ernie Wilkins), enfim, um trabalho de alta qualidade.

(8) 6ª Indicação
O CD “Free Boleros”, em realidade uma coletânea de boleros clássicos interpretados por um trio em estado de graça (Tete Montoliu elabora discursos pianísticos de pura beleza, com toques de “blues”), acompanhando Mayte Martins, uma verdadeira “CANTORA” (dicção, divisão, timbre, extensão, emoção.........), foi indicado ao longo da “Biografia” de Tete Montoliu. É trabalho sério, de muito “feeling” e puro prazer para os ouvidos e a mente.
“Contigo En La Distancia”, “El Dia Que me Quieras”, “El Reloj”, “Somos”, “Sabor A Mi” e mais 08 faixas integram essa seleção tocada em trio e cantada com uma soberba voz, que merece todo o interesse, os aplausos e a divulgação do “melhor”.

(9) 7ª Indicação
“Tete Montoliu Interpreta a Serrat Hoy” reúne 12 temas e 01 “medley” da autoria do compositor espanhol Joan Manel Serrat, que Tete Montoliu conheceu em 1965 na EDGISA, companhia discográfica catalã. À época Serrat integrava o denominado “Els Setze Jutges”, grupo musical e cultural.
Em 1969 Tete havia gravado “Tete Montoliu Interpreta a Serrat”, sendo que nessa nova visita ao compositor, Tete jazzifica toda uma obra.
Temos nesse CD a reunião de composições belíssimas a uma interpretação de altíssima qualidade pianística e jazzística: mais pedir impossível ! ! !

Segue em
12. JOHNNY GRIFFIN: “Little Giant” or “Jazz Giant” ? ? ?

3 comentários:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Pedro realmente sensacional sua resenha sobre Montoliu. Por coincidência antes mesmo de sua postagem adquirí há 2 dias o CD Tete Montoliu Em El Teatro Real, comprado aqui em Paris onde me encontro no momento dando uns "bordejos", aliás a loja é algo sensacional em CDs, DVds usados e novos e os saudosos vinyles naturalmente usados e de montão. A loja, na verdade uma lojinha esmirrada com um sub solo fedorento, mas soberba, o nome é Paris Jazz Corner e também vende pela internet e manda para o Brasil o endereço é www.parisjazzcorner.com
Voltando a Montoliu no Teatro Real abre com uma MONKIANA com solo varrendo as obras de Monk, como você indica e há poucos adjetivos para tal atuação.
Prossiga com os Retratos sempre bem vindos. C'est ça, matenir le swing. À bientôt.
Mario Jorge

APÓSTOLO disse...

Estimado MAJOR:

Boa estada, aproveite tudo de Paris (rotisseries, bordeaux, canard a l'orange) e mercí !

Érico Cordeiro disse...

Prezado Mario Jorge,
Todo guerreiro tem que ter o seu momento de descanso. E o que pode ser mais chique que Paria?
Um grande abraço e divirta-se!!!!
E, meu caro Mestre Apóstolo,
Se o MaJor é o Arqueólogo, você é o historiador/sociólogo/jornalista do jazz por excelência.
Obrigado pelas luzes que você tem lançado sobre figuras exponenciais do jazz - e não apenas aqui no CJUB, mas também no HCP, nos comentários dos blogs co-irmãos (no caso do Jazz + Bossa, acho que é melhor dizer filho caçila - rs, rs, rs).
Grande abraço!!!!