Por causa da “marolulinha”, o TEJ 08 saiu do maravilhoso ambiente do Parque Metalúrgico e ganhou as ruas de Ouro Preto, de forma democrática e definitiva para uns, porém impondo a outros o desprazer de ter que assistir a porção “Nem Tudo É Jazz” do festival.
Até o pacto com São Pedro foi rompido pois o dilúvio de sábado impediu-me de assistir aos shows de Leonardo Cioglia e Duduka da Fonseca.
Na 6ª feira os trabalhos começaram com a
Kate “Schatta” e seu trio. Cantorinha de voz monocórdica e guitarrista com poucos recursos, navega numa linha tipo Pop/Folk de qualidade duvidosa até para a garotada.
Acompanhada pelo Sax Tenor
John Ellis, que tentou passar o mais despercebido possível e pela ótima baterista
Terri Lyne Carrington.
O melhor do show foram 2 solos livres de
Terri Lyne e o pior do show foi ver a mesma
Terri lendo as partituras para tentar tocar aquela musiquinha “Schatta.”
Cotação : @
Depois, tivemos o melhor do festival.
Avishai Cohen e seu grupo tocando, principalmente, o disco After The Big Rain, com
Omer Avital no baixo,
Daniel Friedman na bateria e
Lionel Loueke, guitarrista africano do Benin.
Assisti o show ao lado do
Mestre LOC que, como eu, ficou impressionado com o mais velho dos irmãos
Cohen.
Como diria Nelson Rodrigues,
Avishai melhora a cada 15 minutos, tirando de seu trumpete um som claro, límpido, fortíssimo quando necessário e profundamente lírico nas passagens em tom menor.
Compositor inspirado, percebe-se em seus temas a origem oriental, algo “klezmer”, difícil de expressar apenas com palavras.
Lionel Loueke com sua guitarra percussiva, dá um toque “heavy” ao grupo além de alguns poucos vocais em sua língua natal que não comprometem. Sobre
Avital e
Friedman não preciso dizer que são de 1ª classe.
Cotação : @@@@3/4 – Perdeu 1/4@ por causa de uma eletrônica estridente aos meus ouvidos em 2 ou 3 temas.
PS : Comprei o cd após o show (gravado em 2006) e pude constatar a enorme evolução do som de
Avishai de lá para cá.
Sábado devido ao dilúvio que se abateu sobre Ouro Preto, não pude assistir ao show do
Cioglia e só peguei as 2 últimas músicas do
Duduka. Leiam o post do
Guzz. De pé junto ao palco, entre estudantes, cigarros “diversos” e bebidas, eu, minha heróica mulher,
Guzz e
Salsa, assistimos ao tributo a Billie Holiday.
Dirigidos pelo jovem arranjador israelense
Oded Lev-Ari ( ainda vamos ouvir falar desse cara! ), um septeto de cobras chamado de
“Lady Day All Star Band” entrou no palco e tocou o tema de abertura sem a incômoda presença das cantoras.
A Banda : Anat Cohen - clarinete, Ingrid Jensen - trumpete e flugel, Marcus Strickland - tenor, Bucky Pizzarelli - guitarra, Mulgrew Miller - piano, Ron Carter - baixo e Antonio Sanchez - bateria.
Aí começou o drama. Entrou no palco uma insegura cantora e
CONFIRMADO : Madeleine Peyroux DESAFINA MUITO. Nos registros mais graves então é um horror
! Ela canta On The Sunny Side Of The Street e Swing Brother Swing. Porém, os arranjos de
Lev-Ari, abriram enormes espaços para
Anat voar
em Swing Brother Swing, os 3 sopros trocarem solos
em No Regrets,
Ingrid arrasar no flugel em
Don’t Explain.
Depois,
Miss Peyroux chama ao palco a bizarra figura de
Martinalia, que “interpreta”
God Bless the Child. Foi a 1ª vez em 70 anos que alguém cantou esta linda e triste canção aos RISOS !! Durante
Nice Work IF You Can Get It, ela importunou
Miller e principalmente
Carter que ficou tenso com as brincadeiras de
Miss Martinalia.
A seguir,
Marcus Strickland abre com um solo inspiradíssimo à capela,
Body and Soul, destruída na seqüência pela
RISONHA Martinalia.
Mas nosso
Oded é sábio e sem as “Ladys”, ouvimos 2 duetos simplesmente espetaculares :
Anat com
Bucky em After You’ve Gone e
Ingrid com trumpete surdina e
Sanchez em Love For Sale.
Em seguida,
Miller tocou em piano solo um maravilhoso
These Foolish Things, seguido do quarteto sem os sopros onde o destaque foi o brilhante
Bucky Pizzarelli, talvez o último representante da “Rhythm Guitar”.
O mix
Peyroux e
Martinalia voltou ao palco, mas eu já estava satisfeito com a porção Jazz do espetáculo. Foi uma pena o desperdício, pois poderíamos ter o dobro de prazer ouvindo a banda sem a obrigação de ouvir
“As Estranhas no Ninho”. A idéia de juntar a tímida
Madeleine com a escrachada
Martinalia foi tão estapafúrdia que beirou o nonsense. Foi um “sucesso popular”, mas este tipo de mistura matou Montreux.
Cotação : @@@@@ para músicos e maestro e ½@ para cantoras e produção. No domingo, novo aperto no show de
Richard Galliano e
Hamilton de Holanda, um grande sucesso entre a garotada, com choro, forró etc... De onde estava, podia ouvir, mas não ver o show. Sem cotação.
Ao final, com a debandada dos estudantes, pude sentar confortavelmente junto ao palco e curtir a última atração, a
Paris Jazz Big Band.
Da banda original, veio apenas um tenteto (3 saxes, 2 trumpetes, 2 trombones e piano, baixo elétrico e bateria.).
Os franceses liderados pelo trumpetista
Nicolas Folmer e pelo sax tenor
Pierre Bertrand tocaram quase 2 horas um repertório próprio, com um som pesado, bons arranjos, muitos riffs, e solos bem elaborados de todos os sopros, com destaque para
Bertrand, arranjador e principal compositor do grupo.
Pelo que ouvimos e pelos cds
Paris 24 horas e
Mediterrâneo, diria que seu som está muito mais para
“Jazz Orchestra” do que para
“Big Band”. Cotação : @@@@1/2
Esta maratona ao ar livre e gratuita, torna-se cansativa demais. Ou chega-se cedo para sentar, sem direito a levantar, ou assiste-se de pé com total desconforto.
Ficamos sem conversar com os amigos, sem comida, bebida e finalmente sem saco.
Sei das dificuldades impostas pela crise financeira, mas espero que o formato desse ano não se repita. Caso contrário, tô fora..
12 comentários:
Mesmo informando que nem todas as atrações foram cinco estrelas (sendo que cantar Billie aos risos é de chorar), bela resenha do que aconteceu.
Informar é preciso.
Poderiam informar quem foi o "inteligente" que teve a idéia luminosa de escalar Martinália para cantar num tributo a Billie Holiday ? Valha-me Deus, quem cometeu essa atrocidade nunca deve ter ouvido falar em Lady Day! E ainda ganha um bom dinheiro para isso!!! É o retrato do Brasil ???!!! Cruz, credo .....
Eu ainda me divirto quando lembro da expressão de espanto do BraGil diante das "estranhas no ninho". Temi pela saúde do colega.
Abraços vitorianos. Esperando que o próximo seja mais confortável.
É, eu tb, apesar da gratuidade, achei bastante desconfortável o esquema.
Uma maratona muito cansativa, sujeita a chuvas e trovoadas...
Caro Salsa
O pior é que fui no youtube e encontrei Miss Peyroux em OP.
Quem quiser conferir sua "afinação" veja On the sunny side the street teclando "tudo e jazz 2009"
BraGil
Se Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, o sr.Brasil demorou pouco mais para dar suas impressões sobre o Festival de Ouro Preto.Como Martnália anda mais malhada q boneco de Judas em sábado de aleluia no palco da terra da música barroca brasileira a leitura da entrevista da Madeleine Peyroux ao jornal Estado de Minas - postada no site clube de jazz - permite esclarecer a presença dessa artista e o sentido do projeto em homenagem a Billie Holiday. O link http://www.clubedejazz.com.br/noticias/noticia.php?noticia_id=818
Alô moçada,
Começa assim, Depois posivelmente teremos Seu Jorge, Leci Brandão e até Zeca Pagodinho. Com todo o respeito,
llulla
Este Festival é a maior enganação todos os anos.Fraco de curadoria(???).O tributo a Billie foi uma perda de tempo e o resto era repetido,e o que não era, pelo amor de Deus,só bagulho musical de quinta categoria (ali mesmo no fim da 5a. em NY) onde esses músicos de escola,quase todos judeus,fingem estar improvisando alguma coisa.Fraquinhos.São músicos para estarem dando aulas e não num palco.Me engana que eu gosto.
Enganação é chamar judeu algum de amador.Yasser Arafat tinha centenas de milhões de dólares desviados da sua causa depositados em bancos suíços.Era imperativo, para ele, que a gestão desses fundos fosse feita por banqueiros judeus.
Aí seu Mr. Edú,
Sonho com o dia em que judeus e palestinos caminhem de mãos dadas pelas terras sagradas e prenhes de história de Israel e Palestina.
São irmãos que crêem em um mesmo Deus e que, no Brasil, convivem em absoluta harmonia.
Infelizmente, há insensatos em todos os lados, para quem a guerra, o sangue (especialmente de inocentes) e a intolerância são a forma natural de convivência.
Viva Israel e o povo judeu!!!!
Viva a Palestina e os vilipendiados e humilhados palestinos que ali vivem!!!
Que possam se entender e se respeitar mutuamente.
Que possam um dia aprender a viver em paz.
Que possam se imbuir de tolerância e fraternidade e que tenham uns com os outroa uma convivência respeitosa e amável.
Que aprendam com o jazz.
O mundo ganhará muito com essa relação solidária e fraterna que esses dois grandes povos podem vir a desenvolver!!!
Que possam, sobretudo, aprender uns com os outros!!!!
E viva Amós Oz (Pantera no porão deveria ser leitura obrigatória nas escolas do mundo inteiro)!!!
E viva Edward Said (cujo Orientalismo devveria, também, ser levado como título obrigatório a todas as sociedades do mundo).
Viva a tolerância e o respeito!!!!!
Uma vaia sem tamanho ao preconceituoso senhor anônimo (e covarde).
Nada mais anti-jazz que o preconceito. Nem mais estúpido!!!!
Um fraterno abraço a todos e que venham mais festivais.
Torço para que Martinália, tão vilipendiada na blogsfera por aua atuação no Tudo É Jazz, possa vir a ser também uma grande cantora de jazz.
E por que não??????
Concebo o jazz é o avesso do hermetismo e da empáfia. Como uma mãe generosa e solícita, capaz de receber e acalentar todos os seus filhos - que são amados e protegidos sempre.
Isso é jazz.
Amizade, fraternidade, cumplicidade, uma casa acolhedora, capaz de receber a todos que a procuram!!!!
Sem radicalismos ou intolerância.
Apenas paz, justiça e respeito.
É quanto basta!!!
E que a trilha sonora de nossas vidas seja recheada de muito jazz!!!!
falou e disse, Mr.Erico !!
torça para Mart´Nalia e não esqueça da Maria Gadu senão baba baby !! rs
abs,
Li hoje q essa tal de Gadu esta de olho na Luiza Possi.Então são dois, agora rs,rs,rs.
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