Conheci Bill Horne em meados da década de cinqüenta, quando ele esporadicamente aparecia nas Lojas Murray , point dos jazzófilos do Rio e de Niterói. Conversávamos bastante sobre Jazz e ele me confessou que ficava irritado quando alguém dizia que o melofone,um dos instrumentos que tocava , não tinha som. Nessa época tinha se separado de sua primeira esposa, a modelo Bibi Vogel, e me contou alguns detalhes desse relacionamento. Ficávamos longo tempo sem nos ver e para minha surpresa ele apareceu no Palácio do Ingá, onde se realizava o curso “Introdução ao Jazz”, assistindo atentamente a todas as palestras.
A última vez que nos vimos foi num dos “Free Jazz Festival” nos tempos do Hotel Nacional. Fiquei penalizado com a sua figura. Magro, pálido e com problemas dentários, não parecia nem de longe aquele rapaz esbelto e elegante de outrora. Alguém me contou algumas coisas de seu comportamento que preferi esquecer. Interrompeu nossa conversa quando viu Nana Caymmi junto a alguns artistas da TV Globo. Pediu licença e disse que ia dar um beijo em Nana . Foi a última vez que nos vimos.
Quando soube de seu falecimento me surpreendi com a falta de notícias. Ninguém sabia como, quando e onde ocorrera o fato. Ao mencionar isso num dos posts do CJUB, recebi email de José Domingos Raffaelli informando que tudo que sabia à respeito viera por intermédio de um email que recebeu de Everardo Magalhães Castro que dizia que em 22 de outubro de 2.006 ocorreu o sepultamento de seu grande amigo Bill Horne no Cemitério de São João Batista.
Em outro email Raffaelli, após pesquisas na Internet informava que o nome de Bill Horn era William Oliver Horn. Fora casado com Regina Braga, artista plástica e roteirista que falecera em 1º de novembro de 1999. No mesmo texto sobre Regina algumas notas sobre Bill :
“Ela foi casada com Bill Horn, conhecido músico de Jazz e engenheiro de som. Pelo seu Audio Studio B, na rua Anita Garibaldi, passaram alguns dos mais importantes nomes da Bossa Nova e do Jazz brasileiro. Durante algum tempo Bill foi um dos poucos brasileiros membros da Audio Engineering Society dos EUA. Pela casa deles era comum topar-se com as figuras mais destacadas da música, artes, teatro e cinema.”
Procuramos na Internet uma foto de Bill para ilustrar esse texto mas nada encontramos. Esta que ilustra o texto foi extraida de um email. Ficha incompleta.
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