Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

08 agosto 2007

RETRATOS
05. STAN GETZ (A)
Do Início ao Retorno aos U.S.A. em Janeiro/1961

Little Getz, Big Apple
Stanley Getz, STAN GETZ, nasceu na Filadélfia / Pensilvânia em 02/Fevereiro/1927, no seio de família israelita de classe média. Em Junho/1931, Getz contando então 04 anos, sua família passou a residir no Bronx / Nova York, onde mais tarde o menino freqüentou a escola secundária “James Monroe High Scholl” (que marca suas aulas iniciais no contrabaixo). Desconhecemos se por erro de tradução, no fascículo dedicado a Stan Getz da coleção “Gigantes do Jazz”, Abril Cultural, 1980, o texto de Leonard Feather assinala que Getz “....não tinha ainda 10 anos quando seus pais se transferiram para Nova York...”.
Vivendo a infância em bairro pouco tranqüilo em que as brigas de rua e o preconceito anti-judeu de outros grupos étnicos eram o dia-a-dia, Getz endureceu personalidade forte, orgulhosa, desafiadora.
Desde cedo revelou forte inclinação para a música, iniciando seus estudos pelo contrabaixo e pelo fagote, bem antes de adotar, aos 13 anos, o sax.tenor como seu veículo musical e sua paixão permanente. Como “anedota” a biografia assinala que foi sua mãe que buscou para ele um professor vizinho no Bronx, Mister Yvon, que por U$ 1.00 / hora dava as aulas na residência dos Getz; no primeiro dia o professor tirou a boquilha do instrumento, colocou uma nova palheta e disse para o então já rapaz: “Sopra...”. À obediência de Getz seguiu-se um ruído bem desagradável e Mister Yvon sentenciou para a mãe: “Senhora Getz, o seu filho tem talento”. Por adulação ou por instinto o mestre acertou, assim como Stan Getz acertou durante sua carreira musical em escolher novos talentos para acompanhá-lo; para a grande maioria desses talentos Getz foi a primeira e ansiada oportunidade, mas que os fez recordar seu temperamento difícil, duro, sarcástico e que os contratava por baixa remuneração.

Estréia, Estrada e Um Senhor Tutor
Aos 15 anos estreou na “All City Orchestra”, durante férias de verão tocou na banda de bailes de Dick “Stinky” Rogers e, sucessivamente, atuou com as bandas de Dale Jones, Bob Chesterton, Jack Teagarden – seu tutor legal para que pudesse atuar como músico profissional e em função de ser menor de idade (banda na qual situa-se sua primeira gravação, no Texas e em 18/Agosto/1943 aos 16 anos), Stan Kenton (banda na qual teve seu primeiro contato com a música brasileira, em função da gravação de “Tico-Tico” de Ary Barroso em 28/Novembro / 1944), Jimmy Dorsey, Benny Goodman, Randy Brooks, Buddy Morrow, Herbie Fields e outras, até conseguir sua primeira gravação como “líder”, em quarteto, aos 19 anos (Nova York, 31/Julho/1946, acompanhado por nada menos que Hank Jones/piano, Curly Russell/baixo e Max Roach/bateria - aqui mais uma discordância em relação à tradução do texto de Leonard Feather no “Gigantes do Jazz”, Abril Cultural, 1980”, já que a data correta é 31/Julho e não 13/Julho/1946, além do fato de que Terry Gibbs não participou da formação - as 04 faixas gravadas foram efetivamente da Savoy, que as editou em vários albuns).
Somente a partir dessa primeira gravação como líder Stan Getz poude mostrar a absorção da linguagem do “bebop” (com som “duro” e influenciado por Dexter Gordon e outros tenoristas), já que até então e nas formações de “big bands” suas limitações eram mais que evidentes em função dos arranjos e destaques para os líderes das mesmas. Considerando, ainda, a personalidade complexa de Getz, essas limitações causavam-lhe transtornos assim como para os líderes das bandas em que atuava; é interessante assinalar que o “manager” da banda de Benny Goodman, Popsie Randolphe, sempre se manifestou sobre o jovem Stan Getz como orgulhoso, presunçoso, de difícil relacionamento, chegando ao ponto de Goodman pensar em dispensá-lo, voltando atrás em função dos apelos do próprio Getz e de sua mãe; essa dispensa foi temporariamente protelada, já que pouco depois Getz escreveu frases impróprias no verso de uma partitura, voltada para o palco, e Goodman teve que dispensá-lo.
Deixando Benny Goodman mas ainda em New York e já em 1947, Stan Getz gravou ao tenor com Gene Roland (trombone), Vido Musso (sax.tenor), Skip Nelson e Lynne Stevens (vocais) e uma “big band” não identificada no álbum lançado.
Passou a atuar na Califórnia, próximo a Hollywood, em combo liderado por Butch Stone.

A Semente dos “Four Brothers”
Formou seu próprio trio atuando no “Swing Club” de Hollywood, logo disperso para atuar com Gene Roland, trumpetista e arranjador, que formou um grupo experimental com 04 saxes.tenor: Stan Getz, Zoot Sims, Jimmy Giuffre e Herbie Steward, já então com o som “cool” do naipe. Essa formação apresentou-se com a banda do trumpetista Tommy De Carlo no “Pete Pontrelli’s Figueroa Ballroom” de Los Angeles (em cujo repertório os “mambos” eram habituais), onde foram vistos por Woody Herman que, num feliz encontro de interesses, contratou o naipe, sendo que Jimmy Giuffre como arranjador.
Como é sabido, Herman teve sua “big band” cunhada como “The Band That Plays The Blues”, constituída por seus “herds” (rebanhos). Tendo já marcado presença perante o público com seu “first herd”, Herman passou ao “second” com grande destaque para o naipe de palhetas então arregimentado que ficou perpetuado como os “Four Brothers”: Stan Getz, Zoot Sims e Herbie Steward nos tenores e Serge Chaloff no barítono. Para esse grupo é que Jimmy Giuffre compôs “Four Brothers” em Setembro/1947, que tornou-se um clássico e uma referência para o som “cool”.
Mais tarde Herman montaria mais um “herd”, tendo no naipe de palhetas Getz, Al Cohn, Allen Eager e Brew Moore.
Stan Getz grava pela primeira vez com a banda de Woody Herman na Califórnia e em 07/Maio/1947, seguindo-se durante 1947 gravações em 22, 24, 27 e 30/Dezembro, já então com Stan Getz, Zoot Sims, Herbie Steward (saxes.tenor) e Serge Chaloff (sax.barítono), isto é, com os denominados “Four Brothers”. O tema de mesmo nome de Jimmy Giuffre para o quarteto foi gravado na sessão de 27/Dezembro contando, além dos “irmãos”, com Stan Fishelson, Bernie Glow, Marky Markowitz, Shorty Rogers e Ernie Royal (trumpetes), Bob Swift, Earl Swope e Ollie Wilson (trombones), Woody Herman (sax.alto, clarinete e vocal), Sam Marowitz (sax.alto), Fred Otis (piano), Gene Sargent (guitarra), Walter Yoder (baixo) e Don Lamond (bateria).

O Máximo De Genialidade Em Um Mínimo De Solo
Mas foi somente em 30/Dezembro/1948 que a banda de Herman gravou “Early Autumn” contando com os “brothers” e mais Stan Fishelson, Bernie Glow, Red Rodney, Shorty Rogers e Ernie Royal (trumpetes), Bob Swift, Earl Swope, Bill Harris e Ollie Wilson (trombones), Woody Herman (sax.alto, clarinete), Sam Marowitz (sax.alto), Terry Gibbs (vibrafone), Lou Levy (piano), Chubby Jackson (baixo) e Don Lamond (bateria), em arranjo de Ralph Burns. Essa gravação com apenas 3’08” eternizou o notável solo de Stan Getz: extremamente curto, lindamente inspirado, lírico e lógico, testemunhando a excelência de Getz e a diplomação pública desse músico, já transpondo o limite do bebop para acenar com todo um futuro de baladista (ainda que sempre mesclando, em alguns momentos, suas raízes). O sucesso do solo de Getz em “Early Autumn” levou-o à fama nacional e internacional, propiciou-lhe o codinome de “The Sound” e alinhou-o, se mantivermos perspectiva histórica, com os revolucionários Coleman Hawkins, Lester Young, Coltrane e Sonny Rollins, tenoristas que revelaram novos e autônomos idiomas no instrumento.
A sessão de gravação de 30/Dezembro/1948 marcou, também, a última de Stan Getz com a banda de Woody Herman, já que a partir de 1949 ele gravou em Março com grupo liderado por Terry Gibbs, em Abril no octeto sob seu nome e com arranjos de Gerry Mulligan (Mulligan foi o arranjador e Getz gravou também no sax.barítono), com Al Haig e Gene Roland para, já em 1950, liderar quarteto com Al Haig, Tommy Potter e Roy Haynes.
No início de 1950 (10/Janeiro) destaca-se a importante participação de Stan Getz na gravação do “Metronome All Stars” (arranjos de Pete Rugolo e Lennie Tristano para os temas “Double Date” e “No Figs”) e com os “eleitos” da revista Metronome de 1949: Dizzy Gillespie (trumpete), Kai Winding (trombone), Buddy DeFranco (clarinete), Lee Konitz (sax.alto), Serge Chaloff (sax.barítono), Lennie Tristano (piano), Billy Bauer (guitarra), Eddie Safranski (baixo) e Max Roach (bateria).

Com Miles Davis e Horace Silver
Em Fevereiro desse ano de 1950 e com transmissão pela rádio WNYC diretamente do “Birdland”, Stan Getz alinhou com Miles Davis em sexteto para gravação editada pela “Fresh Sound” e pela “Kings Of Jazz”; com os dois estavam J.J. Johnson (trombone), Tadd Dameron (piano), Gene Ramey (baixo) e Art Blakey (bateria).
Em 1950 e sempre em New York Stan Getz realiza mais 03 sessões de gravações: em 14/Abril para a Prestige e em 17/maio e 10/Dezembro para a Roost. Nessa 3ª sessão inicia-se a mútua colaboração entre Getz e Horace Silver, que lhes permitirá seguidas apresentações em clubes e já exibindo Getz com permanente lirismo.
1951 é iniciado para Getz com gravação em New York para a Roost e com Horace Silver. Na mesma data (23/Janeiro) volta a gravar com o “Metronome All Stars”: Miles Davis (trumpete), Kai Winding (trombone), John LaPorta (clarinete), Lee Konitz (sax.alto), Serge Chaloff (sax.barítono), Terry Gibbs (vibrafone), George Shearing (piano), Billy Bauer (guitarra), Eddie Safranski (baixo) e Max Roach (bateria), nos temas “Early Spring” e “Local 802 Blues”, com arranjos de Ralph Burns.

O Primeiro Contato Com A Europa
Em seguida Getz excursiona pela Europa com o guitarrista Jimmy Raney e, em Estocolmo (23 e 24/Março), grava com músicos locais; entre as 08 faixas registradas destaca-se “Dear Old Stockholm”, que se tornou um clássico do Jazz. Estes registros foram editados pelos selos “Roost” e “Metronome”(sueco), este tendo como título seu codinome: “Stan Getz – The Sound”.
Em Agosto e já tendo retornado a New York Getz volta a gravar em quinteto, presente na formação Horace Silver e com Jimmy Raney na guitarra. Em Boston e pelo selo “Roost” Getz tem registradas 19 faixas, todas ao vivo no “Storyville” em 28 e 29/Outubro, com versões imperdíveis, entre outras, dos clássicos: “Thou Swell”, “The Song Is You”, “Pennies From Heaven”, “Everything Happens To Me”, “Yesterdays” e, com Billie Holiday no vocal, “You're Driving Me Crazy” e “Lover Come Back To Me”.
1952 aponta enorme seqüência de gravações de Stan Getz: 11/Março, 05/Abril, 31/Maio e 07-09-12-14-16-19/Agosto todas em New York, sendo que as de Agosto tomadas ao vivo no “Birdland”, seguindo-se ainda ao vivo no "Tiffany Club" de Los Angeles em 14/Setembro, de volta a New York em 09/Novembro, no “Birdland” em 13/Novembro, no “Carnegie Hall” em 14/Novembro, novamente no “Birdland” em 18/Novembro e 02/Dezembro e, ainda em New York, em 12-19-29/Dezembro.
Encontramos na página 327 do livro “JAZZ – Das Raízes ao Pós-Bop” de Augusto Pellegrini (2004, F-QM Editores Associados Ltda – CODEX), a informação de que nesse ano Getz teria conhecido e gravado com Lionel Hampton “Cherokee” e “Jumpin’ At The Woodside”, assim como peças mais modernas com Conte Candoli e Shelly Manne. Por toda a discografia, bibliografia e informações que possuímos e as demais consultadas, nada disso aconteceu; Getz não gravou em 1952 com Lionel Hampton / Conte Candoli / Shelly Manne; não gravou nesse ano “Jumpin’ At The Woodside” e suas gravações do clássico “Cherokee” de Ray Noble ocorreram com outras formações em 05/Abril (selo “ALTO”, com o título de “Parker 51”), em 14/Novembro (selo “Fresh Sound”) e em 18/Novembro (selo “Natasha Imports”, também com o título de “Parker 51”). O registro existente de “Cherokee” de Getz com Hampton data de 1956 e saiu pela edição inglesa do selo “Spotlite”, uma verdadeira obra-prima em “up.tempo”.

Sucesso, Metronome, VERVE, Duke Ellington, Bob Brookmeyer
É em 1952 que Getz grava a balada “Moonlight In Vermont” em 02 oportunidades, sucesso de audiência nas rádios americanas: em 11/Março com a participação do guitarrista Johnny Smith e em 14/Novembro com Duke Jordan ao piano. Por essa época Getz já era uma unanimidade de público e de crítica (“Metronome” e “Down Beat”), tendo assinado contrato com Normal Granz (leia-se “JATP = Jazz At The Philharmonic”, VERVE, PABLO, NORGRAN), participado das suas excursões e trabalhado para os estúdios da NBC em New York; esse vínculo permaneceu por 20 anos.
Em 1953 Getz grava com a orquestra de Duke Ellington (09/Fevereiro) e inicia a colaboração com Bob Brookmeyer com o qual grava pela primeira vez em 08/Março, ao vivo e no “Hi-Hat Club” de Boston; em Julho e Agosto em Los Angeles os dois voltam a gravar juntos em quinteto, após Getz ter feito temporada e gravado (31/Maio) no “templo” de Hermosa Beach, o “Lighthouse Club” (presente no contrabaixo, evidentemente, o mentor maior do espaço, Howard Rumsey), assim como se apresentado e gravado ao lado de Chet Baker no "The Haig" (Hollywood / Califórnia, em 12/Junho). Ainda na Califórnia, Los Angeles, Stan Getz participa em 03/Agosto de gravação produzida por Norman Granz com uma plêiade de estrelas: Harry "Sweets" Edison (trumpete), Buddy DeFranco (clarinete), Benny Carter e Willie Smith (saxes.alto), Wardell Gray (sax.tenor), Count Basie e Arnold Ross (pianos), Freddie Green (guitarra), John Simmons (baixo) e Buddy Rich (bateria). A última gravação de Getz nesse ano ocorre em Dezembro e tomada de apresentação no rádio com formação estelar: Dizzy Gillespie (trumpete), Oscar Peterson (piano), Herb Ellis (guitarra), Ray Brown (baixo) e Max Roach (bateria), desfilam “Girl Of My Dreams”, “It Don't Mean A Thing”, “Exactly Like You” e outros temas.
O ano de 1954 marca a gravação de um dos mais apreciados trabalhos de Stan Getz: com Bob Brookmeyer (trombone de válvula), John Williams (piano), Bill Anthony (baixo) e Art Mardigan (bateria), no "Shrine Auditorium" (Los Angeles, 08/Novembro), grava para a VERVE os clássicos “Polka Dots And Moonbeams”, “It Don't Mean A Thing”, “Flamingo”, “Lover Man”, “I'll Remember April” e outros. Mas é também um ano terrível para Stan Getz: já usuário de heroína há tempos (ainda que felizmente com freqüentes períodos de abstinência) assaltou uma farmácia em Seattle para obter a droga, dizendo-se armado; fugiu quando todos os presentes perceberam que estava desarmado, telefonou para a farmácia desculpando-se, teve o telefone localizado, foi preso e levado à cadeia, onde tentou o suicídio ingerindo barbitúricos. Remeteu carta para a “Down Beat” auto-acusando-se e declarando que “sua ação prejudicava o Jazz e era uma degeneração mental por ausência de senso moral e carência de personalidade”.
Enfermidade, Europa, Recuperação, Êxodo, Retorno e Uma Nova Realidade Musical
Em 1955 e com complicações pulmonares ficou internado para repouso e recuperação durante 04 meses em hospital de Estocolmo, seguindo em repouso por mais 02 meses na África.
Em 1956 e retornando aos Estados Unidos apresenta-se em Setembro com quarteto na televisão (Chicago), desempenho que foi gravado pela “Raretone”, em Outubro e com formação “top” no rádio (Hollywood) com gravação pela VERVE (Dizzy Gillespie / trumpete, Sonny Stitt / sax.alto, John Lewis / piano, Herb Ellis / guitarra, Ray Brown / baixo e Stan Levey / bateria), em Novembro e novamente no rádio em formação “West Coast” e encerra suas gravações em 1956 com a “Buddy Bregman Orchestra” e em quarteto (com Dick Katz / piano, Oscar Pettiford / baixo e Shelly Manne / bateria) no "Basin Street Cafe".
Além das gravações Getz participa em 1956 no filme “The Benny Goodman Story”.
Em 1957 e até meados de 1958 Getz é incorporado ao “Jazz At The Phillarmonic” de Norman Granz, para cujo selo VERVE já havia realizado gravações em 1953, mas então e em 1957 registra seguidamente participações em preciosos álbuns, em estúdio e ao vivo: 26/Junho, 12/Julho, 01 e 12/Agosto, 10, 11, 12, 15, 19 (no Opera House de Chicago), 20 (também no Opera House) e 25/Outubro (Shrine Auditorium de Los Angeles).
Com a única exceção do final de 1958 / início de 1959 (gravação em Los Angeles com a “Buddy Bregman Orchestra” formada com integrantes do “Jazz West Coast”), de 01/Maio/1958 até 22/Novembro/1960, Stan Getz somente gravou na Europa: França (trilha sonora para o filme “Les Tricheurs” em 01/Maio, L’Olympia, Salon Du Jazz), Inglaterra (Manchester em 17/Maio), Alemanha, Suécia, Dinamarca, Noruega e Polônia. Sua vida transcorreu na Europa, fixando-se como residente na Dinamarca.
Então com longa estrada, a essa altura Stan Getz já era um baladista ímpar, improvisador individualista melódico linear que elevou temas muitas vezes simples à condição de tesouros, assim como abordou todos os tipos de escolas, andamentos, melodias e harmonias com vigor e solidez que já o colocavam, sem dúvida, como o tenorista por excelência da fase moderna do Jazz.
O retorno à terra natal ocorreu em Janeiro/1961, com Getz imaginando permanecer até meados do ano, mas essa permanência tornou-se definitiva ainda que em cenário musical e social aparentemente adverso para sua liderança musical, inconteste por quase toda a década precedente e, então, arrebatada nas votações da revista “Down Beat” por John Coltrane.

Continua em (B) - Do Retorno aos U.S.A. em Janeiro/1961 ao Final

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