Hawkins participava de uma gravação e ao final executou a canção sem maiores pretenções, apenas para completar a sessão. Editado o disco pelo selo Bluebird subsidiário da RCA, Body and Soul aconteceu no momento certo para as pessoas certas e a execução tornou-se um enorme sucesso.
Surpreendeu o próprio Hawkins que estranhou e chegou a comentar: ― “Não sei o que viram nesta peça, é uma balada e faço isto há anos centenas de vêzes!”
Em 1958 o crítico e produtor Leonard Feather calculava que Hawkins teria executado pelo menos umas 6.600 vêzes Body and Soul nos 6.800 dias passados desde a data da gravação.
O disco fonográfico exerceu uma espécie de ditadura sobre o mundo do Jazz. O sucesso imprevisto que uma gravação podia proporcionar tinha às vêzes consequências inesperadas para o músico. Uma delas é que teria de repetir aquela execução infindáveis vêzes, dia após dia, show após show, e não podia variar muito, ou mesmo nada, pois o público ali estava esperando para ouvir aquele mesmo solo do disco, ao vivo. Hawkins nos primeiros anos repetia praticamente sua interpretação original nota a nota, mas depois de 20 anos já liberto executava a balada de forma diferente e muito mais charmosa.
Jacquet de palhaçada trepou em uma cadeira e fez o solo, só que totalmente fora de seu estilo habitual, retomando uma passagem do famoso saxofonista Lester Young usada em Texas Shuffle com Basie.
Flying Home foi um dos maiores sucessos da banda de Hampton e Illinois Jacquet ficou conhecido e conseqüentemente deveria ser reconhecido e exigido em todas suas atuações pelo solo que fizera. Assim, teve que adaptar seu estilo para uma forma menos sutil que a anterior, porém até certo ponto mais excitante, mais vibrante o que manteve em toda sua carreira.
Ouçamos, primeiro um pequeno trecho da gravação original de Body and Soul de 1939 e outro cerca de 20 anos após. Em seguida os compassos solos de Lester em Texas Shuffle que inspiraram Illinois em seu primeiro solo e o dito solo em Flying Home de 1941 na banda de Lionel Hampton.
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