Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DO OUTRO LADO DO JAZZ # 6

30 janeiro 2007

DA CERA AO RAIO LASER (3)

Pode-se até imaginar que após o advento do microfone e dos amplificadores como parte do processo elétrico de gravação do som, tudo tenha se tornado muito simples do dia para a noite, mas ledo engano! Inicialmente havia só um microfone, um canal de gravação apenas e os problemas de captação mudaram um pouco mas se mantiveram de certa forma.
De início o microfone ficava em um pedestal e os músicos a sua volta no mesmo nível, depois criaram plataformas em níveis diferentes, mais tarde o microfone foi pendurado no teto, enfim várias foram as maquinações objetivando uma melhor distribuição do som a ser captado pelo solene microfone.
Uma dessas resultou em hilariante episódio, quando Bessie Smith foi fazer uma gravação com sete rapazes da banda de Fletcher Henderson e o engenheiro da Columbia inventou que o som seria melhor captado pelo microfone ainda a carvão se os espaços sonoros fossem os mais reduzidos possíveis. Naturalmente lidava com o problema da reverberação acústica do estúdio ainda não devidamente tratada. Foram então armadas uma série de tendas com cortinas de pano e cada músico embaixo de uma, mas eis que Bessie no meio de tudo teve um ataque de claustrofobia e ao procurar se livrar daqueles panos foi balançando a geringonça, caindo tudo por cima de todos parecendo um monte de fantasmas gesticulando, alguns ainda tocando! Deve ter sido cena digna de um filme dos irmãos Marx ou dos 3 Patetas (no caso 8).

Outro episódio curioso ocorreu dado que a bateria sempre terrivelmente discriminada nos estúdios, aliás a gente não faz a menor idéia porque fosse, mas foi Gene Krupa talvez o 1º a enfrentar tal implicância e a montar todo seu aparato dentro de um estúdio de gravação e o fato se deu exatamente a 8/dez/1927. O produtor Tommy Rockwell da Okeh Records convidara alguns jovens de Chicago reunidos em torno do banjoista Eddie Condon e lá estava Krupa com seus apenas 18 aninhos. Ao entrar no estúdio Rockwell assustou-se com a bateria toda montada e perguntou: -“O que é isto aqui? O que pretende com tudo isto?” e Krupa respondeu simplesmente... -“tocar”. Rockwell desesperou-se, porém Krupa talvez pela inocência de sua juventude ou atrevimento mesmo, fincou pé, forçou a barra até que depois de muitas idas e vindas em torno do engenheiro de gravação, Rockwell acabou permitindo que pelo menos aquilo fosse experimentado e assim pela primeria vez pode-se ouvir tarol, tantãs, pratos e bumbo juntos numa gravação, ou seja uma bateria completa. No entanto, Krupa foi bastante parcimonioso em sua execução para não por tudo a perder, é claro.
O disco (Okeh 41011) editado tinha a canção Sugar (Edna Alexander/Sidney D. Mitchell/Maceo Pinkard) de um lado e China Boy (Dick Winfree/Phil Boutelje) do outro com os McKenzie and Condon’s Chicagoans que formavam com: Eddie Condon banjo e líder, Bud Freeman (st), Jim Lannigan (bx), Jimmy McPartland (cornet), Frank Teschemacher (cl), Joe Sullivan (pi) e GENE KRUPA à bateria.
Como a gravação deu certo e até foi um sucesso, Krupa voltou entusiasmado ao estúdio com o Eddie Condon Quartet (mesmo grupo acima sem McPartland, Freeman e Lanning), em julho de 1928 e ai sim, Krupa "deita e rola" com seus pratos, bumbos e demais apetrechos em Indiana (James F. Hanley), o vocal é de Condon.
Como se trata de 2 clássicos do dixieland de Chicago selecionamos ambos - China Boy e Indiana para audição – é só clicar.

Nenhum comentário: