Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ, 14: GULDA "SE MANDOU"

21 novembro 2006

Essa aconteceu em meados da década de sessenta, quando o “Clube de Jazz e Bossa” passou a fazer suas reuniões musicais no Copacabana Pálace. O grande pianista austríaco Friedrich Gulda veio ao Rio para apresentar um “Ciclo Beethoven” em nosso Teatro Municipal. Sabendo que o mesmo também tocava Jazz ,alguém sugeriu que fosse convidado para uma “canja” em nossa reunião de domingo. Foi Sylvio Tullio Cardoso quem anunciou que o convite fora aceito e que Gulda tocaria para nós.
Casa cheia e a tarde começou bem com o quarteto de Victor Assis Brasil abrindo a programação. Após tocar um dos últimos números, um senhor levantou-se de sua mesa e perguntou em voz alta qual era o nome do tema . Victor respondeu : “Three flowers”. E o senhor indagou : “The composer ? ” e Victor respondeu : McCoy Tyner. Após o último número a ansiedade tomou conta da platéia. Chegara a hora de ouvir e ver Gulda tocando Jazz. Entre-tanto, após dez minutos ,sobe ao palco Ricardo Cravo Albim e informa meio sem jeito que Gulda, cansado após seu último concerto não compareceria, ao mesmo tempo em que o senhor que interrogara Victor subia ao palco pela escada lateral e se sentava ao piano. ERA O PRÓPRIO GULDA. Após as gargalhadas que gozaram o Albim assumiu a bateria Oswaldo de Oliveira Castro enquanto o contrabaixo estava abandonado encostado à parede. Gulda deu dois ou três acordes anunciando o rítmo, Oswaldinho atacou e tudo parecia bem até o austríaco notar que não havia ninguém no contrabaixo. Parou de tocar, levantou-se do piano e com um “I’m sorry” ,irritado retirou-se do palco.
Não tenho certeza se o contrabaixista era Sérgio Barroso. O que comentavam é que ele aproveitou o intervalo para namorar e a maionese desandou.
Claro, as opiniões se dividiram. Uns achavam correta a posição de Gulda enquanto outros, como Sylvio Tullio Cardoso, acharam que aquilo não passava de um “ataque de estrelismo”. Coisas do Jazz.
llulla

Nenhum comentário: